sábado, 21 de maio de 2011

Detran e Tributação param 2ª feira

Greve


Marco Carvalho - repórter da Tribuna do Norte


A próxima semana começará ainda mais complicada para a população potiguar e para administração estadual. Outras duas categorias, os servidores do Detran e da Secretaria Estadual de Tributação, anunciaram que irão paralisar os serviços prestados à população por tempo indeterminado. A decisão eleva para quatro o número de setores da administração estadual que estarão em greve na segunda-feira (23). Cumprimento do plano de cargos é a reivindicação comum.


As paralisações dos professores da rede estadual de ensino, deflagrada desde o dia 2 de maio, e dos policiais civis e escrivães, iniciada na terça-feira passada, estão mantidas. A partir de agora, o Governo do Estado terá que arranjar mais fatias no orçamento para tentar negociar unificadamente com as classes paralisadas.


Na quinta-feira passada, o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo de Tarso Fernandes, descartou que o Executivo negocie com qualquer categoria isoladamente. “Não podemos negociar fatiando a administração pública, porque o funcionalismo é um só”, disse em entrevista à TRIBUNA DO NORTE.


Detran


Quem deixou para emplacar o carro ou renovar a carteira de habilitação para a próxima semana não poderá fazê-lo a partir de segunda-feira. Os 260 servidores do Detran no estado, cerca de 150 em Natal, estarão parcialmente paralisados devido a busca de direitos e a negociação com o governo.


A categoria cobra, além de melhorias salarias, melhores condições de trabalho, como aquisição de equipamentos de segurança e aparelhos que otimizem o serviço. O presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Indireta (Sinai/RN), Santino Arruda, mostrou outro ponto de pauta da greve. “O concurso realizado em dezembro passado, quando foram aprovadas 285 pessoas, ainda não foi homologado e a situação relativa à quantidade de servidores está caótica”, disse.


O outro ponto dos servidores do Detran é comum às demais categorias paralisadas ou que ameaçam greve: o cumprimento do plano de cargos prometido para março. “Realizamos assembléia no mês de março e decidimos aguardar o Governo. Mas já estamos chegando ao final de maio e não houve nenhuma comunicação. Quando surgirá alguma proposta?”, protestou Arruda.


De acordo com o sindicalista, os trabalhadores do departamento de trânsito passaram 10 anos sem reajuste salarial e no ano passado foi aprovado o plano de cargos depois de três greves realizadas no ano de 2006, 2008 e 2009. “Ocorre uma média de 300 processos de emplacamento por dia. O serviço só não irá parar completamente devido aos funcionários com cargos comissionados”, afirmou.


Tributação


Ontem, foi o último dia de trabalho dos técnicos da Secretaria Estadual de Tributação, que também reivindica o plano de cargos. O técnico João Luís Pereira Pinto faz parte do comado de greve e disse que a categoria é uma das 14 que estão à espera da implantação do 70% restantes do plano de carreira que foi aprovado em 2010. “Não vão funcionar digitação de documentos, emissão e saída de notas fiscais, a área de informática e o protocolo”, avisou ele, a respeito da decisão tomada pelo pessoal administrativo.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Agentes da dengue passam a trabalhar 8 horas por dia

SMS Natal - RN


Responsáveis pelo combate ao mosquito Aedes aegypti, os 320 agentes municipais de endemias decidiram ontem, em assembleia, que a partir de 1º de junho, passam a trabalhar as oito horas diárias, descartando nova greve. Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde vai colocar nas ruas, na próxima semana, 140 dos 150 agentes com contratos temporários. Com isso, a SMS espera concluir, em até dois meses, o segundo ciclo de visitas aos domicílios em Natal.


Em assembleia, agentes votam por aceitar a proposta da Prefeitura do Natal

Esse segundo ciclo deveria ter sido finalizado no final de abril. No início de julho, as equipes já deveriam estar iniciando o quatro ciclo (julho/agosto). “Vamos garantir a normalidade das visitas em sua integralidade”, afirmou o o coordenador do programa, Alessandre Tavares.


Segundo ele, as visitas serão intensificadas nas regiões leste e oeste da cidade, que têm altos índices de infestação, de acordo com o Levantamento Rápido de Infestação (Lira). Os bairros que terão incremento de visitas são os mesmos percorridos pelos carros-fumacê, nas últimas semanas. São eles: Alecrim, Barro Vermelho, Lagoa Nova, Nova Descoberta, Dix-Sept Rosado, N. S. de Nazaré, Bom Pastor, Nordeste, Quintas, Tirol, Lagoa Seca, Cidade Alta, Petrópolis e Areia Preta.


“Se o município continuasse atuando apenas com os 320 agentes municipais não seria possível nem concluir o segundo ciclo. Estamos corrigindo isso agora com a contratação deses 150 e estabelecendo uma estratégia para tentar fazem além do que seria possível com os 320”, afirmou Alessandre Tavares.


Na tentativa de cumprir os seis ciclos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, o programa vai trabalhar com controle setorial e tentar reduzir o tempo entre as visitas domiciliares. Ele anunciou que, na próxima semana, a prefeitura vai adquirir 10 motos para reforçar as notificações do Lira e que o Disque-dengue já está funcionando com dois ramais.


Ele explicou que o setor já fez o treinamento com 140 agentes temporários, que estão aptos a ir para campo. Os outros dez seriam inseridos em treinamento na próxima semana. Na assembleia de ontem o presidente do Sindicato doa Agendes de Saúde – Sindas/RN, José Salustino, afirmou que ainda falta treinamento de campo para tornar esses agentes aptos a trabalhar com o larvicida e que a categoria fará seu papel, de treinar esse pessoal. Ele enfatizou a necessidade de melhorar as condições de trabalho, fornecendo as ferramentas necessárias, como EPIs; escala, lanternas e fardamento adequado para todos.


Municipalização


A assembleia ocorreu no Sindicato dos Previdenciários do RN e terminou por volta do meio-dia. Para cumprir essa jornada de oito horas diárias, os agentes vão receber uma complementação de alimentação de R$ 10,00 por dia efetivamente trabalhado. Esse valor só será pago ao final do mês de junho. O auxílio resulta num impacto de aproximadamente R$ 112 mil/mês no orçamento do executivo municipal.


Num plenário lotado, a categoria defendeu a municipalização da coordenação do Centro de Zoonoses. Atualmente, os cargos de coordenação e supervisão são ocupados por servidores da Fundação Nacional de Saúde – Funasa. “Temos agentes com oito, dez anos de experiência qualificados e que podem desempenhar muito bem essas funções”, afirmou o presidente do Sindas/RN, José Salustino.


Segundo ele, o descontentamento dos agentes acontece porque há um planejamento equivocado no combate à dengue por parte do Centro de Zoonoses. “A prefeitura paga uma gratificação boa a esses servidores da Funasa, mas eles não estão qualificados e adotam uma metodologia arcaica”, afirmou José Salustino.


A municipalização está na pauta de reivindicações entregue na quarta-feira em audiência de negociação na Prefeitura de Natal. Segundo Salustino o combate à dengue não está sendo eficiente por o município trabalhar com um número insuficiente de agentes. “Desde 2009, o sindicato vem alertando para a necessidade de contratar mais agentes, diante dos altos índices de infestação e de casos da doença, mas a prefeitura preferiu a terceirização, num contrato desastroso”.


Avaliação positiva


O diretor do Sindicato dos Agentes de Saúde – Sindas/RN, Cosmo Mariz, faz uma avaliação positiva do movimento. “Esse retorno é positivo, primeiro porque voltamos sem desconto dos dias parados na última greve e conseguimos a complementação de refeição de R$ 10,00, quando a guarda municipal é R$ 7,00. É um retorno estratégico e positivo”, diz.


Durante duas semanas, de 02 a 16 de maio, os agentes de endemias estiveram em greve. Na assembleia, os agentes também decidiram continuar lutando pela instituição de uma gratificação específica de R$ 375,00. “Vamos dar um prazo a Prefeitura de 90 dias para que implante essa gratificação, depois faremos nova assembleia e o movimento de greve pode ser retomado”, informou Cosmo Mariz.

Urbana rebate acusações e diz que coleta está normalizada no Parque da Floresta

Saúde - Lixo - Natal,RN


Em resposta a notícia divulgada na manhã de hoje na TN Online, a assessoria de imprensa da Companhia de Serviços Urbanos de Natal (Urbana), enviou nota sobre o protesto de moradores do loteamento Parque da Floresta, que realizaram manifestação na manhã desta sexta-feira (20) para denunciar a negligência do órgão de limpeza.


Moradores protestam por coleta de lixo


Segundo Kléber Leite, presidente da associação de moradores do loteamento, há duas semanas que a Urbana não realiza a coleta de lixo na avenida. Ele diz que o acúmulo dos detritos nas frentes das casas atrai muitos mosquitos, inclusive o aydes egypt – mosquito da dengue. “Duas pessoas da comunidade já contraíram dengue hemorrágica”, contou.
Em seu comunicado, a Urbana informa que o local está com coleta regularizada e atribuiu o a realização do protesto à questões de interesses políticos.



Confira a íntegra da nota:


Com relação ao protesto liderado pelo morador do Loteamento Parque da Floresta, Kléber Leite, realizado na manhã desta sexta-feira, 20/05, a Companhia de Serviços Urbanos de Natal (Urbana) esclarece que há 15 dias a diretoria de operações foi procurada pelo mesmo para que providenciasse a limpeza de algumas ruas do local, e atendeu prontamente às reivindicações expostas. Ainda de acordo com a diretoria de operações, não há atraso na coleta de lixo do Parque da Floresta e o protesto desta sexta, foi ocasionado por interesses políticos por parte de alguns membros da comunidade. A Diretoria da Urbana ressalta que está sempre de portas abertas para receber as reivindicações da comunidade e atendê-las sempre que possível.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Médicos do estado entram em greve no dia 1º de junho

Saúde - RN


Em assembléia realizada ontem (18), na sede do Sindicato dos Médicos do RN ( Sinmed), os médicos da rede estadual de saúde decidiram, por unanimidade, realizar greve geral a partir do dia 1º de junho.



A classe médica optou pelo movimento grevista devido à quebra de compromisso do governo que, desrespeitando a lei de 31/03/2010, não pagou a incorporação prevista para este mês de maio.


Além deste fator, alguns assuntos da pauta de reivindicações enviada a Sesap não foram atendidas, nem mesmo respondidas pelo órgão. Como por exemplo, atraso de salários dos médicos recém-contratados, plantões por indenizações e aumento do quantitativo de profissionais.


Já os médicos recém contratado que estavam em greve há um mês, voltam as suas atividades normais a partir de hoje. Em virtude da promessa de folhas de pagamento extras, os médicos suspenderam a greve atual com a possibilidade de aderir à greve geral do dia 1º de junho.


Alguns destes médicos contratados a partir de 2010 estão sem receber há 11 meses. O Sindicato deve avaliar pessoalmente os nomes de quem não recebeu o pagamento, junto a Sesap, para tentar acelerar o processo.


