terça-feira, 20 de novembro de 2012

Câncer de próstata

Saúde - Novembro Azul

Câncer de próstata ou cancro da próstata é uma doença na qual ocorre o desenvolvimento de um cancro/câncer na próstata, uma glândula do sistema reprodutor masculino. Ocorre quando as células da próstata sofrem mutações e começam a se multiplicar sem controle. Estas células podem se espalhar (metástase) a partir da próstata em direção a outras partes do corpo, especialmente ossos e linfonodos. O câncer de próstata pode causar dor, dificuldade em urinar, disfunção erétil e outros sintomas.
As taxas de incidência deste tipo de carcinome variam amplamente no mundo: o câncer é menos comum no sul e leste da Ásia e mais comum na Europa e Estados Unidos.[1] O câncer é menos comum entre homens asiáticos e mais comum entre homens negros.[2][3]
Este tipo de câncer se desenvolve mais frequentemente em homens acima dos 50 anos de idade. Ocorre somente em homens, já que a próstata é uma glândula exclusiva deste sexo. É o tipo de câncer mais comum em homens nos Estados Unidos, país em que é a segunda maior causa de mortes masculinas por câncer, atrás somente do câncer de pulmão. Entretanto, muitos homens que desenvolvem câncer de próstata não apresentam sintomas e acabam morrendo por outras causas. Muitos fatores, incluindo genética e dieta, tem sido relacionados ao desenvolvimento do câncer de próstata.
O câncer de próstata é mais frequentemente descoberto através de exame físico ou por monitoração dos exames de sangue, como o teste do "PSA" (sigla em inglês para antígeno prostático específico). Atualmente existe alguma preocupação sobre a acurácia do teste de PSA e sua real utilidade. Uma suspeita de câncer de próstata é tipicamente confirmada ao se remover uma amostra da próstata (biópsia) e examinando-a sob microscópio. Outros exames, como raio-X e exames de imagem para os ossos, podem ser realizados para determinar se o câncer de próstata se espalhou.
O câncer de próstata pode ser tratado com cirurgia, radioterapia, terapia hormonal, quimioterapia, protonterapia ou alguma combinação destes. A idade e saúde do homem, assim como a extensão da dispersão das células, aparência sob análise microscópica e resposta do câncer ao tratamento inicial são importantes em determinar o desfecho da doença. Já que o câncer de próstata é uma doença de homens idosos, muitos irão morrer de outras causas antes que uma lenta evolução do câncer de próstata possa se espalhar ou causar sintomas. Isso faz com que a escolha do tratamento a ser utilizado seja difícil.[4] A decisão de tratar ou não um câncer de próstata localizado (um tumor que está contido no interior da próstata) com intenção de cura é um dilema entre os benefícios esperados e os possíveis efeitos danosos em relação à sobrevivência e qualidade de vida do paciente.


Próstata

A próstata é um órgão do sistema reprodutor masculino que ajuda a produzir e armazenar fluido seminal. Nos homens adultos, a próstata normal possui cerca de 3 centímetros de comprimento e pesa cerca de vinte gramas.[5] Está localizada na pelve, abaixo da bexiga urinária e na frente do reto. A próstata envolve parte da uretra, o ducto que carrega a urina da bexiga durante o ato de urinar e carrega o sêmen durante a ejaculação.[6] Devido a sua localização, as doenças da próstata geralmente afetam o controle urinário, ejaculação e raramente defecação. A próstata contém pequenas glândulas que produzem cerca de vinte por cento do fluido que constitui o sêmen.[7] No câncer de próstata, estas células sofrem mutações e se transformam em células cancerosas. As glândulas da próstata necessitam de hormônios masculinos, conhecidos como andrógenos, para funcionar corretamente. Os andrógenos incluem a testosterona, que é produzida nos testículos, a dehidroepiandrosterona, produzida nas supra-renais e a dihidrotestosterona, que é convertida a partir da testosterona no interior da próstata. Os andrógenos também são responsáveis pelas características sexuais secundárias dos homens, como os pêlos da face e uma massa muscular aumentada.


