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quarta-feira, 26 de março de 2014

PDT exige a vaga de vice ou uma cadeira na Câmara dos Deputados

Política - RN - Eleições 2014

Partido já levou a insatisfação ao deputado Henrique Eduardo Alves, candidato do PMDB ao governo.

 
carlos_eduardo_pdt_370O deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB) enfrenta agora a insatisfação do PDT nos dias que antecede o anúncio da candidatura ao governo estadual. O partido liderado pelo prefeito Carlos Eduardo Alves exige uma boa compensação pelo apoio na eleição: a vaga de vice-governador ou a garantia de eleição de um deputado federal.
Os dirigentes do PDT avaliam que a presença de Carlos Eduardo Alves no palanque do PMDB não está sendo valorizada na formação da chapa majoritária. "Carlos Eduardo é prefeito da capital, um gestor bem avaliado pela população, e dirigente de um partido com peso político no Congresso Nacional. Não pode apenas apoiar sem garantir o crescimento da sua legenda no Estado", declarou um político do PDT.

"Apesar do bom relacionamento com a deputada Fátima Bezerra e o vice-governador Robinson Faria, o prefeito Carlos Eduardo Alves tem sinalizado o entendimento natural com o PMDB, partido que tem aberto as portas do governo federal para uma série de convênios com a Prefeitura de Natal. O apoio de Carlos Eduardo pode ser decisivo na eleição deste ano", avaliou o pedetista.
"Não dá para apoiar sem ter uma compensação política. Se o PDT não vai ficar com a vaga de vice-governador, alguém precisa abrir espaço na Câmara dos Deputados para o partido eleger um deputado federal", comentou o político do PDT.

Os pedetistas observam com desagrado a movimentação do deputado federal João Maia (PR), que pleiteia a vaga de vice-governador ao mesmo tempo que indica a irmã Zenaide Maia (PR) para sua cadeira na Câmara dos Deputados. Mesmo fenômeno ocorre no âmbito do PMDB: Henrique Alves deixa a Câmara, mas indica Walter Alves para ocupar seu lugar no parlamento. "Quem vai abrir espaço para o PDT? É preciso haver reciprocidade", completou o pedetista.
Até sexta-feira (28), dia do anúncio da chapa do PMDB no Hotel Praiamar, 10h, em Natal, o PDT vai buscar uma compensação de Henrique Alves na chapa majoritária. Ou a vaga de vice. Ou a cadeira na Câmara dos Deputados.

 Diógenes Dantas,

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domingo, 22 de abril de 2012

'Presidente da câmara deve estar à frente do momento de mudança'

Politica - RN


Anna Ruth Dantas
Repórter

Líder do PMDB na Câmara dos Deputados e presidente estadual da legenda no Rio Grande do Norte, o deputado federal Henrique Eduardo Alves atua em duas frentes quando o assunto é disputa política. Na Câmara dos Deputados ele já deflagrou o processo de articulação da sua candidatura à presidente da Casa. Embora afirme que a sucessão da Presidência da Casa será iniciada apenas no final do ano, o peemedebista defende que a indicação do partido prevaleça na escolha do comandante da Câmara e se coloca como opção.Quando o assunto é a disputa das eleições municipais, Henrique Eduardo confirma que a candidatura do deputado estadual Hermano Morais é irreversível. Segundo ele, após duas décadas, chegou o momento do PMDB postular com candidato próprio à Prefeitura de Natal.

alberto leandroHenrique Eduardo Alves, Líder da bancada do PMDB na Câmara dos DeputadosHenrique Eduardo Alves, Líder da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados

Quando o assunto é a disputa de 2014, o deputado federal, que já foi muito citado como postulante ao Senado Federal, é comedido, mas deixa nas respostas a sinalização do seu próximo projeto político. Ele admitiu que se a eleição de 2014 fosse hoje desejaria a continuidade da sua permanência na Câmara dos Deputados. A explicação para esse desejo: "Depois de 40 anos eu me afeiçoei àquela Casa (Câmara dos Deputados), conheço todos os seus caminhos. Tem a agitação da Câmara e eu já sou agitado. Eu me sinto muito bem naquela Casa do jeito que ela é, com seu plenário, suas comissões".Sobre o Governo Rosalba Ciarlini, o deputado federal observa que o momento é de "rearrumação" e credita isso as dificuldades encontradas pela atual gestora na administração estadual.Sobre o pleito 2012, articulações para 2014 e a expectativa sobre a recém-criada Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investigará as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários, o deputado federal Henrique Eduardo Alves concedeu a seguinte entrevista à TRIBUNA DO NORTE:

O que o senhor espera da CPMI do Cachoeira?