“Mesmo com esses atrasos pendentes, tivemos avanços com o movimento de greve. Foram divulgadas duas folhas extras de pagamento e vários médicos já receberam parte dos atrasados”, ressalta Dr. Geral, presidente do Sinmed RN.


Uma nova assembléia está marcada para o próximo dia 31 de maio, às 19h, para avaliar as condições de greve geral.


* Fonte: Sinmed

Lagoa dos Cavalos é liberada e trabalho de limpeza continua

Meio Ambiente - RN


Wagner Lopes - Repórter da Tribuna do Norte


As primeiras análises feitas após o acidente ocorrido nesta quara-feira, com um caminhão que transportava soda cáustica na BR-101, entre Parnamirim e São José de Mipibu, permitiram a liberação do uso da lagoa Passagem de Cavalos, próxima à entrada para Monte Alegre. Os índices de PH encontrados no local estão dentro da normalidade.


Coleta de amostras para liberação da barragem próxima ao acidente da carreta com soda caústica

Com essa constatação, o problema fica resumido a uma barragem localizada ao lado da rodovia, dentro de uma granja particular. Um barramento do curso d'água que desce da pista, a 200 metros da BR, é considerado ambientalmente irregular, mas serviu para impedir que o produto despejado (em torno de 15 mil litros)se espalhasse até o rio Pium.
Na manhã desta quinta-feira, técnicos do Idema, da transportadora Rodoquim, de uma empresa contratada pela transportadora para fazer a limpeza e ainda representantes da Secretaria de Meio Ambiente de São José de Mipibu estão no local, decidindo sobre as providências necessárias.
No trecho da barragem, afetado pelo produto, não há atividades de pesca, ou mesmo de plantação. O gerente operacional da Rodoquim, Sílvio Pessoa, explicou que o monitoramento das áreas próximas continuará até que se tenha certeza de que a situação está normalizada.
A secretária de Meio Ambiente de São José, Aline Gonçalves, confirmou que um carro de som será utilizado para informar os moradores da proximidade da lagoa sobre a liberação do local. Já a coordenadora de Fiscalização do Idema, Graça Azevedo, deixou claro que o órgão acompanhará todo o trabalho, mas considerou improvável que ocorram novos problemas devido ao acidente.
No início da tarde, uma carga de "vinagre", ácido acético, chegará ao local e será despejada aos poucos para ir controlando o retorno da água da barragem ao PH normal. O PH regular do trecho d'água é de 5,5 e com o acidente subiu para 6,9.
Apesar da lagoa dos Cavalos não apresentar mais riscos, o agricultor Dênis Dantas revelou ter sentido "coceiras" semelhantes a uma alergia quando tomou banho no local, logo após o acidente, e chegou a ir ao hospital de São José, por recomendação do Samu. Graça Azevedo, do Idema, explicou que no momento do acidente resíduos do produto podem ter se espalhado no ar. Se a pessoa afetada não se molhasse, não sentiria qalquer reação. Já quem tomou banho logo depois, ou ficou sob a chuva, pode ter tido coceiras e reações semelhantes a uma alergia, porém nada mais grave.
Parte do capim e da areia atingida pelo produto químico está sendo retirado.

Ex-governador diz que estão ensinando às crianças que "é bonito ser homossexual"

Politica - RN


O ex-governador do Rio Grande do Norte e ex-vice-presidente do Senado, Geraldo Melo (PPS), também entrou na discussão sobre a homofobia. Através do Twitter, o empresário disse que as ações voltadas para o combate à homofobia ensinam às crianças que "é bonito ser homossexual".



Afastado das disputas eleitorais desde 2006, quando foi derrotado na disputa para o Senado, Geraldo Melo sugeriu que também ocorressem campanha voltadas para evitar supostos preconceitos aos heterossexuais. "Já temos nas escolas o kit anti homofobia. Quando teremos também nas escolas o kit anti heterofobia?", questionou o ex-governador.



Para Geraldo Melo, é necessário que as campanhas educativas também mostrem às crianças que "não é feio ser heterossexual". "Estamos ensinando às nossas crianças que é bonito ser homossexual. Será que não dava pra ensinar também que não é feio ser heterossexual,ou não pode?", postou.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Parnamirim e São José alertam para consumo de água do Rio Pium

Acidente na BR 101


Marco Carvalho - repórter da Tribuna do Norte


A coordenação de meio ambiente da Prefeitura de Parnamirim está alertando a população para evitar o consumo de água e a pesca no Rio Pium. A recomendação ocorre devido ao acidente da manhã desta quarta-feira, 18, quando uma carreta carregada com 19 mil litros de soda cáustica tombou e vazou a substância química corrosiva na rodovia BR-101.

Substância química corrosiva que estava na carreta pode ter contaminado rio


A coordenadora de meio ambiente do município, Rafaela Arcila, afirmou ser importante não haver o consumo da água, pois ainda não se sabe o tamanho da contaminação. “Está havendo uma investigação e medidas estão sendo tomadas para se amenizar as conseqüências do derramamento”, esclareceu.


O acidente ocorreu no KM 117 da BR-101, no município de São José de Mipibu – distante 40 quilômetros da capital. Há menos de um quilômetros do local, existe a Lagoa de Passagem de Cavalos, que desemboca no Rio Pium – que corta Parnamirim.


A secretaria de meio ambiente de São José de Mipibu declarou que a empresa Rodoquim, que transportava a carga de soda cáustica, já está tomando as medidas cabíveis e possui seguro ambiental. De acordo com a secretária Aline Gonçalves, a empresa conta com uma gestora ambiental, que já está no local avaliando a situação.


