sábado, 15 de janeiro de 2011

Volta dos médicos não diminui filas no Walfredo Gurgel

Saúde - RN


Roberto Carlos é um dos que esperam atendimento na fila do HWG

Uma semana depois da volta das cooperativas médicas ao serviço, 45 pacientes ainda se amontoavam ontem pela manhã em macas no corredor do Hospital Walfredo Gurgel, aguardando cirurgias nos dois hospitais conveniados à Secretaria Municipal de Saúde.
Desde o fim da paralisação dos anestesiologistas, na última segunda-feira, com o pagamento dos atrasados da categoria por parte do estado e do município, apenas 19 pacientes foram transferidos do Walfredo para os hospitais Médico Cirúrgico e Memorial, as conveniadas da SMS.
Ontem, o presidente da Copanest (anestesiologistas), Madson Vidal, garantiu que a categoria já voltou integralmente a atuar numa média de 150 procedimentos por dia. Ele lembrou que, neste época do ano, devido às férias de verão, o número de procedimentos cai entre 20% a 30%.
Bernadete Brandão, médica da Unidade de Gerenciamento de Vagas do HWG, explicou que existe um teto financeiro ditando o número de transferências de pacientes do Walfredo para os dois hospitais conveniados.
“Quando a verba termina, cessam as transferências”, resumiu.
Para a médica, os hospitais responsáveis pelas cirurgias deveriam completar toda a linha de atendimento do paciente - “desde o tratamento clínico e ato cirúrgico se necessário e a reabilitação do paciente, se possível”.
Bernadete lembrou que as prioridades médicas e as necessidades da população não são as mesmas. E criticou a forma de compra dos serviços pelas gestão pública. “Quando paga uma cirurgia de coluna, por exemplo, os gestores deveriam levar em consideração o tempo que o paciente passará se recuperando no hospital”, lembrou.
Ontem, no corredor do Walfredo Gurgel há oito dias, o técnico em telefonia, Roberto Carlos Rodrigues, sofreu fratura no pé ao ser atropelado por uma moto. “Como minha mãe é doente e não pode cuidar de mim, o melhor é ficar por aqui, mesmo sem conforto”, explicou ele.
Com exceção de um ou outro casos de AVC-Acidente Vascular Cerebral -, o restante dos casos de pacientes acomodados nas macas eram casos de fratura, aguardando remoção para um hospital onde serão operados.
O caso de Leandro de Oliveira Tavares, 24 anos, desempregado, não é diferente dos demais. Desde que caiu da moto, na última segunda-feira, ele aguarda remoção aparentemente conformado. “Se eu sair daqui agora é que não vão me operar mesmo”, disse.
Apesar do desconforto e do calor do corredor do Walfredo, os pacientes ouvidos elogiaram a comida. São seis refeições por dia, incluindo o lanche da tarde.
Em oito dias de paralisação dos serviços prestados pelos anestesiologistas ao Serviço Único de Saúde (SUS), 600 cirurgias eletivas (aquelas com datas agendadas) deixaram de ser feitas nos 16 hospitais conveniados.



Fonte;Tribuna do Norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário