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terça-feira, 6 de maio de 2014

Desequilíbrio marca o futebol brasileiro em 2013

FUTEBOL - BRASIL


O consultor de marketing e gestão esportiva Amir Somoggi apresentou a edição 2013 de seu estudo anual Finanças dos Clubes Brasileiros. Para ele, o desequilíbrio é a marca desse ano, com os clubes trabalhando de forma alavancada, com forte aumento dos custos do futebol contra um baixo crescimento das receitas, conforme vocês verão integralmente nesse post.
O pequeno crescimento das receitas foi atenuado pelo volume das operações de transferências de atletas, que, apesar disso, ficaram fortemente concentradas em poucos clubes e atletas.
Segundo Amir, o “aumento dos déficits dos clubes comprova a falta de equilíbrio entre as receitas e despesas, não apenas com os custos com futebol, mas também em suas despesas administrativas e principalmente despesas financeiras. Os clubes buscam nos empréstimos recursos para financiar suas atividades, aumentando seu endividamento e consequentemente suas despesas”.
Indo além, ele concluiu que a bolha financeira de nosso futebol é uma realidade, e deve ser enfrentada com “austeridade e racionalidade” nas decisões a serem tomadas futuramente, concluindo que “os grandes clubes brasileiros precisam rever seu modelo descontrolado de gastos e sem viabilidade comercial. As receitas geradas não são suficientes para o tamanho de suas despesas”.
Vamos, então, ao estudo, que considera sempre os 20 maiores clubes em receitas de cada ano. Atlético Paranaense e Bahia não haviam apresentado seus balanços até o final do trabalho e por isso ficaram fora dessa análise.

Receita total dos maiores clubes brasileiros
Os 20 maiores clubes em receitas do Brasil apresentaram um faturamento conjunto de R$ 3,1 bilhões em 2013, praticamente o mesmo valor registrado em 2012. Esse resultado representou um crescimento de 0,2% em um ano.
Desde 2003 os 20 clubes em receitas do Brasil viram suas receitas crescerem 375%. O resultado de 2013 foi o que teve o pior crescimento de toda a série histórica, somente melhor que 2006, quando houve retração das receitas.
 

A distribuição das fontes de receita
O ano de 2013 foi muito impactado pela redução das receitas de TV, por conta das luvas recebidas pela Rede Globo em 2012 e que não se repetiram em 2013. Por outro lado houve um aumento substancial das receitas com transferências de atletas que contribuíram decisivamente para o pequeno aumento das receitas em 2013.
Com isso houve uma mudança na participação das fontes de receitas com queda das Cotas de TV e aumento das transferências de atletas. Um destaque positivo foi o aumento da bilheteria de alguns clubes, que possibilitou que essa fonte crescesse em participação em 2013.
 


Receitas sem transferências de atletas
Analisando o crescimento das receitas dos maiores clubes brasileiros sem o impacto das transferências dos atletas é possível ter uma visualização mais exata do crescimento operacional dos clubes.
Os clubes analisados viram suas receitas sem as transferências de atletas caírem em -2%, o pior resultado em toda a série histórica.
 


Custos do Departamento de Futebol
Em 2013, os custos com futebol dos clubes analisados atingiram R$ 2,3 bilhões, contra R$ 1,9 bilhão de 2012, um crescimento de quase 20%. No mesmo período as receitas cresceram apenas 0,2%.
Esse valor de 2013 representa 73% das receitas. Em 2012 o indicador era de 62%. Os custos com futebol dos clubes não param de subir, realidade verificada desde 2003. Enquanto as receitas no período cresceram 375% os custos com futebol se elevaram em 452%.
Nas receitas dos clubes há mais de R$ 700 milhões em transferências de atletas, que trouxeram um certo equilíbrio ao indicador. Em 2012 foram as luvas da Globo que equilibraram os números.
 

Superávits/Déficits do exercício
Os clubes fecharam com grandes perdas em 2013, um total de déficits de R$ 258,4 milhões. Uma piora de 186% em relação a 2012.
Nos últimos 3 anos, os 20 clubes somaram R$ 726 milhões em déficits, nos últimos 6 anos R$ 1,8 bilhão e desde 2003 tiveram perdas acumuladas de R$ 2,5 bilhões.
 

Dívida total dos clubes
As dívidas dos clubes analisados somaram R$ 5,1 bilhões, um aumento de 6% em comparação com 2012, quando as dívidas foram de R$ 4,8 bilhões.
Isso foi ocasionado pela apresentação de nossas dívidas dos clubes em 2012 em seus balanços de 2013. Os números de 2012 foram reapresentados e isso fez com que as dívidas de 2011 para 2012 crescessem em 25%.
Em 3 anos as dívidas desses clubes cresceram 33% e desde 2003 aumentaram em 415%.
 