Primeiro eu nunca vi uma CPI em um prazo tão curto se instalar. Começou-se a falar nela e em 15 dias ela estava instalada. Segundo, eu nunca vi uma CPI com tanta unanimidade, sem controvérsias, todos os partidos concordaram. Outra característica dessa CPI é que funcionará exatamente no ano eleitoral. A campanha começando no Brasil inteiro e ela ocorrendo em Brasília. Só espero que essa agilidade e unanimidade possa também acontecer no seu decurso e no seu resultado porque é uma CPI muito grave e o país todo está a reclamar, são práticas de agentes públicos privados denunciados com muita contundência. Espero que todos nós possamos realizar nosso trabalho de investigação, apuração e punição dos responsáveis.

O senhor acredita que pelo fato dela (a investigação) ocorrer no período eleitoral poderá comprometer o trabalho e o desfecho da CPMI?

Tem que ter muito cuidado. Aí dependerá muito dos líderes partidários que estão indicando seus representantes. Precisa ter uma conversa prévia com cada um deles (dos representantes partidários) e mostrar que eles estão ali não representando interesses pessoais ou venditas pessoais ou mágoas de campanha passada. Não se pode politizar a CPI. Ela é muito grave para ser meramente politizada. É um trabalho de grande responsabilidade e maturidade. Todo Brasil estará focado nessa investigação e no seu resultado.

Ainda observando o cenário nacional, mas já trazendo para uma atuação sua. Como estão as articulações a candidatura a presidente da Câmara?

Eu não antecipei (o processo sucessório na Câmara dos Deputados). Até porque eu não iria antecipar um processo desse com oito meses de antecedência. Mas há uma realidade que eu preciso encarar também. Vamos praticamente encerrar os trabalhos no final de junho, quando começam as convenções e início da campanha eleitoral, e só retornaremos no final de outubro, início do mês de novembro. Ou seja, teremos apenas um mês de trabalho porque logo em seguida começa o recesso de dezembro. Então, será um prazo muito curto para a construção de uma candidatura que eu imagino a presidente da Casa. Eu não estou antecipando. Apenas os líderes, os partidos, os deputados perguntam e eu tenho que ficar atento a isso. Acho que é uma oportunidade importante para o PMDB. É um compromisso do maior partido, o PT, de rodízio. Não tenho dúvida de que esse rodízio (com o PT cedendo lugar para o PMDB presidir a Câmara) será cumprido. Eu apenas estou reunindo o meu partido, como fiz, primeiro recebendo o apoio e segundo convocado, procurado, indagado sobre que passo posso começar a dar (para sucessão da Câmara). Eu não posso chegar, ficar de braços cruzados com um projeto dessa importância para o PMDB e em novembro começar a articular um projeto que já deve estar pronto em janeiro. Devagarinho, aos poucos, com cautela, com prudência, sem misturar alhos com bugalhos, o trabalho Legislativo com o meu dever como líder da bancada e da base do Governo. Estou cuidando e analisando essas possibilidades. Esse período, na quadra que estamos vivendo do Brasil sendo revirado em todos os seus aspectos, a Câmara precisa de um presidente da definição, que seja um interlocutor desta Casa, deste Poder com a sociedade. Não é só para prestigiar o Parlamento, mas também impor respeito para o lado de fora, para aquele que nos elegeu, que nos cobra, nos fiscaliza. O ideal é que esse presidente tenha muita sensibilidade e muito apoio para ser o interlocutor da Casa, para que possa interpretar os deveres do Poder Legislativo para com o Brasil. Tem que ser uma construção (para candidatura de presidente da Câmara) muito madura, talvez por isso tenha que ser curtida um tempo.

O senhor falou do PT. O senhor não teme que o PT quebre o acordo de ceder a presidência da Câmara para o PMDB?

