domingo, 15 de dezembro de 2013

O que é Endometriose?

Saúde - Brasil


Endometriose é uma condição na qual o tecido que age como a mucosa que reveste a parede interna do útero (endométrio) cresce em outras regiões do corpo, causando dor, sangramento irregular e possível infertilidade.

Essa formação de tecido (implante) normalmente ocorre na região pélvica, fora do útero, nos ovários, no intestino, no reto, na bexiga e na delicada membrana que reveste a pélvis. Entretanto, os implantes também podem ocorrer em outras partes do corpo.
 

Causas

Todo mês, os ovários produzem hormônios que estimulam as células da mucosa do útero (endométrio) a se multiplicarem e estarem preparadas para receber um óvulo fertilizado. A mucosa aumenta de tamanho e fica mais espessa.
Adam Comparação entre endométrio com hiperplasia e endométrio normal
Se essas células (chamadas de células endometriais) crescerem fora do útero, surge a endometriose. Ao contrário das células normalmente encontradas dentro do útero que são liberadas durante a menstruação, as células fora do útero permanecem no lugar. Elas, às vezes, sangram um pouco, mas se curam e são estimuladas novamente durante o ciclo seguinte.
                                   
Esse processo contínuo provoca os sintomas da endometriose (dor) e pode causar cicatrizes (aderências) nas trompas, ovários e estruturas ao redor na pélvis.
A causa da endometriose é desconhecida, mas existem diversas teorias. Uma delas afirma que as células endometriais liberadas durante a menstruação podem "voltar para cima" através das trompas de Falópio para dentro da pélvis. Elas, então, são implantadas e crescem na cavidade pélvica ou abdominal. Isso é chamado de menstruação retrógrada. Ela ocorre em muitas mulheres, mas pode haver algo diferente no sistema imunológico das mulheres que desenvolvem a endometriose em comparação ao sistema imunológico das que não apresentam a doença.
                                   
A endometriose é um problema comum. Às vezes, ela pode ser passada para as gerações seguintes de uma mesma família. Embora, normalmente, a endometriose seja diagnosticada entre 25 e 35 anos, a doença provavelmente começa quando a menstruação regular inicia.
Uma mulher cuja mãe ou irmã tem endometriose apresenta seis vezes mais probabilidade de desenvolver endometriose do que as mulheres em geral. Outros possíveis fatores de risco:
  • Começar a menstruar muito cedo
  • Nunca ter tido filhos
  • Ciclos menstruais frequentes
  • Menstruações que duram sete dias ou mais
  • Problemas como hímen não perfurado, que bloqueia a passagem do sangue da menstruação

Exames

Testes que são realizados para diagnosticar a endometriose:
  • Exame pélvico
  • Ultrassom transvaginal
  • Laparoscopia pélvica

Sintomas de Endometriose

A dor é o principal sintoma das mulheres com endometriose. Pode incluir:
  • Menstruações dolorosas
  • Dor no baixo abdome ou cólicas que podem ocorrer por uma semana ou duas antes da menstruação
  • Dor no baixo abdome durante a menstruação (a dor e as cólicas podem ser incômodas e uniformes ou intensas)
  • Dor durante ou após a relação sexual
  • Dor ao evacuar
  • Dor pélvica ou lombar que pode ocorrer a qualquer momento do ciclo menstrual
Observação: Em muitos casos, não há sintomas. Na realidade, algumas mulheres com casos graves de endometriose nunca sentem dor, enquanto outras com endometriose leve sentem dor intensa.

Buscando ajuda médica

Marque uma consulta com seu médico se:
                                       
    • Você apresentar sintomas de endometriose
    • A dor nas costas ou outros sintomas voltarem a ocorrer depois de tratar a endometriose
    Considere a possibilidade de fazer exames de detecção precoce de endometriose se sua mãe ou irmã tiverem sido diagnosticadas com endometriose ou se você não conseguir engravidar após um ano de tentativas.
     

    Tratamento de Endometriose

                           
    As opções de tratamento incluem:
    • Medicamentos para controlar a dor
    • Medicamentos para impedir que a endometriose piore
    • Cirurgia para retirar as áreas de endometriose
    • Histerectomia com retirada dos dois ovários
    O tratamento depende dos seguintes fatores:
                                       
    • Idade
    • Gravidade dos sintomas
    • Gravidade da doença
    • Se você deseja ter filhos
    Algumas mulheres que não desejam ter filhos e que apresentam um grau leve da doença e dos sintomas podem optar por fazer apenas exames periódicos uma ou duas vezes por ano para que o médico verifique se a doença não está piorando. Os sintomas podem ser controlados com:
    • Exercícios e técnicas de relaxamento
    • Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINE), como ibuprofeno (Advil), naproxeno (Aleve), acetaminofeno (Tylenol) ou analgésicos receitados para aliviar a cólica e a dor.
    O tratamento pode envolver a interrupção do ciclo menstrual e a criação de um estado similar à gravidez. Isso é chamado de pseudogravidez e pode ajudar a impedir que a doença piore. Para isso, são usadas pílulas anticoncepcionais com estrogênio e progesterona.
    • Você deve tomar o medicamento, de forma contínua, durante seis a nove meses e parar de usálo por uma semana para menstruar. Os efeitos colaterais são spotting (manchas de sangue), sensibilidade nos seios, náusea e outros efeitos colaterais hormonais.
    • Este tipo de terapia alivia a maioria dos sintomas da endometriose, mas não evita as cicatrizes (aderências) causadas pela doença. Ela também não reverte as alterações físicas que já ocorreram.
    Outro tratamento envolve comprimidos ou injeções de progesterona. Os efeitos colaterais podem ser incômodos e incluir depressão, ganho de peso e spotting (manchas de sangue).
    Para algumas mulheres, podem ser receitados medicamentos que impedem a produção de estrogênio pelos ovários. Esses medicamentos são chamados de drogas agonistas de gonadotropina e incluem acetato de nafarelina (Synarel) e Lupron Depot.
    • Alguns possíveis efeitos colaterais incluem sintomas de menopausa, como ondas de calor, secura vaginal, alterações de humor e perda precoce de cálcio dos ossos.
    • Em razão da perda de densidade óssea, esse tipo de tratamento geralmente é limitado a seis meses. Em alguns casos, ele poderá ser prolongado por até um ano se pequenas doses de estrogênio e progesterona forem receitadas para reduzir os efeitos colaterais de enfraquecimento ósseo.
     
    A cirurgia é uma opção para as mulheres que apresentam dor intensa que não diminui com o tratamento de hormônios ou que desejam engravidar agora ou no futuro.
    • Uma laparoscopia ou laparotomia pélvica é realizada para diagnosticar a endometriose e retirar ou destruir todo o tecido relacionado à endometriose e o tecido cicatricial (aderências).
    • As mulheres que têm doença ou sintomas graves e não querem ter filhos no futuro podem fazer a cirurgia para retirada do útero (histerectomia). Um ou os dois ovários e as trompas de Falópio também podem ser removidos. Uma em cada três mulheres que não retiraram os dois ovários durante a histerectomia apresentará os sintomas novamente e precisará de cirurgia mais tarde para remover os ovários.
    Adam Laparoscopia pélvica é uma alternativa de cirurgia para tratamento da endometriose
     

    Expectativas

    A terapia hormonal e a laparoscopia pélvica não curam a endometriose. Entretanto, elas podem aliviar os sintomas de modo parcial ou completo em muitas pacientes por vários anos.
    Retirar o útero (histerectomia), os dois ovários e as trompas de Falópio é a melhor chance de cura da endometriose. Talvez seja necessário fazer terapia de reposição hormonal depois da remoção dos ovários. Em casos raros, a doença pode voltar, mesmo após a histerectomia.
    A endometriose pode causar infertilidade, mas não em todas as pacientes, principalmente se for leve. A cirurgia laparoscópica pode ajudar a aumentar a fertilidade. A chance de sucesso depende da gravidade da endometriose. Se a primeira cirurgia não ajudar a engravidar, será pouco provável que repetir a laparoscopia ajude. As pacientes devem considerar outros tratamentos para infertilidade.

