Mostrando postagens com marcador samu. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador samu. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Médicos suspendem atendimento em 12 unidades de saúde de Natal

Saúde - Natal,RN

Prefeitura deve R$ 6,4 milhões à Cooperativa Médica (Coopmed).
Suspensão atinge atendimentos clínicos e intervenções de complexidade.

A Cooperativa Médica do Rio Grande do Nortex (Coopmed) decidiu, a partir desta quarta-feira (12), suspender os atendimentos nas unidades de saúde mantidas pela Prefeitura de Natal. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) não quitou os pagamentos dos serviços prestados por aproximadamente 550 médicos cooperados nos meses de maio, junho e julho. O débito acumulado gira em torno de R$ 6,4 milhões. A suspensão atinge 12 unidades municipais que oferecem atendimentos que vão desde clínica médica à média e alta complexidade, além do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e hospitais privados contratados.

"A Secretaria Municipal de Saúde foi avisada há um mês de que iríamos suspender o atendimento caso o débito não fosse quitado. Esperamos quatro meses e a Prefeitura não regularizou a situação", esclareceu o presidente da Coopmed, Fernando Pinto. Há uma semana, desde que a Coopmed confirmou a paralisação para esta terça-feira, o G1 encaminhou um e-mail para o assessor de comunicação da Prefeitura de Natal, Gerson de Castro, e também para a assessora de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde, Rudilene Meira.

O objetivo era esclarecer como a Prefeitura de Natal quitaria os débitos para que o atendimento à população não fosse interrompido. Entretanto, nenhum dos assessores respondeu as mensagens. Ao longo desta semana e, inclusive, no início desta manhã, a secretária municipal de Saúde, Maria do Perpétuo Socorro Nogueira Lima, também foi procurada. Ela, porém, não atendeu ou retornou as ligações. Assim como sua secretária de imprensa, Rudilene Meira. Já o secretário municipal de Comunicação, Gerson de Castro, recomendou que "Maria do Perpétuo Socorro fosse procurada diretamente".

"Nestes 30 dias, nós não conseguimos nos reunir com a prefeita Micarla de Sousa. Somente ontem (11) a secretária municipal de Saúde nos encaminhou um documento dizendo que iria providenciar o pagamento do mês de maio e programar, até o próximo mês, o pagamento dos outros meses", comentou Fernando Pinto. Ele ressaltou, porém, que a Coopmed acumula dívidas e precisa receber o pagamento integralmente.

  Fernando Pinto não descartou a possibilidade de colapso na saúde municipal. Visto que, em torno de 1.500 escalas de plantão são preenchidas pelos médicos cooperados em aproximadamente 20 especialidades. Ele destacou que o atendimento pediátrico será o mais afetado com esta suspensão e hospitais e maternidades como o Santa Catarina, na Zona Norte, e a Januário Cicco, em Petrópolis, na Zona Sul da cidade, ficaram ainda mais cheios.
"Se a Prefeitura não quitar os débitos e regularizar a situação da Coopmed haverá um colapso na Pediatria", alertou o presidente da cooperativa. Ele reiterou, contudo, que os atendimentos de urgência e emergência serão mantidos inicialmente.

Em unidades como o Pronto-Socorro Infantil Sandra Celeste, na Zona Sul de Natal, a Coopmed responde por 60% dos médicos plantonistas. Mensalmente, são realizados cerca de sete mil atendimentos pediátricos nesta unidade. O Sandra Celeste acabou se tornando a única unidade básica de saúde pediátrica municipal com a paralisação deste tipo de serviço na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Pajuçara, na Zona Norte.

Neste primeiro dia de suspensão, as especialidades mais afetadas são: clínica médica, ginecologia e obstetrícia, pediatria, psiquiatria e médicos socorristas e intensivistas do Samu Natal.

Unidades Atingidas

A suspensão do atendimento nas unidades municipais de saúde atinge desde simples atendimentos de clínica médica até procedimentos de alta complexidade em hospitais de grande porte. Veja abaixo, conforme informações repassadas pelo presidente da Coopmed, Fernando Pinto, quais unidades e tipos de serviços serão afetados.

SUSPENSÃO DO ATENDIMENTO NAS UNIDADES MUNICIPAIS DE SAÚDE
UNIDADE DE SAÚDEPERFIL
Hospital dos PescadoresUrgência e Emergência
Maternidade Prof. Leide MoraisMaternidade de Baixa Complexidade
Maternidade das QuintasMaternidade de Baixa Complexidade
Maternidade das QuintasMaternidade de Baixa Complexidade
Maternidade de Felipe CamarãoMaternidade de Baixa Complexidade
Pronto-Socorro Infantil Sandra CelestePronto-Socorro Pediátrico
Samu NatalSocorro Médico via Ambulância
CapsCentro de Apoio Psicossocial para dependentes químicos
Unidade de Saúde de Cidade SatéliteUnidade Básica
Unidade de Saúde de Mãe LuizaUnidade Básica
Unidade de Saúde de Cidade da EsperançaUnidade Básica
Unidade de Saúde do KM - 6Unidade Básica
ATENDIMENTO DE ALTA E MÉDIA COMPLEXIDADE