Ibama, Idema e Corpo de Bombeiros foram acionados para realizar o trabalho de inspeção no local e assegurar as condições da população e da rodovia.

Professores em greve cobram apoio dos deputados estaduais

Educação - RN

Greve dos Professores


Os professores da rede pública estadual, em greve desde o início do mês, realizaram uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa, na tarde desta quarta-feira (18). O movimento tinha como objetivo atrair a atenção dos deputados e cobrar dos parlamentares ajuda para solucionar problemas na educação.


Entre outros motivos, a greve está instalada principalmente devido à não implantação do plano de cargos, carreiras e salários da categoria, que teria o salário inicial de R$1.530,00. Com a alegação por parte do Governo de que não há condições para atender às demandas, os profissionais seguem em greve.


"É o momento de apresentar aos deputados e deputadas, a quem ainda não se debruçou sobre a nossa pauta, para nos ajudar nessa causa", disse a presidente do Sinte, Fátima Cardoso, em discurso em frente ao palácio José Augusto.



Os professores têm a expectativa de uma reunião com a secretária estadual de Educação, Betânia Ramalho, na próxima terça-feira (24), e realizarão uma assembleia da categoria no dia 31 de maio, onde vão avaliar o movimento grevista.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Governo não atende reivindicações e Polícia Civil inicia greve amanhã

Policia Civil - RN


Os policiais civis do Rio Grande do Norte iniciam greve por tempo indeterminado a partir das 8h da terça-feira (17). A assembleia da categoria deliberou na tarde desta segunda-feira (16) pela paralisação, depois de ouvirem do secretário de Defesa Social do estado, Aldair Rocha, que o Governo não iria atender às reivindicações dos profissionais.


Policiais civis aprovam por unanimidade o início da greve por tempo indeterminado


Pouco antes da assembleia do Sindicato dos Policiais Civis do estado (Sinpol), a presidente Vilma Marinho teve reunião com o secretário Aldair da Rocha. Na conversa, a sindicalista ouviu a decisão do Governo de não atender às reivindicações da categoria quanto à implantação do enquadramento dos agentes e escrivães de Polícia Civil, que esperavam receber a remuneração com um reajuste de 50% sobre os vencimentos atuais já em maio. Mesmo percentual está previsto para outubro, conforme a lei 417/2010.



Vilma Marinho disse que o secretário falou como interlocutor do chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso Fernandes, com quem o Sinpol esperava ter uma audiência desde o começo da manhã desta segunda-feira. Contudo, a reunião não atendeu às expectativas dos profissionais.


Ela disse que o governo, apesar da entrevista concedida na semana passada pelo secretário Aldair Rocha, de que algumas medidas estavam sendo tomadas como a implantação do vale-refeição e contratação de pessoal terceirizado para fazer a limpeza das delegacias, não acentou com providências imediata relacionadas aos sete itens administrativos constantes da pauta de negociação.


Na assembleia, que teve início logo depois da reunião com o secretário, a categoria deliberou pelo início da greve por tempo indeterminado.

domingo, 15 de maio de 2011

Cardiologia - Parte 4

Saúde - Especial Cardiologia


O COLESTEROL


As gorduras do sangue - os lipídios - são compostos principalmente pelo Colesterol, o HDL Colesterol (chamado de o bom colesterol), o LDL Colesterol (chamado de o mau colesterol) e os Triglicerídios

A Associação Médica Americana insiste em que os níveis de colesterol normais se situem abaixo de 200 mg % e que o HDL Colesterol esteja acima de 35 mg %.


A Tabela do Massachusetts General Hospital de Boston adota como níveis normais, para as diferentes idades, a tabela abaixo:


Colesterol total


Menos de 29 anos abaixo de 200 mg %

de 30 até 39 anos abaixo de 225 mg %

de 40 até 49 anos abaixo de 245 mg %

acima de 50 anos abaixo de 265 mg %


Para o HDL Colesterol dão como valores normais



Homens de 30 a 70 mg %

Mulheres de 30 a 90 mg %


Para o LDL Colesterol

homens e mulheres 50 a 190 mg %


Os riscos de doença cardiovascular relacionados aos índices dos níveis de Lipídios no sangue, formulados pela AAM Americana são:


Colesterol menor do que 200 mg % e HDL Colesterol maior do que 34 mg %.



Se não houver outros fatores de risco, a chance de doença cardiovascular é relativamente pequena. Essa pessoa deve repetir os exames a cada 5 anos e deverá seguir as recomendações para prevenir as doenças cardiovasculares.


Colesterol menor do que 200 mg % e HDL Colesterol maior do que 35 mg %.


Primeiro, deve verificar o LDL Colesterol e falar com o seu médico sobre qual a conduta a seguir. Segundo, controlar os outros fatores de risco e terceiro, aumentar a sua atividade física.


Colesterol entre 200 e 239 mg % e HDL Colesterol acima de 34 mg % e menos do que dois fatores de risco.


Essa situação pode duplicar as chances de ter doença cardiovascular. Os incluídos nesse grupo devem primeiro corrigir os outros fatores de risco; segundo, controlar o colesterol a cada dois anos e terceiro, basicamente, procurar modificar a sua dieta e aumentar sua atividade física. Nem todas as pessoas que têm esses níveis estão realmente ameaçadas de doença cardiovascular. Fale com o seu médico a respeito disso.


Colesterol total de 200 a 239 mg %, HDL Colesterol menor do que 35 mg % e mais do que dois fatores de risco.