Sintomas

O câncer de próstata precoce não causa sintomas. Geralmente é diagnosticado após um teste de PSA elevado. Às vezes, entretanto, o câncer de próstata causa sintomas semelhantes aos da hiperplasia prostática benigna. Estes sintomas incluem polaciúria, urinar mais à noite, dificuldade em iniciar e manter um jato contínuo de urina, sangue na urina e ato de urinar doloroso. O câncer de próstata pode também causar problemas com a função sexual, como dificuldade em atingir uma ereção ou ejaculação dolorosa.[8]
O câncer de próstata avançado pode causar sintomas adicionais à medida que a doença se espalha para outras partes do corpo. O sintoma mais comum é dor óssea, geralmente nas vértebras (ossos da coluna), pelve ou costelas, do câncer que se espalhou para estes ossos. O câncer de próstata na coluna pode também comprimir a medula espinhal, causando fraqueza nas pernas e incontinência urinária e fecal.


Patofisiologia


 O câncer de próstata é classificado como um adenocarcinoma, ou câncer glandular, que inicia quando as células glandulares secretoras de sêmen da próstata sofrem mutações e se transformam em células cancerosas. A região da próstata em que o adenocarcinoma é mais comum é a zona periférica. Inicialmente, pequenos agrupamentos de células cancerosas se mantêm confinados às glândulas prostáticas normais, uma condição conhecida como carcinoma in situ ou neoplasia intraepitelial prostática (NIP ou PIN). Embora não haja prova de que a NIP seja uma precursora do câncer, ela está intimamente relacionada ao câncer. Ao longo do tempo estas células cancerosas começam a se multiplicar e se espalhar para o tecido prostático circundante (o estroma) formando um tumor. Finalmente, o tumor por crescer ao ponto de invadir órgãos próximos a ele, como as vesículas seminais ou o reto. As células tumorais ainda podem desenvolver a habilidade de viajar através da corrente sanguínea e sistema linfático. O câncer de próstata é considerado um tumor maligno porque é uma massa de células que pode invadir outras partes do corpo. Esta invasão de outros órgãos é chamada de metástase. O câncer de próstata geralmente gera metástase nos ossos, linfonodos, reto e bexiga urinária.


Diagnóstico

Biópsia

Se há suspeita de câncer, realiza-se uma biópsia da próstata. Durante a biópsia o urologista obtém amostras do tecido da próstata através do reto. Uma pistola de biópsia insere e remove agulhas especiais (geralmente três a seis em cada lado da próstata) em menos de um segundo. As biópsias de próstata são feitas rotineiramente e raramente necessitam de hospitalização. Cinquenta e cinco por cento dos homens relatam desconforto durante o procedimento.

Escore de Gleason

As amostras de tecido da próstata são então examinadas sob microscópio para determinar se há presença de células cancerosas e para avaliar as características microscópicas (ou escore de Gleason) de algum câncer encontrado.

Marcadores tumorais

As amostras de tecidos podem ser coradas para investigação da presença de antígeno prostático específico (PSA) ou outros marcadores tumorais a fim de determinar a origem de células malignas que sofreram metástase

Estadiamento

Uma importante parte na avaliação do câncer de próstata é a determinação do estágio, que significa o quão longe o câncer já se espalhou. Conhecer o estágio ajuda a definir o prognóstico e é útil para se escolher a terapia. O sistema mais comum é o sistema de quatro estágios, o sistema TNM (abreviação para Tumor/linfoNodos/Metástases). Seus componentes incluem o tamanho do tumor, o número de linfonodos envolvidos e a presença de alguma metástase.
A distinção mais importante feita pelo estadiamento é se o câncer está ou não ainda confinado à próstata. No sistema TNM, os cânceres T1 e T2 são encontrados somente na próstata, ao passo que os T3 e T4 já se espalharam. Diversos testes podem ser usados para procurar evidências da dispersão do câncer (metástase). Eles incluem tomografia computadorizada para avaliar a dispersão na pelve, cintilografia dos óssos para procurar sinais nos ossos e ressonância magnética para avaliar a cápsula prostática e vesículas seminais. Os exames dos ossos mostram aparência osteoblástica devido a uma densidade óssea aumentada nas áreas em que há metástase óssea - em oposição ao que é observado em muitos outros cânceres que metastatizam.
Depois de uma biópsia da próstata, o patologista observa as amostras sob microscópio. Se o câncer estiver presente, o patologista relata o grau do tumor. O grau revela quanto o tumor se diferencia do tecido prostático normal e sugere quão rápido o tumor irá crescer. O sistema de Gleason é usado para graduar tumores de 2 a 10, sendo o escore de Gleason 10 indicando as maiores anomalias. O patologista atribui um número de 1 a 5 para o padrão mais comum observado na amostra sob o microscópio, e então atribui outro número de 1 a 5 para o segundo padrão mais comum. A soma destes dois números é o escore de Gleason. A graduação adequada do tumor é crítica, já que o grau do tumor é um dos principais fatores usados para determinar qual tratamento será recomendado.