Não tenho nenhuma dúvida [de que o acordo será mantido]. Até porque vem dando certo. Quem inaugurou esse acordo foi o PT, com o deputado Arlindo Chinaglia que foi o primeiro presidente desse acordo. Aliás, ele (Chinaglia) foi um grande presidente. Ele foi muito correto com o PMDB, cumpriu todos os compromissos como aliados. Depois veio Michel Temer, agora é Marco Maia. Os dois partidos se entendem em prol de uma harmonia. Mas esse é um passo inicial. Ninguém pense que para ser candidato bastam o PMDB e o PT. Você precisa buscar os outros partidos, grandes, médios e pequenos, os cleros todos que dizem haver lá na Câmara, para que a Casa tenha um candidato da sua instituição, que interprete o que ela quer, o seu dever para com a sociedade. O agente político precisa estar à frente deste momento de mudança que vive o Brasil.

Ainda que o acordo com o PT seja feito, a deputada Rose de Freitas, do PMDB, também deseja ser presidente da Câmara. Como será essa definição do nome do peemedebista?

Veja bem, estou colocando como uma candidatura do PMDB e, portanto, quem vai escolher é a bancada do PMDB. Essa bancada se reunirá no final de outubro, começo de novembro, e escolherá o candidato a presidente. Agora eu me sinto animado porque quem consegue se reeleger (líder da Câmara) por unanimidade, sem disputa, por seis vezes consecutivas, tem que ficar motivado. A indicação será da bancada. Reuni quase 60 parlamentares, recebi não só o apoio, mas o entusiasmo de todos eles. A deputada Rose é uma grande companheira. Lutei muito para que ela fosse a primeira vice da Câmara. Houve uma disputa na bancada e eu até torci por ela (Rose de Freitas), porque seria uma oportunidade para sua história, por ser uma mulher representante na Mesa da Câmara. Acho que terei também o apoio de Rose se eu for candidato.

E o pleito 2012 em Natal? A candidatura do deputado estadual Hermano Morais é irreversível?

A candidatura do deputado Hermano Morais não é apenas irreversível. Ela é prioridade do PMDB. Se há uma candidatura considerada mais importante do que qualquer outra, pela sua configuração, é a de Hermano. Há vinte anos que o partido não disputa uma eleição na capital. E essa mea culpa nós fazemos. Acho que foi um erro de avaliação do passado. O partido tem que estar sempre disputando, mostrando sua cara, mostrando suas ideias, indo para o debate. Agora é a hora de resgatar essa oportunidade e ter uma candidatura que mostre a Natal o que nós pensamos sobre Natal. Em um momento que Natal tem tantas carências, angústias, a cidade está com muitos problemas que precisam ser resolvidos com muita urgência. Chegamos com propostas claras, definidas que possam agregar apoio do Governo Federal, do Governo Estadual, para que Natal possa deslanchar e oferecer ao cidadão uma boa qualidade de vida. E temos tudo para que isso ocorra. Natal é uma cidade plana, fácil para o trânsito, para organizar a segurança, mas há carências na saúde. É preciso fazer um trabalho estruturado, de ideias bem definidas e é isso que espero que Hermano faça. Isso vai agregar apoio do Governo Federal, do Governo do Estado e um mutirão em favor de Natal. Essa oportunidade nós queremos. Hermano é um candidato ficha limpa e isso é muito importante: ter Ficha Limpa. Quatro mandatos de vereador e um de deputado estadual. Não há uma acusação contra Hermano, não há um senão. Ele tem uma história de honradez e dignidade.

"Precisamos de compreensão e paciência com o governo Rosalba"

Quais partidos que estarão no palanque de Hermano Morais?

Calma. Tem muita gente de olho nisso. Mas, com certeza, o PR virá a somar conosco, já houve várias conversas com o deputado federal João Maia. Estamos conversando com outros partidos, mas como todos estão conversando é bom só anunciar quando tiver o resultado.

O senador José Agripino, em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, defendeu candidatura única dos partidos que apóiam a governadora. O senhor vê viabilidade nessa proposta?

Seria ótimo que todos apoiassem Hermano Morais. Eu adoraria. Mas ele (José Agripino) tem um candidato que é o deputado federal Rogério Marinho (PSDB), que faço questão de elogiar de público. Ele (Rogério Marinho) se preparou para essa eleição. É um deputado muito respeitado no Congresso Nacional. Mas o PMDB está há 20 anos sem disputar e já está passando da hora dr ter um candidato. Então acho que esse entendimento ficará para o segundo turno. A candidatura própria do PMDB se impõe nessa hora. Natal terá oportunidade muito feliz de ter bons candidatos. Veja que a cidade poderá escolher em um debate de ideias entre a ex-governadora Wilma de Faria, o ex-prefeito Carlos Eduardo, o deputado Ficha Limpa Hermano Morais, o deputado Fernando Mineiro, o deputado Rogéiro Marinho, não sei se a prefeita Micarla será candidata ou não. Uma cidade que tem um grupo seleto de candidatos como esse é privilegiada. O problema é a escolha do seu futuro. Daremos essa contribuição com a candidatura de Hermano Morais.