Nesse caso a pessoa pode ter uma chance dobrada de doença cardiovascular assim como as pessoas com menos de 200 mg %. Deverá verificar o LDL Colesterol e falar com o seu médico, que o orientará sobre os controles e as medidas a seguir. Também deverá controlar os outros fatores de risco, corrigir a dieta e aumentar a atividade física.

Colesterol acima de 240 mg %.



O risco de doença cardiovascular é grande e maior ainda, se tiver outros fatores de risco. Deverá verificar o LDL Colesterol e mostrar ao seu médico que vai interpretar os exames. O seu médico irá orientá-lo para reduzir esse e os outros fatores de risco.


Colesterol e Fibras



As fibras dos alimentos tendem a reduzir a absorção de colesterol no intestino e assim os níveis deste no sangue.

Existem as fibras solúveis e as insolúveis. Encontramos fibras principalmente em alimentos derivados de plantas e sua principal composição é a celulose.

Uma dieta rica em fibras, além de ajudar na prevenção de doenças cardiovasculares, ajuda na prevenção do câncer de intestino grosso. Dicas para aumentar a ingestão de fibras:

Coma alimentos integrais como pão integral, arroz integral, frutas e verduras. Evite chips, bolachas, pão branco, bolos e doces.

Tente comer mais vegetais e frutas cruas, inclusive a casca, quando adequado. O cozimento reduz o teor de fibras.

Coma alimentos com alto teor de fibras em cada refeição. Cereais são recomendados já ao desjejum. Inclua feijões, sementes e grãos inteiros nas refeições.

Adapte-se gradualmente a uma dieta rica em fibras e aumente o volume de água tomada durante o dia.

Alimentos ricos em:
Fibras solúveis: Aveia, farinha de aveia, feijões, ervilhas, frutas cítricas, maçãs, morangos, framboesas

Fibras insolúveis: Pães integrais, cereais, cenouras, couves, casca de maçã.


Algumas siglas usadas em alimentos industrializados:


Free ou Livre Significa que contém a menor quantidade do componente indicado, açúcar ou gorduras, por exemplo.

"Very Low/Low" Contém um pouco mais.

"Reduced/Less" Contém cerca de 25 % menos.


Verifique as etiquetas.


Dicas de substitutos para alimentos ricos em colesterol ou gorduras formadoras de colesterol:



SIM


 
clara de ovos

Camarão cozido
Frutos do mar cozidos

Arroz cozido

Sopas com verduras

Frango grelhado sem pele

Batata cozida

Sanduíches com alface, frango grelhado e saladas

Mousse
Molhos de vinagre

Pudim de chocolate sem gordura

Pêras em vinho


NÃO


Camarão frito

Salsichas

Frutos do mar fritos

Arroz frito

Sopas cremosas

Frango frito

Batata frita

Burgers

Paté

Croissant

Molho holandês, béchamel ou béarnaise

Mousse de chocolate

Frutas em calda



Como Corrigir o Fator de Risco Colesterol




Nos Estados Unidos, o número de pessoas vitimadas por doenças cardiovasculares está diminuindo de ano para ano, graças a correções dietéticas que as pessoas estão adotando.

Para corrigir seus hábitos alimentares procure saber o que são gorduras saturadas (elevam o mau colesterol (LDL)) e não saturadas (não elevam o colesterol)
Gordura Saturada

As gorduras saturadas são a principal causa da elevação dos níveis sangüíneos de Colesterol.

A principal fonte dessas gorduras vem dos animais e de certas plantas. Recomenda-se não ingerir mais do que 200 mg por dia de Colesterol e não mais do que 30 % da ingestão de calorias por dia oriundas de gorduras, com menos de 7% vindo de gorduras saturadas.

Aí se incluem carne de gado, gordura de gado, porco, sebo, manteiga, nata, leite, queijo e outros alimentos derivados do leite. São todos alimentos que contêm colesterol e gorduras saturadas.

Das gorduras de plantas estão incluídas o gordura de coco, azeites tropicais, manteiga de cacau.

Gorduras hidrogenadas

A hidrogenação das gorduras ocorre durante o seu preparo industrial, o que acontece, por exemplo, com a margarina.

Gorduras não saturadas (Poli e Mono)

São geralmente encontradas em gorduras líquidas obtidas de vegetais.

Entre os poli não saturados estão o óleo de sésamo (ou gergelim), girassol, milho, soja, nozes e sementes.

Entre os mono não saturados estão o óleo de canola, amendoim, abacate e o azeite de oliva.

As gorduras não saturadas ajudam a diminuir os níveis de colesterol do sangue quando são usadas na alimentação, como substitutos das gorduras saturadas. Mesmo as margarinas preparadas com essas gorduras devem ser usadas com moderação. A saturação das gorduras não saturadas, pela industrialização, visando torná-las mais espessas, torna-as tão prejudiciais quanto as gorduras saturadas in natura. As gorduras não saturadas também se saturam pelas altas temperaturas ( frituras).


Seguir as recomendações básicas abaixo:


Use óleos naturais, não hidrogenados, tais como de canola e azeite de oliva.

Procure alimentos industrializados produzidos com gorduras não saturadas.

Use margarina como substituto de manteiga, mas procure as margarinas líquidas ou cremosas em vez das mais duras. Procure as que contenham menos de 2 g de gordura saturadas por colher de chá e que, na composição, os azeites líquidos sejam predominantes.

Evite batata frita, sonhos e biscoitos.

Evite os alimentos gordurosos.

Evite os alimentos industriais e comerciais fritos e confeitados por serem ricos em gorduras.

Evite as refeições rápidas e frituras.

