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sábado, 24 de maio de 2014

Cirurgiões vasculares vão pedir exoneração do HWG

Saúde - RN

Reportagem da TRIBUNA DO NORTE

Os pedidos ainda não chegaram oficialmente à Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), mas o secretário Luiz Roberto Fonseca, conversou 45 minutos, no começo da noite de ontem, com cinco cirurgiões vasculares que estão se demitindo do Hospital Walfredo Gurgel. São eles: Gutemberg Gurgel, Edson Barreto, Davi Rosado, Ricardo Wagner e José Linhares. Destes, o secretário de Saúde do Estado disse que há pelo menos um mês já sabia de um pedido de exoneração, que ainda não chegou às suas mãos, do médico Gutemberg Gurgel, enquanto outro dos sete cirurgiões vasculares lotados no HWG estavam encaminhando sua aposentadoria.

Júnior SantosReunião entre Luiz Roberto e médicos busca alternativas para não prejudicar atendimentoReunião entre Luiz Roberto e médicos busca alternativas para não prejudicar atendimento

A saída dos cirurgiões vasculares do HWG ocorre, praticamente, dois meses depois de a Sesap exigir que os médicos  passassem a prestar serviços de carga horária complementar, através de contratação feita pela Cooperativa Médica, presencialmente. Até março deste ano, os cirurgiões vasculares que tinham plantões complementares pela Cooperativa Médica ficavam de sobreaviso.

O secretário Luiz Roberto  Fonseca afirmou, ontem, logo depois da reunião em seu gbinete,  que respeita a decisão dos médicos, mas enquanto for o titular da Sesap não vai concordar com essa modalidade de prestação de serviço, “porque não existe possibilidade jurídica” para assim mantê-lo.

Segundo o  secretário, os cirurgiões vasculares trabalham em plantões de 12 horas, mas a escala - como não existem profissionais suficientes na área - , é feita com dois profissionais, um fica de plantão presencial e outro de sobreaviso, para o caso dos contratos pelo regime estatutário.

O secretário Luiz Roberto informou ainda que um plantão médico pela cooperativa é pago à razão de R$ 1,2 mil (por plantão) a cada cirurgião vascular. Ele ofereceu a eles uma elevação no valor dos plantões para R$ 1,9 mil, o que já é pago para os neurocirurgiões e cirurgiões ortopedistas, por exemplo. “Não posso pagar outro valor que seja diferente dos demais profissionais”, continuou o secretário.

No caso de não haver um acordo com os cirurgiões vasculares e eles confirmarem os pedidos de exonerações, o secretário de Saúde disse que uma alternativa para não deixar a população sem a prestação desse serviço, que é imprescindível num hospital referenciado em traumatologia como o HWG, “é abrir uma licitação nacional para a contratação terceirizada de outros profissionais”.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Medidas são recebidas com receio

Saúde - RN

As mudanças impostas pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap/RN) na rede de atendimento materno infantil causaram preocupação aos gestores dos hospitais que deverão se adaptar ao novo perfil de atendimento, com a inclusão dos serviços de obstetrícia. No Hospital Regional Monsenhor Antônio Barros, em São José de Mipibu, na Região Metropolitana de Natal, a medida anunciada pelo titular da pasta, Luiz Roberto Fonseca, foi recebida com surpresa e preocupação pela diretora da unidade hospitalar, Isabelle Grilo.

Sandra Aureliano resistiu em sair da Apami por receio de não ter atendimento. Depois de quase três horas de discussão, ela e o filho foram levados para o Hospital Regional de São José de Mipibu

Sandra Aureliano resistiu em sair da Apami por receio de não ter atendimento. Depois de quase três horas de discussão, ela e o filho foram levados para o Hospital Regional de São José de Mipibu

Ela afirmou depender de uma infraestrutura médica e de equipamentos para oferecer os serviços. Atualmente, o Hospital não tem como atender a demanda de urgência e emergência adulta e pediátrica, clínica médica, internamentos de obstetrícia e de cirurgias eletivas, sem que haja uma adaptação ao que foi preconizado pela Sesap.

A Secretaria garantiu, porém, que em até 20 dias, os hospitais regionais de São José de Mipibu, São Paulo do Potengi, Santo Antônio e João Câmara, estarão devidamente equipados e com médicos pediatras e obstetras nas escalas de plantão. Entretanto, no Hospital Regional de São José de Mipibu, as mudanças foram iniciadas um dia após o anúncio da restruturação, de forma considerada abrupta.

Em meio a uma reforma, iniciada em fevereiro passado, que custará, ao final, R$ 660 mil, a unidade teve que receber quatro parturientes e seus recém-nascidos no início da tarde desta terça-feira, 23. Todas oriundas da Associação de Proteção e Assistência à Maternidade e à Infância (Apami).

A entidade realizava partos normais e cesarianas em São José de Mipibu, através de pactuação com a Sesap e com a Prefeitura daquele município. Segundo a Sesap, a Apami é uma das entidades que não responde positivamente à pactuação e foi excluída da lista de entidades manutenidas pelo Governo do Estado para a prestação de serviços de saúde.

O Hospital Regional recebeu as pacientes, sem dispor de berços comuns e aquecidos, além do sistema de fototerapia para bebês nascidos com icterícia. Dois dos recebidos na unidade precisam de fototerapia para não desenvolver problemas pelo acúmulo de bile no organismo.

“Não esperávamos receber desta forma. Estamos em reforma e ainda nos estruturando. Estávamos esperando a Sesap traçar o perfil deste hospital. Aguardávamos que fosse permanecer como de urgência e emergência”, destacou a diretora da unidade.

Sem outra solução, até a aquisição de equipamentos específicos para o setor obstétrico e pediátrico, o Hospital Regional teve que recorrer à Apami para que cedesses os berços. A diretora Isabelle Grilo enfatizou que irá adaptar a sala do repouso do centro cirúrgico da unidade para que as cesarianas possam ser realizadas, sem a necessidade do encaminhamento das mulheres em trabalho de parto para as maternidades de Natal.

Mas fez cobranças: “estamos assumindo uma responsabilidade e preciso do respaldo da Sesap. Com o apoio da direção técnica do hospital, ela irá confeccionar um relatório apontando as necessidades para o início dos serviços de obstetrícia.

domingo, 2 de dezembro de 2012

MP quer maternidades de Natal em 'funcionamento regular e contínuo'

Saúde - Natal,RN

Promotora Elaine Cardoso emitiu recomendação à secretária de Saúde.
Ela diz que vai adotar medidas judiciais caso não seja atendida.

 

O Ministério Público do Rio Grande do Norte recomendou que as maternidades de Natal estejam em "funcionamento regular e contínuo" o mais breve possível. A promotora Elaine Cardoso Teixeira, da promotoria de Defesa da Saúde Pública, encaminhou a recomendação à secretária de Saúde da capital potiguar, Maria Joilca Bezerra Loureiro de Carvalho. A recomendação foi publicada na edição deste sábado (1º) do Diário Oficial do Estado (DOE).
Elaine Cardoso levou em consideração matéria veiculada no G1 no dia 27 de novembro passado. O material informava que as maternidades das Quintas, Felipe Camarão e Leide de Morais encontram-se fechadas desde o dia 21, em decorrência da paralisação de médicos devido à falta de pagamento.


A promotora lembrou, na recomendação, que a Secretaria Municipal de Saúde informou na matéria do G1 que era esperado o retorno dos médicos a suas atividades, inclusive nas maternidades, uma vez que o pagamento à COOPMED já havia sido feito. Mas ela tomou conhecimento que as deficiências nas três maternidades continuavam até a sexta-feira (30).
Com as deficiências no atendimento na rede municipal, a Maternidade Escola Januário Cicco apresenta novo quadro de superlotação.
Por esses motivos, Elaine Cardoso recomendou à Maria Joilca Bezerra que "tome todas a providências administrativas necessárias ao funcionamento regular e contínuo das maternidades do Município, e na impossibilidade de funcionamento concomitante das três maternidades, que proceda à junção de escalas dos profissionais municipais lotados nessas unidades, garantindo o retorno das atividades de, pelo menos, uma ou duas delas".
A promotora conclui a recomendação advertindo que "a não observância desta recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis".

Todos os direitos reservados ao portal g1.globo.com/rn

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Único hospital municipal de Natal fecha portas e não admite pacientes

Saúde - Natal,RN

Hospital dos Pescadores, nas Rocas, enfreta problemas de infraestrutura.
Dos 32 leitos de internação, somente quatro estão em funcionamento.


O caos na Saúde Pública do Rio Grande do Norte vai além dos hospitais estaduais. Em Natal, o único hospital municipal deixou de admitir pacientes em situação de urgência ou emergência desde esta quarta-feira (12) e está transferindo ou dando alta aos pacientes internados. Além da falta de médicos, em decorrência da suspensão dos serviços dos profissionais ligados à Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed), o hospital não oferece infraestrutura básica para atendimento. Faltam desde medicamentos básicos a equipamentos de ressuscitação de infartados, por exemplo.

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou que a titular da pasta, Maria do Perpétuo Socorro Nogueira, irá se reunir com representantes da categoria na noite desta quinta-feira (13) para tentar sanar o problema. A Coopmed realizará assembleia para decidir se retorna ou não ao trabalho também na noite desta quinta.
Além dos médicos cooperados, a Cooperativa dos Anestesiologistas do Rio Grande do Norte também decidiu paralisar as atividades nas unidades municipais de saúde. Eles cobram o pagamento de dívidas acumuladas no valor de R$ 3,4 milhões.

Na manhã desta quinta, a chefe do Setor de Fiscalização do Conselho Municipal de Saúde, Silvana Barros, visitou o Hospital dos Pescadores para constatar como o atendimento estava ocorrendo. "Recebemos uma denúncia de que estava faltando médicos e os pacientes estavam recebendo alta sem critério de avaliação", comentou. Entretanto, o diretor médico da unidade, Marcos Pinheiro, confirmou que os pacientes estavam recebendo alta ou sendo transferidos, mas somente após avaliação. "Estamos tendo todo cuidado antes de dar alta ou transferir qualquer paciente", ressaltou Pinheiro.

Apesar da afirmação do diretor médico, os familiares da aposentada Maria Galvão, de 83 anos, disseram que a senhora recebeu alta sem nenhum critério médico. "Ela sofreu uma queda e fraturou um osso na região da bacia. Ela passou 20 dias internada à espera de cirurgia que não foi feita. Hoje, o médico deu alta e mandou para casa onde deverá esperar pela cirurgia", afirmou José Lindemberg, filho de Maria Galvão. O diretor médico Marcos Pinheiro rebateu a informação alegando que a paciente havia sido avaliada e o melhor seria esperar em casa. Visto que, não há previsão para a marcação da cirurgia ortopédica eletiva.

Um outro paciente, em estado grave e precisando ser transferido para um hospital que realize um procedimento cirúrgico chamado gastrostomia, que consiste na abertura de um orifício no estômago para passagem de alimentos, aguarda definição da direção do Hospital dos Pescadores.
A paralisação dos profissionais ligados à Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte, que reclamam do Município o pagamento de uma dívida estimada em R$ 6,4 milhões, refletiu ainda mais na superlotação das unidades estaduais de Saúde, cujo estado de calamidade pública foi decretado pela governadora Rosalba Ciarlini em 4 de julho passado.