UNIDADE DE SAÚDE
UTI Neonatal e AdultoHospital da Polícia Militar
Tratamento contra o câncerLiga Norte-Riograndense Contra o Câncer
Urgência PediátricaHospital Infantil Varela Santiago
OrtopediaHospital Memorial
OrtopediaHospital Médico Cirúrgico
OrtopediaPronto-Clínica Dr. Paulo Gurgel
Urgência CardiológicaHospital do Coração
Urgências DiversasNatal Hospital Center

domingo, 18 de março de 2012

Após período de regulação, corredores do Walfredo Gurgel voltam a ficar lotados

Saúde - RN


Corredores lotados, macas "presas", pacientes reclamando e ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) aguardando no estacionamento. A realidade comum ao Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG) voltou a incomodar a população nos últimos dias. O cenário descrito acima foi constatado pela equipe da TRIBUNA DO NORTE na tarde de hoje. A situação atual contrasta com aquela vivida durante o curto período em que vigorou o projeto de Regulação Ativa das Emergências Médicas.

O projeto, implantado na última quinzena de fevereiro, foi encerrado no início desse mês. A ação, considerada simples, consistia em organizar quem entrava e ficava na unidade. A regulação era feita pelo Samu Metropolitano, em parceria com a direção do Hospital e da Coordenadoria de Hospitais (Cohur). Durante alguns dias, os corredores do Walfredo ficaram vazios e causavam espanto a quem sempre viu o local cheio. Com o fim da Regulação Ativa, o problema da superlotação retornou.

Na semana passada, a secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) reuniu representantes do Samu Metropolitana e direção do hospital. O recado foi direto: a regulação teria que ser tocada apenas pelo pessoal do HMWG. "O Samu não tem condições de prosseguir com essa ação. A demanda é grande. A direção do Walfredo é quem tem que se responsabilizar", disse Domício Arruda, titular da Sesap.

O trabalho de regulação, segundo o coordenador Estadual das Urgências e Emergências, Luiz Roberto Fonseca, consistia na classificação de risco, após anamnese (entrevista e avaliação de sintomas) feita por dois médicos do Samu Metropolitano, bem como no referenciamento dos pacientes para os locais adequados, de acordo com a gravidade do caso. Somente os casos graves de urgência e emergência eram atendidos no Hospital.

Na tarde de hoje, pelo menos uma maca do Samu Metropolitano estava presa. Uma ambulância do Samu Natal também teve que esperar pela liberação de um equipamento. Não havia médicos realizando entrevistas com pacientes. No corredor principal do setor de emergência do HMWG havia pelo menos 15 pacientes em cima das macas. "O secretário disse que não existia mais essas macas nos corredores. Não é isso que estou vendo aqui. A bagunça está a mesma de sempre", reclamou Silvana Ferreira, acompanhante de um paciente que aguardava atendimento no hospital.

Enquanto estava funcionando, o serviço de Regulação Ativa encaminhou de 90 a 120 casos de baixa e média complexidade para a rede básica ou pronto-atendimentos do Município. A liberação dos corredores contou ainda com a antecipação de exames clínicos e de imagem.

Hoje à tarde, não havia ninguém da direção que pudesse falar com a reportagem.

Samu Natal não fazia parte do Programa

O Samu Natal não integrava o projeto da Regulação Ativa das Emergências Médicas no Walfredo Gurgel. À época da implantação do programa, o coordenador geral do Samu Natal, Edilson Pinto, afirmou que "não há recusa ao projeto, só aguardamos que as condições para participação sejam cumpridas". Ele explicou que dois pontos essenciais para "continuidade do processo e moralização das escalas médicas" permaneciam indefinidas pela Sesap.

domingo, 4 de março de 2012

Atendimentos de Urgência ainda é o maior problema da saúde potiguar

Saúde - RN


O Índice de Desenvolvimento do SUS diz que o RN teve nota 5,42, uma das melhores do Nordeste. Entretanto, o Estado ainda tem muito o que avançar.



Na quinta-feira (1), o Ministério da Saúde divulgou o Índice de Desempenho do SUS (IDSUS), este avalia, através de notas, a atuação da saúde pública em todo Brasil. Na região Nordeste, o Rio Grande do Norte ficou com a 2ª melhor nota (5,42) e está entre os 12 estados com os melhores serviços de saúde do país.

O índice atualiza a cada três anos e analisa a saúde brasileira através de indicadores. São 24 indicadores, sendo 14 avaliam o acesso obtido e 10 estudam sobre a sua efetividade. Com isso, eles elaboram as notas.

O Estado ficou com a nota 5,42 e teve uma diferença de 0,01 em relação ao primeiro lugar do Nordeste, que foi Alagoas. Por mais que tenha ficado na frente de estados mais desenvolvidos, como Ceará. Isso não quer dizer que a região potiguar esteja livre de problemas. Recentemente,uma pesquisa da Consult indiciou que a segunda maior preocupação dos natalenses era com a saúde pública.