Tratamento

O tratamento é variável e depende do estadiamento da neoplasia que, grosso modo, pode ser dividido em tumor localizado e tumor metastático.
O tratamento do tumor localizado pode ser cirúrgico ou radioterápico.
O tratamento de tumor metastático baseia-se no bloqueio hormonal da testosterona, inibindo assim o crescimento da massa tumoral sendo frequentemente um tratamento adicional importante. Podem ser utilizados vários tipos de drogas com eficácia e efeitos colaterais variáveis que devem ser levados em conta no momento da escolha do tratamento.

Cirurgia

A remoção cirúrgica da próstata, ou prostatectomia, é um tratamento comum tanto para os cânceres de estágio precoce, quanto para cânceres que falharam em responder à radioterapia. O tipo mais comum é a prostatectomia retropúbica radical, quando o cirurgião remove a próstata através de uma incisão abdominal. Outro tipo é a prostatectomia perineal radical, quando o cirurgião remove a próstata através de uma incisão no períneo, a pele entre o escroto e o ânus. A prostatectomia radical pode também ser realizada laparoscopicamente, através de diversas pequenas incisões (1 cm) no abdômen, com ou sem o auxílio de um robô cirúrgico. A cirurgia robótica é o método preferido no caso de pacientes obesos, devido à dificuldade das operações por cirurgia aberta e por laparoscopia.[13] Porém esse procedimento demora mais tempo, em média o dobro em relação à cirurgia aberta.[13]
A prostatectomia radical é eficiente contra tumores que ainda não se espalharam além da próstata;[14] com as taxas de cura dependendo dos fatores de risco como o nível de PSA e escore de Gleason. Entretanto, ela pode causar lesão nos nervos que significativamente pode alterar a qualidade de vida de um sobrevivente do câncer de próstata. As complicações sérias mais comuns da cirurgia são incontinência urinária e impotência. Embora a sensação peniana e a habilidade de se atingir o orgasmo geralmente permaneçam intactas, a ereção e ejaculação frequentemente são prejudicadas. Medicamentos como a sildenafila (Viagra), tadalafila (Cialis) ou vardenafila (Levitra) podem recuperar em algum grau a potência. Para a maioria dos homens com doença restrita à próstata, uma técnica cirúrgica que preserva os nervos pode ajudar a evitar a incontinência urinária e impotência.[15]
A prostatectomia radical tem tradicionalmente sido utilizada sozinha quando o câncer é pequeno. Quando há margens positivas ou doença localmente avançada, a radioterapia adjuvante pode oferecer uma melhor sobrevivência. A cirurgia também pode ser oferecida quando o câncer não responde à radioterapia. Entretanto, como a radioterapia causa mudanças teciduais, a prostatectomia após a radioterapia possui um risco maior de complicações.
A prostatectomia radical laparoscópica é forma mais moderna da clássica prostatectomia retropúbica radical. Em contraste com a cirurgia aberta do câncer de próstata, a prostatectomia radical não requer uma grande incisão. Utilizando tecnologia moderna, como a miniaturização e fibras ópticas, a prostatectomia radical laparoscópica é um tratamento minimamente invasivo para o câncer de próstata.
A ressecção transuretral de próstata, geralmente chamada de "RTU de próstata", é um procedimento cirúrgico realizado quando o canal entre a bexiga e o pênis (uretra) é bloqueada pelo aumento da próstata. A RTU de próstata é geralmente realizada para doença benigna (hiperplasia prostática benigna) e não é considerada um tratamento definitivo para o câncer de próstata. Durante o procedimento, um cistoscópio é inserido no pênis, e a próstata bloqueada é cortada.
Na doença metastática, quando o câncer já se espalhou além da próstata, a remoção dos testículos (chamada de orquiectomia) pode ser realizada para diminuir os níveis de testosterona e controlar o crescimento do câncer. (Ver terapia hormonal, abaixo)