A saúde pública de Natal vive um momento de extremos. Enquanto somente quatro dos 32 leitos disponíveis no Hospital dos Pescadores estão sendo utilizados, cerca de 100 pacientes superlotavam os corredores do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho na manhã desta terça-feira (13). Uma das enfermarias do Hospital dos Pescadores foi interditada pela Vigilância Sanitária por não dispor de banheiros.

A sala de reanimação da unidade também foi desativada por falta de equipamentos indispensáveis à reanimação de pacientes, como o monitor cardíaco. Enquanto macas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ficam retidas nos corredores do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, outras ficam abandonadas num dos corredores do hospital municipal. A sala de reanimação da unidade estava sendo usada como Unidade de Terapia Intensiva (UTI) improvisada, enquanto deveria apenas estabilizar pacientes em estado grave.
"Como se vê, o problema não se resume à paralisação do atendimento médico. Vai muito além. É um problema estrutural. É um descaso com a saúde municipal", afirmou Silvana Barros. Em relação ao atendimento dos quatro pacientes ainda internados na unidade, a Coopmed reduziu a escala dos médicos plantonistas de três para um médico. "Não há escala para o pronto-socorro e somente os pacientes já internados estão sendo atendidos. Só há um médico para atender as intercorrências", confirmou Marcos Pinheiro.

O diretor médico lamentou a atual situação da saúde pública no estado e desabafou. "Os médicos acabam sendo os heróis e os vilões dessa história. A gente consegue, com o mínimo, fazer muito. Mas quando não conseguimos, por motivos diversos, não se reconhece que a culpa é da infraestrutura oferecida", destacou Marcos Pinheiro.

Desabastecimento generalizado
As unidades municipais de saúde enfrentam um desabastecimento generalizado. Enquanto a equipe de reportagem do G1 entrevistava os gestores do Hospital dos Pescadores, um dos diretores da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Pajuçara, na Zona Norte de Natal, entrou em contato com o Marcos Pinheiro para solicitar a transferência de cápsulas de dipirona. O médico relatou que os forcedores encareceram o preço do produto em 100% nos últimos dias como forma de 'aproveitamento' da situação caótica na Saúde.

No próprio Hospital dos Pescadores, a representante do Conselho Municipal de Saúde, Silvana Barros, confirmou que somente 30% de todos os pedidos encaminhados à Secretaria Municipal de Saúde eram atendidos.
Em recente fiscalização nos Centros de Apoio Psicossocial do Município, Silvana constatou a falta de insumos e medicamentos indispensáveis ao tratamento dos viciados em drogas e pessoas com distúrbios mentais. "Falta desde o antipsicótico mais simples aos medicamentos mais fortes", relatou Silvana.

Pronto-Socorro Infantil Sandra-Celeste irá fechar sábado (15)
A partir de sábado, dia 15 de setembro, o atendimento no Pronto-Socorro Infantil Sandra Celeste, única unidade municipal de Saúde voltada ao público infantil, será suspenso por falta de médicos.
Com mais da metade dos profissionais pediatras conveniados à Coopmed, as escalas de plantão não puderam ser fechadas pela direção da unidade.
"A escala de plantão precisou ser 'achatada' para garantir o atendimento. Entretanto, a partir de sábado, não terá mais atendimento na urgência, apenas nas consultas marcadas", confirmou o diretor da Sociedade de Pediatria do RN e servidor do Sandra Celeste, Nivaldo Sereno Júnior.
Dos quase 40 pediatras que atuam no Pronto-Socorro Infantil, somente os 14 servidores do Município estão cumprindo escala. "As crianças serão encaminhadas para os Hospitais Maria Alice Fernandes e Walfredo Gurgel, infelizmente. Nós estamos numa guerra sem solução nenhuma", lamentou Nivaldo Júnior.

A diretora da unidade, Telma Lúcia de Araújo, disse que o funcionamento do Pronto-Socorro está sendo feito de forma parcial graças aos 14 pediatras concursados. "Nós fizemos o possível e o impossível, mas chegamos ao limite. Eu não sei nem o que dizer", enfatizou Telma Lúcia.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Governo propõe aumento de 22% e médicos rejeitam

Saúde - RN

O Governo do Estado e os médicos grevistas não chegaram a um acordo. Os secretários de Estado da Saúde Pública, Isaú Gerino, e da Administração e dos Recursos Humanos, Álber Nobrega, participaram de uma reunião com membros do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed) no sentido de pleitear o encerramento da greve no setor que se arrasta há 50 dias, mas a nova proposta foi apresentada foi negada pela categoria dos profissionais em saúde.

Pela nova proposta do Governo, os médicos receberiam um reajuste de 22%, divididos entre fevereiro e setembro de 2013 e fevereiro de 2014. A criação da Gratificação de Atividade Médica teria um impacto anual superior a R$ 27 milhões. Apenas em 2011, a categoria dos médicos do Estado foi contemplada com um aumento de 31% e, em relação a maio de 2011, os profissionais já obtiveram um ganho de 11%.

Além da proposta, o Governo também ofereceu a adoção de tabela remuneratória da Lei Complementar 323/10, a qual irá incorporar a gratificação de alta complexidade para 427 médicos, com implantação gradual entre julho e dezembro do corrente ano. A ação reflitiria no pagamento de R$ 16.794.887,92 por ano.

Atualmente, os médicos representam 14% do corpo funcional da área da saúde do estado e os servidores 86%. Os 2.196 médicos que atuam no serviço público representam 36% do desembolso com a folha do Estado com a saúde, contemplando um percentual maior do que o crescimento da folha (31%). Por outro lado, os 13.317 servidores perfazem 64%.

De acordo com Álber Nóbrega, todas as vantagens foram apresentadas aos médicos. "A média de desembolso do Estado por médico é de R$ 9.397,00. Falamos sobre as conquistas que eles tiveram em 2011, mas ainda não houve entendimento. Foi a terceira reunião ocorrida com o Sindicato e a quinta proposta apresentada pelo Governo do RN, porém é necessário observar a Lei de Responsabilidade Fiscal e ter certa cautela quando fazemos projeções salariais", disse.

O secretário ressaltou os índices de reajuste obtidos pelos médicos nos últimos 18 meses e garantiu que os valores são consideráveis. "Acho que nenhum outro setor conseguiu chegar a esse índice de reajuste, mas é necessário atentar que temos que atender as outras categorias, temos que atender ao plano de cargos e salários. Se juntarmos todos os pedidos, iremos alcançar o limite prudencial e isso impediria o RN de receber os convênios e repasses obrigatórios do Governo Federal", enfatizou.

Além disso, na reunião, o secretário Isaú Gerino garantiu o comprometimento do Estado em atender às melhorias das condições de trabalhos dos médicos, bem como o reforço na aquisição de medicamentos. O titular da pasta viajou ao Ministério da Saúde nesta quarta-feira (20) para viabilizar os recursos para investimento na saúde do RN.

Sobre as gratificações aos 427 médicos, o titular da Administração e dos Recursos Humanos disse que a implantação independe de gratificação e os direitos adquiridos pelos profissionais serão honrados pelo Estado. "Isso é um direito que os médicos têm. Vamos respeitar, mesmo porque não depende de negociação a implantação das gratificações. Estamos trabalhando e mostrando aos médicos nosso desejo de pôr fim à greve. Esperamos que os profissionais tenham o entendimento com o Governo e voltem ao trabalho por causa da importância deles para o contexto social, que é o de salvar vidas", comentou.

domingo, 27 de maio de 2012

RN é 7º do país no ranking da dengue

Saúde - Dengue

Roberto Lucena - Repórter

Os números de casos suspeitos e confirmados de dengue não param de crescer. O Rio Grande do Norte é o sétimo estado no ranking de notificações da doença. Em Natal, dados do último boletim registrado mostram 4.586 casos de dengue clássico e 297 casos de dengue grave. Uma vacina contra a doença está sendo elaborada e deverá ser lançada no próximo ano e produzida em 2014, mas, de acordo com especialistas, sem a mudança de cultura da população no tocante à prevenção, o cenário não sofrerá alterações.
Júnior SantosPopulação é maior responsável por acabar com focos do mosquitoPopulação é maior responsável por acabar com focos do mosquito

De acordo com os boletins epidemiológicos divulgados pela secretaria Municipal de Saúde (SMS), as zonas Leste e Oeste da capital lideram o número de notificações. O resultado permanece inalterado em todos os levantamentos. Bairros como Felipe Camarão, Mãe Luiza, Ribeira e Petrópolis figuram entre aqueles onde há mais registros de pessoas com a doença e quantidade de focos do mosquito Aedes Egypt. "De um lado temos pessoas que têm problemas com abastecimento d'água e precisam armazenar o líquido. Isso, na maioria dos casos, é feito sem o devido cuidado e acabam surgindo os criadouros do mosquito. Do outro, há uma dificuldade em fazer um trabalho de prevenção nas residências", explica o coordenador do Programa Municipal de Controle da Dengue, Lúcio Pereira.

Os gestores de saúde pública conhecem os números e sabem onde estão os problemas mais graves. Mas com essas informações, porque não é possível mudar a realidade? Para o médico infectologista, Kleber Luz, sem uma ação integrada e bem articulada entre os governos Federal, Estadual e Municipal junto à população, não haverá resultados positivos. "Não adianta colocar milhares de agentes de combate a endemias nas ruas se a população não colaborar. É preciso conscientização antes de tudo", informa.

O médico informa ainda que a população tem uma ideia equivocada de que a doença é transmitida por mosquitos vindos da casa do vizinho. Segundo o profissional, a desculpa de que "se eu fizer tudo direito, mas o meu vizinho não fizer, não adianta nada" é errada. "O mosquito que lhe pica estão na sua casa. O mosquito não sai de uma casa para outra. A fêmea põe os ovos num lugar e, naquele mesmo espaço, procura o sangue", explica.

De acordo com a secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), os números preocupam, mas o resultado ao fim do ano não deve ser pior que ano passado. Em 2011, a secretaria registrou 13.252 casos de dengue do tipo clássico e 62 óbitos suspeitos. A sétima semana epidemiológica da Sesap, que foi até o dia 28 de abril, apresentava 28 mortes suspeitas, sendo três descartadas e duas confirmadas. "Estamos agindo precocemente nos municípios onde há um aumento no número de suspeitas da doença para evitar um problema maior", explica Kristiane Fialho, coordenadora do Programa Estadual de Dengue.

A ação principal, diz Fialho, é a utilização dos conhecidos carros-fumacê [veja tabela]. Esse ano, 18 municípios receberam a visita de equipes da Sesap. Em Natal, os bairros atendidos pelo sistema foram: Igapó, Alecrim, Quintas, Bom Pastor, Nordeste e Dix-Sept-Rosado. "Acreditamos que com esse trabalho não teremos uma epidemia como a do ano passado. É natural que haja uma diminuição no números dos casos a partir de junho. Isso deve acontecer também esse ano", disse.

Com o início do período chuvoso, a população redobra a preocupação com a possibilidade de proliferação do mosquito Aedes Egypt. Porém, de acordo com Kleber Luiz, o problema maior é quando há estiagem. "Muita chuva acaba transbordando os locais onde há acumulo de água e a larva morre, cai no chão. Não é apenas com a presença de chuvas que teremos dengue. Observa-se esse ano. Não tivemos muitas chuvas e, no entanto, o número de casos é maior que o do ano passado em Natal", pondera.