    Complicações possíveis

    A endometriose pode causar dificuldades para engravidar (infertilidade). Outras possíveis c
    • Dor pélvica crônica ou prolongada que interfere na vida social e no trabalho
    • Cistos grandes na pélvis (chamados de endometriomas) que podem sofrer ruptura
    Outras complicações são raras. Em alguns casos, os implantes da endometriose podem causar obstruções no trato gastrointestinal ou urinário.
    Muito raramente, um câncer pode se desenvolver nas áreas de endometriose após a menopausa.
    omplicações:
     
         

    Prevenção

    As pílulas anticoncepcionais podem ajudar a impedir ou retardar o desenvolvimento da doença.
                                  
     

domingo, 8 de dezembro de 2013

Bill Clinton: "Governos precisam ser transparentes"

Política Internacional

O ex-presidente dos Estados Unidos diz a ÉPOCA que o escândalo da espionagem americana expõe a necessidade de mais cooperação e menos desconfiança entre países

William Jefferson Clinton é corajoso. Após ocupar por oito anos a cadeira mais poderosa do mundo, como 42º presidente dos Estados Unidos (1993-2001), aos 67 anos ele se dedica a lutas tão nobres quanto difíceis – como a busca por alternativas econômicas e a melhoria no atendimento de saúde em algumas das regiões mais carentes do planeta. Entre este domingo, dia 8, e o dia 10 de dezembro, Bill Clinton comandará, no Rio de Janeiro, uma versão latino-americana do encontro de sua Clinton Global Initiative (CGI), parte da Fundação Clinton dedicada a projetos de desenvolvimento. Sua mensagem pede mais cooperação entre setores e países. “Ninguém tem nada a ganhar escondendo.”


ÉPOCA – Na América Latina, costumamos nos referir a nós mesmos como a “região esquecida” – não tão pobre quanto a África nem tão politicamente importante quanto o Oriente Médio. O senhor esteve recentemente em países como Peru e Bolívia, acompanhando projetos de sua fundação. Agora traz o encontro da Clinton Global Initiative (CGI) ao Rio de Janeiro. Por que esse novo foco na América Latina?

Bill Clinton –
É uma coisa permanente. Quando era presidente, ajudei o Brasil duas vezes, em 1994 e 1998. Ajudei o México a sobreviver à sua crise da dívida. Desde que deixei o cargo, continuei a trabalhar na Colômbia e no Peru. Temos também no México projetos sobre o clima, na Guiana, por todo o Caribe. Tenho me envolvido consistentemente na América Latina por 20 anos, porque acho que é o único caminho que faz sentido para os Estados Unidos – somos vizinhos, amigos, aliados. Deveríamos construir um mundo onde trabalharíamos para o melhor resultado possível,  um mundo mais unido, com mais oportunidades, menos desigualdade e mais cooperação por todo o globo. Se tudo der errado, podemos nos sair muito bem aqui em nossa vizinhança, se o Canadá e os Estados Unidos trabalharem com todos os países.


ÉPOCA – O que o senhor espera desse encontro? Algum resultado específico relativo ao Brasil?

Clinton –
Espero, primeiro, aproximar países das Américas, para que eles possam aprender mais e mais uns com os outros e com seus desafios comuns. Segundo, fazer o que sempre fazemos nos encontros da CGI: compromissos específicos que unam empresas, a sociedade civil e governos, para que trabalhem juntos para resolver esses desafios. O que funciona em qualquer lugar do mundo hoje é criar cooperação. O que funciona na política é o conflito constante, mas isso nunca resulta em crescimento econômico, redução de desigualdade ou melhores oportunidades. O que tentamos fazer é construir essa ideia de envolvimento da sociedade civil e do setor privado na solução de problemas públicos, de uma forma que possibilite a todos os países aprender mais um com o outro. Estou empolgado com isso.

ÉPOCA – Existe algum desafio em particular que o senhor identifica na América Latina – como crescimento econômico, corrupção ou educação – que atrapalhe o progresso na região?

Clinton –
Uma das coisas em que nos concentramos em nossa fundação é a ideia de crescimento econômico de baixo para cima: construir cadeias de oferta e distribuição que ajudem pessoas de baixa renda. No Peru, nos Andes, oferecemos oportunidades a mulheres para vender produtos em vilarejos remotos e praças das cidades, para que aumentem sua renda em quatro, cinco vezes. Isso pode ser adotado em qualquer lugar da América Latina. Na Colômbia, ajudamos produtores agrícolas e pescadores a triplicar seus ganhos ao promover melhor seus produtos, na distribuição de peixe, para que ganhem mais dinheiro e tenham mais oportunidades econômicas. Espero que haja mais projetos na área de energia. Na maior parte da América Latina, a energia verde – sol, vento, energia hidrelétrica, geotérmica – é na verdade muito boa para a economia, porque é muito mais barata que importar diesel, algo que a maior parte das pessoas no Caribe tem de fazer.


ÉPOCA – Desde que o senhor deixou a Casa Branca, seu trabalho tem envolvido questões como aids, pobreza e mudanças climáticas. Muitos veem esses problemas como questões separadas. Existe uma forma combinada de lidar com elas?

Clinton –
Acho que existe, mas, para fazer isso, você precisaria ter mais dinheiro do que minha fundação tem. O que tento fazer, no caso de aids, tuberculose, malária, saúde materna e infantil, é ir a um lugar e reduzir dramaticamente o custo dos medicamentos, melhorar a distribuição, para que o tratamento de saúde possa ser melhorado e mais pessoas possam ser tratadas com o mesmo montante de dinheiro. Isso libera recursos para que países possam investir em educação e desenvolvimento. Quando trabalhamos na área de mudanças climáticas, fazemos apenas projetos que, acreditamos, criarão empregos e crescimento econômico. Tenho muitos projetos de educação, que promovemos por meio da CGI, sem parceiros, a maioria no Caribe e na África. Mas nunca tive recursos para ir a um país e desenhar um projeto amplo de desenvolvimento. Essencialmente, dar poder às pessoas é um de nossos desafios centrais.

ÉPOCA – Em termos de parceiros, o trabalho da CGI tem sido basicamente trazer grandes corporações para o mundo da filantropia. Esses esforços tendem a se tornar reféns de condições econômicas e políticas. Os governos são mais um problema que parte da solução no tipo de trabalho que o senhor faz hoje?

Clinton –
Às vezes. O que sempre tento fazer é lembrar que o governo tem de ser, no final, o garantidor não apenas dos direitos dos cidadãos, mas também da capacidade de operação da sociedade civil e das ONGs (organizações não governamentais). Acho muito importante envolvê-los (o governo), nem que seja para abençoar o que é feito. Meu verdadeiro objetivo, pelo menos em qualquer lugar onde minha fundação trabalhe, é trabalhar fora do governo e ir para algum outro lugar. Gerar capacidade para as pessoas governarem a si mesmas é uma parte importante. Mas você precisa ter padrões. Temos uma estrita política de não à corrupção.

ÉPOCA – O senhor tem falado muito em interdependência no mundo de hoje e na necessidade de colaboração – entre setores, Estados e regiões. Isso é ótimo, mas há muita competição e desconfiança. O trabalho da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) não ajudou a melhorar a confiança entre muitos países, incluindo o Brasil, e os Estados Unidos. Como é possível superar essa desconfiança para que ela não prejudique o diálogo que o senhor e outras ONGs promovem?

Clinton –
Acho saudável ter esse debate de uma forma global. A única maneira de superar a desconfiança é com as pessoas e os governos totalmente transparentes sobre o que acontece e abertos para mudanças em práticas políticas que violem nossos valores e nossos interesses mútuos. Mais transparência é o caminho – e isso é verdade dentro de um país e também em relações bilaterais e multilaterais.