Dividas fiscais dos clubes
As dívidas fiscais dos clubes analisados somaram R$ 2 bilhões, um aumento de 11% em comparação com 2012, quando as dívidas foram de R$ 1,8 bilhão.
Em 3 anos as dívidas fiscais desses clubes cresceram 33% e atualmente representam 40% do total de suas dívidas.


 
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domingo, 6 de maio de 2012

Quarteto desequilibra, Flu goleia o Botafogo e fica com a mão na taça

Futebol - Campeonato Carioca 2012

Deco, Fred, Thiago Neves e Rafael Sobis infernizam a defesa alvinegra no primeiro jogo da decisão do Carioca. Tricolor vence de virada: 4 a 1

Faz diferença numa decisão de campeonato quando o craque do time, o protagonista, aparece para definir. Faz uma diferença absurda quando todos os principais jogadores vivem um dia iluminado. Fred, Deco, Thiago Neves e Rafael Sobis. O quarteto ofensivo do Fluminense deixou o time muito perto do título carioca neste domingo. No primeiro jogo da final contra o Botafogo, no Engenhão, todos se destacaram. Decidiram, desequilibraram. Resultado: vitória tricolor por 4 a 1, de virada. Fred fez um golaço de bicicleta, Deco e Thiago organizaram os ataques, e Sobis, sempre destaque em decisões, fez dois. O garoto Marcos Junior, de 18 anos, fechou a goleada. O volante Renato marcou o único gol alvinegro.

O Botafogo, que também tem um quarteto de qualidade, emperrou nos primeiros 90 minutos da decisão. Maicosuel, Fellype Gabriel, Elkeson e Loco Abreu pouco fizeram. O time de Oswaldo de Oliveira jogou sem criatividade e ficou com um jogador a menos a partir dos 11 minutos do segundo tempo, quando o lateral-direito Lucas foi expulso. Para ter chance de ficar com o título, o Alvinegro terá de vencer o segundo jogo por três gols de diferença para levar a decisão para os pênaltis. Ou fazer quatro de diferença para garantir o título direto.

Fred comemora gol do Fluminense no Botafogo final carioca (Foto: Dhavid Normando / Photocamera)Fred, autor do primeiro gol do Flu, é celebrado pelos companheiros (Foto: Dhavid Normando / Photocamera)
 
A invencibilidade alvinegra na temporada, que durava 23 partidas, está derrubada. Foi a primeira vez no ano que o time sofreu mais de dois gols. E a primeira vez na história que o Flu venceu o Botafogo no Engenhão. Até este domingo, eram três derrotas e seis empates. A exibição de gala do Flu foi vista por 28.182 pessoas (sendo 23 mil pagantes, com renda de R$ 732.015,00).

As equipes voltam a se enfrentar no domingo que vem, às 16h (de Brasília), no Engenhão. Antes, porém, terão decisões no meio de semana. Na quarta-feira, o Botafogo disputa o jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil contra o Vitória, no Engenhão, às 19h30m. Na primeira partida, empate por 1 a 1 no Barradão. O Fluminense também jogará nas oitavas de final, só que da Libertadores. Na quinta, no Engenhão, o Tricolor recebe o Inter, às 22h. Na ida, em Porto Alegre, empate sem gols.

Botafogo sai na frente, e Fred pedala

Demorou. Foram 37 longos anos sem que Fluminense e Botafogo decidissem o Campeonato Carioca. Da última vez, em 1975, a conquista foi tricolor. Mas não demorou muito para o Botafogo abrir o placar: oito minutos. Não chegou a ser uma blitz alvinegra, mas ao tomar a iniciativa logo cedo o Botafogo conseguiu o gol. Fellype Gabriel entrou na área pelo lado esquerdo e buscou Loco Abreu no cruzamento. A zaga afastou para a entrada da área, e Renato estava por ali. O chute de primeira do volante, de volta após lesão, passou no meio das pernas de Carlinhos e foi parar no cantinho direito de Diego Cavalieri: 1 a 0.
O Fluminense só despertou a partir dali. Com a marcação do Botafogo concentrada nas laterais, o Tricolor jogou pelo meio e tentou chutes de média distância. Carlinhos parou em Jefferson, e Jean errou o alvo. Até a parada técnica, houve equilíbrio na posse de bola, mas o Flu finalizava mais: quatro contra uma do Bota, a do gol.
A pausa fez bem aos tricolores. Thiago Neves, Deco e Rafael Sobis cresceram, e pouco a pouco conseguiram fugir da marcação. Em jogada individual, Thiago se livrou de Fábio Ferreira e bateu de esquerda. Jefferson pegou, aos 23. O Botafogo se defendia e esperava a chance de encaixar o contra-ataque, só que ela não apareceu. Maicosuel, Fellype Gabriel e Elkeson não criavam e as tentativas de buscar Loco Abreu na área fracassavam.
A persistência tricolor deu resultado. Depois que Elkeson perdeu a posse de bola, Carlinhos cruzou da esquerda, Thiago Neves escorou de cabeça quase para a pequena área, e Fred acertou uma linda bicicleta, aos 43: 1 a 1. Gol de artilheiro, de talento, de decisão. Foi a décima finalização do Fluminense no primeiro tempo. O Alvinegro teve apenas duas.
- Só acordamos depois que sofremos o gol. Aí melhoramos a posse de bola, conseguimos criar. Foi um dos meus gols mais bonitos e também pela importância de ser uma final - disse Fred.