O especialista orienta a população à procurar um posto médico quando surgirem sintomas como febre, dor de cabeça e no corpo. "Os diabéticos, hipertensos e a população de pele branca deve redobrar os cuidados porque estão mais susceptíveis à complicações, especialmente se contraírem a doença por mais de uma vez". Além disso, explica o médico, os profissionais de saúde precisam saber como manejar a doença. "Para tanto, o Ministério da Saúde disponibilizou, em seu site, um curso simples que qualquer um pode ter acesso", afirma.

Vacina deve ser lançada em 2013

Natal ocupa posição de destaque no Brasil com relação ao desenvolvimento de uma vacina contra a dengue. No Hospital Varela Santiago, há um estudo iniciado em outubro passado sobre o medicamento. Há uma espécie de concorrência mundial de empresas para o desenvolvimento de uma vacina segura e realmente eficaz contra a doença.

A produção da vacina é de altíssima prioridade para o Ministério da Saúde, que amarga altos custos com o tratamento dos infectados. Levando em conta apenas os gastos com hospitalização pelo Sistema Único de Saúde (SUS), decorrentes da dengue clássica e da febre hemorrágica da doença, já se foram R$ 120 milhões na última década (2000-2009), em mais de 140 mil hospitalizações.

O lançamento está previsto para o ano que vem, mas a produção só deve começar em 2014. Atualmente, vem sendo realizado um estudo epidemiológico, entra crianças e adolescentes de 9 a 16 anos de idade, num total de 750 participantes, nas cidades de Vitória (ES), Campo Grande (MGS), Fortaleza (CE), Goiânia (GO) e Natal (RN). A vacina é tetravalente e imunizará as pessoas contra os quatro tipos de vírus da dengue. Quando estiver pronta, ela deverá ser aplicada em três doses, com intervalo de seis meses entre cada aplicação.

Segundo os produtores, a vacina terá eficácia de 70%, de acordo com a premissa acordada com autoridades regulatórias mundiais de saúde, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ainda não há como afirmar prazo de validade e durabilidade da vacina em desenvolvimento.

Quando estiver pronta, a distribuição da vacina ficará a cargo das autoridades de saúde. "Estamos trabalhando forte nesse trabalho e esperamos bons resultados no futuro. Mas, antes que isso aconteça, é preciso a conscientização da população e mudança de hábito com relação ao cuidado com o abastecimento de água", diz Kleber Luz.

Número de mortes está em queda

O Rio Grande do Norte está entre os dez estados que detêm o maior número de notificações de dengue, segundo dados do Ministério da Saúde. Natal é o sétimo município com registros da doença. O número de óbitos causados pela doença no Estado caiu 67%, nos quatro primeiros meses de 2012, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2011, entre janeiro e abril, foram registrados nove óbitos. Em 2012, no mesmo período, ocorreram três mortes no Estado.

O balanço do Ministério da Saúde aponta um dado positivo no Brasil: os números de óbitos vêm caindo com relação ao mesmo período de 2010, com 84% a menos de mortes por dengue. Há dois anos foram registradas, em todo o país, 467 mortes pela doença entre janeiro e abril. Já no primeiro quadrimestre deste ano o número caiu para 74 óbitos. Além disso, houve diminuição de 91% nos casos graves da doença, que passaram de 11.845 em 2010, para 1.083 registros em 2012. Já o número total de casos teve retração de 58% - foram 286.011 casos da doença em 2012, contra 682.130 em 2010.

Quadro atual

Dez Estados concentram 81,6% (233.488) dos casos notificados em 2012 - Rio de Janeiro (80.160), Bahia (28.154), Pernambuco (27.393), São Paulo (19.670), Ceará (17.205), Minas Gerais (14.006), Mato Grosso (13.802), Tocantins (11.589), Pará (11.223) e Rio Grande do Norte (10.286). No país, circulam quatro tipos de vírus da dengue. Em 2012, os tipos DENV 1 e DENV 4 foram os mais comuns, com 59,3% e 36,4%, respectivamente. Foram avaliadas 2.098 amostras positivas. Na região Nordeste registrou-se 81,5% de predomínio do DENV 4.

domingo, 13 de maio de 2012

Privados têm maior fatia de recursos

Saúde - RN


Margareth Grilo - repórter especial

O custeio anual para a saúde pública no Rio Grande do Norte é de aproximadamente R$ 775,4 milhões para todos os blocos de financiamento, da atenção básica à alta complexidade, segundo dados do portal SUS - Saúde com Transparência, mantido pelo Ministério da Saúde. Nos primeiros dois meses deste ano, o governo federal já repassou perto de R$ 274,1 milhões. No entanto, o montante que, aparentemente, seria suficiente para dar assistência adequada à população, é carreado em grande parte para a rede de saúde privada. Com maior aporte tecnológico, os hospitais privados receberam, em 2011, mais de R$ 200 milhões somente com a realização de procedimentos hospitalares e ambulatoriais de alta e média complexidade.
Alberto LeandroHospital Deoclécio Marques é um dos que passa por problemas de superlotação por causa de contrato paralisado com a rede privadaHospital Deoclécio Marques é um dos que passa por problemas de superlotação por causa de contrato paralisado com a rede privada

As informações estão disponibilizadas no portal DATASUS (base de dados de 29/03/2012). Do valor global da Média e Alta Complexidade, em 2011, que foi da ordem de R$ 424,3 milhões para o RN, os recursos que convergiram para a rede privada representam 47,27%. Somente na Alta Complexidade, as unidades hospitalares privadas levam 85,75% dos recursos. No Estado, a Alta Complexidade custou para o SUS, no ano de 2011, algo em torno de R$ 16,5 milhões. O setor privado recebeu R$ 14,1 milhões. O valor global destinado ao RN inclui repasses para Estado e municípios.

Já nos dois primeiros meses do ano, considerando apenas as internações hospitalares, a rede pública realizou 10.667 procedimentos, que geraram um repasse de R$ 8.862.895,95. Mas a rede privada, apesar de realizar menos, 7.715 procedimentos, recebeu R$ 8.517.899,95, cerca de R$ 340 mil a menos. No caso dos procedimentos ambulatoriais, a alta complexidade carreia para a rede privada 85,75% dos recursos transferidos pelo SUS para a área.

Nos dois primeiros meses de 2012, dos R$ 16,5 milhões destinados à alta complexidade ambulatorial, R$ 14,1 milhões ficaram com a rede privada. Na média complexidade, o percentual é menor: 32,07%. Do total de R$ 16,8 milhões, o setor privado recebeu R$ 5,4 milhões. Os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) - instrumento criado pela Constituição Federal, de 1988 - são deslocados para o setor privado por meio de contratação de serviços, um instrumento legal.

Ao realizar um procedimento, a unidade, hospitalar, gera uma AIH (Autorização de Internação Hospitalar), que engloba três serviços: o hospitalar (diárias, taxas de sala, materiais hospitalares e medicamentos); o profissional (equipe médica) e os auxiliares de Diagnóstico e Terapia. Já a unidade ambulatorial gera uma APAC (Autorização de Procedimento de Alto Custo). Nos dois casos, os preços obedecem à uma tabela única do SUS.

Contratos de serviços têm que ter "plus" para atrair interesse

Nos estados e municípios, na maioria das negociações para contratação de serviços, que a rede pública não disponibiliza, principalmente de alta complexidade, os hospitais e clínicas, e mesmo os profissionais, não aceitam a tabela do SUS.

"O setor público faz a chamada pública e eles não se apresentam, por causa dos valores muito baixos, e dá chamada deserta. É quando o que o gestor tem que reabrir a chamada e negociar um plus mínimo porque o usuário tem que ter o serviço", detalha Ana Tânia Sampaio, enfermeira, sanitarista e professora do Departamento de Saúde Coletiva da UFRN .

Ana Tânia já exerceu cargos de secretária de saúde no município de Natal (SMS) e adjunta, na Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). Na licitação, cada hospital ou cooperativa vai dizer quanto a mais da tabela SUS aceitaria para prestar o serviço.

O problema, segundo ela, é que o plus sai do orçamento público de estados e municípios. Ou seja, não está na conta das transferências (blocos de financiamentos). "É por isso", asseverou, "que muitas vezes se atrasa pagamentos".

Quando chega o dinheiro da tabela SUS, segundo a professora, esse valor já é repassado, mas o complemento, que é o bolo maior, fica na dependência de disponibilização financeira por parte dos executivos, sejam eles estaduais ou municipais, às secretárias.

Na rede pública, as referências nas áreas de alta complexidade são os hospitais estaduais Walfredo Gurgel, Giselda Trigueiro (doenças infecciosas) e Maria Alice Fernandes (Infantil), e os federais, Maternidade Escola Januário Cicco e Hospital Universitário Onofre Lopes, sobrecarregados pela demanda de todo o Estado.

Historicamente, antes do SUS, a assistência de alta e média complexidade era realizada pela Previdência, através do componente assistencial. Eram beneficiados os trabalhadores que pagavam sua contribuição. O Ministério se responsabilizava pelas ações primárias (hoje atenção básica) e preventivas, como o controle de endemias.

Financiamento não é compatível

Desde 1993, primeiro ano que os municípios passaram a ser gestores do Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde deixou de executar ações e transferiu seus serviços para estados e municípios. Um dos exemplos é o controle de endemias, que passou a ser executado pelos municípios. "Esses servidores federais, hoje, estão se aposentando e quem está repondo são os municípios, quando podem", afirma a enfermeira, sanitarista e professora do Departamento de Saúde Coletiva da UFRN, Ana Tânia Sampaio.

Ela sustenta que estados e municípios receberam a responsabilidade da gestão mas junto com ela não veio um financiamento compatível. "Nesse processo", disse Ana Tânia, "a situação mais cômoda é a da União". Segundo ela "com a implantação do SUS, como nenhum município tinha rede estruturada de assistência, porque não eram executores de serviços, o que conseguiram ter foi uma estrutura básica".

"O Ministério da Saúde repassa o valor do serviço, com base na tabela SUS", disse Ana Tânia, "mas não repassa - e nunca repassou - a condição para que estados e municípios se estruturassem para oferecer os serviços que estavam assumindo. Por isso, estamos na dependência do serviço privado". Nos últimos anos, a União não tem direcionado recursos de investimento para equipamentos, pessoal, melhoria e ampliação dos hospitais e não realiza concurso público para o nível de assistência.

No levantamento feito pela TRIBUNA DO NORTE no portal Saúde com Transparência, o Rio Grande do Norte recebeu no bloco de Investimento, em 2011, R$ 11,6 milhões, para aplicação em todos os municípios potiguares. Segundo Ana Tânia, municípios e estados estão mais penalizados no financiamento do SUS. A sanitarista reconhece que também existe a má gestão.

"Quando as pessoas apontam o orçamento parece muito dinheiro", afirmou a chefe da Assessoria de Planejamento da Secretaria Municipal de Saúde, Maria Auxiliadora Soares de Lima, "mas é tudo para pagar serviços de Natal e de outros municípios. O mesmo ocorre com o Estado, que recebe apenas para pagar procedimentos dos municípios e de suas unidades".

No caso do município de Natal, a projeção é de que receba algo em torno de R$ 217 milhões, dos quais R$ 104,5 milhões é destinado ao pagamento de procedimentos dos municípios pactuados. Ou seja, aqueles que enviam pacientes para Natal, a partir de um teto financeiro contratado junto à SMS/Natal.