Terapia hormonal

A terapia hormonal usa medicamentos ou cirurgia para impedir que as células do câncer de próstata adquiram dihidrotestosterona (DHT), um hormônio produzido na próstata que é necessário para o crescimento e dispersão da maioria das células do câncer de próstata. O bloqueio do DHT geralmente faz com que o câncer de próstata pare de crescer e até mesmo diminua. Entretanto, a terapia hormonal raramente cura o câncer de próstata porque os cânceres que inicialmente respondem à terapia hormonal geralmente se tornam resistentes após um ou dois anos. A terapia hormonal é então usada quando o câncer já se espalhou da próstata. Também pode ser administrada para alguns homens que estão sob radioterapia ou fizeram cirurgia, para prevenir o retorno de seu câncer.[16]
A terapia hormonal para o câncer de próstata age nas vias metabólicas que o corpo usa para produzir a DHT. Um ciclo de retroalimentação envolvendo os testículos, hipotálamo, hipófise, supra-renais e próstata controla os níveis sanguíneos de DHT. Primeiro, os baixos níveis sanguíneos de DHT estimulam o hipotálamo a produzir hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). O GnRH então estimula a hipófise a produzir hormônio luteinizante (LH), o qual estimula os testículos a produzir testosterona. Finalmente, a testosterona dos testículos e a dehidroepiandrosterona das glândulas supra-renais estimulam a próstata a produzir mais DHT. A terapia hormonal diminui os níveis de DHT pois interrompe esta via metabólica em algum ponto.
Existem diversas formas de terapia hormonal para o câncer de próstata:

  • Orquiectomia é a cirurgia para remover os testículos. Como os testículos produzem a maior parte da testosterona do corpo, a sua remoção cirúrgica faz com que os níveis de testosterona caiam logo em seguida. Com isso, a próstata não somente deixa de receber estímulo da testosterona para produzir mais DHT, como também não possui testosterona suficiente para transformá-la em DHT.
  • Antiandrógenos são medicamentos como flutamida, bicalutamida, nilutamida, e acetato de ciproterona que diretamente bloqueiam as ações da testosterona e da DHT no interior das células do câncer de próstata.
  • Medicamentos que bloqueiam a produção dos andrógenos supra-renais como a DHEA incluem o cetoconazol e a aminoglutetimida. Como as glândulas supra-renais produzem somente cerca de 5% dos andrógenos do corpo, estes medicamentos são geralmente usados somente em combinação com outros métodos que possam bloquear os 95% de andrógenos produzidos pelos testículos. Estes métodos combinados são chamados de bloqueio androgênico total (BAT). O BAT também pode ser obtido com o uso de antiandrógenos.
  • A ação do hormônio liberador de gonadotrofina pode ser interrompida de duas maneiras. Os antagonistas do GnRH impedem a produção de LH diretamente, enquanto os agonistas do GnRH inibem o LH através de um processo de regulação para baixo (downregulation) após um efeito de estimulação inicial. Abarelix é um exemplo de antagonista do GnRH, enquanto os agonistas do GnRH incluem leuprolida, goserelin, triptorelin e buserelin. Inicialmente, os agonistas do GnRH aumentam a produção do LH. Entretanto, como o constante fornecimento desta medicação não coincide com o ritmo de produção natural do corpo, a produção de LH e GnRH diminui após algumas semanas.[17]
Os tratamentos hormonais que mais têm sucesso são a orquiectomia e os agonistas do GnRH. Apesar de seu elevado custo, os agonistas do GnRH são geralmente escolhidos ao invés da orquiectomia, por questões cosméticas e emocionais.
Cada tratamento possui desvantagens que limitam seu uso em certas circunstâncias. Apesar de a orquiectomia ser uma cirurgia de baixo risco, o impacto psicológico da remoção dos testículos pode ser significante. A perda de testosterona também causa ondas de calor, ganho de peso, perda da libido, aumento das mama (ginecomastia), impotência e osteoporose. Os agonistas do GnRH podem causar os mesmos efeitos da orquiectomia mas podem causar piores sintomas no início do tratamento. Quando os agonistas do GnRH começam a ser usados, os aumentos de testosterona podem levar a uma dor aumentada nos ossos (originada do câncer metastático), então antiandrógenos são usados para diminuir estes efeitos colaterais. Os estrógenos não são comumente utilizados pois eles aumentam o risco de doença cardiovascular e trombose. Os antiandrógenos geralmente não causam impotência e geram menos dor nos óssos e massa muscular. O cetoconazol pode causar lesões no fígado com o uso prologando e a aminoglutetimida pode causar rashes cutâneos.

