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domingo, 25 de março de 2012

Segurança da mansão de José Agripino Maia em Brasília é paga por nós

Politica - RN


Vez por outra o senador potiguar José Agripino Maia gosta de bater no peito e dizer que não convive com a improbidade, não aceita desvios morais em seus correligionários, preza o bom uso do dinheiro público, despreza e condena a corrupção.

Dia após dia, os fatos vão colocando em dúvida a postura de paladino da moralidade que o parlamentar potiguar tanto gosta de ostentar.

Já sabíamos, por exemplo, que mesmo residindo em Brasília, ocupando uma mansão própria na QI 21 do Lago Sul, Agripino é um dos poucos senadores da República que faz questão de receber o auxílio-moradia de R$ 3,8 mil mensais teoricamente pago para quem precisa se hospedar na capital da República.

Já sabemos, também, que até pouco tempo o presidente nacional do Democratas abrigava em seu gabinete uma sobrinha do deputado João Maia que se chama Gleika, vivia na Espanha e só foi demitida depois que a imprensa descobriu e denunciou.

Também já sabemos que o senador do Rio Grande do Norte é um dos parlamentares mais caros do Brasil - só no primeiro semestre do ano passado, segundo revelou o Congresso em Foco numa longa reportagem, ele gastou quase R$ 60 mil em passagens aéreas.

Sabemos ainda que Demóstenes Torres, o correligionário que lidera seu partido no Senado Federal, é amigo e sócio de um contraventor (Carlinhos Cachoeira) que está preso na cadeia de Mossoró.

E agora descobrimos mais um ato do senador José Agripino Maia que coloca em risco o título que ele se impôs de paladino da moralidade.

Desde o ano passado somos nós que pagamos pela segurança privada da mansão do senador, feita pela empresa Branco Oliveira a um custo mensal de R$ 2.800. A fatura foi maior em dezembro (R$ 3.468) e janeiro (R$ 4.408), quando o Congresso estava em recesso e a segurança noturna transformou-se em segurança 24 horas.

"Procede a informação?", perguntei por email a Rominna Jácome, assessora de imprensa de Agripino.

Também por email, Rominna respondeu assim, abre aspas:

"A empresa existe sim. Faz a segurança da residência do senador. Os parlamentares que moram nos imóveis funcionais têm direito à segurança de empresas pagas pelo Senado ou da própria polícia legislativa. Para os que residem em imóveis próprios, antigamente havia um convênio da Polícia Militar do DF com o Senado. Com o fim do convênio, houve a abertura para contratação de tais empresas. Como a Branco Oliveira já fazia a segurança de algumas ruas do Lago Sul, o senador optou pela Branco Oliveira, que mantêm um segurança no período noturno."

Aspas fechadas, fui fuçar o Portal de Transparência do Senado para saber quais e quantos parlamentares também têm segurança privada paga com o dinheiro público.

São poucos, raros.

Demóstenes Torres, correligionário e líder de Agripino, é um deles - mas só gastou R$ 124,49 em dezembro e R$ 158,69 em janeiro.

Mozarildo Cavalcanti, do PTB de Roraima, é outro - uma média de R$ 240,00 por mês.

A tucana Lúcia Vânia também belisca o Tesouro - R$ 813,59.

E o campeoníssimo em gastos com segurança privada chama-se Fernando Collor de Melo, o presidente da República deposto há alguns anos que voltou a Brasília como senador de Alagoas: desde junho de 2011 são pagos R$ 15.372,62 para que ninguém ameace a sua vida e a sua casa.

"Mas é importante ressaltar que o ítem segurança patrimonial é permitido. Está na lista da verba para ressarcimento", diz no email que me enviou a jornalista Rominna Jácome.

Permitido pode ser, deve ser.

Legal, também.

Definitivamente, no entanto, não é moralmente aceitável.