ÉPOCA – O senhor é otimista com relação a esse desafio?

Clinton –
Sou relativamente otimista, sim. Se você olhar para todas as controvérsias, como a dos dados confidenciais, percebe agora que corre o risco de ter menos segurança e menos privacidade. E, se quisermos mais segurança e uma privacidade adequada, isso exigirá cooperação, transparência e que todo mundo siga os parâmetros básicos do que façamos. Há todo tipo de desafio, que todos enfrentamos, por entre as fronteiras, e temos uma enorme quantidade de informação que pode ser usada e abusada. Estamos construindo um verdadeiro mundo interdependente e sou bastante otimista em relação a isso. Estou mais concentrado no que temos agora: uma escassez global de bons empregos para jovens, em qualquer lugar do mundo. Os desafios econômicos são outro argumento por transparência e cooperação. Você precisa achar uma forma de tornar possível que as pessoas tenham uma vida decente em qualquer lugar. O mundo teve sucesso nos últimos 30 anos em reduzir a pobreza extrema – e a China sozinha tirou quase 500 milhões de pessoas da pobreza –, mas ainda existem (na China) 100 milhões vivendo com menos de US$ 1 por dia. Brasil e México tiveram, ambos, uma perceptível redução da desigualdade, em parte por ter erguido as pessoas de baixo para cima. Mas, como vimos nos protestos (no Brasil), ainda existe muita frustração entre os jovens de classe média, que querem uma vida melhor. Esses são desafios que todos enfrentamos. Se não formos otimistas quanto à transparência, ninguém terá nada a ganhar no longo prazo escondendo. Há muito mais a ganhar cooperando.

sábado, 23 de novembro de 2013

Doutor tipo exportação

SAÚDE - BRASIL

Do criador do maior centro de transplantes do mundo ao doutor-cientista que voltou de harvard para revolucionar o tratamento do mal de alzheimer, conheça os médicos brasileiros que mudaram a história da medicina mundial

 Ao proferir o juramento de Hipócrates, todo médico recém-formado promete exercer a nobre arte de curar seguindo os preceitos da honestidade, da caridade e da ciência. Alguns poucos profissionais de branco conseguem fazer bem mais do que isso: em bibliotecas, laboratórios ou salas de cirurgia, eles desenvolvem conhecimentos e inventam técnicas que mudam parâmetros e padrões de conduta. Alguns brasileiros fazem parte desse grupo de excelência da medicina global. Suas técnicas são hoje reverenciadas e adotadas por países como França, Estados Unidos e China. O trabalho desses médicos é quase silencioso – “meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados”, diz o texto do juramento –, não fosse por homenagens que recebem em prêmios mundiais, reconhecimento supremo do ofício, mas de pouca repercussão fora da academia. É o caso de José Osmar Medina, celebrado pelo seu trabalho no Hospital do Rim, criado por ele e hoje o maior centro de transplantes público do mundo. Ou de José Pedro da Silva, que recebe convites de diferentes partes do globo para ensinar a técnica que mudou a maneira de realizar operações cardíacas em crianças. Em um momento em que o Brasil polemiza na busca por melhorar as condições de saúde pública trazendo médicos de fora, GQ homenageia o trabalho de ponta de cinco doutores brasileiros – três cardiologistas, um nefrologista e um neurologista – que revolucionaram a medicina. 

 

José Eduardo Sousa
primeiro médico a fazer cateterismo no Brasil e Criador do stent, ele é reverenciado dos Estados Unidos ao Japão 

José Eduardo Sousa (Foto: Victor Affaro) Aos 79 anos, a trajetória do médico maranhense José Eduardo Sousa confunde-se com a história da cardiologia no mundo. Depois do curso na Universidade Federal de Pernambuco e das residências no Instituto Dante Pazzanese e na cardiologia pediátrica de Harvard, ele seguiu para a Cleveland Clinic, famoso centro de cardiologia americano, onde o presidente João Figueiredo se tratou. Ali, havia sido realizado pela primeira vez um exame que revolucionaria a cardiologia: o cateterismo. Com um catéter introduzido pela perna ou braço do paciente era possível chegar ao coração e ver o grau de obstrução das artérias coronárias. O ano era 1966, e o jovem Eduardo Sousa, que presenciou tudo, foi o responsável por importar a técnica e fazer o primeiro exame de cateterismo no Brasil. Em 1968, outra revolução: Adib Jatene, ex-ministro da Saúde, fez a primeira ponte de safena nacional. Durante anos, a única maneira de salvar esses pacientes era abrir o peito, em cirurgias longas e de recuperação demorada.

Eis que um médico alemão criou uma nova técnica, a angioplastia com balão, espécie de cateterismo com um balão que “sugava” a obstrução. E foi novamente Eduardo Sousa, após uma temporada na Europa, quem adotou a técnica no Brasil. “Mas apenas em 1999 entrei realmente para a história da medicina”, orgulha-se o médico. A técnica proposta por ele consistia em colocar uma prótese de metal dentro da coronária. Pela primeira vez no mundo era usado o hoje famoso stent, um implante de aço inoxidável inserido no coração via catéter. Desde que teve licença de uso liberada no Brasil, em 2002, Eduardo Sousa já colocou stents em 5 mil pacientes (ou 8 mil implantes, já que em alguns casos é necessário mais de um stent). Em 2012, o médico lançou um livro em que relata as operações uma a uma, com o acompanhamento de cada caso. É um dos maiores tratados sobre esse revolucionário método. Mas Eduardo Sousa ainda não se dava por satisfeito. Voltou a estudar e, em parceria com a indústria farmacêutica, colocou uma droga chamada rapamicina no stent. Outra ideia simples, e genial: com o remédio liberado no ponto da obstrução na coronária, o paciente já não precisaria retornar ao centro cirúrgico – estava curado.

Os bons resultados do stent farmacológico levaram o médico a ser convidado a ensinar a técnica em países como China, Estados Unidos e Austrália. “Quando falei no Japão fiquei surpreso, as pessoas me conheciam”, conta. Ao longo da carreira, apresentou 600 trabalhos em congressos internacionais, 1,5 mil em congressos nacionais e publicou 450 artigos em revistas especializadas.
Entre as centenas de homenagens recebidas, a que mais o emocionou foi o TCT Career Achievement Award, de 2003, em Washington. “Havia 10 mil médicos do mundo todo e fui o 12º a receber esse prêmio.” Toda a família o acompanhou – a esposa, também cardiologista, os seis filhos e até a mãe. “Fiz questão de levá-la de Pedreiras (a 200 quilômetros de São Luís) para me ver receber o prêmio.”

Para manter a própria saúde cardíaca, o médico conta que é viciado em se pesar, bebe o mínimo de álcool possível e não perde um jogo do Palmeiras. Diante da situação do time este ano, em que disputa a Segunda Divisão, o remédio tem sido mesmo assistir aos concertos da Sala São Paulo.

 
José Pedro da Silva
mudou a forma de fazer cirurgias cardíacas em crianças 

José Pedro da Silva  (Foto: Victor Affaro) O homem que mudou o mundo.” Foi assim que o americano Joseph Dearani, da Mayo Clinic, um dos mais conceituados centros de pesquisas médicas mundiais, apresentou o brasileiro José Pedro da Silva, no encontro anual da Sociedade de Cirurgiões Torácicos, nos Estados Unidos, em 2012. Aos 66 anos, o cirurgião cardiovascular com especialidade em crianças é responsável por revolucionar a cirurgia de Ebstein, que corrige uma má-formação congênita que impede o sangue de circular pelos dois lados do coração. Com sua técnica, um cone feito com o tecido do próprio paciente, ele conseguiu que o sangue percorra seu caminho natural, evitando novas cirurgias. Antes dele, o paciente teria de passar por operações a cada dez anos, sempre. Agora, se tudo der certo, não volta mais.