Esse teto é definido na Comissão Bipartite (que agrega os gestores dos 167 municípios do RN). Segundo ela, o município está investindo de recursos próprios 22% na Saúde, mas o valor ainda não é suficiente. Somente para a média e alta complexidade, segundo a coordenadora da Regulação, da SMS, Saudade Azevedo, é de R$ 82,1 milhões para 2012.

Judicialização onera a saúde

A judicialização é outro ponto controverso. Em Natal, tem paciente que ingressou na justiça, ganhou a causa e o município paga R$ 85 mil, por mês, de um medicamento. Estão em andamento no país mais de 240 mil processos na Justiça com pedidos de acesso a medicamentos e a procedimentos médicos e hospitalares pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Tudo isso fura o financiamento.

Os dados são de levantamento parcial realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 32 dos 91 tribunais brasileiros. Para se ter uma ideia do quadro atual, os custos com esse tipo de ação já bate o patamar de R$ 25 milhões, dinheiro que sai do orçamento público para atender liminares e tutelas judiciais. Termina sendo uma via que beneficia o indivíduo que tem mais conhecimento, que pode pagar um advogado. O cidadão que não tem acesso à informação, que não tem o conhecimento, fica dependendo de uma ação coletiva que só o Ministério Público pode encaminhar.

Para os especialistas, a judicialização é problema, porque o usuário tem o direito adquirido, mas não foi pensado o quanto em investimento teria que se colocar para dar essa cobertura integral.

Enquanto secretária municipal de Saúde de Natal ela criou um comitê para minimizar a judicialização. O grupo atua até hoje. Para os especialistas ouvidos pela TRIBUNA DO NORTE, "considerando a universalidade, o direito universal integral exige muito além do que o financiamento permite". Eles sustentam que há muito menos receita e mais despesas.

Procedimentos custam mais na rede privada

Das AIHs pagas nos primeiros dois meses deste ano, o valor médio destinado à rede privada supera o da rede pública, em mais de R$ 1.000,00, segundo dados do Datasus. Na rede pública estadual, o valor médio foi de R$ 917,18, no mês de janeiro deste ano, na soma de todos os procedimentos realizados. Na privada, o valor médio foi, no mesmo período, de R$ 2.447,69. Essa diferença se dá não apenas pela maior capacidade da rede privada, mas porque a oferta para o SUS têm procedimentos de maior custo.

Em sua maioria não são realizados pela rede pública. É o caso do tratamento de oncologia e de muitos dos tratamentos na área vascular e cardiológica. O SUS paga, na rede privada, R$ 5.437,00 por uma angioplastia coronariana com implante de stent e R$ 1.057,65 por procedimento de amputação/desarticulação de membros. Um dos custos mais elevados na rede pública está no atendimento ao politraumatizado, que chega a custar R$ 2.074,00. Na rede privada, os procedimentos sequenciais em neurocirurgia e ortopedia ficam em R$ 4.970,00.

A crise de atendimento dos hospitais Walfredo Gurgel, em Natal, e Deoclécio Marques, em Parnamirim, é o maior retrato da dependência do SUS ao privado. As duas unidades estão superlotadas por causa da suspensão de cirurgias de alta complexidade, entre as quais as da ortopedia, contratadas em três hospitais privados - Memorial, Médico Cirúrgico e Clínica Paulo Gurgel, por atrasos nos repasses financeiros às unidades e a Cooperativa dos Médicos do RN (Coopmed). Esses procedimentos foram retomados somente na semana passada.

Além disso, os hospitais vivem uma crise aguda de desabastecimento e de falta de leitos, entre os quais de UTI. As públicas, privadas e filantrópicas disponibilizam para o SUS 1.306 leitos cirúrgicos e 2.175 clínicos para todo o Estado, segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). No caso da terapia intensiva, o CNES mostra 365 leitos disponíveis para o SUS, dos quais 62 no HMWG.

Em média, 85 pacientes estão internados em corredores da unidade e, pelo menos, 12, estão em leitos improvisados de UTI. Na semana passada, a Unidade de Emergência (a Reanimação), que estava com seis leitos improvisados de UTI e sem a devida assistência por 24 horas.

Bate-papo

Ana Tânia Sampaio, professora do Departamento de Saúde Coletiva da UFRN

A senhora defende que o financiamento seja revisto?

O problema é que o financiamento cobre só o custeio. Esses quase R$ 800 milhões significam pagamento de um teto de procedimentos produzido, sem considerar o que estados e municípios estão gastando a mais para poder garantir e ampliar serviços. O investimento é um bloco pequeno demais. Há muito tempo que a União não investe no sistema de saúde. O financiamento precisa ser mais ético na sua conjuntura.

Mas há o investimento no programa das UPAs?

As UPAs foram o único investimento que realmente a União fez porque é um programa de governo, e ele tinha todo interesse que funcionasse, mas sempre dividindo a responsabilidade com estados e municípios. Esse foi o único recurso de investimento que recebi enquanto secretária (Municipal de Natal). Deixei a UPA (Pajuçara) prontinha, mas não tive o prazer de inaugurar, porque a gestão foi terceirizada e eu não concordo. Uma coisa é você comprar o que não tem, outra coisa é pegar o patrimônio público, com todas as condições de funcionar, e entregar para o setor privado. Isso triplica o custo e o serviço público nunca vai ter a chance de mostrar que é capaz de fazer com qualidade.

A senhora entende que há má distribuição de recursos?

Veja só. O mais caro na assistência é a alta complexidade e é o SUS que garante esse serviço para o cidadão brasileiro, seja no público ou privado. Quem garante transplante, quimioterapia, quem está fazendo as cirurgias de alta complexidade é o SUS. O problema é que hoje o dinheiro só está dando para custeio e se suspende o serviço, o usuário vai ficar desassistido. O que defendo é que tem que ter sim um recurso extra, de investimento, para estruturar as redes municipais e estaduais, ou então a gente vai ficar a vida toda refém do privado e apontando o dedo para a assistência. Se o investimento existisse, na prioridade, na atenção básica, na valorização do servidor, no monitoramento e avaliação da rede, na qualificação das unidades, aos poucos o SUS ia se libertando do privado.

Que mudanças a Emenda 29 pode trazer?

Desde 2000 se lutava pela regulamentação da Emenda Constitucional 29. O interesse dos sanitaristas e de todos que defendem o SUS era de que ela fosse aprovada fixando percentuais mínimos de 12%, para os estados, 15% para os municípios, o que aconteceu, e de 10% para a União. Mas, ela foi votada silenciosamente, mantendo a União numa situação muito cômoda - da forma como queria - com atualização anual dos repasses com base no PIB do ano anterior, um índice, muitas vezes, menor que o da inflação, sem fixação de um teto. Hoje, a União é a que menos está comprometida com o financiamento do SUS. Outro golpe foi o corte orçamentário da Saúde, de R$ 5 bilhões, logo depois da votação da PEC 29.

O caos na rede se aprofunda com essa demanda crescente e complexa?

Sim. Estamos tendo mais idosos, que precisam de cuidados, e, a cada dia, vão surgindo doenças novas e temos que conviver com as antigas. É um quadro epidemiológico que esbarra em uma rede cada vez mais atrofiada e cada vez mais dependente do setor privado. Hoje, a gente tem que agradecer por, pelo menos, poder complementar com o privado. Pior é quando a gente entrega nosso patrimônio para o outro, muito mais caro, e aí o dinheiro não vai dar mesmo, vai faltar até para o básico. E só está s

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Dez tabus sexuais que você deve esquecer para ter mais prazer

Saúde - Sexo

Libertar-se de preconceitos em levar homens e mulheres a experiências sexuais jamais imaginadas
Libertar-se de preconceitos em levar homens e mulheres a experiências sexuais jamais imaginadas

Sexo ainda é um assunto cercado de preconceitos, medos e ansiedade. Quando alguém decide encarar alguns tabus, porém, ganha autoconhecimento: ao desvendar o desconhecido, a pessoa pode, finalmente, saber se aquilo é bom para ela ou não, se gostou ou detestou determinada experiência. Para te ajudar, especialistas listaram dez tabus comuns e deram dicas sobre como quebrá-los para ter uma vida sexual mais prazerosa. Confira:

Anal

Muitas mulheres sonham em experimentar, mas não o fazem, principalmente, por temer a dor. "Quando praticado da maneira correta, sexo anal não dói", afirma a ex-garota de programa e escritora Vanessa de Oliveira, que recomenda a posição de lado com as pernas flexionadas para as iniciantes. A ansiedade dificulta o relaxamento e a tensão causa dor. O ideal é apostar antes nas preliminares –não só nas carícias locais, mas pelo corpo todo, para que a mulher fique bem à vontade. Só a penetração, porém, não garante o orgasmo: para alcançar o clímax, o parceiro precisa também estimular o clitóris. A excitação provocada pela posição ainda contribui –e muito– para o prazer. Para saber mais detalhes sobre sexo anal,

Cheiro e Sabor

Numa de suas citações mais famosas, o cineasta Woody Allen brinca que sexo bom é sexo sujo, aludindo aos fluidos corporais. Muitas mulheres não conseguem relaxar na hora da transa, principalmente durante o sexo oral, com receio de que seus órgãos genitais apresentem mau cheiro ou um gosto esquisito. Alguns tipos de infecção (esses casos precisam ser tratados) e determinados alimentos de fato podem causar alterações nos fluidos vaginais, mas, de modo geral, são poucos os sujeitos que se incomodam com o aroma e o sabor femininos. "Várias garotas se preocupam em manter a vagina sem odor nenhum, mas o sexo oposto aprecia o cheiro característico de uma mulher quando esta está com o pH normal. Eles os excitam", diz Vanessa de Oliveira.

Orgasmo Feminino

Um dos mitos mais comuns em relação ao sexo, segundo o terapeuta Oswaldo Martins Rodrigues Jr., do Instituto Paulista de Sexualidade, é a de que o gozo feminino deve ser bombástico, extremo, intenso, avassalador. "Se uma mulher experimenta sensações que estão aquém do que acredita ser orgasmo, ela já desclassifica esta sensação e não a nomeia de orgasmo", afirma. Como segue a acreditar que ainda não vivenciou o clímax sexual, a mulher reforça sua performance como sendo negativa, o que conduz a novos episódios ruins e de desvalorização do prazer. Vale lembrar que o tremor, o calor e a sensação de relaxamento que caracterizam o orgasmo feminino variam não só de mulher para mulher como de experiência para experiência.

Caricias no Ânus

Segundo a sexóloga Isabel Cabral Delgado, ainda são muitos os preconceitos em relação ao ânus como zona erógena. "No caso dos homens heterossexuais, há o medo de esse comportamento ser considerado homossexual pela parceira e, às vezes, até por ele mesmo. No caso das mulheres, há o receio de que essa carícia funcione como uma preliminar para a penetração anal, que nem sempre é desejada ou permitida", diz a especialista. Deixar os temores para fora do quarto, porém, pode ser uma garantia de um enorme deleite. "Estímulos nessa região podem proporcionar muito prazer, visto que é muito inervada e com grande concentração sanguínea", explica a terapeuta sexual Carla Cecarello.

