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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Mulheres se recuperam de parto em corredores de maternidade em Natal

Saúde - RN

Maternidade Escola Januário Cicco está com 35 mulheres sem leito.
Centros Cirúrgicos também estão funcionando como enfermaria.

 

Os corredores da Maternidade Escola Januário Cicco, em Natal, foram transformados em enfermarias improvisadas. Segundo a diretoria, a unidade já trabalha acima da capacidade, mas desde a semana passada o movimento foi intensificado. A solução encontrada foi transferir as 35 pacientes excedentes para os corredores. A sala de pré-parto e as salas de cirurgia também estão abrigando as mães com os recém-nascidos.
A direção da maternidade - que é gerida pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) - atribuiu a superlotação à falta de estrutura das redes municipal e estadual de saúde. Segundo o Governo do Estado, as unidades estaduais estão funcionando e o hospital Santa Catarina, que realiza partos na capital, está superlotado devido à desassistência municipal. Já a secretária de Saúde de Natal, Joilka Bezerra, disse que os atendimentos foram normalizados nas três maternidades municipais.
“A superlotação a esse ponto é inédita. Com os pacientes dispostos dessa maneira, não é possível fornecer o tratamento que elas necessitam. Acabaram de passar por uma cirurgia e não têm direito a uma cama. Ficam expostas e sem conforto com os filhos que acabaram de nascer”, lamentou Maria Daguia Medeiros, diretora e médica da Maternidade Januário Cicco.


Esse é o caso de Aline de Farias, de 20 anos. Ela passou por uma cesariana na noite desta quarta-feira (14) e, sem leito, dormiu em uma maca no corredor. Na manhã desta quinta (15), ela foi 'transferida' para uma cadeira no mesmo local.
“Sinto muitas dores. Ficar sentada depois da cirurgia é muito doloroso. Não ter um leito dentro do quarto é triste. Tudo que a pessoa quer é ficar num canto reservado com o bebê. Mas o que tenho é isso”, desabafou Aline.
“É um absurdo. Ver minha filha assim é triste. Mas espero que ela receba logo alta amanhã (16) e fique repousando numa cama na nossa casa”, Lúcia de Farias, mãe de Aline.
A história de Aline se repete com as 35 mulheres distribuídas em corredores, salas de pré-parto e centros cirúrgicos. Todos os lugares viraram enfermarias improvisadas.


“A mulher acaba de parir e não tem vaga nem no corredor. O jeito é deixá-la na mesa de cirurgia. O problema é que isso atrasa o parto das outras que estão na sala de espera. Mas só posso tirar a paciente da mesa se tiver onde colocá-la, se não, ela dorme no centro cirúrgico”, afirmou a diretora.
Maria da Silva veio de Senador Georgino Avelino, cidade a 50 quilômetros de Natal. Chegou na capital na tarde desta quarta-feira, passou pela cesariana e desde então está se recuperando da cirurgia numa cadeira, também no corredor.
“A gente não tem privacidade, fica aqui sendo atendida pelo médico na frente de todo mundo. Além do incômodo de ficar dia e noite sentada. Mas o tratamento é bom, tem médico, então vou enfrentar isso”, disse Maria.

A equipe médica está assistindo 127 pacientes, quando deveria atender a 92, a capacidade da maternidade. Para não perder o controle e administrar os medicamentos corretamente, os funcionários deram nomes aos leitos: Cadeira 1, Cama 2, Maca 3.“Tivemos que improvisar nisso também. Chegou ao cúmulo de considerar uma cadeira no meio do corredor como leito. Estamos atendo os pacientes nos lugares mais improváveis. É lamentável”, enfatizou Nickson da Silva, técnico de enfermagem.
As duas salas do Centro Cirúrgico estão ocupadas com pacientes que acabaram de parir. Os partos só serão recomeçados quando as mães foram transferidas. “Isso só acontecerá quando alguma cadeira vagar lá em baixo”, disse Maria Daguia.

Ainda de acordo com a direção, a superlotação na Januário Cicco é consequência da má gestão dos governos estadual e municipal. “As outras maternidades estão desabastecidas, por isso todas as parturientes correm para cá. A governadora não liga a mínima a para a saúde da mulher no Rio Grande do Norte”, finalizou a diretora.

domingo, 18 de março de 2012

UFRN adota ENEM para 50% das vagas no Vestibular 2013

Vestibular 2013 - UFRN

Durante o Seminário de Avaliação do Vestibular, realizado na manhã de sábado (17), a reitora Ângela Maria Paiva Cruz anunciou que a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) deverá adotar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como critério de seleção para 50% das vagas do Vestibular 2013. A proposta ainda precisa ser aprovada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe).

A reitora lembrou que a UFRN já vem usando o Enem gradativamente há alguma tempo, mas ainda muito timidamente. A proposta é que o percentual aumente para 50% ainda neste ano e, no Vestibular 2014, todas as vagas sejam pelo Enem/Sisu.

"A UFRN é a única instituição do Nordeste que ainda adota o vestibular tradicional como critério de ingresso. Não podemos continuar sendo uma ilha na região. A ideia é que este ano a gente aumente o percentual de utilização da nota do Enem para que, em 2014, a nota seja adotada integralmente", comentou a reitora.

Para o professor Alexandre Pinto, diretor do Colégio Ciências Aplicadas, a adoção do Enem vai provocar mudanças na forma como os alunos se preparam para a UFRN. Ele elogiou a mudança, ressalvando que seria melhor usar a nota integralmente para todos os cursos já no Vestibular 2013.

"A proposta do Enem é muito boa, mas seria melhor se fosse para todas as vagas já neste ano. Porque, com apenas 50% das vagas, nós vamos continuar sendo uma ilha no Nordeste, além de atrair geste dos outros estados que vão usar a UFRN como segunda opção", ponderou o professor.

A presidente da Comperve, Magda Maria Pinheiro de Melo, observou que as coordenações dos cursos terão autonomia para decidir o percentual de vagas que será preenchido pela nota do Enem em 2013.

"O Enem é importante, porque democratiza o acesso ao ensino superior no País. A UFRN vem adotando a nota do exame para ingresso na instituição gradativamente. Agora, a proposta da Comperve é dar um salto", acrescentou.

Classificação

Além da questão do Enem, o seminário serviu para analisar os dados do Vestibular 2012 e a classificação das escolas potiguares, com base no desempenho médio dos alunos que fizeram o exame.

Como critério de classificação, foi usado o argumento parcial dos candidatos, considerado o mais fiel por não levar em conta o argumento de inclusão (espécie de bônus de 10% para alunos da rede pública de ensino).

Entre as escolas públicas, a melhor colocação ficou com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), campus central de Natal. Já entre as escolas particulares, o primeiro lugar ficou com o Colégio Ciências Aplicadas, também de Natal.