As pesquisas mostram que o Governo Rosalba está com uma desaprovação superior a 60%. Como o senhor analisa a situação da gestão estadual?

A governadora Rosalba precisa que se tenha uma compreensão maior. Nós que não votamos nela estamos apoiando-a pela unidade do PMDB, para somar ao senador Garibaldi Filho. Se nós, que não votamos nela, temos compreensão, os que votaram nela precisam ter também. Ela está fazendo ajustes, já fez ajustes importantes no seu Governo, reduziu gastos de forma significativa. Está reaparelhando a estrutura de poder, montou um quadro administrativo diferente, está tendo dificuldade de uma conjuntura regional e nacional ainda adversa. Ela está arrumando a casa. E ela leva as marcas muito importantes que são da honestidade, da ética, do comportamento padrão exigidos das pessoas públicas. Acho que esse ajuste acontecerá. Esse desgaste pode estar ocorrendo com uma rearrumação do seu Governo, mas nós precisamos ter um pouco mais de compreensão, de paciência. Ela fará um grande governo, pela sua vontade de fazer, disponibilidade de realizar. É impressionante o entusiasmo da governadora, seu entusiasmo, sua alegria, o querer  fazer.

O senhor usou o termo rearrumação do Governo. A gestão estadual está tendo um "freio de arrumação"?

Eu falo rearranjo do que ela encontrou e do que ela está fazendo. É natural. Se fosse um governo de continuidade era mais fácil. Ela ajustava umas peças e dava continuidade. Agora não. É natural de quem chega sobretudo com a bandeira de oposição, como ela ostentou, queira fazer um novo quadro, uma nova estrutura, novos posicionamentos administrativos, econômicos, financeiros. Isso leva tempo. Esse tempo ela está atravessando agora e talvez seja o mais difícil. Logo ela encontrará as melhores alternativas econômico-financeiras.

A Secretaria de Turismo está vaga desde a saída de Ramzi Elali, que foi indicado do PMDB. A governadora chegou a conversar sobre essa indicação?

Chegou a ter uma conversa, avaliar o quadro. Ela (a governadora) tem falado com o ministro Garibaldi Filho, mas ele quer deixar a governadora à vontade para a escolha de novo secretário. Ela vai definir nos próximos dias a indicação de um novo secretário até porque é um espaço muito importante. O ministro do Turismo é do PMDB e poderia ter uma ligação importante de colaboração, visando Natal que é uma cidade onde o turismo é fundamental. O turismo talvez seja o instrumento mais rápido para gerar emprego e renda. Não vejo Estado e município falarem a mesma língua para o turismo. Ele (o turismo) gera emprego, gera renda, gera bem estar, gera auto-estima. A governadora vai definir muito rapidamente o nome do novo secretário e seja qual for o nome terá o apoio do PMDB.

Qual o reflexo das alianças de 2012 para o pleito de 2014?

2012 é uma eleição diferenciada porque tem que respeitar a base, a realidade municipal. Vamos ter alianças com DEM, PT, PSB. E todos eles também com os outros partidos. É a realidade municipal que se impõe. É lá (no município) a raiz. Precisamos respeitar muito a base municipal. Naturalmente, pós resultado e isso serve a nível nacional e estadual é tentar juntar os resultados com afinidade política e preparar o caminho para 2014.

A aliança DEM, PR e PMDB será projetada em 2014?

É natural, acho que sim. Se estamos apoiando o Governo Rosalba é natural que venhamos a participar dos bons resultados e lutemos pela provável reeleição da governadora Rosalba, que os partidos possam ter a participação e ampliar o leque de aliança. Temos que pensar 2012 também com o olho em 2014, mas sem definir pré-candidatura, nem Senado, nem deputado. A única coisa natural que a eleição permite é a  governadora pensar na reeleição. Fora daí é muito cedo para definir espaço. Importante é estarmos juntos no projeto, ajudar a governadora a realizá-lo e em 2014  colher os frutos do julgamento popular.