Brinquedos

Apesar do mercado de sex shops não parar de crescer e inovar, muita gente ainda tem vergonha ou resistência em aderir aos implementos sexuais. "O moralismo ainda existe. não são raras as pessoas com tendência a romantizar o sexo e a negar qualquer coisa que dê um aspecto mais erotizado a ele", diz a terapeuta sexual Arlete Gavranic, do Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática. Ela conta que os medos, em se tratando de brinquedinhos, são diferentes para mulheres e homens: "Elas receiam ser vistas como promíscuas. Eles pensam imediatamente em vibradores realísticos, os quais encaram como rivais, e temem ser penetrados pelos acessórios. E, claro, temem gostar".

Para a sexóloga Isabel Delgado, quem aposta nesse tipo de aditivo só tem a ganhar. "Esses objetos precisam ser encarados como brinquedos de adulto, pois servem para tornar as práticas sexuais mais divertidas e picantes", declara. Para quem deseja romper com esse tabu, a terapeuta Arlete Gavranic sugere começar com produtos fofos, como calcinhas vibratórias, massageadores pequenos, anéis penianos com desenhos de bichinhos etc. Aos poucos, novos acessórios podem ser incorporados. Veja no quadro ao lado sugestões de brinquedos eróticos.

Masturbação e Voyeurismo

Por questões culturais, é mais fácil para um homem se masturbar diante de uma mulher do que o contrário. Entretanto, é muito mais excitante para um homem ver uma mulher se masturbando do que o contrário, já que o sexo masculino é mais sensível ao estímulo visual. "Apesar disso, alguns sujeitos mais inseguros se sentem ‘ameaçados’ pela capacidade feminina de se dar prazer sem a participação deles", diz Isabel Delgado. Outro fator que contribui para que a experiência seja um tabu é que muitos casais não têm intimidade suficiente para compartilhar essa prática. "A masturbação diante do outro apresenta como principal característica a vergonha. Masturbar-se na frente do outro implica em desprendimento, total segurança com o próprio corpo e não se importar com a opinião alheia. É preocupar-se apenas consigo mesmo", explica Carla Cecarello. Deixar a timidez de lado, no entanto, não só pode aumentar a cumplicidade entre os dois como melhorar a vida sexual, posto que aprenderão muito sobre como proporcionar mais prazer um ao outro.

A Três

Para Patricia Pelegrina Rosseto, psicóloga e psicoterapeuta com enfoque na sexualidade, trata-se de uma configuração de relação muito diferente da esperada socialmente, o que não deixa de ser excitante para muitas pessoas, e também algo que reside na fantasia de um grande número de casais. "Porém, muitos temem revelar suas fantasias acreditando que estas terão um impacto negativo no parceiro ou parceira, e atrapalhar a relação", diz a especialista, que recomenda sempre abrir o jogo. "A expressão da fantasia é um importante passo para superar os tabus sexuais. Poder conversar sobre isso pode trazer muita excitação, mesmo que tudo aquilo que foi imaginado não seja literalmente realizado, mas adaptado ao gosto e às necessidades do casal", completa. Patricia Rosseto avisa que o sexo a três ou qualquer variação sexual sempre deve ser realizada com o consentimento dos participantes. E sua realização deve ser antecedida de uma preparação, fato que vai colaborar para que a vivencia seja algo excitante e proporcione o prazer esperado.

Forma Fisica

Homens e mulheres estão cada vez mais obcecados pela forma física. Para a terapeuta sexual Arlete Gavranic, esses pré-requisitos acabam gerando tensão, medo, vergonha, ansiedade e muita frustração, porque pessoas muito críticas e inseguras ficam na defensiva. Esquecem-se, portanto, de valorizar seus pontos fortes, seus melhores atributos, que vão da inteligência, do senso de humor e do bom papo, para os homens, à pele macia e aos cabelos bonitos, para as mulheres. Na cama, em vez de apelarem para o velho truque de apagar a luz ou ficar na penumbra, podem muito bem estimular os sentidos com perfumes, preservativos com sabores, géis de massagem. "E forma física em dia, é bom lembrar, nem sempre é sinônimo de boa performance sexual. O que conta é a autoestima e a autoconfiança", diz Arlete. Leia também: Não deixe que os quilinhos extras atrapalhem sua vida sexual.

SeM

Um dos principais tabus que envolvem o sexo é incluir tapinhas, mordidas, puxões de cabelo e outras brincadeiras mais agressivas. Brincar de escravo e dominadora (ou vice-versa) ainda é tido como algo perverso, ligado ao submundo. E há quem tema que os papéis desempenhados na cama invadam a vida do casal, provocando atitudes violentas, por exemplo. Entretanto, essas práticas (quando são interessantes para os dois) podem dar novo gás a qualquer relacionamento, a começar pelo reforço dos níveis de cumplicidade e confiança entre os dois. "Costumo dizer aos meus pacientes que toda experiência sexual traz a grande possibilidade de a pessoa aprender bastante sobre si mesma e tirar uma conclusão: 'foi bom, mas não tem a ver comigo', 'não gostei e não quero repetir a dose', 'adorei e quero mais', etc. Só provando para saber”, declara.

Espontaneidade

O cinema, a literatura e as novelas de TV pregam que sexo bom, gostoso, é aquele que acontece repentinamente, de forma inesperada, movido pela força da paixão entre um homem e uma mulher. Sim, o efeito surpresa é muito bom e excitante. Porém, na vida real, com poucas horas para múltiplas tarefas e o peso da rotina e dos afazeres sobre os ombros do casal, o espaço e animação para uma transa abrupta e apaixonada é menor. Para o terapeuta sexual Oswaldo Martins Rodrigues Jr., não há nada de mais em "agendar" o sexo. Programá-lo para o momento mais conveniente –livre de filhos, empregada, relatórios– não o torna menos legítimo ou estimulante. "Ir fantasiando sobre o que vão fazer, conversar a respeito, imaginar, também excita", diz o especialista.

Robinson: "Saúde do RN é paciente terminal"

Saúde - Politica - RN

O vice-governador Robinson Faria (PSD) foi mais um a criticar a situação da Saúde Pública no Rio Grande do Norte. O ex-presidente da Assembleia Legislativa e agora adversário de Rosalba Ciarlini (DEM) disse, através do Twitter, que o problema de gestão financeira é o principal da área.
Aldair DantasRobinson Faria voltou a criticar gestão de Rosalba CiarliniRobinson Faria voltou a criticar gestão de Rosalba Ciarlini

"A deficiência na gestão financeira e problemas organizacionais há muito que não são novidades nos maiores hospitais do RN. Tarcísio Maia, Maria Alice, Walfredo Gurgel, José Pedro Bezerra e Deoclécio Marques", postou o vice-governador.

Robinson reproduziu frase atribuída a membro do Conselho Nacional de Saúde de que "a Saúde está no fundo do poço" e resumiu o que pensa sobre o atual momento da saúde pública no Rio Grande do Norte. "Para mim a Saúde do RN é um paciente terminal", postou Robinson.

O vice-governador rompeu com a atual administração ainda em 2011, logo no primeiro ano de gestão. Robinson Faria chegou a ocupar o cargo de secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, mas foi exonerado da pasta, assim como outros aliados que compunham o primeiro escalão do Governo.
Deputados defendem Domício e atribuem crise na Sesap à suposta falta de recursos

O afastamento de Domício Arruda da Secretaria Estadual de Saúde, que pediu demissão na manhã de hoje (3), ganhou repercussão no plenário da Assembleia Legislativa. O assunto foi abordado, inicialmente pelo deputado Vivaldo Costa e, para ele, o motivo da exoneração foi falta de recursos. "A Secretaria de Saúde não deu resposta e Domício não conseguiu resolver os problemas porque faltou dinheiro", declarou.

O parlamentar alegou que os recursos enviados pelo Governo Federal para serem aplicados na saúde pública são insuficiente. "Os hospitais do Brasil inteiro sofrem desse mal. Sempre vemos reportagens mostrando pessoas sendo atendidas nos corredores. Falta médico em toda parte. Domício foi vítima disso tudo. Ele é um homem honrado e comprometido. Sou fã do seu trabalho. Nunca se negou a atender um telefonema de ninguém. Se não fez um grande trabalho foi por falta de recursos. Esse modelo econômico centralizador, onde os recursos estão todos com o Governo Federal e quase nada para os Estados, precisa ser mudado", disse Vivaldo.

A deputada Márcia Maia aparteou o colega e também fez elogios ao ex-secretário. "Sei que Domício sempre teve boa intenção. Eu o convidei para uma audiência pública sobre a dengue e ele veio, ficou até o final. Sei que como médico e como ser humano sempre teve boa intenção. Infelizmente não teve apoio do próprio Estado. Não é só a falta de recursos federais, mas do estado também. Sabemos que o RN tem arrecadado cada vez mais. As grandes vítimas dessa crise na saúde, é a população", declarou Márcia.

Para o deputado Fernando Mineiro, o problema da saúde não é de nomes nem da falta der repasse de recursos do governo federal. O problema é do modelo de gestão que foi implantado pelo governo. "O modelo é terceirizado. Até a demissão de secretário é terceirizada, o que deixa bem claro esse modelo", afirmou.


domingo, 22 de janeiro de 2012

Cigarro faz as defesas do corpo atacarem o pulmão

Saúde - Cigarro


Estudos em seres humanos já indicaram, e pesquisas em camundongos agora comprovaram, que é a ativação do próprio sistema de defesa do organismo pela fumaça do cigarro a causa da destruição de células do pulmão dos fumantes que leva ao enfisema.

Considerada uma doença pulmonar obstrutiva crônica, o enfisema tem como principal sintoma a dificuldade em respirar.

Essas doenças crônicas do pulmão deverão, na próxima década, tornar-se a quinta maior causa de morte no mundo, segundo o estudo publicado na revista "Science Translational Medicine".

O sistema imune atua contra invasores do organismo causadores de doenças, como micróbios. A defesa é feita por anticorpos que reagem contra substâncias presentes no invasor, os antígenos, e também pelos glóbulos brancos do sangue.

O corpo conclui que a fumaça é um invasor e entra em ação. Glóbulos brancos especializados em orquestrar a resposta imune são ativados pela fumaça e participam da cadeia de reações que destrói as células do pulmão.

Editoria de arte/Folhapress

BICHOS FUMANTES

O estudo foi feito com uma câmara que simulava o uso de cigarro pelos camundongos. Os bichos expostos à fumaça desenvolviam enfisema depois de alguns meses.

A líder do trabalho, Farrah Kheradmand, da Faculdade de Medicina Baylor, no Texas (EUA), afirma que o estudo provou pela primeira vez que as células de defesa dirigem a cascata inflamatória do enfisema causado por cigarro.

Ela lembra que esse tipo de teste não pode, por óbvios motivos éticos, ser conduzido em humanos, mas os resultados com os camundongos "fumantes" comprovaram achados anteriores da equipe com tecido pulmonar de pessoas com enfisema.

Depois do período do experimento, o pulmão dos camundongos ficou com níveis altos de citocinas, substâncias envolvidas na comunicação entre as células, como as do sistema de defesa.

Os genes desses glóbulos brancos ativados pela fumaça foram mapeados. "É como entrar em uma cena de crime", diz Kheradmand. A fumaça pode provocar o crime, mas algumas células agem como cúmplices, enquanto outras tentam limitar o dano.