RN tem deficit de equipes do PSF, embora existam recursos

Saúde - RN


Margareth Grilo - Reporte da Tribuna do Norte



Implantada no Rio Grande do Norte, em 1998, a estratégia de Saúde da Família, que surgiu como PSF (Programa de Saúde da Família), ainda está, por assim dizer, na fase da “adolescência”. Permeada de conflitos e fragilidades. E basta visitar alguns municípios do Estado para perceber que ainda falta muito para que o programa assuma “ares e deveres de adulto”. No RN, os avanços existem, mas sobram deficiências e reclamações. Faltam qualificação e eficiência.


Criado no país em 1994 (na época tiveram quatro projetos piloto no RN – Pilões; Macaíba; Ceará-Mirim e Natal) o programa tem hoje muitos nós críticos, começando pela atração e fixação do médico, sobretudo no interior. “Quanto mais distante da capital, mais difícil é atrair e manter o médico no município”, reconhece a coordenadora da ESF no Estado, Uiacy Alencar, da Secretaria Estadual de Saúde Pública.


Mas esse não é o único problema. Outros nós são: a deficiente formação clínica dos médicos; a baixa autonomia dos enfermeiros; a baixa resolutividade e falta de qualificação das USF, sem falar da decadente estrutura da maioria das Unidades Básicas de Saúde – atualmente mais de 75% dos ESFs funcionam em UBS.


Aliado a isso, tem as dificuldades de acesso aos locais de trabalho e à falta identificação dos profissionais com a estratégia. Todos esses fatores alimentam a elevada rotatividade e instabilidade das equipes; o descompromisso; e fragilizam as regras da estratégia de saúde da família, como, por exemplo, a jornada de trabalho. Durante três dias, a reportagem da TRIBUNA DO NORTE visitou oito municípios. Na maioria, o tempo real de trabalho é diferente do tempo contratado.


Em torno da ESF se formou um mercado predatório, que promove uma espécie de leilão, oferecendo vantagens financeiras e de redução de jornada de trabalho inferior a 40 horas, contrariando a Portaria 648/2006. Essa barganha, aliada à precarização da relação de trabalho, fragiliza ainda mais a relação do médico com a estratégia de saúde da família.


A estratégia de Saúde da Família chega aos 167 municípios do Rio Grande do Norte. Mas a cobertura não é de 100% da população. A ESF cobre, atualmente, 77,44% da população potiguar. Ou seja, dos 3.137.541 habitantes 2.541.949 estão amparados pelas equipes do programa. Mais de 595 mil habitantes não tem cobertura nem mesmo de um agente de saúde.


Isso por uma razão: oito municípios – exatamente, os mais populosos – inclusive a capital – ainda não conseguiram implantar todas as equipes a que têm direito, e que já estão credenciadas. Juntos, os municípios de Apodi, Currais Novos, Caicó, Parnamirim, Mossoró, Macaíba, São Gonçalo do Amarante e Natal ainda poderiam implantar 224 equipes de Saúde da Família, segundo a informações disponíveis no site do Departamento de Atenção Básica, do Ministério da Saúde (DAB).


Elas estão autorizadas pelo Ministério da Saúde, com verbas garantidas, segundo a técnica que comanda o monitoramento do Saúde da Família no Estado, Uiacy Alencar, da Secretaria Estadual de Saúde Pública. No estado, 159 municípios implantaram 100% das ESFs credenciadas pelo MS, conforme levantamento extraído do DAB em 12/05.


Somente para esses oito municípios o montante de recursos que poderiam ser disponibilizados é da ordem de R$ 1,5 milhão, considerando a média de repasse por equipe, efetuado em março/2011 para cada um desses municípios. “O Ministério autorizou. O dinheiro está lá para ser disponibilizado, basta os municípios se organizarem para implantar”, diz Uiacy Alencar, da Sesap. As equipes, disse ela, foram se expandindo nos municípios sem uma condição adequada, sem que as estruturas fossem sendo ampliadas e modernizadas para dar melhor condições de trabalho aos profissionais e de atendimento.


Baixa oferta de médicos é problema


Em todos os oito municípios visitados pela TRIBUNA DO NORTE uma unanimidade: os gestores dizem que o déficit de equipes existe pela baixa oferta de profissionais, sobretudo médicos. E, por essa razão, se tornam “reféns” dos que se dispõem a cruzar os limites da capital. Para se ter idéia da dimensão desse problema, atualmente, cerca de 20% das equipes implantadas no Rio Grande do Norte estão incompletas.

A situação é comum: número de médicos é insuficiente e os que trabalham estãosobre carregados

As informações são do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems/RN). “Enquanto perdurar esse quadro de precarização da relação de trabalho, esse verdadeiro leilão de quem oferece mais salário e mais vantagens, e o subfinanciamento, os gargalos vão continuar. Os municípios não tem como colocar mais recursos do que eles já disponibilizam”, alerta a presidente do Cosems, Solane Costa.



No município onde é secretária de Saúde, São José de Mipibu, das 16 equipes, três estão sem médico. Para garantir a permanência dos médicos, na maioria dos municípios impera um acordo entre prefeitura e profissionais para carga reduzida. E, mesmo oferecendo bons salários e vantagens em folgas, muitas vagas chegam a ficar em aberto, por três meses ou até mais.


Atualmente, segundo Uiacy Alencar, da Sesap, cerca de 90% dos contratos são precarizados – alguns até informais, ou seja, “de boca”. Oficialmente, é feito somente o registro do médico no CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. “Não são poucos os casos que o profissional faz contrato de 40 horas, e fica apenas dois, três dias por semana”, mencionou. Normalmente, os contratos são de 11 meses, pra não gerar vínculo.