Quarteto do Flu decide
. Goleada no Engenhão

As emoções também começaram cedo no segundo tempo. O Botafogo resolveu voltar a jogar após o intervalo e foi ao ataque. A primeira boa chance foi alvinegra, aos seis minutos. Maicosuel cobrou falta para a área, Loco Abreu desviou de cabeça, e Diego Cavalieri defendeu. O uruguaio reclamou muito de pênalti por ter sido agarrado por Leandro Euzébio. A arbitragem julgou o lance como normal.

Aos 11, Oswaldo de Oliveira perdeu o lateral-direito Lucas. Ele fez falta em Thiago Neves para cortar um contra-ataque, recebeu o segundo amarelo e o vermelho do árbitro Luiz Antônio Silva dos Santos. No lance seguinte, o gol da virada. Deco, em tarde inspirada, tabelou com Sobis e deixou o atacante na cara do gol com um toque de muita categoria. Iluminado em decisões desde os tempos de Inter, o atacante bateu de esquerda para marcar o segundo do Tricolor.

Maicosuel passou a tentar algumas jogadas de velocidade pela direita, mas sem sucesso. Elkeson e Fellype Gabriel erraram passes, não conseguiram fugir da marcação e nada criaram. Bem diferente dos protagonistas do Fluminense. Depois de Deco, foi a vez de Thiago Neves aparecer. Aos 20, o camisa 7 deu um passe preciso para Sobis. Livre na frente do gol, driblou Jefferson, por pouco não perdeu o ângulo, mas conseguiu se recuperar e fazer o terceiro: 3 a 1.

Oswaldo fez mudanças no ataque depois da parada técnica. Loco Abreu e Elkeson saíram para as entradas de Herrera e Caio. Nada mudou. O Botafogo era um time limitado, sem qualquer inspiração. O técnico, aliás, foi vaiado e chamado de burro pelos torcedores quando sacou o uruguaio. Elkeson, muito mal no jogo, também ouviu vaias ao deixar o gramado. O zagueiro Antônio Carlos teve chance de diminuir, mas Diego Cavalieri defendeu a cabeçada perigosa.

Abel lançou Marcos Junior no lugar de Thiago Neves. Após mais uma linda jogada ofensiva do Fluminense, com participação de Deco, Sobis e Fred, o garoto ficou na frente de Jefferson para consolidar a vitória maiúscula e transformar a virada em goleada. Festa tricolor no Engenhão sob gritos de "olé" e título praticamente na mão.

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domingo, 29 de abril de 2012

Coisa de Loco: Botafogo atropela o Vasco e conquista a Taça Rio

Futebol - Campeonato Carioca 2012

Vitória por 3 a 1 sobre o Vasco no Engenhão, com dois gols de Loco Abreu, coloca o Botafogo na decisão do Campeonato Carioca, contra o Fluminense

É coisa de louco chegar a maio invicto, ganhar a Taça Rio com um atropelo sobre o Vasco, ir à decisão do Campeonato Carioca com sobras. É coisa de Loco. De Loco Abreu. Com dois gols do uruguaio, o Botafogo venceu o Vasco por 3 a 1 neste domingo, no Engenhão, e conquistou o segundo turno do Estadual - primeira taça erguida pelo clube no estádio. Maicosuel fez o outro. Carlos Alberto descontou.


O Alvinegro agora encara o Fluminense, campeão da Taça Guanabara, na finalíssima do Rio de Janeiro. Ao Vasco, resta remoer o jejum. Os cruz-maltinos não vencem o Estadual desde 2003. Desde então, só ganharam um turno, na temporada seguinte.