Prognóstico

As taxas de câncer de próstata são maiores e o prognóstico é pior em países desenvolvidos do que no resto do mundo. Muito dos fatores de risco para o câncer de próstata são mais prevalentes nos países desenvolvidos, incluindo maior expectativa de vida e dietas rica em carne vermelha e derivados do leite.[18]
Também, onde há maior acesso a programas de monitoramento, existe uma taxa maior de detecção. O câncer de próstata é o nono câncer mais comum no mundo, mas é o primeiro câncer (excluindo os de pele) em homens nos Estados Unidos. O câncer de próstata afetou dezoito porcento dos homens norte-americanos e causou morte em 3% em 2005.[19] No Japão, as mortes por câncer de próstata foram 20% a 50% das taxas nos Estados Unidos e Europa nos anos 1990s.[20] Na Índia, nos anos 1990s, metades das pessoas com câncer de próstata restrito à próstata morreram em 10 anos.[21] Homens negros possuem 50-60 vezes mais câncer de próstata e mais mortes por câncer do que homens em Shanghai, China.[22] Na Nigéria, dois por cento dos homens desenvolvem câncer de próstata e 64% deles morrem após dois anos.[23]
Em pacientes sob tratamento, os indicadores de prognóstico clínico da doença são o estadiamento, nível de PSA antes da terapia e escore de Gleason. Em geral, quando maior o grau e o estadiamento, pior o prognóstico. Pode-se utilizar normogramas para calcular o risco estimado de um paciente. As predições são baseadas em experiências em grandes grupos de pacientes que sofreram de câncer em diversos estadiametos.