Seu feito foi publicado no Journal of Thoracic and Cardiovascular Surgery, em 2007, e logo médicos dos principais centros de cardiologia do Japão e Inglaterra enviaram profissionais para aprender com ele. Hoje, Silva é recomendado pelo Children’s Hospital de Boston, ligado a Harvard, para casos complicados. Tanto fez que virou alvo de peregrinação: a família de uma criança americana salva por ele criou a Ebstein’s Anomaly Foundation, fundação que custeia a vinda de médicos ao Brasil para aprender com Silva.

O médico falou com a GQ antes de entrar num centro cirúrgico no Paraguai, onde operaria seis crianças. Dois dias depois, em Londres, ele ensinaria sua técnica no Royal Brompton Hospital. Apesar das dez horas de trabalho diário, José Pedro mantém o telefone ligado de madrugada e não se incomoda em correr para o hospital. “Médicos têm um pouco de super-heróis”, diz.

Erra feio quem entende a afirmação como empáfia. Ele mesmo foi salvo por um. Silva nasceu na Fazenda da Faca, em Pirajuí, oeste paulista. Como sua mãe não havia sido vacinada, sofreu ao nascer de tétano umbilical e foi desenganado. Um médico chegado do Rio de Janeiro, com a recém-lançada penicilina na mala, salvou o bebê. Seu pai também foi salvo de uma tuberculose por um médico brincalhão, cuja lembrança nunca o abandonou.

Estudou na zona rural e, sem cursinho, passou em medicina na Universidade Estadual Paulista, em Botucatu. Para se manter, fazia retratos: “Pintei todas as debutantes da cidade”. Depois da residência no Hospital do Servidor Público de São Paulo, foi para a Cleveland Clinic, referência mundial em cardiologia. Pai de duas meninas e de um garoto de 6 anos, ele acaba de publicar uma nova técnica, a “translocação pulmonar”, que ainda deve gerar congressos e salvar vidas. Nas raras folgas, aprecia prazeres que chama de simples, como pintar, jogar xadrez e caminhar na praia.

 

José Osmar Medina Pestana
criador do maior centro de transplantes do mundo, recebeu um prêmio de Harvard 

José Osmar Medina Pestana (Foto: Victor Affaro) Se não fosse a história de vida do nefrologista José Osmar Medina Pestana, a trajetória desse médico poderia ser o enredo de um conto de fadas. Nascido na zona rural de Ipaussu, interior de São Paulo, filho de uma costureira e de um pedreiro, ele chegou a trabalhar como torneiro para custear o cursinho que o ajudou a ingressar na Escola Paulista de Medicina, em 1974. Hoje, aos 60 anos, é o responsável e criador do Hospital do Rim, em São Paulo, que faz mil transplantes por ano. Mais de 12 mil pessoas já foram transplantadas, todas pelo sistema de saúde pública. Essa marca faz do hospital que Pestana criou o maior centro de transplantes público do mundo. E o credenciou a receber um prêmio em Harvard, em novembro de 2012, pelas mãos de Joseph Murray, Nobel de Medicina em 1990, o primeiro médico a realizar um transplante de órgãos na história.

O senhor deve ter ficado lisonjeado, não? “Não, fiquei foi um bocado nervoso”, conta o médico, com sotaque caipira e jeito tímido. Foi, na verdade, um “prêmio tarefa”, em que durante três dias deu aulas para um auditório em Harvard repleto de médicos do mundo todo. Ali, ele explicou o sistema de estações, espécie de “produção em série” ao estilo das montadoras de carros, que desenvolveu para tratar com eficiência (e humanidade) seus pacientes. Após serem recebidos pela enfermagem, passam por clínicos gerais, especialistas, psicólogos e nutricionistas – e são atendidos pelos profissionais do pré-operatório à recuperação. Assim, a partir de melhorias simples no tratamento, o número de transplantados, que era de quatro por ano em 1983, chegou a mil.

No Hospital do Rim não há pacientes particulares: 90% dos tratamentos são pagos pelo Sistema Único de Saúde e o restante por convênios. Apenas em seu consultório ele atende de forma particular. O médico ainda faz trabalho voluntário e orienta 30 alunos que entraram na Escola Paulista de Medicina pelo sistema de cotas. “Eles passam mais de duas horas no trânsito para estudar. Eu os ajudo na formação, já mandei 22 estudantes para o exterior.”
Medina é casado e pai de dois filhos. Um deles cursa o quinto ano de medicina na Santa Casa. Entre um compromisso e outro, o médico se dedica a grandes causas. Participou, por exemplo, dos protestos de rua em julho, quando deixou o jaleco sobre a mesa e foi para a Avenida Paulista reivindicar. “Foi emocionante ver a moçada na rua, acho que se houver mais comprometimento com o trabalho viveremos em um mundo melhor.”



Antônio de Salles
Ele criou o marca-passo cerebral que revolucionou o tratamento da obesidade e do mal de Alzheimer 

Antônio de Salles (Foto: Victor Affaro) Se nos anos 60 o grande desafio da medicina era o coração, hoje a aventura é desvendar o cérebro.” Quem diz isso é o neurocirurgião Antônio de Salles, de 58 anos, que voltou ao Brasil no ano passado, após mais de 20 anos correndo o mundo. Nascido no Paraná e criado em Goiânia, ele cursou a Universidade Federal de Goiás antes de partir para o Medical College of Virginia, nos Estados Unidos, onde estudou trauma de crânio e terapia intensiva. Anos mais tarde, foi admitido em Harvard, onde especializou-se em cirurgia estereotáxica, que consiste em um sem número de cálculos para tornar as operações do cérebro menos invasivas e mais eficazes.

Dos Estados Unidos, seguiu para Suécia, onde iniciou sua carreira acadêmica na Universidade de Umea. A escuridão do inverno, porém, levou-o a buscar pontos mais ensolarados, e ele acabou na Universidade da Califórnia. Na UCLA fundou o Serviço de Radio-Cirurgia e Estereotaxia (intervenções pouco invasivas, como biópsias), do qual ainda é diretor. Foi lá que começou a estudar as técnicas de neuromodulação, a implantação de marca-passos no cérebro para tratar pacientes com obesidade mórbida e mal de Alzheimer, por exemplo. A primeira cirurgia do tipo foi feita por sua equipe em 1996. De lá para cá, já implantou os aparelhos em 600 pacientes. “Bulimia, anorexia e até depressão também podem ser tratadas com esse implante cerebral.”

Para trazer a técnica ao Brasil, o médico inaugura até dezembro um centro cirúrgico de US$ 10 milhões, no novo prédio do HCor. O laboratório abrigará aparelhos e computadores avançados, que o ajudarão na criação do centro de neurociência do hospital paulistano. “Vamos introduzir a neuromodulação cerebral no país”, diz.

Apesar de morar em São Paulo com a família, a esposa também neurocirurgiã e o filho Lucas, de 6 anos (que quer ser médico), ele mantém estudos e pesquisas laboratoriais em Los Angeles. A cada dois meses, também atende a consultas por lá.

E não é apenas nos centros cirúrgicos que seu talento aparece. Salles também é escritor – seu dia começa às 4h30, quando acorda para escrever ficção. Seu primeiro romance Why Fly Over the Cuckoo’s Nest? (Por que cuidar da saúde mental?, em tradução livre) está nas mãos do americano Glenn Berenbeim, roteirista de séries de sucesso da TV americana, como O Toque de um Anjo, exibida no Brasil pela Globo nos anos 90. Se tudo der certo, além de aparecer como autor de artigos científicos, seu nome poderá ser visto nos créditos de filmes de Hollywood.