A citocina chamada interleucina-17 agravou a inflamação, enquanto uma célula de defesa, a célula T gama delta, atenuou seus efeitos.

"A inflamação que produz o enfisema pode também levar ao desenvolvimento de câncer, uma hipótese que começamos a investigar."

A médica lembra que apesar do alcance cada vez maior do enfisema, não há terapia específica para a doença.

"Estamos mais próximos de achar um papel para cada célula que participa da destruição do pulmão em resposta ao cigarro", diz Kheradmand. Ela crê ser possível o redirecionamento da células "cúmplices" para interromper a inflamação progressiva.

Natalenses reprovam serviços públicos

Serviços Públicos - Natal - RN


Uma pesquisa inédita em Natal mediu a satisfação do cidadão natalense quanto à prestação dos serviços de utilidade pública. Saúde, segurança existência e conservação de praças e áreas de lazer e esportes, lideram a lista com índices de reprovação superiores a 60%. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Certus entre os dias 6 e 7 de janeiro nas quatro zonas administrativas da capital. Setecentas pessoas, moradoras de 33 bairros foram consultadas e responderam dando notas entre 1 e 10, a doze quesitos apontados pelos pesquisadores.

Os entrevistados avaliaram a iluminação pública, a conservação de áreas para esportes e lazer, segurança pública, esgotamento sanitário, as condições da moradia/habitação, pavimentação e conservação das ruas e avenidas, transportes públicos, fornecimento de água e energia elétrica, coleta de lixo e limpeza, organização do trânsito e saúde. Dos doze serviços, oito foram reprovados e quatro obtiveram índices positivos. No todo da lista dos melhores serviços está a Cosern, com aprovação de 81,43% pelo fornecimento de energia elétrica, seguida pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), com avaliação positiva de 63,72% pela distribuição de água.

O diretor do Instituto Certus, Mardone França, explicou a metodologia da pesquisa. "Cada entrevistador abordava o cidadão e pedia para ele atribuir uma nota ao serviço de utilidade pública. Vale salientar, porém, que nem todos os serviços pesquisados são públicos, como o fornecimento de energia e o transporte coletivo", destacou. Os questionários foram aplicados em domicílio e somente um morador tinha o direito de respondê-los. Os bairros da Ribeira (zona Leste), Salinas e Parque das Dunas (na zona Norte) não foram incluídos no raio de abrangência da pesquisa por apresentarem uma população relativamente pequena quando comparados com os demais bairros.
Frankie MarconeBrinquedos da praça de Santa Catarina sem qualquer manutençãoBrinquedos da praça de Santa Catarina sem qualquer manutenção

De acordo com Mardone França, que também é professor do Curso de Estatística da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), os entrevistados tiveram a oportunidade de avaliar a questão da infraestrutura que envolve o cotidiano de cada um deles. "Esta pesquisa é meramente avaliativa. Ela não está ligada a nenhuma avaliação de gestão em específico", garantiu. A expectativa é de uma nova avaliação dos serviços nestes mesmos moldes seja aplicada ao término da Copa do Mundo de 2014.

"Estamos à véspera de sediar o maior evento esportivo do mundo, que exige das cidades-sedes uma estrutura eficiente e moderna de transportes, segurança e saúde para atender a demanda de espectadores dos jogos. Iremos verificar, se ao término da Copa de 2014, as obras de mobilidade urbana e os investimentos em infraestrutura surtiram os efeitos desejados pela população", destacou o diretor da Certus. Para Mardone, a avaliação negativa da maioria dos serviços de utilidade reflete o abandono dos equipamentos públicos atualmente.

O resultado da pesquisa revelou que a qualidade dos serviços de saúde e a sensação de insegurança, preocupam os cidadãos natalenses. "À luz do entendimento da população, está tudo por fazer. Espera-se, contudo, que haja uma guinada com a possibilidade das novas intervenções com vistas à Copa do Mundo. Iremos fazer uma nova pesquisa após o Mundial para traçarmos um paralelo", afirmou Mardone França. Veja no infográfico as avaliações atribuídas a cada item pesquisado.

Desaprovação da Saúde soma 71%

Um pedaço do muro já caiu. Algumas portas não dispõem mais de fechadura e são "trancadas" com pedaços de barbantes ou tiras de esparadrapos. O mofo se espalha pela sala de odontologia. As paredes sujas e a iluminação precária nos corredores, remeteriam a qualquer instituição pública, menos a um Posto de Saúde. Ao lado da desabastecida farmácia, na área externa do complexo, uma fossa estourada espalha mal cheiro e propicia a proliferação de insetos. É neste ambiente, que grande parte da população da zona Oeste da capital, busca atendimento médico. A Unidade Mista de Saúde da Cidade da Esperança, segundo o relato dos próprios funcionários, se mantém aberta ao custo de muito esforço. A infraestrutura básica de saúde oferecida aos moradores da região foi considerada péssima por 58,38% dos entrevistados.

A análise negativa, porém, vai além quando somados os índices aferidos como ruim ou péssimo na pesquisa. Das 700 pessoas que notificaram a qualidade dos serviços básicos de saúde em Natal, 71,86% analisaram negativamente contra um índice de 10,86% que julgaram o serviço como positivo. As reclamações começam pela constante falta de medicamentos nas farmácias e centrais de dispensação de remédios mantidas pelo Município. O motorista Ataniel Neves da Silva foi apenas um, dos inúmeros pacientes da UMS da Cidade da Esperança que saíram da Unidade de mãos vazias semana passada, sem receber a medicação gratuitamente.
Frankie MarconeO posto de Saúde de Pajuçara está com equipamentos quebradosO posto de Saúde de Pajuçara está com equipamentos quebrados

"Fui atendido pelo médico e ele me receitou uma medicação que não tem aqui. Agora terei que recorrer a uma drogaria particular", relatou o motorista. Algumas medicações estão em falta há quase seis meses, segundo comentários de servidores. Além disso, uma auto-clave está sem funcionar há meses. Dentre os itens faltantes estão diclofenaco, dipirona, paracetamol, dibenclamida, lozartan e drogas ministradas em pacientes com hipertensão, diabetes e distúrbios psiquiátricos. "Infelizmente, eu não sei o que acontece. A gente manda uma listagem com a solicitação de material e medicamentos, mas não somos atendidos no total", admitiu a técnica-administrativo da Unidade, Maria do Socorro Batista.

Além dos problemas de abastecimento, a unidade enfrenta problemas estruturais e de insegurança. De acordo com a servidora Maria do Socorro, uma simples substituição de lâmpadas, troca de tomadas ou fusíveis, demora muito para ser realizada. Por questões de segurança, algumas salas do prédio dos fundos do complexo tiveram que ser relocadas. Somente em 2011, foram realizados 10 arrombamentos no local, de onde foram subtraídos computadores e bombas d'água.

"Estamos funcionando aos trancos e barrancos", resumiu Maria do Socorro. Parte dos serviços da unidade, como o pronto-socorro, foram fechadas com a construção de Unidade de Pronto Atendimento na Cidade da Esperança. As obras, porém, estão paradas há meses sem previsão de conclusão. "O pronto-socorro sempre foi aqui e foi fechado. Não entendemos o motivo", reclamou a dona de casa Rosa Laurentino de Araújo enquanto aguardava atendimento.

Ao longo da semana passada, a secretária municipal de Saúde, Maria do Perpétuo Socorro Nogueira de Lima, foi procurada para responder aos questionamentos da TN. Entretanto, ela não retornou a nenhuma das tentativas de contato telefônico. Na sexta-feira passada, a assessoria de imprensa da secretária afirmou que ela não dispunha de tempo na agenda para receber a equipe de reportagem. Ela deverá responder aos problemas de desabastecimento e inutilização dos equipamentos ao longo nesta semana.

Prefeitura promete recuperar praças

A ausência de áreas públicas destinadas à prática de esportes e lazer em Natal, insatisfaz a população que julgou as estruturas existentes como péssimas. O índice de reprovação atingiu 60,14% contra 11,43% de aprovação. De acordo com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), Natal dispõe de 258 praças espalhadas por todos os bairros.

Conforme descrito na Lei Orçamentária Anual (LOA) da Semsur para o exercício deste ano, poderão ser utilizados até R$ 14,5 milhões na conservação de logradouros públicos e manutenção de feiras livres. Os valores para cada uma das áreas, porém, não está detalhado. Conforme explicação do titular da Secretaria, Cláudio Porpino, os serviços de manutenção de algumas praças poderá ser retomado a partir de amanhã.

No Conjunto Santa Catarina, na zona Norte, a Praça dos Coqueirais é um exemplo de um logradouro público sem manutenção. Os assentos de alvenaria de desprenderam e não foram repostos, o piso está desnivelado e pode ser um risco a quem frequenta o local. As correntes dos balanços infantis estão enferrujadas e algumas delas já se romperam, assim como os assentos de madeira. A tela de proteção da quadra é a mesma há cerca de 10 anos e está destruída. Não existe mais a tabela de basquete e a trave de futebol não tem rede.

"A estrutura da quadra é muito antiga e a gente só joga aqui porque não tem outra opção além dessa aqui no bairro", lamentou o estudante Ronaldo Moreira. Além disso, ele afirmou que a criminalidade na área é muito alta e a população reivindica um posto policial no entorno da praça para que ela possa ser melhor utilizada. Do outro lado da cidade, em Lagoa Nova, a Praça Santa Mônica é um exemplo de logradouro público bem conservado. No local, a população tem acesso a uma quadra de esportes bem estruturada, a uma academia e todo o piso está nivelado e sinalizado com alvenaria tátil.

Cláudio Porpino afirmou que uma nova licitação para a manutenção de mais 20 praças, orçada em R$ 1 milhão, foi encaminhada para a Secretaria de Gestão de Pessoas, Logística e Modernização Organizacional (Segelm) para ser analisada. A expectativa é de que o processo licitatório seja aberto ainda no primeiro semestre deste ano. A manutenção da Praça dos Coqueirais está incluída no projeto com a colocação de uma Academia da Terceira Idade (ATI). Segundo Porpino, serão instaladas mais 30 Academias do mesmo modelo ao longo deste ano em diversas praças.

Sobre a questão da melhoria dos instrumentos públicos para a prática de esportes, o secretário municipal de Esportes, Lazer e Copa do Mundo da Fifa, Rodrigo Cintra, foi procurado. O secretário, entretanto, não respondeu ou retornou às tentativas de contato telefônico.

Segurança é o segundo pior serviço

A desaprovação dos serviços de segurança pública somou 66,43% dos entrevistados pela Certus. A avaliação negativa se concentra especialmente em duas regiões, as zonas Norte e Sul, que somadas reúnem 62% da população natalense. Há 10 anos residindo no Bairro Planalto, zona Oeste, a comerciante Maria José de Sousa não viu outra saída para manter seu comércio funcionando, que não fosse gradeá-lo. O mercadinho dela já foi assaltado duas vezes. "Os ladrões levaram dinheiro do caixa, algumas mercadorias e ainda quiseram matar meu esposo. Eu me sinto insegura. Por isso, colocamos grades do chão ao teto aqui no comércio", explicou Maria José. Ela afirmou que falta policiamento nas ruas do bairro e os bandidos agem a qualquer hora do dia. A segurança pública foi avaliada como péssima por 54,59% dos moradores da zona Oeste.