As 10 principais doenças do homem no Brasil

Saúde - Brasil

  • Violência (11,4%) — Essa “doença” inclui assassinato, tentativa de assassinato e outros tipos de agressão. Em outros termos, todo tipo de agressão intencional que não tenha sido causado pela própria vítima ou como parte de algum tipo de guerra. Estima-se que, no Brasil e região, o álcool seja responsável por 45% da mortalidade por assassinato em homens a partir dos 15 anos de idade, e 15% em crianças. O consumo de drogas ilícitas também tem uma contribuição, mas parece que trabalhar no tráfico é ainda pior. De acordo com o ex-secretário de segurança do Espírito Santo, cerca de 70% dos assassinatos [no estado] são resultados de disputas territoriais envolvendo o tráfico de drogas.
  • Acidentes de trânsito (4,9%) — Estima-se que o álcool seja responsável por 60% das mortes por acidentes de trânsito nos homens entre 30 e 44 anos de idade no Brasil e região. Essa proporção ainda é de 56% entre os 15 e os 29 anos de idade, e vai caindo nos extremos da vida sem deixar de ser relevante: 18% para os menores de 15 anos de idade, e 30% para os maiores de 70 anos de idade. (Isso sem contar com as pessoas que sobrevivem aos acidentes mas ficam incapacitadas.) Vale lembrar que pedestre, ciclista e motociclista que bebem também aumentam o risco de se envolverem num acidente, e que quem não bebe pode morrer ou ficar incapacitado por causa de alguém que bebeu.
  • Transtornos relacionados ao uso do álcool (4,9%) — O alcoolismo é uma doença muito debilitante, e estimativas variam de 5% a 15% dos adultos no Brasil. Outro problema muito comum é o uso nocivo do álcool, no qual a pessoa continua usando álcool em excesso (ou em ocasiões inadequadas) mesmo percebendo que sua forma de beber está trazendo consequências. O uso nocivo do álcool não é uma doença, mas é um problema de saúde grave, e colabora com grande parte das doenças desta lista. Para conhecer os limites do uso de baixo risco do álcool, confira o artigo Por que o homens morrem mais cedo?.
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  • Doença cardíaca isquêmica (4,3%) — A angina, o infarto e os outros problemas da família aparecem nos homens antes do que nas mulheres, algo como 5 anos mais cedo. Existem uma série de fatores de risco, como falta de atividade física, tabagismo, obesidade, pressão alta, colesterol alto, e glicose alta. O uso de álcool em baixas doses parece reduzir o risco de infarto, enquanto o uso excessivo aumenta o risco, até porque o álcool está ligado a outros fatores de risco como a pressão arterial.
  • Depressão (4,1%) — Os transtornos depressivos unipolares, como o episódio depressivo maior e a distimia, são problemas mentais comuns e às vezes muito graves. As mulheres sofrem mais com a depressão que os homens, mas isso não significa que o problema seja negligenciável no sexo masculino. A maioria dos casos estão relacionados a problemas sociais, financeiros etc., mas alguns são decorrentes de fatores de risco preveníveis. Estima-se que o álcool seja responsável por 7,0% dos casos de episódio depressivo maior, que é um tipo importante de depressão; no caso das mulheres, essa proporção é de apenas 1,4%. (O contrário também ocorre: os transtornos depressivos aumentam o risco da pessoa desenvolver um transtorno relacionado ao uso do álcool.) Outra causa importante de depressão é o abuso sexual na infância. (Leia também: Como saber se você está com depressão.)
  • Pneumonia (3,8%) — Mesmo com a queda da mortalidade pela doença, a pneumonia pode trazer sequelas que prejudicam o funcionamento dos pulmões para o resto da vida. Não é novidade de que o uso de álcool e o tabagismo contribuem para as infecções respiratórias.
  • Outros tipos de acidentes (3,3%) — Esses são os acidentes que não se enquadram em trânsito, afogamento, queda, envenenamento ou incêndio. No Brasil e região estima-se que 48% dos “outros tipos de acidentes” sejam causados pelo álcool, nos homens entre 15 e 44 anos de idade. Até os 14 anos de idade essa proporção é de 18%, e a partir dos 45 anos de idade, é de 42%. Os acidentes de trabalho também constituem uma parte importante da causa desses acidentes.
  • AVC (3,3%) — A doença cerebrovascular, que inclui tanto o derrame (AVC) quanto outras formas menos drásticas, é a principal causa de morte no Brasil, mas essa é uma morte que costuma acontecer em idades bem mais avançadas que a das mortes por violência ou acidente de trânsito. 62% de todos os derrames no mundo são causados por pressão arterial arterial elevada. Como já disse antes, quanto menor a pressão arterial, melhor. Baixar a pressão de 12,5 por 8 para 11,5 por 7,5, por exemplo, diminui em 38% o risco de AVC. Além disso, a maioria dos principais fatores de risco para a saúde do brasileiro podem causar um derrame.
  • Diarreia (2,9%) — Na verdade, o número de pessoas incapacitadas ou falecidas por diarreia é menor do que o de muitas doenças que não entraram nessa lista. Mas a diarreia afeta principalmente as crianças, de forma que o número de anos de vida perdidos acaba sendo ainda maior.
  • Prematuridade e baixo peso ao nascer (2,1%) — Estima-se que nascer com o peso abaixo de 2500 gramas aumente em 6 vezes o risco do bebê morrer antes de completar um mês de vida. (O peso médio ao nascer é de 3300 gramas.) Existe uma série de complicações da gravidez que podem causar um nascimento prematuro (antes do feto alcançar as 37 semanas) ou com baixo peso. E o melhor é que a maioria dessas complicações pode ser prevenida ou diagnosticada precocemente se a mulher fizer o pré-natal adequadamente.

Fiéis católicos celebram Nossa Senhora da Apresentação em Natal

Religião - Festa da Padroeira de Natal

Celebrações à padroeira de Natal se encerram nesta quarta-feira (21).
Feriado municipal terá programação religiosa especial. 

 
Reza a lenda que ela surgiu à margem direita do rio Potengi, em Natal, numa caixa de madeira envolta em uma rede de pesca. Dentro do caixote, a imagem de uma santa e uma mensagem: "Onde esta imagem chegar, nenhuma desgraça acontecerá". Não existem documentos ou registros históricos comprovando a veracidade deste fato. Entretanto, a tradição oral e a fé depositada naquela imagem e escrito, se perpetuam pelos últimos 259 anos. E, a cada dia 21 de novembro, os fiéis católicos celebram Nossa Senhora da Apresentação, a padroeira de Natal.