Embora o senhor afirme que é muito cedo para definir candidatura para 2014, seu nome está sendo muito cotado para a disputa ao Senado. O senhor trabalha com essa possibilidade?

Não. Eu não trabalho. Se a eleição fosse no mês que vem optaria por uma reeleição à Câmara Federal até porque é a Casa que conheço. O Senado tem muita cobra criada, eu iria para o final da fila, com todo respeito e respeitaria a fila. Depois de 40 anos eu me afeiçoei aquela Casa (Câmara dos Deputados), conheço todos os seus caminhos. Tem a agitação da Câmara e eu já sou agitado. Eu me sinto muito bem naquela Casa do jeito que ela é, com seu plenário, suas comissões. Minha opção natural hoje seria a reeleição a Câmara Federal. Agradeço a menção que se faz, acho até que generosa, mas meu projeto não está nesse rumo.

Essa afeição que o senhor tem está relacionada à presidência da Câmara, inclusive continuar no comando em um segundo mandato?

Aí é um sonho mais amplo ainda, atravessaria uma legislatura. Não seria correto postular. Natural que eu sendo presidente da Câmara me realizaria mais ainda como parlamentar, como deputado federal. Tenho apego aquela Casa. Dizem muito que o Senado é mais tranquilo e é mesmo. É uma calmaria, uma tranquilidade. A Câmara é aquela agitação. Eu vivo muito esse ambiente. Naquela Casa eu me sinto bem. Portanto meu projeto seria uma reeleição. Mas é como já lhe disse, está muito cedo para projetar 2014, o foco agora é 2012.

O senhor reviu o seu projeto de querer ser senador?

Eu não cheguei a pensar nesse projeto. Aqui e acolá citam, agradeço, mas em nenhum momento foquei a candidatura de senador. Eu me afeiçoei muito à Câmara.

O senhor indicou o novo diretor geral do DNOCS, qual a geografia que chega para o órgão nesse novo momento?

O DNOCS foi um espaço importante que o partido conquistou há três anos. Eu agradeço muito ao presidente Lula, há 50 anos o Ceará comandava o DNOCS e teve uma espécie de rodízio, houve espaço para o Rio Grande do Norte. Agora o espaço volta a se repetir. Houve pressão muito grande do Ceará, que queria retomar o DNOCS, mas agradeço de novo ao Governo, à presidenta Dilma especialmente, por ter renovado a confiança em uma indicação do PMDB. O nome de Emerson (engenheiro Emerson Fernandes) teve a melhor repercussão e que está assumindo. O DNOCS é muito importante para o nosso Estado, tem um projeto de passagem molhada em Riacho da Curz de quase R$ 100 mil e tem a barragem de Oiticica de R$ 390 milhões. Veja a importância desse órgão para o desenvolvimento regional e sobretudo do Rio Grande do Norte. Há um projeto importante que é de irrigação da Chapada do Apodi, R$ 280 milhões. Serão 5.500 hectares irrigados. São projetos que estão sob a liderança do DNOCS e que são importantes para o nosso Estado. Acho que o Rio Grande do Norte vive um bom momento, de definir prioridade, dentro de um contexto nacional bom, mas se o Governo nacional está bem, a disputa por espaços aumenta muito. Hora de nos unirmos para fortalecer e buscar o espaço administrativo junto ao Governo Federal para o Rio Grande do Norte. É o momento de todas as forças políticas se unirem para buscarem os projetos vitais para o nosso Estado.

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segunda-feira, 26 de março de 2012

Henrique Alves: 'Não visto carapuça do toma-lá-dá-cá'

Politica - RN

Líder do PMDB e candidato à presidência da Câmara, o deputado Henrique Eduardo Alves decidiu subir à tribuna na quarta-feira (28). Em nota veiculada no twitter, neste domingo (25), antecipou seus propósitos: "Vou defender minha bancada, meu partido, a atividade parlamentar, o Poder Legislativo."

Defender do quê? Ouvido pelo blog, o deputado revelou-se incomodado com a onda de notícias, artigos e declarações que "tentam reduzir o Legislativo a uma Casa de fisiologismo e toma-lá-dá-cá". O noticiário foi apimentado depois que o governo sofreu uma sequência de derrotas legislativas.
arquivo/TNHenrique Alves: 'Não visto carapuça do toma-lá-dá-cá'Henrique Alves: 'Não visto carapuça do toma-lá-dá-cá'

Em entrevista veiculada neste final de semana, Dilma Rousseff declarou: "Não gosto desse negócio de toma-lá-dá-cá. Não gosto e não vou deixar que isso aconteça no meu governo." Antes, o novo líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), dissera que chegou a hora de confrontar "as velhas práticas da política".