O pequeno município de Passagem, a 60 km de natal, tem um ESF e o único médico atende das 8h às 11h. Todos os dias, exceto na sexta-feira, o posto fica praticamente não tem atendimento na parte da tarde. Quem chega para alguma orientação ou solicitação é antedido pela técnica de enfermagem ou pela enfermeira.


A secretária municipal de Saúde de Passagem, Lívia Laise Lima Torres disse que a carga horária reduzida não traz prejuízo porque o município não tem área descoberta. “Não tenho nem 3 mil habitantes, então não há demanda reprimida. Se adotarmos o cumprimento dessa jornada não tem um médico que fique. Nós aceitamos as condições que eles impõem para não ficar sem médico”, afirmou.


Segundo ela “dependendo da demanda” ele fica até 13h30. Tem dias que ele chega a atender 70 pessoas. Na saída do médico anterior em 2010, a unidade ficou mais de dois meses sem médico. Ela defende que o governo federal flexibilize a carga horária, para permitir que os municípios façam contratos 20 horas. O município paga R$ 5.000,00 ao médico e mantém uma casa de apoio para os profissionais, ao lado da unidade.


RN tem 303 profissionais com mais de três vínculos


O Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES traz 303 profissionais da Estratégia de Saúde da Família em 140 municípios do Rio Grande do Norte com vínculo em mais de três estabelecimentos de saúde, uma desconformidade com a recém-editada portaria 134/2001. Todos os profissionais identificados em situação irregular estão com advertência e os estabelecimentos aos quais estão cadastrados foram submetidos a análise.


A sanção prevista é a suspensão do repasse de recursos referentes ao custeio da ESF à qual o profissional está vinculado. Já no último dia 25 de abril, o Ministério da Saúde publicou quatro portarias - uma delas relacionada ao Rio Grande do Norte – suspendendo verbas em 345 municípios do país. No RN, 13 municípios tiveram repasses de recursos, da ordem de R$ 172.818, referentes às competências de janeiro, fevereiro e março, suspensos.


Exemplos de duplicidade de cadastro e de incompatibilidade de carga horária não faltam no Rio Grande do Norte. Tomando por base, as informações do CNES existem situações mais graves, onde cumprir a jornada cadastrada é humanamente impossível. Um exemplo chama atenção. O profissional é especialista em Otorrinolaringologia e tem, nada menos, que 322 horas ativas.


Para cumprir sua extensa jornada semanal ele precisa sair de Natal, onde exerce clínica médica, a São Miguel, onde tem contrato de 40 horas como médico de saúde da família. Percorre, na semana uma distância de 444 km, com passagem para trabalho em 11 municípios. O permitido para o médico é uma carga de até 64 horas.


Em Taboleiro Grande, que também teve verbas suspensas (veja gráfico), o profissional tem vínculos em sete cidades do RN e duas do CE, segundo dados do CNES da quinta-feira, 12/05. Ele soma 161 horas de jornada. Ou mesmo, um médico que atua em Macaíba e Parnamirim e consta no CNES com cadastrado em outras 9 cidades do RN. A alegação da maioria dos médicos é de que solicitam o desligamento, quando saem do município, mas não chega a ser feito.


Em Parnamirim, a médica Zélia Araújo de Medeiros Galvão se surpreendeu por saber que seu cadastro continua ativo no ESF do Capim de Bom Jesus. Há quase dois meses ele deixou a unidade. Efetivamente ela trabalha no centro de Saúde do Parque Industrial. “Não sei se foi descuido, mas já pedi pra tirar várias vezes”, diz ela.


Zélia já está cadastrada no município de Parnamirim, há mais de 30 dias. Essa é uma situação mais comum do que se pensa e, por vezes, ocorre de forma deliberada para garantir a verba do ESF. “Como o município três 90 dias para excluir o cadastrado ele segura até o limite, às vezes até conseguir novo médico”, diz Uiacy Alencar, da Sesap. No município, a coordenadora da ESF, Paula Daniela Ribeiro do Nascimento, apresentou documento para comprovar a exclusão da médica. No CNES o cadastrado continua ativo.


MPF investiga carga horária e compatibilidade


O Ministério Público Federal já abriu vários procedimentos para investigar o cumprimento da carga horária de trabalho dos profissionais de saúde e a incompabilidade. A procuradora federal Clarisier Azevedo Cavalcante de Morais citou, pelo menos, a existência de três ações que apuram esse tipo de irregularidade na Estratégia de Saúde da Família.


“É absolutamente impossível cumprir uma jornada de 120 horas. E é absurdo que a população que já sofre com tantos outros problemas no dia-a-dia,. Quando chega na unidade de saúde não tem médico porque ele não cumpre sua carga horária”, afirmou. Ele comemorou uma decisão recente da Justiça Federal condenando o atual prefeito de Equador, Vanildo Fernandes Bezerra. Ele foi acusado de acumular os cargos de médico do estado, do Saúde da Família e o cargo de secretário municipal de Saúde de Caicó.


A sentença que saiu 28 de fevereiro, suspendeu os direitos políticos do gestor pelo prazo de quatro anos, além da aplicação de multa. Ficou determinado o pagamento de multa correspondente a 30 meses de remuneração recebida na condição de médico do estado e da ESF. O médico também está proibido de contratar com o poder público por três anos.


Nos municípios de Assu, Carnaubais e Porto do Mangue, o Promotor de Justiça da 3ª Promotoria de Assu, Rafael Paes Pires Galvão, instaurou três inquéritos civis para apurar o cumprimento das 40 horas semanais e as razões para a existência de horários diferenciados. No caso de Porto do Mangue, o Promotor de Justiça teve acesso a documento que aponta para o cumprimento de apenas metade da carga horária.


