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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Empresário cita propina de R$ 1 milhão para José Agripino

Politica - RN

Alcides Fernandes diz em depoimento que quatro cheques de R$ 250 mil foram destinados ao presidente do DEM por George Olímpio.

  A delação premiada de Alcides Fernandes foi tornada pública nesta quarta-feira (9) e confirmou o que há muito se comentava à boca miúda no Rio Grande do Norte, que voltará à projeção nacional após a acusação de que o senador José Agripino Maia teria sido beneficiado com promessa de propina que soma um milhão de reais e que teria sido paga por George Olímpio, apontado como mentor das fraudes investigadas no Detran/RN, no âmbito da Operação Sinal Fechado.
O Nominuto deverá disponibilizar as onze horas de vídeo a partir de hoje. A revista Carta Capital já teve acesso ao conteúdo da mídia e antecipou a informação sobre o senador potiguar.

O texto relata as intricadas relações e cita ainda suposta propina que, de acordo com Gilmar da Montana, outro investigado, foi dada a Carlos Augusto Rosado para a campanha de Rosalba Ciarlini (DEM) em 2010.

De acordo com trechos da delação, gravada em vídeo, Barbosa afirma ter sido chamado, no fim de 2010, para um coquetel na casa do senador Agripino Maia, segundo disse aos promotores, para conhecer pessoalmente o presidente do DEM. O convite foi feito por João Faustino Neto, ex-deputado, ex-senador e atual suplente de Agripino Maia no Senado Federal.

Segundo o lobista, ele só foi chamado ao encontro por conta da ausência inesperada de outros dois paulistas, um identificado por ele como o atual senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e o outro apenas como “Clóvis” – provavelmente, de acordo com o MP, o também tucano Clóvis Carvalho, ex-ministro da Casa Civil do governo Fernando Henrique Cardoso.

Apontado como um dos principais articuladores do esquema criminoso no estado, Faustino Neto foi subchefe da Casa Civil do governo de São Paulo durante a gestão do tucano José Serra. Na época, era subordinado a Aloysio Nunes Ferreira.

De acordo com os promotores, o papel de Barbosa na quadrilha era evitar que a Controlar, uma empresa com contratos na prefeitura de São Paulo, participasse da licitação que resultou na escolha do Consórcio Inspar. Em conversas telefônicas interceptadas com autorização da Justiça potiguar, Barbosa revela ter ligado para o prefeito Gilberto Kassab (PSD), em 25 de maio de 2011, quando se identificou como responsável pela concessão da inspeção veicular no Rio Grande do Norte.

Aos interlocutores, o lobista garantiu ter falado com o prefeito paulistano e conseguido evitar a entrada da Controlar na concorrência aberta pelo Detran local. Em um dos telefonemas, afirma ter tido uma conversa “muito boa”. Embora não se saiba o que isso significa exatamente, os promotores desconfiam das razões desse êxito. Apenas em propinas, o MP calcula que a quadrilha gastou nos últimos dois anos, cerca de 3,5 milhões de reais.

Aos promotores, Alcides Barbosa revelou que foi levado ao “sótão” do apartamento do senador Agripino Maia, em Natal, onde garante ter presenciado o advogado Olímpio negociar com o senador apoio financeiro à campanha de 2010. Na presença de Faustino Neto e Barbosa, diz o lobista, George prometeu 1 milhão de reais para o presidente do DEM.

O pagamento, segundo o combinado, seria feito em quatro cheques do Banco do Brasil, cada qual no valor de 250 mil reais, a ficarem sob a guarda de um homem de confiança de Agripino Maia, o ex-senador José Bezerra Júnior, conhecido por “Ximbica”. De acordo com Barbosa, Agripino Maia queria o dinheiro na hora, mas Olímpio afirmou que só poderia iniciar o pagamento das parcelas a partir de janeiro de 2012.

O depoimento de Alcides reforça um outro, do empreiteiro potiguar José Gilmar de Carvalho Lopes, dono da construtora Montana e, por isso mesmo, conhecido por Gilmar da Montana. Preso em novembro de 2011, Montana prestou depoimento ao Ministério Público e revelou que o tal repasse de 1 milhão de reais de George Olímpio para Agripino Maia era “fruto do desvio de recursos públicos” do Detran do Rio Grande do Norte.

O empresário contou história semelhante à de Alcides Barbosa. Segundo ele, Olímpio deu o dinheiro “de forma parcelada” na campanha eleitoral de 2010 a Carlos Augusto Rosado, marido da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), e para o senador Agripino Maia. E mais: a doação foi acertada “no sótão do apartamento de José Agripino Maia em Morro Branco".