O autônomo Francisco de Assis Bezerra da Silva traz consigo as marcas da violência. Ele foi atingido por uma bala perdida durante uma troca de tiros entre marginais nas proximidades do Residencial Esperança, antiga Favela do Detran, na Cidade da Esperança. "Eu estava com meus amigos conversando numa esquina quando uns homens chegaram atirando, sem nenhum motivo", relatou. Francisco foi atingido na nádega e transpassou até atingir o fêmur direito dele. Ele passou por duas cirurgias para fixação de pinos e colocação de uma platina. "Eu não sei quem fez isso. Como irei fazer um boletim de ocorrência? Aqui é muito inseguro", destacou.

Para o secretário estadual de Segurança Pública e Defesa Social adjunto, Silva Júnior, ainda é cedo para avaliar determinadas questões da segurança pública. "A gente não tem como avaliar a construção da sensação de segurança em um ano", resumiu. Ele reiterou que o atual Governo recebeu o estado com um aparelho de segurança deficitário. O secretário adjunto listou que faltam homens no efetivo da Polícia Militar, viaturas, equipamentos de proteção individual, armamentos e a implementação de mais programas "sócio-policiais" para manter a segurança na capital e interior.

"Estamos trabalhando na reequipagem da estrutura de segurança pública. Compraremos menos armas letais, colocaremos mais viaturas em circulação e daremos cursos de capacitação para os policiais", comentou Silva Júnior. Ele disse que o Programa Comunidade em Paz poderá ser expandido e a próxima localidade a recebê-lo será Felipe Camarão. "Neste bairro, existem somente duas escolas de nível médio, um posto de saúde e a maioria dos jovens natalenses residem naquele bairro", ressaltou. O primeiro bairro a receber o programa foi o Nossa Senhora da Apresentação, na zona Norte. Mesmo com o programa instalado num dos bairros mais violentos da cidade, a segurança foi reprovada por 47,20% dos moradores daquela região.

O secretário adjunto atribuiu o aumento do sentimento de insegurança à desigualdade social e à nova dinâmica de crescimento da capital potiguar. "A falta de desenvolvimento econômico se reflete na violência. Além disso, Natal cresceu muito nos últimos anos e nos herdamos um sistema precário. A falta de investimentos na segurança é antiga", justificou. Um dos maiores problemas a serem enfrentados é a proliferação do consumo de crack. De acordo com Silva Júnior, a maioria dos crimes contra o patrimônio e contra a vida, estão relacionados ao tráfico e consumo de drogas. "O crack transforma o ser humano num marginal. A droga afasta o viciado do seio familiar e ele se entrega ao vício e começa a praticar crimes",

Limpeza urbana não está entre os piores serviços

Na Rua Amintas Barros, lateral do Cemitério Bom Pastor I, zona Oeste da capital, a dispensação de sacos de lixo em via pública faz a festa de catadores e carroceiros. Revirando as sacolas e caixas de papelão em busca de algo útil, eles espalham sujeira pela via. A irregularidade na coleta de lixo e limpeza das ruas de Natal foi reprovada por 39,57% da população. "A coleta é feita, mas é muito lixo. Tem vez que a população toca fogo no que tem aí para diminuir a quantidade de mosquitos e o risco de atingir a rede de alta tensão é grande", comentou o funcionário público Hélio Jorge. O lixão a céu aberto fica ao lado de uma subestação da Chesf, no bairro de Bom Pastor.

Em Mãe Luiza, comunidade carente da zona Leste, a situação não é diferente. Uma caçamba de lixo do tamanho da carroceria de uma carreta foi colocada pela Urbana nas proximidades do Farol de Mãe Luiza. O equipamento, porém, não é suficiente para a quantidade de lixo dispensada no local e acaba transbordando com frequência. Nas ruas mais estreitas do bairro, a situação se complica mais ainda pois os veículos coletores não conseguem ter acesso.

O diretor da Companhia de Serviços Urbanos, João Bastos, não atendeu ou retornou às ligações telefônicas realizadas pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE.

Iluminação pública é aprovada

A iluminação pública foi o primeiro serviço analisado positivamente pelos entrevistados com um índice de satisfação de 44,29%. Para 2012, de acordo com a Lei Orçamentária Anual (LOA), a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Sembur), prevê a utilização de até R$ 30 milhões em serviços de manutenção da iluminação pública. O titular da pasta, Cláudio Porpino, afirmou que existem dificuldades de melhoria na iluminação devido aos problemas de expansão da rede de energia.

Ele afirmou que ainda neste primeiro semestre será apresentado um plano de iluminação que contemplará diversas ruas, incluindo aquelas dos bairros e conjuntos em fase de crescimento populacional, como o Planalto, por exemplo. Para o projeto, serão utilizados até R$ 110 mil em cada avenida para iluminação, paisagismo, lixeiras e bancos.

O secretário-adjunto municipal de Serviços Urbanos, Mounarte Brito, afirmou que a maioria dos postes que se encontram com lâmpadas apagadas atualmente, assim estão devido a atos de vandalismo. Além disso, ele comentou que as empresas de TV por assinatura alteram a posição de reatores e chaves magnéticas dos postes quando instalam a fiação particular e isto acaba impedindo o correto funcionamento da iluminação.

População reclama de buracos nas ruas

Os buracos se espalham pela cidade e não distinguem classe social. Da zona Sul a zona Norte, as reclamações acerca da qualidade da pavimentação ecoam em uníssono. A conservação das ruas e avenidas da capital foi reprovada por 51% dos entrevistados. Os maiores índices de respostas negativas se concentraram nas zonas Sul, com 41,25%, e na Oeste, com 40%. Em Neópolis, na Avenida Ayrton Senna, o mesmo buraco tira a paciência de moradores e comerciantes há anos. "A última manutenção feita no local foi há cerca de nove meses. O problema não é só o buraco que se transformou numa cratera. O esgoto da rua lateral ao salão, que não é saneada, desce e se acumula aqui", relatou Edson Silva.

Numa situação similar estão os moradores da Rua Buenos Aires, na Cidade da Esperança. Um buraco formado em frente ao Residencial Esperança, nas proximidades do Detran, impede que os veículos circulem livremente na via. É preciso entrar pela contramão para livrar o carro da buraqueira.

O secretário municipal de Obras Públicas e Infraestrutura adjunto, Walter Fernandes, afirmou que o Município pleiteou recursos da ordem de R$ 10 milhões junto ao Ministério das Cidades para serem utilizados nos serviços de recapeamento asfáltico de ruas e avenidas de Natal. "O processo ainda está em tramitação na Caixa Econômica Federal". O titular da Semopi, Sérgio Pinheiro, não foi localizado para comentar quando a Operação Tapa-Buracos será retomada.

Mobilidade urbana tem muitos projetos e pouca ação

No período no qual o termo da moda é "Mobilidade Urbana", a situação do trânsito em Natal mostra que a cidade está na contramão do que é defendido pelos estudiosos do tema. Com uma frota de veículos e motocicletas crescendo a cada dia, o transporte público de massa acaba se tornando uma segunda opção para a maioria dos natalenses. A qualidade dos serviços prestados pelas empresas de ônibus foi julgada como ruim ou péssima por 47,42% dos entrevistados. O número reduzido de determinadas linhas, o valor da tarifa, a inconstância dos horários e a falta de mais veículos adaptados aos usuários portadores de necessidades especiais, são falhas apontadas pelos dependentes do sistema.

Nas ruas de Natal, 696 veículos cobrem 73% da área do município. Ou seja, 124 quilômetros quadrados com as atuais 95 linhas estabelecidas pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob). As sete empresas de transporte coletivo transportam, mensalmente, mais de 8,2 milhões de passageiros.

A expectativa é de que o serviço de transporte público em Natal sofra melhorias após a licitação para concessão de exploração dos serviços de transporte. O setor vive de permissões concedidas pela Prefeitura de Natal desde 1990.

Na mesma linha de reprovação, está a organização do trânsito em Natal. Dos 700 entrevistados, 46,29% analisaram a dispensação de placas verticais e sinalização horizontal, sincronia dos semáforos e disponibilidade de fiscais de trânsito da Semob em pontos estratégicos, como insatisfatória.

Em Natal, falta saneamento adequado

O esgotamento sanitário de Natal foi reprovado por 49,43% dos entrevistados. O maior índice de respostas negativas à pesquisa ocorreu na zona Norte, com 45,20%, seguido da zona Sul, com 44,38%. Na Avenida Itapetinga, no conjunto Santarém, o esgoto a céu aberto brota dentro do Presídio Provisório Raimundo Nonato e escorre pela calçada do complexo prisional até chegar à avenida. Restos de comida, fezes, urina e lixo podem ser encontrados misturados à água servida. "Já faz mais de dez anos que a gente convive com este problema. É uma imundície e ninguém resolve", afirmou a dona de casa Josina de Moura, que mora próximo ao local.

Na zona Sul, a água servida que escorre da Rua Maia Neto desemboca num buraco na Avenida Ayrton Senna. Para o diretor-geral da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), Yuri Tasso, os números apresentados pela pesquisa são tratados com certa naturalidade. Para ele, se os entrevistados tivessem sido somente aqueles que dispõem de esgotamento sanitário em suas residências, o resultado teria sido positivo.

Ele comentou, ainda, que seriam necessários cerca de R$ 1 bilhão para que Natal fosse saneada totalmente. A expectativa da Caern é de que a maior parte da cidade disponha de coleta e tratamento do esgoto de forma adequada até o advento da Copa do Mundo de 2014. Atualmente, cerca de 34% da capital é saneada. Quando a Estação de Tratamento de Efluentes do Baldo entrar em funcionamento integralmente, a média subirá para 40%. A Caern acredita, que até o final do ano que vem, 70% de Natal esteja saneada.

Na contramão do esgotamento sanitário, o fornecimento de água na capital foi considerado positivo por 63,72% da população. Os maiores índices de aprovação foram na zona Sul, com 43,13% e na zona Leste, com 41,90%. "Nós conseguimos educar a população com a instalação de hidrômetros. Com isto, ocorreu um equilíbrio na oferta de água", comentou Yuri Tasso.

Fornecimento de energia é bem avaliado

O fornecimento de energia elétrica em Natal foi o item pesquisado que obteve o maior índice de aprovação, com 81,43%. Para 2012, a Cosern, administrada pelo Grupo Neoenergia, investirá na expansão da rede e na melhoria dos serviços. De acordo com a assessoria de imprensa da instituição, o grupo investirá R$ 174 milhões no reforço, melhoria, modernização e expansão do sistema elétrico, além de Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P & D) e inovações tecnológicas.

O montante representa o maior investimento já realizado pela concessionária potiguar, segundo dados da assessoria. O volume de recursos será distribuído da seguinte forma: aproximadamente R$ 98 milhões serão destinados a expansão e renovação da rede de distribuição e novas ligações; cerca de R$ 43 milhões serão direcionados à expansão e melhoria da transmissão; aproximadamente R$ 31 milhões serão investidos em instalações gerais, com a modernização do sistema de automação/telecomunicações, além de R$ 2 milhões que serão destinados para projetos especiais (não detalhados pela empresa).