As investigações levam em conta a portaria 648/GM, do Ministério da Saúde, que aprovou a Política Nacional de Atenção Básica, e que estabelece o cumprimento da jornada de 40 horas semanais de todos os profissionais nas equipes de saúde da família, de saúde bucal e agentes comunitários. O presidente do Conselho Regional de Medicina, Jeancarlo Fernandes, disse que está atento a esse problema. Por orientação do Conselho Federal de Medicina, o Cremern vem apurando denúncias, por se tratar de programa com verba federal.


“Determinar o cumprimento da carga horária é um ato administrativo do gestor, mas no momento que ferir a ética médica, como o não atendimento a um paciente que vier a ter complicações, o Conselho agirá”, disse ele. Na Ouvidoria da Sesap, segundo o coordenador Beto Madruga, das 183 denúncias, mais de 21% são relativas à ausência do médico na ESF.


“Os problemas vem não para desqualificar o programa e dizer que está falido, mas pra forçar uma mudança”, acredita a presidente do Cosems, Solane Costa. Segundo ela, houve uma evolução muito grande. “Antes do programa muitos municípios sequer tinham profissionais de saúde, principalmente médico, mas atualmente, o programa requer uma resignificação, uma reavaliação profunda”, diz ela. Apesar das dificuldades, corroborou Uiacy Alencar, coordenador da ESF, na Sesap, a estratégia melhorou e muito o perfil epidemiológico do estado. O programa conseguiu melhorar o acesso ao pré-natal; aumentar a cobertura vacinal; reduzir a desnutrição e trabalhar melhor o problema da gravidez na adolescência. “Houve uma expansão do acesso à atenção primária, agora precisa trabalhar a qualidade desse acesso e o estado vai se esforçar para alcançar essa meta”.


Parnamirim e Macaíba tentam expandir Saúde da Família


Para tentar expandir as unidades de Saúde da Família, Parnamirim e
Macaíba, estão pleitando junto ao governo federal, por meio do PAC II,

recursos para construção de novas estruturas para Unidades Básicas de

Saúde.

Nelas, serão implantadas as ESFs credenciadas, mas não implantadas.

Parnamirim, por exemplo, pode implantar mais 29 unidades de Saúde da

Família.



O secretário adjunto de Saúde, Henrique Costa, salienta que não

é só construir as unidades. A exemplo de outros gestores, ele reclama

do baixo financiamento da ESF, da escassez de recursos próprios dos

municípios e da baixa oferta de médicos. São pontos que travam a

expansão do programa e até mesmo a complementação das equipes já

implantadas e que estão sem médico. Três equipes estavam sem médico até o

início de maio.


“Existe um subfinanciamento terrível. Hoje, o custeio é bancado pela

prefeitura, inclusive com complemento de salários”, afirma. Segundo ele,

o município desembolsa, por equipe, R$ 10 mil. O repasse federal do ESF

é de R$ 6.400,00 para municípios com IDH maior que 0,6 e R$ 9.600,00 no

caso de IDH menor que 0,6.


Em Parnamirim, das 71 equipes credenciadas, 42 foram implantadas. O

município pleiteia oito USBs no PAC II. Outras três estão em construção,

com recursos do Fundo Nacional de Saúde. De acordo com estimativas do

Cosems uma equipe de Saúde da Família exige investimentos entre R$ 20 e

R$ 25 mil para seu funcionamento. O Governo Federal custeia 1/3 desse

valor. No começo do programa essa parcela chegou a ser de 2/3.


A expansão do programa em Parnamirim estagnou, a partir de 2009. Em

1999, eram 06 equipes; em 2001, 12; em 2004, 22; em 2007, 36; e em 2009,

passou para 42. Há dificuldade inclusive de manter os médicos já

contratados. “Hoje, nós temos 10 médicos que acenam que vão sair do

programa, mediante assédio de cidades vizinhas”, afirmou Henrique Costa.


Na unidade de Estratégia de Saúde da Família de Bela Vista, zona rural

de Macaíba não tem médico na quarta-feira. Nesse dia, a médica dá

plantão em unidade hospitalar, em Parnamirim, onde tem contrato com

vínculo empregatício de 20 horas. Os pacientes reclamam mais presença

dela na unidade.


“Dizem que ela só não vem na quarta, mas minha primeira consulta já foi

remarcada duas vezes porque ela não veio em outros dias”, reclama Joana

D’ark Dossantos, grávida de cinco meses. Na quarta-feira, 27 de abril,

Joana tinha a segunda consulta, mas a médica estava de folga. “Todo mês a

gente quer saber como está o bebê e sem médico fica difícil”, reclama.


Segundo a enfermeira chefe da unidade, Márcia Carvalho, são realizados,

por mês, 330 atendimentos médicos, e ninguém que chega à unidade sai sem

atendimento. A área de cobertura é de 1.400 famílias no bairro Bela

Vista.


Em Macaíba, segundo o secretário de Saúde, Júnior Rego, oito unidades

foram credenciadas há 15 dias. “Estamos no planejamento para implantar

essas equipes, em prédio de novas unidades básicas no padrão que criamos

para nossa rede”, afirmou. Duas USBs já estão em construção, uma foi

concluída e outras cinco foram pleiteadas no PAC II.


O município tem 28 ESFs credenciadas e 20 implantadas, com cobertura de

76% da população. As áreas descobertas são atendidas por uma equipe

volante, própria da prefeitura. “Optamos a trabalhar dessa forma para

evitar clarões de desassistência”, disse.