Com base em ambos os depoimentos, o Ministério Público do Rio Grande do Norte decidiu encaminhar o assunto à Procuradoria Geral da República, uma vez que Agripino Maia, por ser senador da República, tem direito a foro privilegiado. Lá, o procurador-geral Roberto Gurgel irá decidir se uma investigação será aberta ou não.

Procurado, o senador José Agripino Maia negou todas as acusações. Afirma que nunca houve o referido coquetel no apartamento dele, muito menos repasse de 1 milhão de reais das mãos da quadrilha para sua campanha eleitoral, em 2010. Negou até possuir um sótão em casa. “Sótão é aquela coisinha que a gente sobe por uma escadinha. No meu apartamento eu tenho é uma cobertura”, explicou. Agripino Maia afirma ser vítima de uma armação de adversários políticos e se apóia em outro depoimento de Gilmar da Montana, onde ela nega ter participado do coquetel na casa do senador.

sábado, 5 de maio de 2012

Jornal estranha criação de conselho político do Rio Grande do Norte em Brasília

Politica - RN


O que a imprensa potiguar não conta e consequentemente não explica, o jornal O Globo estampou hoje em sua edição.

Leiam a reportagem de Paulo Celso Pereira:
Em meio a uma crise institucional e política, com problemas financeiros e servidores em greve, o governo do Rio Grande do Norte montou em Brasília, a mais de 2.000 quilômetros de Natal, uma espécie de Conselho Político para ajudar a governadora Rosalba Ciarlini (DEM).

Entre os conselheiros estão o ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho (PMDB), o presidente do DEM e líder no Senado, José Agripino Maia, e o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves. Como os três passam a semana em Brasília, as reuniões foram transferidas para a capital federal.
   
— O governo herdou uma situação financeira complicada, cometeu equívocos de comunicação e alguns equívocos administrativos pontuais. Esse Conselho Político está procurando ajudá-la no dia a dia para resolver as dificuldades — explica Agripino Maia.

Duas das secretarias mais importantes do estado, Justiça e Turismo, estão vagas, e vários candidatos sondados já se recusaram a ocupar os cargos. De acordo com pesquisas recentes, a reprovação à governadora Rosalba Ciarlini (DEM) atinge 60%.

Nesta semana, o secretário de Saúde, Domício Arruda, foi afastado do cargo após se negar a prestar esclarecimentos à imprensa sobre a situação problemática de um hospital e sobre a greve de servidores do setor.

A crise no Rio Grande do Norte foi parar nesta sexta-feira nas redes sociais. Críticos do governo emplacaram pela manhã como líder no Twitter mundial a citação #ForaGovernadoraRosalba. Foi uma reação aos apoiadores da governadora que haviam colocado minutos antes o texto #AcreditoNoRnComRosalba como número um do Twitter brasileiro.

Eleita no primeiro turno, Rosalba assumiu o governo no ano passado já sabendo da dificuldade que teria para cumprir os acordos financeiros que a gestão anterior havia firmado. Planos de carreira de servidores e repasses para outros órgãos engessaram o orçamento da governadora.

Rosalba cortou gratificações que representavam quase metade do salário de alguns servidores. A reclamação foi geral. A dificuldade financeira somou-se à falta de articulação política, e alguns secretários pediram o chapéu.

A reunião do Conselho Político da última quinta-feira sacramentou a necessidade de uma reforma do secretariado, que deve ocorrer nas próximas semanas. Duas demissões já estão praticamente sacramentadas, no Planejamento e na Casa Civil. Esta última deverá ser entregue ao marido da governadora, Carlos Augusto Rosado, tido como a eminência parda do governo de Rosalba.

— A governadora vai superar a situação por meio de mudanças na equipe. Ela pegou uma herança difícil, mas tem condições de dar uma virada — pondera Garibaldi Alves.

Nas últimas semanas, surgiu novo temor: a seca. Assim como em todos os estados do Nordeste, a expectativa é que a estiagem de agora seja a pior em muitos anos. Os políticos do estado já preparam uma corrida ao caixa do governo federal para tentar reduzir o impacto da estiagem:

— Tem vários projetos importantes para o estado que podemos viabilizar em Brasília. Vamos tentar ajudar a levar esses recursos. Esta é uma fase em que se precisa ter paciência — pede o líder do PMDB, Henrique Alves.

Nesse cenário dramático, Rosalba tem um alento. A rejeição a seu governo, que beira 60%, não é nada comparada à da prefeita da capital, Micarla de Souza (PV). Também eleita no primeiro turno, em 2008, ela soma rejeição de 90% do eleitorado e não tem chance de ser reeleita.

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