José Carlos Pachón Mateos
Cientista e médico, do laboratório dele saíram técnicas que facilitam as cirurgias no coração
  

José Carlos Pachón Mateos (Foto: Victor Affaro) Nossa entrevista estava marcada para as 11h de uma sexta-feira, mas ela só pôde ser feita às 9h da manhã seguinte. Naquela dia supostamente tranquilo, José Carlos Pachón Mateos, de 57 anos, emendou um procedimento no outro e ficou 12 horas ininterruptas dentro de um centro cirúrgico. “Eu nem sinto mais o tempo passar”, disse o médico, que estava feliz pelo sucesso em ambas operações.

Em São Paulo desde 1979, o mineiro de Uberaba é hoje o diretor do Serviço de Arritmia do HCor e também o responsável pelo Setor de Estimulação Cardíaca Artificial do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Fora do Brasil, ele é conhecido como o médico responsável por criar técnicas capazes de curar arritmias graves com métodos pouco invasivos, que devolvem o paciente à vida normal com apenas três dias de repouso, em média. Antes dele, era preciso abrir o peito e o tórax dos doentes, que levavam meses para voltar à rotina.

Uma de suas criações é a estimulação cardíaca pelo esôfago, técnica celebrada em congressos europeus e que hoje é amplamente usada na França. Por meio dela, é possível curar uma arritmia, com o uso de uma pequena e finíssima sonda que chega ao ponto entrando pela perna do paciente. Outra, a “estimulação ventricular bifocal”, que como sugere o nome estimula os ventrículos em dois pontos diferentes, foi recentemente experimentada em Taiwan. Mais duas técnicas para o tratamento da fibrilação atrial – a doença que matou o jogador Serginho, do São Caetano – e da síncope vagal maligna, que causa desmaios e apagões inesperados, foram apresentadas e começam a ser usadas em diferentes partes do planeta. Todas têm a mesma característica, são menos invasivas e altamente avançadas.

Graças ao trabalho desse médico, fica cada vez mais distante a necessidade de abrir o peito e o tórax do paciente – a maioria dos males é tratada com um catéter que chega ao ponto com o auxílio de computadores. Atualmente, o grande aliado de sua equipe é um computador que permite ver o coração em 3D por dentro e batendo, para checar onde estão as arritmias.

Filho de uma família de três irmãos médicos, Pachón também é pai de três filhos médicos. “Digo que quando eles se formaram em medicina eu realmente me reproduzi”, diz. Para ele, que entende a medicina como um estilo de vida, esta era a área que mais abrangia física, química e biologia, suas paixões. Por isso, além das cirurgias e do tempo que passa em seu consultório, em Moema, ele comanda uma equipe de cientistas em seu laboratório no Dante Pazzanese. É do cruzamento dessas frentes que surgem as técnicas que vêm se tornando referência no mundo.


terça-feira, 5 de novembro de 2013

Prostitutas poderão receber programa com cartões de débito e crédito em Minas


PROSTITUIÇÂO

A CEF (Caixa Econômica Federal) firmou convênio com a Associação de Prostitutas de Minas Gerais e, reconhecendo essas profissionais como autônomas, irá permitir que elas possam receber pelos programas por meio de cartão de débito e crédito. Os programas, inclusive, poderão ter seus pagamentos parcelados.
Segundo a presidente da Associação de Prostitutas, Maria Aparecida Vieira, a Cida, 46, 20 garotas de programas de Belo Horizonte já abriram conta na CEF e devem receber as máquinas para debitar e creditar os valores dos programas ainda neste mês.
"Para ter acesso aos benefícios, as meninas precisam fornecer documentos básicos, como carteira de identidade e comprovante de endereço à associação. Depois do cadastro, as meninas são orientadas a abrir conta corrente na Caixa. Pelo acordo, travestis e transexuais, filiados, podem também participar", afirmou a presidente. Cida Vieira afirma que o convênio foi feito em outubro, mas divulgado somente nesta terça-feira (5).
A assessoria da Caixa informou que, com o convênio, as prostitutas e travestis que fazem programas remunerados, terão o mesmo tratamento de outras categorias de autônomos.
Além da possibilidade de receber por meio de cartão, as prostitutas terão também cobertura de previdência social, aposentadoria por idade e invalidez, auxílio doença, salário maternidade, pensão por morte, auxílio reclusão, custo zero para formalização, imposto zero para o governo federal e talões de cheque, cheque especial e dinheiro para capital de giro.
"Com os benefícios ficará mais fácil receber dos clientes, além de ajudar, e muito, na questão da segurança. Sempre andamos com dinheiro e isso facilita a ação dos assaltantes", diz.
"Podendo pagar com cartão, o cliente que quer estender o programa mas está sem dinheiro, vai poder ficar com a menina por mais tempo sem nenhum transtorno. Com isso, o número de programas e o lucro das prostitutas devem aumentar", afirma Cida Vieira.

sábado, 5 de outubro de 2013

Entrevista com Flávio do Carmo


Política - Serrinha,RN



         
Blog: Porque voltar a cidade de Serrinha,RN

Flávio do Carmo: Não estou feliz longe de minhas raízes, longe do meu povo, sei que posso fazer e vou fazer muito por meus irmãos Serrinhenses, só assim serei feliz de verdade. 

Blog: E na política, quem você seguira em Serrinha

Flávio do Carmo:Sou independente

Blog: Você já é filiado a algum partido político

Flávio do Carmo:Eu e alguns corajosos amigos estamos assumindo o novo diretório municipal do PPS de Serrinha,RN


Blog: Você vai voltar com os trabalhos sociais 

Flávio do Carmo: Vou sim, vou levar saúde de qualidade e atendimento jurídico.

Blog: De que forma

Flávio do Carmo: Vou voltar com os projetos SAÚDE PARA TODOS e JUSTIÇA PARA TODOS.

Blog: E o jornal FOLHA DE NOTICIAS

Flávio do Carmo: Vai voltar com força total, com todas as noticias boas e ruins de nossa cidade.

Blog: Boa sorte

Flávio do Carmo: Obrigado, DEUS tem me abençoado muito e eu peço apenas Saúde para que desta forma eu possa realizar todos os meus sonhos.

Entrevista concedida neste sábado 05/10/2013




domingo, 22 de setembro de 2013

Assaltantes fazem arrastão em restaurante de bairro nobre de Natal

Violência - RN

Pelo menos 30 clientes tiveram celulares, dinheiro e relógios levados.
Ladrões fugiram em motos pelas ruas de Petrópolis, na zona Leste.


Restaurante da zona Leste de Natal foi alvo de arrastão neste domingo (22) (Foto: Rogério Vital)Restaurante da zona Leste de Natal foi alvo de arrastão neste domingo (22) (Foto: Rogério Vital)
 
Pelo menos 30 pessoas foram roubadas durante arrastão em um restaurante em Petrópolis, bairro nobre da zona Leste de Natal. O crime aconteceu na madrugada deste domingo (22) no Benditas Buteco. Os quatro assaltantes, que estavam armados e usavam capacetes, fugiram em motos. Nenhum deles foi identificado ou localizado até o momento.


Segundo Márcia Barcelos, proprietária do bar, por volta de 0h30 havia cerca de 40 pessoas no estabelecimento, que fica na rua Monsenhor Severiano. Os ladrões renderam os seguranças que estavam na porta, entraram no salão e anunciaram o assalto.
De acordo com a empresária, o grupo se dividiu. "Um deles ficou do lado de fora, mantendo o nosso segurança refém. Enquanto isso, os outros três pegavam tudo o que podiam no caixa, na cozinha e dos clientes. Esse ação toda demorou cerca de 10 minutos. Foram momentos de horror", falou.
Após o crime, os assaltantes fugiram em motos. Márcia Barcelos disse que acionou a Polícia Militar em seguida. "Os policiais chegaram cerca de meia hora depois do chamado e sequer desceram do carro. Eu tive que me dirigir até eles e saber que providências iriam tomar. A única coisa que diziam é que não poderiam fazer mais nada e que encaminhasse as imagens das câmeras de segurança para a Polícia Civil".
Alguns clinetes já registraram queixa de roubo na delegacia de plantão da zona Sul de Natal. Márcia Barcelos disse que irá registrar boletim de ocorrência nesta segunda-feira (23).