"Qualquer jornal ou revista do país que a gente abre encontra ataques ao Legislativo. Isso não é correto, não é justo e não serve à democracia", diz Henrique. Vão abaixo algumas das observações feitas pelo deputado ao blog na noite passada:

- O discurso: Decidi falar porque as coisas estão mal colocadas. Estão agredindo muito o Congresso. De repente, é tudo fisiológico, é tudo toma-lá-dá-cá. Estão generalizando as coisas. Alguém tem que falar. Estou no meu 11o mandato. Tenho 42 anos de Legislativo. Sei o que é a atividade parlamentar. Não é correto transformar o Congresso em símbolo do fisiologismo.

- As emendas: Emendas orçamentárias não podem ser confundidas com toma-lá-dá-cá. Quem conhece o Legislativo sabe que o papel do parlamentar não se resume a votar leis. Nos municípios, o deputado é o interlocutor das pessoas mais carentes, das entidades mais distantes. Eles se valem do parlamentar para expressar seus anseios: um posto de saúde, uma pequena praça, uma escola, uma barragem. São demandas que não chegam às mesas das autoridades. Isso tem que vir pelas mãos do parlamentar. Mais do que um direito, é um dever do parlamentar. A liberação de uma emenda não é concessão do Executivo, é obrigação. O Orçamento é uma lei e deve ser cumprida. De repente, virou tudo toma-lá-dá-cá. Não é.

- Os cargos: As pessoas que ocupam os lugares nos governos nao são fantasmas. São de carne e osso. Estão sentadas lá por indicação de alguém. Numa democracia, nada mais legítimo do que o desejo do partido que ganhou a eleição de participar do governo. O critério para aprovar esse ou aquele nome tem que ser o mais rigoroso, tem que passar por um pente fino. A decisão final é do Poder Executivo. De repente, virou tudo fisiologismo. Não é.

- A Lei Geral da Copa e o Código Florestal: Nesses dois assuntos, nenhum deputado está falando em cargos ou emendas. Discute-se o mérito dos projetos. A Lei da Copa será aprovada pela maioria. É compromisso internacional assumido pelo nosso governo, um compromisso do país. O Código Florestal é uma das coisas mais importantes do Brasil. Não tem interesse menor nesse debate. Os deputados querem discutir o mérito e votar. Numa Casa de 513 deputados, 400 querem votar. Como poderia o presidente da Câmara, Marco Maia, dizer que não vota. Não pode. É preciso tirar o radicalismo desse tema. O governo não é feito só de interesses ambientalistas. O governo também é feito de agricultura, que, aliás, vem salvando o PIB do país. É preciso negociar ao máximo. Depois, tem que votar.

- Dilma: Ela tem formação democrática. Uma pessoa que viveu o que ela viveu, conhece a história da opressão, da ditadura, da falta de liberdade. Ela correu risco de vida para defender os valores democráticos. Não a critico. Minha crítica é àqueles que vão agradá-la informando mal a presidenta. Ela foi eleita com a nossa ajuda. Por mim, será reeleita. Mas no Parlamentro todos foram eleitos também. Deve respeitar e ser respeitado. É lógico que tem parlamentar que presta e que não presta. É assim também no Executivo e no Judiciário. O que não se pode é tomar os maus exemplos pelo todo. Quando há malfeitos nos outros poderes, são abertos processos. Os processos vão pra lá e pra cá. No Legislativo, o mesmo povo que bota pode tirar. Quem não presta pode ser retirado pelo voto, o canal mais legítimo de aprovação e de reprovação.

- As 'velhas práticas': O senador Eduardo Braga falou em 'velhas práticas' de forma generalizada. Ele foi governador do Amazonas por oito anos, um bom governador. Chegou ao Senado faz pouco mais de um ano. Pode estar confundindo casos isolados com o todo. Como estou na Casa há 42 anos, sei que não é certo julgar o Parlamento assim. Se quer julgar, é preciso dar nome aos bois, para saber quem é quem.