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O caos visto de perto

Saúde - Hospital Walfredo Gurgel - RN


Comissão faz visita-surpresa ao maior pronto-socorro do RN para verificar superlotação e qualidade do atendimento


P rocurando conhecer de perto a realidade do maior pronto-socorro do Rio Grande do Norte, uma comissão de órgãos ligados à saúde visitou durante à manhã de ontem o Clóvis Sarinho e encontrou uma situação conhecida por todos, mas que ainda choca o mais experimentado dos profissionais da área. Dezenas de macas e até cadeiras espalhadas por, literalmente, todos os cantos do setor de observação e de politrauma do maior hospital do Estado. Desde a já conhecida prática de "internação" nos corredores até a colocação de pacientes no hall do elevador, como foi visto pela reportagem e pelos integrantes do Conselho Regional de Medicina (Cremern), do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-RN) e da seccional potiguar da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RN), através da Comissão de Direitos da Saúde.


Comissão de entidades ligadas à Saúde está visitando principais unidades do estado e poderá ingressar com ação na Justiça. Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press
A visita de ontem faz parte de uma programação firmada pelos órgãos, que também já passou pelo Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró, e deverá passar ainda por outras unidades de saúde do estado, a fim de confeccionar um relatório sobre a situação da saúde pública potiguar. Dependendo do que for constatado, é possível que seja impetrada, em conjunto, uma ação civil pública em vista de melhorias na saúde.

A visita foi uma surpresa para a direção do hospital e para o secretário estadual de saúde Domício Arruda, que acompanharam os representantes dos conselhos e da OAB por todo o pronto-socorro. A comissão conheceu áreas de observação médica, de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e o centro cirúrgico espalhados pelos três andares do Clóvis Sarinho. Passando por estes lugares, as classificações dos profissionais para a situação do pronto-socorro foram desde "porta do inferno" até "cenário de guerra".

Os exemplos tanto de falta de profissionais como de superlotação, que há anos tiram o sono de quem trabalha e também de quem gere o Walfredo Gurgel, saltavam aos olhos. Pacientes que sofreram acidente vascular cerebral (AVC) sentados em cadeiras aolongo do corredor, outros postos em cima de macas das ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) - apenas em um corredor foram contadas seis macas - que se somam às mais de 100 macas do próprio hospital. Chamar de caos a situação ainda era pouco para o que se via pelo Clóvis Sarinho. Até mesmo no Centro de Recuperação Pós-Operatório (CRO) os pacientes estavam alocados nos corredores.

Sem acompanhmento
Espalhados pelos quatro corredores da área de observação médica estavam, na manhã de ontem, 74 pacientes, acompanhados por apenas quatro técnicos de enfermagem. A demanda de atendimentos tornou-se tão alta que os profissionais agora limitam-se a acompanhar os sinais vitais e aplicar os medicamentos. "Muitos aqui ficam sem a visita de um médico e terminam não recebendo a medicação. Só que os acompanhantes não entendem que só podemos passar medicamentos com prescrição média e nos acusam de negligência", afirmou a enfermeira Gracinalda Barbosa, gerente do pronto-socorro. O médico plantonista dosetor de reanimação chegou a ironizar a situação do hospital. "O plantão hoje ainda está de parabéns, tem até um tensiômetro para nós usarmos", contou o médico. O tensiômetro é o aparelho usado para medir a pressão arterial. "Aqui o céu é o limite. Onde tiver ponto de oxigênio estão sendo entubados pacientes. Hoje tem um na observação médica que está com ventilação mecânica, mas não tem acompanhamento", confessou Gracinalda.

Soluções paliativas para um problema crônico

A situação de caos no Hospital Walfredo Gurgel, ao que parece, irá suscitar medidas emergenciais para abrandar a situação de superlotação, já conhecida de todo o RN. A inclusão do hospital no programa federal SOS Emergência, que deverá proporcionar a contratação de 100 leitos fora do hospital como meio de desafogar o HWG, é vista como uma esperança de melhorias. "Espero uma boa resposta em breve. Mas, esta é apenas a solução do momento. É uma medida paliativa para um problema crônico, de deficiência de todo o estado", comentou o diretor geral do hospital Mozar Dias de Almeida.

Segundo o diretor, a situação financeira do hospital também vem acarretando problemas. "Tivemos o estoque de anestésicos zerado esta semana por falta de material, devido a falta de pagamento a alguns fornecedores. O hospital tem um orçamento de R$ 1 milhão mensal, mas que muitas vezes é extrapolado por conta da superlotação", afirmou ele. De acordo com o secretário estadual de saúde Domício Arruda, a busca pela resolução das dívidas está em curso. "Estamos fazendo o possível com os recursos disponíveis. Deverá ser feito um pagamento emergencial, já que a dívida com os fornecedores do Walfredo é de R$ 380 mil", explicou Domício. Ainda não há data para que o pagamento seja efetuado.

Constatada a situação extrema em que se encontra o pronto-socorro do maior hospital público potiguar, o próximo passo, segundo os integrantes da comissão de visita, é buscar as soluções. "A superlotação é um problema crônico de todo o RN. Mas, como aqui ainda tem condições de atender, mesmo sendo no corredor, mas atende, temos que cobrar pelo menos o mínimo de dignidade no atendimento", disse a presidente da comissão de direitos da saúde da OAB-RN Elisângela Fernandes. Ainda de acordo com ela, a solução mais complexa também será cobrada.

"O papel da OAB será de pressionar os gestores para uma solução a longo prazo. O Walfredo não é o vilão, a saúde é um problema geral. A quantidade de municípios que mandam paciente para cá, a 'ambulancioterapia', também atrapalha. Os gestores municipais pegam o dinheiro infelizmente para comprar ambulância, porquê dá voto", lamentou Elisângela. Ainda sem data certa, deverão ocorrer visitas em outros hospitais do RN e por essa razão o relatório da comissão ainda não tem data para ser confeccionado.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

As 10 doenças mais estranhas do mundo

Doenças estranhas

10. Síndrome de Lobisomem
 
Quando começaram a aparecer tufos peludos no rosto da pequena Abys DeJesus, de dois anos, os médicos disseram que ela sofria de uma condição chamada de Síndrome de Lobisomem ou Hipertricose. A doença tem este nome por que as pessoas com ela têm aparência de lobisomem, exceto pelos dentes e garras afiadas. No México, os homens de uma grande família têm pelos cobrindo seus rostos e torsos. Dois irmãos receberam convite para participar do famoso seria de TV Arquivo X, mas eles recusaram a oferta.

doença estranha
9. Família azul
 
doença estranha
Uma numerosa família conhecida como as “pessoas azuis” viveram nas montanhas ao redor de Troublesome Creek no Kentucky, EUA, até a década de 1960. A maioria deles passou dos 80 anos de idade, sem doenças sérias, mas apenas a pele azul. O traço foi passado de geração em geração. Pessoas com essa condição tem uma pele azulada e às vezes quase roxa.

8. Pica: Vontade de comer coisas estranhas
 
É uma condição rara entre seres humanos de apetite por coisas ou substâncias não alimentares (solo/terra, moedas, carvão, giz, tecido, etc.) ou uma vontade anormal de ingerir produtos considerados ingredientes de alimentos, como diferentes tipos de farinha, de tuberosas cruas (como batatas), amidos (por exemplo de milho ou de mandioca), etc. Não foi encontrada causa real ou cura para a condição.

7. Doença dos Vampiros
 
A porfíria ou Doença Vampiros leva muitas pessoas a viajar grandes distâncias para evitar o Sol. Em alguns casos, se eles tomam luz direta do Sol surgem instantaneamente bolhas na pele. Não, eles não são vampiros de verdade: não bebem sangue ou dormem em caixões. Mas sofrem de sintomas vampirescos.

6. Síndrome de Alice no País das Maravilhas
 
doença estranha
Também conhecida como despersonalização, é uma desorientação neurológica que afeta a percepção visual humana. Os pacientes percebem outras pessoas, animais e objetos inanimados como menores do que são em realidade. Geralmente o objeto percebido parece estar bem longe e extremamente próximo ao mesmo tempo. Por exemplo, o cão da família pode aparentar o tamanho de um rato ou um carro normal do tamanho de um de brinquedo. Isso leva a uma forma específica da condição chamada Visão Lilliputiana ou Alucinações Lilliputianas, nomeadas por causa das pequenas pessoas nas viagens de Gulliver, de Jonathan Swift. O problema é exclusivamente de percepção, a mecânica dos olhos não é afetada, apenas a interpretação feita pelo cérebro das informações que passam por eles.

5. Linhas de Blaschko
 
doença estranha
É um fenômeno extremamente raro e inexplicável da anatomia humana apresentada primeiramente em 1901 pelo dermatologista alemão Alfred Blaschko. Não é uma doença e não é o sintomas previsível de qualquer doença. Se imagina que a causa da condição seja causada por mosaicismo pois não corresponde aos sistemas linfático, muscular ou nervoso. O que as torna ainda mais incríveis é que elas são praticamente iguais em cada paciente, normalmente formando um formato de “V” sobre a espinha e “S” sobre o peito, estômago e laterais. Se teoriza que as linhas definam as áreas naturais de crescimento entre as células originais do embrião e mais tarde dos adultos maduros.

4. Síndrome do cadáver Ambulante
 
É uma síndrome de depressão mental e tendências suicidas na qual o paciente reclama ter perdido tudo: posses, parte ou o corpo todo, freqüentemente acreditando que é um cadáver ambulante. Essa ilusão é comumente expandida a um nível em que o paciente acredita sentir o cheiro de sua própria carne podre e sente vermes se arrastando pela sua pele. Pode ser causado também pela experiência recorrente de pessoas com privação crônica de sono ou sofrendo psicose induzida por cocaína ou anfetamina. Paradoxalmente, estar “morto” comumente dá noção ao paciente de ser imortal.

3. Francês Saltador do Maine
 
Essa é uma condição originalmente descrita por G. M. Beard em 1878. É o resultado de um reflexo de susto exagerado e foi primeiramente observado em lenhadores franco-canadenses em Moosehead Lake, no estado do Maine (EUA). Não está claro ainda se a doença teria causa neurológica ou psicológica.
O “Francês Saltador” reage anormalmente a estímulos repentinos. Beard relatou, por exemplo, pessoas que obedeciam a qualquer comando dado de maneira repentina, até mesmo bater em um familiar e repetir descontroladamente frases desconhecidas ou em outros idiomas. Beard também observou que a condição era comumente compartilhada com um familiar, sugerindo que seria herdada.

2. Progéria: crianças anciãs
 
A Progéria é causada por um único minúsculo defeito no código genético da criança, mas tem efeitos devastadores para a vida dela. Uma criança nascida com esta doença geralmente não chega aos 13 anos de idade. Desde a primeira idade seus corpos aceleram o processo normal de envelhecimento, eles sofrem terríveis sintomas, comumente incluindo calvície, doença cardíaca, osteoporose e artrite. A Progéria é extremamente rara afetando apenas um em cada 8 milhões de nascimentos. No entanto há uma família que tem cinco crianças com a doença.
doença estranha
1. Elefantíase: perna de elefante
doença estranha
Elefantíase é a doença causada pelos nematóides que se alojam nos vasos linfáticos, causando linfedema. A doença é também chamada de como elefantíase, por causa do aspecto de perna de elefante do paciente com a forma avançada desta doença. Quando o parasita obstrui o vaso linfático, o edema é irreversível, portanto deve ser dada grande importância à prevenção com mosquiteiros, repelentes e evitando o acúmulo de água parada.