 

Fazendeiro é assassinado após ser levado de casa por bandidos no RN

Violência - RN

José Gomes Neto tinha de 56 anos e morava em São José de Campestre.
Segundo a polícia, cinco homens invadiram a fazenda e o sequestraram.


O fazendeiro José Gomes Neto, de 56 anos, foi encontrado assassinado na madrugada deste domingo (22) entre as cidades de São José de Campestre e Senador Elói de Souza, na região agreste do Rio Grande do Norte. Segundo informações da polícia, ele havia sido sequestrado por cinco homens armados que chegaram à fazenda dela pouco depois da meia-noite em um Palio. A polícia ainda não sabe informar o que motivou o crime.
Ainda segundo a polícia, ao chegar à casa de José Gomes, a quadrilha disse para ele abrir a porta porque eram policiais e estavam em uma operação. No entanto, logo que os homens encapuzados e armados entraram na residência, pegaram a vitima e sequestraram.
Em seguida, os familiares do fazendeiro começaram a procurar por ele e acionaram a polícia. O corpo foi encontrado já durante a manhã. José Gomes foi morto a tiros. Policiais encontraram projéteis de pistola calibre 380 próximo ao corpo.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Sem acordo, bancários cruzam os braços na próxima quinta-feira

GREVE DOS BANCÁRIOS

Os bancários do Rio Grande do Norte decidirão na quarta-feira (18) se entrarão em greve por tempo indeterminado a partir da quinta-feira (19). Ontem (12), os profissionais aprovaram o indicativo de greve e garantem que, caso não haja uma sinalização positiva por parte dos bancos, haverá a paralisação total. "Não faremos paralisação de advertência. Se pararmos, vai ser por tempo indeterminado", explicou a presidente do Sindicato dos Bancários, Marta Turra.

Segundo a sindicalista, as negociações por melhorias estão paradas desde agosto e não há uma sinalização de oferta por parte dos bancos que se aproxime do pedido dos funcionários, que é um reajuste imediato de 22% para os funcionários dos bancos públicos e privados. Além disso, eles também cobram contratação de mais profissionais para atenderem às demandas.
Bancos
"Eles (bancos) ofereceram 6,1% de reajuste, que não dá nem a inflação. Dizem que não podem contratar, não podem fazer concurso, não podem dar isonomia de direitos, não podem fazer nada. Nossa pauta está totalmente rechaçada", disse.

Sobre os salários dos servidores, Marta Turra afirma que houve diminuição de 90% no poder de compra dos funcionários de bancos públicos desde a implantação do Real como moeda no país. Porém, ela diz que a categoria admite negociar a reposição das perdas com reajustes escalonados durante três anos.

"Queremos os 22% imediatamente para começar a equalizar os salários. Vai atender à defasagem do setor privado. No público, vai ser referente a parte das perdas, mas o restante negociaremos futuramente", disse.

Os bancários farão no dia 18 de setembro, às 19h, no antigo Colégio Imaculada Conceição, a assembleia que definirá se a categoria suspenderá as atividades no dia 19. "Acabou a paciência", disse Marta Turra.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Musa do Brasiliense - Vanessa Soares



 Entretenimento



http://www.brasiliensefc.com.br/multimidia/album.asp?id=245

Proibido para menores de 18 anos

Perda da memória por idade pode ser reversível

Saúde - Mundo

Equipe da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, identificou que a falta de uma proteína (presença da cor amarela na imagem acima) no hipocampo é a principal causa da perda de memória associada ao envelhecimento. O estudo feito com células cerebrais humanas retiradas de cadáveres, assim como de camundongos, é a evidência mais forte até agora de que a deterioração da memória com a idade é diferente da causada pelo Mal de Alzheimer. "A perda de memória por idade se dá em uma mudança no funcionamento dos neurônios, diferenciando esse tipo da influenciada pelo Mal de Alzheimer, que causa perda significativa de neurônios no cérebro", explica o Nobel Eric Kandel, que coordenou o estudo Elias Pavlopoulos, PhD/Columbia University Medical Center
 
A deficiência de uma proteína no hipocampo cerebral é a principal causa para a falta de memória no envelhecimento, mas esse processo associado à idade pode ser reversível, diferente do que acontece com o alzheimer, aponta pesquisa divulgada nesta quarta-feira (28) no periódico médico da Associação Americana de Ciência, a Science Translational Medicine.

O novo estudo foi liderado por um dos maiores especialistas em memória do mundo, o austríaco Eric Kandel, que trabalha na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. O neurocientista foi premiado em 2000, junto com Arvid Carlsson e Paul Greengard, com um Nobel de Fisiologia e Medicina por suas pesquisas em lesmas-do-mar que identificaram os genes e as proteínas que tornam possíveis as lembranças de curto e longo prazo nos neurônios.

"Nossa pesquisa fornece sólidas evidências de que a perda de memória associada à idade é uma síndrome com causas e consequências independentes do Mal de Alzheimer", afirma Kandel na divulgação da Universidade. "Os resultados terão impacto na saúde pública."
Para diferenciar os processos de perda de memória desencadeados pelo envelhecimento dos iniciados pelo Mal de Alzheimer, o grupo avaliou células cerebrais em estado de pós-morte retiradas de oito adultos que tinham entre 33 e 88 anos.
Isso lhes permitiu isolar as regiões do hipocampo, que se que se ocupa da aprendizagem e da memória no cérebro, prejudicadas por cada um dos dois tipos de perda de memória, destacando o papel da proteína RbAp48. Eles apontaram que seu declínio no cérebro está associado a uma menor capacidade do órgão em lembrar de fatos.

Processo reversível

Depois de identificar a ação da proteína nas amostras de células cerebrais humanas, os neurocientistas fizeram alterações genéticas da RbAp48 para saber como ela se comportava nos cérebros de camundongos jovens em comparação aos dos animais mais velhos.
Nesse estudo adicional, o grupo constatou nas espécimes mais jovens a mesma perda de memória das cobaias mais velhas, causada "naturalmente" pelo envelhecimento. Porém, ao restaurar os níveis da proteína, a memória dos camundongos jovens voltava à capacidade normal.
Em uma segunda etapa, os pesquisadores fizeram transferência genética viral nos cérebros de camundongos velhos, aumentando a presença da RbAp48. Eles observaram uma melhora na capacidade de memória com a proteína, com índices comparáveis aos notados em camundongos jovens.

"O fato de termos conseguido reverter a perda de memória associada ao envelhecimento nos camundongos é encorajador", diz Kandel.
"Isso mostra que a RbAp48 tem um papel fundamental nesse processo, e que a perda de memória associada à idade se dá numa mudança no funcionamento dos neurônios, diferenciando esse tipo de perda de memória da influenciada pelo Mal de Alzheimer, que causa perda significativa de neurônios no cérebro."
O artigo científico ressalta, no entanto, que ainda não é possível afirmar que a técnica se aplicaria a cérebros humanos.

"Ainda não temos como afirmar que a técnica funcionaria em humanos, mas o ponto é que, para desenvolver intervenções eficazes, primeiramente temos de achar o alvo correto. Agora nós já temos esse alvo e podemos avaliar terapias que podem funcionar no combate à perda de memória, sejam elas farmacêuticas, nutracêuticas ou à base de exercícios físicos e cognitivos", conclui Scott Small, coautor do estudo com ratos

Casa Branca diz ao Brasil que reportagens 'distorceram atividades'

Política Internacional

Segundo agência, governo disse que questões legítimas foram levantadas.
Denúncias mostraram que Dilma Rousseff e assessores foram espionados.