- O papel do Congresso: Não há um projeto do Executivo que passe pelo Legislativo sem ser ampliado e aperfeiçoado. Fui relator da proposta que criou o programa Minha Casa, Minha Vida. Quando chegou, era voltado apenas para os municípios com população acima de 50 mil habitantes. Mostrei ao governo que, se não déssemos participação às pequenas e médias cidades, o sonho da casa própria terminaria levando mais pessoas a migrarem para os grandes centros. Conseguimos aprovar. O resultado está aí. O programa é um sucesso também nos pequenos municípios. Insisto: não há um projeto do Executivo que não passe pelo Legislativo sem ser mudado em pelo menos 30%. Não é correto dizer que o Congresso não faz nada.

- O PMDB: Temos 79 deputados de diferentes matizes. Cerca de 24 não votaram na presidenta Dilma. Preferiram o José Serra. Isso não impediu que 100% do PMDB votasse a favor do novo salário mínimo na Câmara, 90% aprovaram a DRU [Desvinculação de Receitas da União], 80% disseram 'sim' ao Funpresp [Fundo de Previdência Completar dos Servidores Públicos]. Quando essas coisas acontecem, o PMDB é aliado fiel, o Henrique é um grande líder. Passou esse momento, é todo mundo fisiológico, ninguém merece confiança. Não dou as costas aos meus deputados. Eles trazem reivindicações legítimas. Vou levar adiante e brigar por elas.

- A pecha: Eu não visto a carapuça do toma-lá-dá-cá. Acho a prática condenável. Não sei a quem podem estar se referindo. O Parlamento que conheço recebe cerca de 3,5 mil pessoas por dia. Vão às comissões, ao plenário, aos gabinetes dos líderes. Representam instituições, os sindicatos. Pedem aos deputados que façam leis, que alterem projetos, que incluam parágrafos. Se há parlamentares se conduzindo mal, se tem gente com interesses escusos, que sejam identificados, processados e excluídos no processo eleitoral. O que não se pode aceitar é a generalização. Quando queremos discutir o mérito de um projeto, somos acusados de chantagistas. Não pode ser assim.

- Os riscos: O país precisa lembrar que, quando se enfraquece o Legislativo, não se fragiliza o deputado Henrique ou o PMDB. Debilita-se a democracia, desrespeita-se a instituição, afronta-se a Constituição. Em última análise, é um ataque à cidadania. A gente já viu esse filme. Quem venham todas as críticas, mas que sejam construtivas.

- A presidência da Câmara: Leio aqui e acolá informações atribuídas à presidenta Dilma. Tenho certeza de que não procedem, não podem ser da cabeça dela. Já conversei com ela sobre isso. Dizem que ela vai escolher quem será o candidato do PMDB à presidência da Câmara. Que deformação é essa? Como se fosse possível o Executivo escolher na bancada de um partido quem é o candidato desse partido à presidência de outra instituiçao, de outro Poder. Tenho certeza que isso não é da cabeça da presidenta Dilma. Não é próprio da sua formação, não combina com sua história. Não sei quem está formulando isso. Quero apenas advertir a essas pessoas que a prática não combina com a tradição do Legislativo.

- A liderança: De uma hora pra outra, tudo o que eu faço é porque quero ser presidente da Casa. Se ajudo o governo, é pra ter o apoio do governo. Se ajudo os ruralistas, é pra ter apoio dos ruralistas. Se é contra o governo, é pra ter o apoio da oposição. Isso não é informação, é deformação. Como tenho 42 anos de Parlamento, não me assusto. Não é hora de discutir esse assunto. No momento próprio, o PMDB tomará sua decisão.

- As relações com o Executivo: Tivemos um 2011 muito proveitoso. A presidenta Dilma agradeceu muito a ação do Legislaivo, foi generosa no agradecimento. Todos os projetos que interessavam ao governo foram aprovados e melhorados. A exceção foi o Código Florestal, que retornou agora à Câmara. Antes de viajar [para a Índia], a presidenta deixou a determinação de que se fizesse, já nesta segunda-feira, um esforço de negociação. Teremos uma reunião do relator com os ministros. É por aí que a coisa funciona. Foi para ter essa negociação que fizemos, em combinação com o líder [Arlindo] Chinaglia a obstrução na sessão em que, por causa do Código Florestal, estava em risco a Lei Geral da Copa.

* Fonte: Blog do Josias/UOL