Botafogo e Fluminense reeditam a semifinal do primeiro turno, único momento de derrota do Alvinegro em 2012. Após empate por 1 a 1 no tempo normal, os tricolores ganharam nos pênaltis, por 4 a 3. Os dois jogos da final são nos próximos domingos, no Engenhão. As equipes não decidem o Estadual desde 1975 – quando a final teve um triangular, também com a presença do Vasco, e o Flu ficou com o título.

loco abreu botafogo gol vasco (Foto: Fernando Soutello / Agif)Coisa de Loco: Botafogo ganha com dois gols do goleador (Foto: Fernando Soutello / Agif)
Enlouquecido
Loco Abreu acorda antes dos zagueiros do Vasco. E também vai dormir depois deles. Quando o primeiro tempo mal despertava, lá estava o uruguaio deixando sua primeira marca; quando o primeiro tempo se espreguiçava rumo ao final, lá estava o uruguaio fazendo mais um. A vitória parcial do Botafogo foi responsabilidade, em grande parte, do centroavante cabeludo. E culpa, em outra fatia gorda, dos bocejos da zaga do Vasco.

A ausência de Dedé voltou a ser um golpe duro para o Vasco. É uma zaga com ele e outra radicalmente diferente, para pior, sem ele. A exemplo do que aconteceu no domingo passado, na vitória por 3 a 2 sobre o Flamengo, a equipe cruz-maltina foi vazada muito cedo. Com três minutos, a bola saiu pela lateral e foi rapidamente reposta por uma gandula. Maicosuel logo cobrou para Márcio Azevedo, que prontamente acionou Loco Abreu. Era moleza. Ele deu um toque leve na bola para colocar o Botafogo na frente, completando uma corrida de 90 metros, de uma área até a outra, e dando sucesso a uma jogada muito treinada por Oswaldo.

A diferença em relação ao clássico com o Flamengo é que, desta vez, o Vasco não soube reagir ao gol levado precocemente. E isso por causa da competência do Botafogo. O quinteto de meio, teoricamente ofensivo, com apenas um volante daqueles de carteirinha, soube congestionar as saídas do adversário para o ataque. Felipe foi a única válvula de escape, buscando Eder Luis para tabelas, enquanto Alecsandro aguardava bolas que não chegavam nunca.


Até a metade do primeiro tempo, o Botafogo esteve mais inclinado a ampliar do que o Vasco esteve de empatar. A zaga cruz-maltina falhou muito. Aos 20 minutos, houve um lance emblemático. Após cruzamento para a área, Fábio Ferreira desviou de cabeça e Loco Abreu completou, acossado apenas pelo goleiro Fernando Prass, que conseguiu defender. A situação seria repetida mais tarde. Com um final bem diferente.

O Vasco deu sinais de vida depois da parada técnica. Tentou com Alecsandro – muito mal, de canela. Arriscou com Eder Luis, duas vezes, ambas para fora. Ameaçou em cobranças de falta, com Fellipe Bastos e Diego Souza. E nada...

Do outro lado, Loco Abreu estava de olhos bem abertos. Era o último giro dos ponteiros no primeiro tempo. Elkeson alçou a bola na área, Fábio Ferreira desviou de cabeça e o uruguaio completou, em um repeteco daquele lance ocorrido 25 minutos antes. O Botafogo, enlouquecido com seu camisa 13, fechava o primeiro tempo com 2 a 0.

Confirmação

A largada do segundo tempo deu o aviso de que o Vasco buscaria a reação. Aviso falso. Com Juninho Pernambucano no lugar de Alecsandro e Allan na vaga de Felipe, o time comandado por Cristóvão Borges ameaçou. Fellipe Bastos acertou pancada no travessão. Eder Luis chutou com perigo. A pressão era prenúncio de gol. Do Botafogo...

Aos nove minutos, o zagueiro Antônio Carlos, do campo de defesa, se posicionou para cobrar uma falta ofensiva do Vasco. Parecia mais um daqueles chutões despretensiosos. Não era. A bola sobrevoou o campo e foi na direção de Maicosuel. Fagner, na marcação, ficou a ver navios. Foi encoberto pela bola, que caiu nos pés do meia alvinegro, disposta a encontrar a rede. O Mago avançou na direção da área e desviou de Prass. Era o terceiro gol do Glorioso. Era o fim até para o Vasco, tão acostumado a viradas.

A entrada de Carlos Alberto foi a última cartada do Vasco. E uma das poucas ações de sucesso da equipe da Colina no clássico. O jogador entrou bem, tabelou com Rodolfo e fez, aos 35 minutos, o único gol vascaíno.

Naquele momento, o Botafogo já cozinhava o relógio em água morna. O Glorioso foi com tranquilidade para a final. E invicto. E com um centroavante enlouquecido.