Para relembrar o feito dos pescadores que retiraram o caixote do mar na manhã de 21 de novembro de 1753, a Arquidiocese de Natal montou uma programação especial para a tradicional missa na Pedra do Rosário e procissão de encerramento da festa de Nossa Senhora da Apresentação este ano. As celebrações incluem vigília, procissão fluvial, missas e quermesses. "Já são 259 anos da presença de Maria nas nossas vidas", comentou o pároco da Arquidiocese de Natal, Valdir Cândido.
Ele ressaltou, ainda, que a cada ano a festa de Nossa Senhora da Apresentação cresce, congregando cada vez mais jovens, adultos e idosos. Para a missa na Pedra do Rosário, na madrugada desta quarta-feira (21), a expectativa é de que aproximadamente 70 mil pessoas compareçam à Avenida do Contorno, às margens do rio Potengi. "A cada ano a festa aumenta, seja na missa na Pedra do Rosário, seja na procissão de encerramento no final da tarde", afirmou o pároco. A programação religiosa para o feriado santo inclui celebrações a partir da meia-noite desta quarta.


A História de Nossa Senhora da Apresentação

De acordo com o historiador Itamar de Souza, a história da Padroeira de Natal baseia-se na tradição oral. Ele salienta que, mesmo sem ter aqui uma imagem, Nossa Senhora da Apresentação é a Padroeira desde os primórdios da vida cristã da comunidade natalense. Em 1990, numa carta encaminhada ao monsenhor Severino Bezerra, chanceler da Cúria e historiador da Arquidiocese de Natal, fazendo-lhe algumas indagações sobre o orago (santo a que é dedicado um templo ou capela) de Natal, a surpresa.
Na sua carta resposta, o monsenhor fez a seguinte revelação: "Em 29 de março de 1718, antes da chegada de Nossa Senhora da Apresentação, num inventário por morte de Joana de Barros, em Goianinha, entre as dívidas deixadas pela falecida está: esmola de 5.000 (cinco mil) réis à Nossa Senhora da Apresentação. Só 35 anos depois foi o encontro da imagem (Carta datada de 20 de maio de 1900".

Itamar de Souza, em seus escritos publicados no Fascículo Nova História de Natal, afirma que esta revelação corrobora com o que Frei Agostinho de Santa Maria escreveu num livro publicado, em Lisboa, em 1722, citado pelo historiador Luís da Câmara Cascudo: "Na capela-mor daquela matriz se colocou pouco depois um grande e famoso quadro de pintura, em que se vê o mesmo mistério da Senhora historiado... A sua festividade se lhe celebra em 21 de novembro, que é o dia em que a Senhora foi oferecida ao Senhor da Glória". (1980:122).

Conta a tradição que na manhã de 21 de novembro de 1753, pescadores encontraram na margem direita do Rio Potengi, na confrontação da Igreja do Rosário, um caixote que estava encalhado numa pedra. Quando abriram-no, encontraram uma imagem da mãe de Jesus com um menino no colo.
A referida imagem tinha uma mão estendida, aparentando sustentar alguma coisa. Logo, deduziram que fosse um rosário. Avisado sobre a novidade daquela descoberta, o vigário da Paróquia, Pe. Manoel Correia Gomes pressuroso, dirigiu-se ao local e, incontinenti, conduziu o vulto para a Matriz, ciente de que se tratava de um ícone de Nossa Senhora do Rosário.

Entretanto, como 21 de novembro é, no calendário litúrgico da Igreja Católica, o dia em que se festeja a apresentação da Mãe de Jesus no Templo, deram à imagem que apareceu no Rio Potengi o nome de Nossa Senhora da Apresentação. A esta altura, é oportuno lembrar que a Festa da Apresentação de Nossa Senhora no Templo foi instituída pela Igreja Católica no ano de 1571.