A Casa Branca disse nesta quarta-feira (11) que está empenhada em trabalhar com o Brasil para responder às preocupações sobre atividades da agência de inteligência americana, informou a agência de notícias Reuters. Ainda segundo a agência, a assessora-chefe de Segurança Nacional da Casa Branca, Susan Rice, se reuniu com o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, e disse que algumas reportagens publicadas recentemente "distorceram nossas atividades", mas que questões legítimas foram levantadas.


Figueiredo viajou para os Estados Unidos para, entre outros compromissos, se encontrar com Rice. De acordo com o Itamaraty, o tema da reunião foram as denúncias, divulgadas pelo Fantástico, de que a presidente Dilma Rousseff, assessores próximos e a Petrobras foram alvo das ações de espionagem dos EUA.

No dia 6 de setembro, após encontro com o presidente dos EUA, Barack Obama, na Rússia, Dima disse que ele se comprometeu a dar explicações sobre as denúncias de espionagem dos EUA até esta quarta e que assumiu responsabilidade "direta e pessoal" sobre as investigações das ações de espionagem.

"Eu quero saber o que há. Se tem ou não tem, eu quero saber. Tem ou não tem? Além do que foi publicado pela imprensa, eu quero saber tudo que há em relação ao Brasil. Tudo. A palavra tudo é muito sintética. Ela abrange tudo. Tudinho. Em inglês, everything", disse Dilma, em entrevista à imprensa na sexta (6), após reunir-se com Obama.

Dilma afirmou ter dito a Obama que a questão não era de "desculpas", mas de uma solução rápida. A presidente também disse que a viagem dela para Washington, programada para outubro, vai depender das "condições políticas" que Obama criar.

sábado, 15 de junho de 2013

Carlos Eduardo Alves dá a impressão que pode concorrer ao governo

Politica - RN - Eleições 2014


Carlos Eduardo Alves me passa a impressão que tem pressa. O prefeito de Natal parece correr contra o tempo. Deseja fazer em um ano o que qualquer gestor leva quatro anos para realizar - não foi o caso da antecessora dele, a Borboleta, de tenebrosa memória.

Carlos Eduardo não para. Corre de um lado para o outro - lança obra de mobilidade da Copa [que ainda não é percebida pela população], dá ordem de serviço para o viaduto do Baldo, anuncia a reurbanização das praias, pavimenta ruas [luta em Brasília por emenda de R$ 20 milhões para esse fim], revitaliza as feiras livres, promete melhorias na iluminação, garante que vai embelezar as praças, diz que vai reformar o Palácio dos Esportes, determina a licitação do transporte coletivo, promete choque de gestão administrativa, reconhece as perdas salariais dos professores do município, entre outras ações.

Que bom! O prefeito Carlos Eduardo Alves tem trabalhado muito para recuperar os serviços básicos do município depois do desastre que foi a gestão de Micarla de Sousa.
Mas eu sinto que há algo mais no corre-corre do prefeito. Eu estou com a impressão que Carlos Eduardo Alves articula, em silêncio, sua candidatura ao Governo do Rio Grande do Norte.

Ele nega. Mas isso não está fora de cogitação. Sem Henrique Eduardo e sem Garibaldi Filho na disputa, cresce a chance de Carlos Eduardo Alves ser lembrado para representar a família Alves na sucessão de Rosalba Ciarlini. Isso já está sendo discutido à boca miúda entre os membros do clã.
As ações como prefeito da capital - qualquer coisa que faça além da terra arrasada deixada por Micarla - podem credenciar Carlos Eduardo Alves ao posto de chefe do Executivo estadual. Os 53,83% de aprovação na recente pesquisa da Consult não são números arrebatadores para quem almeja um projeto eleitoral, mas podem ser um bom começo. Afinal, o natalense ainda anda na bronca com o gestor de plantão, seja quem for.

Agora, tem uma coisa: Carlos Eduardo Alves só será candidato se tiver o apoio do PMDB de Garibaldi e de Henrique. E isso é possível, mais adiante, por uma questão familiar.
Por enquanto, o PMDB diz que terá candidato próprio ao governo ou vai apoiar a reeleição de Rosalba Ciarlini. E Carlos Eduardo Alves segue prefeito de Natal.

Todos os créditos reservados ao NOMINUTO.COM

domingo, 19 de maio de 2013

Wilma não descarta candidatura ao Governo

Politica - Eleições 2014 - RN

A vice-prefeita de Natal e presidente estadual do PSB, Wilma de Faria, começou a entrevista de forma ponderada. Com o argumento de que as candidaturas de 2014 serão definidas apenas no próximo ano, ela não assumiu nem mesmo a defesa da candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a presidente da República. Disse que a preocupação do PSB no Estado, neste momento, é em envolver a militância.

Adriano AbreuWilma de Faria atualmente é vice-prefeita de Natal. Foi governadora do Estado em dois mandatos consecutivos.Wilma de Faria atualmente é vice-prefeita de Natal. Foi governadora do Estado em dois mandatos consecutivos.

Mas logo adiante, ela já sinaliza que o plano de ser candidata a deputada federal poderá ser trocado pela disputa ao Governo do Estado. A justificativa para isso é amparada em pesquisas eleitorais. “Está muito cedo para tomar qualquer decisão. Quem, naturalmente, levanta o nosso nome para uma candidatura majoritária são as pesquisas, que estão nos favorecendo. É o povo que está se pronunciando através de pesquisas ou que se pronuncia no dia-a-dia”, analisa. Ao ser questionada sobre a possibilidade de concorrer, afirma: “Existe, vamos dizer assim, uma situação muito favorável ao nosso nome, comparada com a atuação do atual governo”, responde, de pronto. Mas ela faz uma ressalva: a definição do PSB será ,coletivamente. Wilma de Faria critica os lançamentos de candidaturas antecipadas, mas prefere não comentar a estratégia do vice-governador Robinson Faria (PSD), que já assume a disputa ao Governo.

Acompanhe a entrevista que Wilma de Faria concedeu à TRIBUNA DO NORTE:

Quais os efeitos que a candidatura do governador de Pernambuco Eduardo Campos para presidente da República poderá ter nas articulações que estão sendo feitas em Natal com vistas ao pleito de 2014?

O PSB, tanto do Rio Grande do Norte quanto nacional, deixou muito claro para todo mundo, para toda a imprensa, que nós estamos neste ano trabalhando a questão da militância, da capacitação, cada vez mais envolvimento da militância, treinamentos, organicidade no partido, crescimento (da legenda). Para a agremiação partidária, esse é o objetivo de 2013. Agora, para quem está na administração, é trabalhar. No meu caso eu tenho que estar junto com Carlos Eduardo cumprindo uma missão que nós nos propusemos a enfrentar e estamos enfrentando. Estamos reorganizando Natal, reestruturando os programas, fazendo investimentos, e isso nós estamos priorizando.

Caso se viabilize a candidatura do governador Eduardo Campos a presidente da República, a senhora ficaria à vontade em uma campanha contra a presidenta Dilma, uma vez que tanto defendeu o Governo dela (de Dilma Rousseff)?

Essa questão de prognóstico para o futuro, não vou discutir porque não está definido. Essa pergunta eu não vou poder responder porque nosso presidente (do PSB, Eduardo Campos) não é candidato.

Mas tenho informações de que a senhora esteve com o governador Eduardo Campos. Ele escuta incentivo para disputar a Presidência?

Eu estive com o governador. Primeiro estive com ele em fevereiro. Estive com ele há pouco mais de 15 dias. A orientação dele foi essa: esse é um ano de orientação com os Estados, com os municípios. Preocupação com o pacto federativo, porque nós precisamos apoiar cada vez mais os municípios, e os Estados, também no sentido de dar mais condições para atender as demandas que aumentam. É preciso dar mais assistência ao cidadão. Em nível nacional, há uma preocupação com a questão da inflação, com a economia, em continuar crescendo. Essa é a orientação que ele tem nos dado. As decisões ficam para o próximo ano. Estamos trabalhando, o Partido dos Trabalhadores (no Rio Grande do Norte) nos convidou para discutir 2014.