A falta de investimentos em postos de saúde, para atendimentos de emergência, faz com que a maioria dos pacientes sejam deslocados a grandes hospitais, como o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, cujos leitos sempre ficam ocupados e quando vem mais gente, esses tem que ficar nos corredores, esperando um leito ou aguardar para serem transferidos para outros hospitais.

Maria Salete estava acompanhando o seu pai, no Walfredo Gurgel, que sofreu Acidente Vascular Cerebral (AVC), após ter passado mal em casa. Ela disse que vai ao hospital, porque não tem um posto de saúde no conjunto Boa Esperança, lugar onde vive.

“Se tivesse mais postos de saúde, remédios e profissionais, para atender a demanda, a saúde pública do estado seria bem melhor.”, disse Salete.
 
 
 
Domício Arruda, secretário de saúde do estado, falou que era importante divulgar os resultados desse índice para realizar melhorias na saúde em todo o país.

“O maior problema da saúde brasileira é o seu acesso, são portas estreitas. No Rio Grande do Norte, a nossa porta mais estreita são os atendimentos de urgência”, disse Arruda, concordando com o que Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse na quinta-feira sobre o acesso ao hospital.

Sobre a falta de acesso, Eduardo Silva é paciente do Walfredo Gurgel e está esperando fazer uma cirurgia cardíaca. Silva está com Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) que faz o seu coração crescer e está a seis meses tentando fazer uma cirurgia. Ao ser perguntado o que ele acha da saúde pública, no Estado, rapidamente disse: “Nem tudo aquilo que a gente tem o direito de ter por direito, é aquilo que a gente vai ganhar”.

Para tentar desafogar os maiores hospitais do estado e assim trazer melhorias a saúde pública potiguar, às prefeituras e o Governo estão criando medidas, tais como a criação de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que funcionam por 24 horas, e ampliação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Em fevereiro, a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) criou a Rede de Atenção às Urgências no Rio Grande do Norte. Fazem parte da rede: o Samu, UPAs e o conjunto de serviços de urgência 24 horas de atenção hospitalar e domiciliar.

Esta faz parte da Política Nacional de Atenção as Urgências, no qual o foco principal é trazer medidas para desafogar a superlotação do Walfredo Gurgel e já se sentiu as primeiras melhorias. No carnaval, não teve nenhum paciente do SUS pelos corredores do hospital, segundo a Sesap.
 
UPA de Pajuçara, na Zona Norte.
 
Além disso, o Estado anunciou novas UPAs para os municípios de Ceará-Mirim e Assu. São 11 unidades, ao todo, que estão em projeto ou em construção. Atualmente, 4 se encontram em construção nos municípios de Macaíba, Mossoró, Natal, localizada no bairro da Cidade da Esperança, e Parnamirim.

Sobre a UPA da Cidade da Esperança, faz dois anos que ela deveria estar pronta. Enquanto isso, os moradores do bairro tem que ir a Unidade Básica de Saúde do bairro de Quintas ou para o Hospital dos Pescadores, no bairro das Rocas.

Em Natal, existe uma unidade que fica em Pajuçara, na Zona Norte. Tem capacidade para mais de 300 atendimentos por dia e conta com 150 funcionários. São quatro consultórios médicos, 12 leitos, salas de acolhimento, observação, setor de pronto atendimento, setor de diagnóstico e terapêutico.

Mas, por conta dos assaltos que teve na unidade, recentemente, os atendimentos foram prejudicados e os funcionários até ameaçaram de fazer uma paralisação por causa dos pagamentos atrasados e em protesto pela falta de segurança.

Em Natal, foi criado o Ambulatório Médico Especial (AME) em que traz os serviços de saúde básica, tais como pediatria, cardiologia, clínico geral, geriatria, oftalmologia, nutricionista, entre outros.

São três ambulatórios em Planalto, Nova Natal e Brasília Teimosa. O quarto seria no conjunto Igapó, entretanto, as obras estão paralisadas. Se estivesse funcionando a unidade atenderia 11 mil atendimentos por mês, incluindo, e diminuiria a lotação do Hospital Santa Catarina.
 
Atendimento da equipe do Samu.
 
O Ministro Alexandre Padilha disse que o índice não deve ser visto como um instrumento de avaliação apenas da administração local e que as notas estimulam o avanço do SUS. Ainda falou que não há uma nota mínima e que metas estão descartadas, apesar dos técnicos do Ministério dizer que nota 7 seria ideal.

Natal obteve uma nota 5,9 e foi a terceira melhor nota das capitais nordestinas, perdendo apenas para São Luís e Recife. Além disso, a capital potiguar está entre as 11 melhores notas do índice em todo país. A pior nota ficou para o Rio de Janeiro, que foi 4,33.

Domício Arruda disse que apesar das notas, a saúde ainda precisa ser aperfeiçoada. "A gente precisa melhorar bastante, apesar de termos avançados na parte de transplante", disse. O secretário disse que ainda não tem uma ação pontual para atender outras questões que o indicador apontou de negativo para o Estado.