PROGRAMAÇÃO 21 DE NOVEMBRO

21/11 - Quarta-Feira

00h - Vigília da Apresentação na Pedra do Rosário com a Comunidade Shalon
03h30 - Procissão Fluvial saindo com a imagem de Nossa Senhora do Iate Clube para a Pedra do Rosário
05h - Missa da Pedra do Rosário
07h30 - Missa Solene na Antiga Catedral
10h - Missa Solene na Catedral
14h - Natal caminha com Maria - Procissão saindo da Igreja dos Mártires, no bairro Nazaré, em direção à Catedral
17 - Missa Solene de encerramento com queima de fogos ao final

Fonte: Arquidiocese de Natal

Um em cada quatro brasileiros infectados com o vírus da Aids desconhece sua situação

Saúde - Aids - Brasil

O governo estima que entre 490 mil e 530 mil adultos estão infectados com o vírus da Aids no Brasil. Desses, 135 mil ainda não sabem que convivem com HIV e, portanto, não buscam tratamento adequado na rede pública. Isso significa que um em cada quatro brasileiros (25,5%) infectados com o vírus desconhece sua situação de risco.

Os dados fazem parte do novo Boletim Epidemiológico da doença, divulgado nesta terça-feira (20), parte das ações em referência ao Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado no próximo 1º de dezembro.
Para reverter o quadro, o Ministério da Saúde montou uma campanha de mobilização nacional para incentivar o teste rápido de HIV, sífilis e hepatites virais (dos tipo B e C).

Nos próximos dez dias, entre esta terça-feira (20) e o Dia Mundial de Luta contra a Aids (1º), todas as pessoas que quiserem saber sua condição podem procurar as unidades da rede pública e os CTAs (Centros de Testagem e Aconselhamento).
Com apenas uma gota de sangue colhida, o resultado do teste rápido sai em 30 minutos. A pessoa recebe aconselhamento antes e depois do exame e, em caso positivo, ela é encaminhada para o serviço especializado.

“O diagnóstico precoce produz dois impactos positivos: o individual e o coletivo. Primeiro, é importante que o paciente saiba que está infectado, isso possibilita um tratamento eficaz e mais rápido, reduzindo os riscos e melhorando a qualidade de vida”, diz o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. “Segundo, reduz a carga viral negativa. Viver com HIV não é simples, mas saber é muito melhor.”

Testes rápidos

Desde a sua implantação, foi registrado aumento de 340% no número de testes ofertados no país: de 528 mil (2005) para 2,3 milhões (2011). De janeiro a setembro deste ano, já foram distribuídas 2,1 milhões de unidades do exame. A expectativa do governo é fechar 2012 com a remessa de cerca de 2,9 milhões apenas para detecção do HIV.
Para a campanha nacional, o Ministério da Saúde enviou às capitais 386.890 testes rápidos para HIV, 182.500 para sífilis, 93 mil para hepatite B e 93 mil para a C. No total, foram 755.390 unidades, conforme a solicitação de cada Estado. Os testes rápidos para diagnóstico de HIV/aids, hepatites virais e sífilis são gratuitos na rede pública.

A realização do teste é recomendada para toda a população, especialmente para alguns grupos populacionais em situação de maior vulnerabilidade para a infecção pelo HIV, como homens que fazem sexo com homens (HSH) (54%), mulheres profissionais do sexo (65,1%) e usuários de drogas ilícitas (44,3%). Isso porque a epidemia no Brasil é concentrada e o país focaliza, prioritariamente, as ações de prevenção do governo federal nessas populações.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Noivo morre após se ferir com copo durante festa de casamento no Rio

Cotidiano - Brasil

O militar Fábio Gefferson dos Santos Maciel, de 33 anos, morreu após sofrer uma lesão na veia femoral provocada por um copo, durante comemoração do seu próprio casamento, na madrugada desta segunda-feira (19), na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro.
O caso foi registrado na 37ª DP (Ilha do Governador) como morte acidental.

Maciel, que é sargento da Marinha, comemorava o seu casamento no Clube Nautilus, quando tropeçou. Com a queda, um copo do tipo tulipa que estava no seu bolso esquerdo se quebrou, cortando a veia femoral do sargento. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu a caminho do hospital.

Seu corpo permanece no IML (Instituto Médico Legal) e será levado por um voo pago pela Marinha para Manaus, cidade onde moram seus familiares. O enterro deverá ser na próxima quarta-feira.