A reunião sobre 2014 no momento em que o PSB tem uma pré-candidatura (de Eduardo Campos) e o PT tem outra (de Dilma Rousseff), os acordos firmados não poderão minguar, complicar?

Não, porque não temos qualquer decisão. Neste momento há decisão da candidatura da presidenta Dilma. Ela (Dilma Rousseff) tem sido uma presidenta muito bem avaliada e nosso partido tem participado desse trabalho de construção de um novo Brasil. Ela tem sido uma boa administradora.

Adriano AbreuVice-prefeita mantém possibilidade de concorrer nas eleições majoritárias ou proporcionalVice-prefeita mantém possibilidade de concorrer nas eleições majoritárias ou proporcional

A senhora acredita que o PT no Palácio do Planalto dá sinais de cansaço? Como a senhora avalia o Governo Dilma na perspectiva das dificuldades econômicas e as metas ainda não alcançadas?

As dificuldades econômicas existem. Mas eu estou sentindo que o Governo, a nossa presidente Dilma Roussseff tem conseguido controlar. A equipe dela está no controle da inflação e a gente torce por isso. Assim como torcemos para redução do desemprego.

O PSB nacional hoje está dividido: há uma ala que defende a candidatura de Eduardo Campos a presidente e outra que deseja a manutenção da aliança com o PT de Dilma Rousseff. A senhora está em qual das duas alas do PSB?

Veja, eu estou preocupada com a organicidade do partido, com a militância. Aqui no Rio Grande do Norte a gente é oposição, precisamos continuar organizando e crescendo. Precisamos estar atentos a toda militância, orientando, capacitando. Eu não tenho como falar sobre isso agora. Não há nada definido, existe probabilidade (da candidatura de Eduardo Campos). O governador tem dito que a gente pode fazer mais, que ele deseja ver o Brasil, crescendo cada vez mais. Estamos aguardando. Em todas as reuniões, em todos os seminários que houve, a tônica é de aguardar para as decisões serem discutidas no próximo ano.

No contexto da militância local, a deputada federal Sandra Rosado reclama da falta de diálogo no PSB do Rio Grande do Norte. A senhora concorda com a parlamentar de que está faltando diálogo no partido que a senhora preside?

Diálogo é necessário que sempre exista. Eu também quero que tenha diálogo permanente, de parte a parte, do meu trabalho e do trabalho dela e de todos os demais parlamentares. É muito importante que na democracia você discuta, você debata.

E não está havendo diálogo no PSB?

Está havendo. Agora se precisa haver mais aí será melhor para democracia e para o partido. Ela (Sandra Rosado) falou em um momento importante, quando nós estamos intensificando a atuação do partido em todos os municípios e todas as regiões do Estado. E estamos trazendo para trabalhar e atuar cada vez mais conosco uma entidade importante que é a fundação João Mangabeira.

Já entrando no assunto de 2014, a senhora tem dado sinalizações de que será candidata a deputada federal, mas a militância do PSB defende o nome da senhora para o Governo, por outro lado assessores seus afirmam que a senhora alimenta o desejo de disputar o Senado.

Acho que todas as lideranças do Rio Grande do Norte estão hoje sendo questionadas. Eu quero colocar também para vocês que está muito cedo para tomar qualquer decisão. Quem, naturalmente, levanta o nosso nome para uma candidatura majoritária são as pesquisas, que estão nos favorecendo. É o povo que está se pronunciando através de pesquisas ou que se pronuncia no dia-a-dia da população.

A senhora admite que há possibilidade de disputar o Governo ou o Senado?

Existe, vamos dizer assim, uma situação muito favorável ao nosso nome, a nossa atuação comparada com a atuação do atual governo. A nossa atuação administrativa como governadora está sempre sendo comparada à atual administração. Aí isso levanta essa possibilidade de candidatura que é perguntada por toda imprensa.

As pesquisas podem fazer a senhora repensar o que vinha sendo dito como “provável caminho”, ou seja, a disputa a deputada federal?

Veja bem, a política é feita de diálogos, decisões que são tomadas pela militância e por aqueles que atuam como simpatizantes. Então, você não pode, aqui no Rio Grande do Norte ou no Nordeste, ver pessoas se lançando candidatas. O lançamento de qualquer candidatura deve ser feita pelo povo. Precisa ser feita no momento certo e o certo é em 2014. Estamos discutindo o melhor para o partido. Temos a chapa de deputada estadual que precisa se viabilizar em uma aliança boa, que combine os nossos ideais com o das demais agremiações. Tem a candidatura de deputada federal... o partido precisa crescer na chapa de deputada federal.

A senhora teme o reflexo das operações deflagradas pelo Ministério Público durante a sua gestão em uma possível candidatura?

Quantos processos nós vimos acontecer nos governos anteriores? Isso é normal que tenha investigação. O mais importante para qualquer gestor, quando sai do governo, é o olhar não só a conta dele, como a família dele, em relação ao imposto de renda. Aí você vai saber quem é que realmente saiu da vida pública de mãos limpas. E eu tenho muita tranqüilidade com relação a isso. E eu, Graças a Deus, passei 16 anos e meio na vida pública em relação ao Executivo e estou muito tranquila porque sei que cumpri o meu dever. Todas as vezes que houve qualquer questionamento a respeito da lisura da gestão, da ética na gestão, mandei investigar. Fui dura nisso. Muitas vezes afastava aqueles que, porventura, estivessem sendo investigados. Eu sou muito tranquila com relação a isso e o Rio Grande do Norte vai fazer justiça a todo trabalho que desenvolvi na minha vida pública.

Sobre o vice-governador Robinson Faria, ele já admite que é candidato a governador. Como a senhora avalia a postulação dele e como estão as conversas com o PSD (partido do vice-governador)?

Eu sempre defini o PSD como aliado nosso, que se somou na campanha de 2012. Esteve longe da gente em 2010, mas esteve perto em 2012. Mas a decisão de candidatura precisa aguardar porque não é Wilma que vai decidir. Vamos acabar com essa história de decisão individual. A decisão precisa ser coletiva. É o partido que define ao final. A candidatura de Robinson é muito bem vinda porque ele é uma pessoa de oposição e as oposições precisam se unir para ficar mais forte no Rio Grande do Norte.

Então o lançamento da candidatura de Robinson Faria foi prematura, já que a senhora afirmou que candidaturas só devem se pôr em 2014?

Não. Cada partido utiliza a técnica da forma como achar melhor. Falo da metodologia do PSB, como partido socialista.

Dos nomes que estão colocados como possíveis candidatos da majoritária, algum a senhora descarta possibilidade de aliança ou algum que a senhora ficaria mais a vontade na composição?

Não vou descartar nada porque não houve análise geral, ainda, pelo partido.

A governadora Rosalba costuma dizer que passou os dois primeiros anos organizando o Governo e isso em uma crítica direta a administração da senhora.

Eu acho que o Rio Grande do Norte todo já observou. O povo é sábio. Tudo que está sendo construído, por ventura agora, foi tudo iniciado na nossa gestão. E tudo que foi programado e iniciado obras como a obra de mobilidade que é a continuação da Omar O’Gray, que vai desobstruir e facilitar o trânsito na entrada da BR 101. Essa obra ainda não foi concluída e nós deixamos os recursos. Acho que o povo do Rio Grande do Norte cometeu um tremendo erro histórico porque tínhamos uma administração de rumo, tinha planejamento, estava realizando investimentos importantes em todas as áreas, preocupada com a logística, com geração de emprego e renda e agora estamos vendo o Estado se transformando e a reclamação hoje em todo Rio Grande do Norte é imensa. Faltou assistência. Veja você que em uma seca você passou meses sem secretário de agricultura. Há uma Emater que não funciona. Acabou com os programas Central do Cidadão, Farmácia Popular, o Programa do Leite.


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