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domingo, 20 de maio de 2012

Alzheimer: novo método de diagnóstico

Saúde - Mundo


Perda de memória, humor alterado, dificuldades em realizar tarefas domésticas, desorientação de tempo e espaço, perda de iniciativa e motivação estão entre os sintomas do Mal de Alzheimer, doença que atinge mais de 25 milhões de pessoas no mundo. Um novo método de diagnóstico precoce está sendo desenvolvido e pode mudar os rumos da doença em um futuro bem próximo.
O novo procedimento permite reconhecer a doença de maneira bem mais precoce, antes dos sintomas aparecerem, e ainda diferenciá-la de outras formas de demênciaO novo procedimento permite reconhecer a doença de maneira bem mais precoce, antes dos sintomas aparecerem, e ainda diferenciá-la de outras formas de demência

Cientistas alemães da Universidade de Leipezig desenvolveram um novo método capaz de identificar a doença anos antes de o paciente apresentar os primeiros sintomas. A novidade foi apresentada durante o 40º Congresso da Sociedade Alemã de Medicina Nuclear, na cidade de Brêmen.

Duas substâncias desenvolvidas pelos cientistas permitem reconhecer alterações no tecido cerebral, onde são depositadas determinadas proteínas muito antes de a perda de memória se instalar no paciente.

As tais proteínas são denominadas placas beta-amiloides e são produzidas no cérebro dez anos antes de os sintomas da doença se manifestarem.

Segundo Osama Sabri, chefe do grupo de cientistas responsáveis pela pesquisa, um novo produto farmacêutico de baixa radiação é capaz de identificar essas especial placas através de uma tomografia especial.

A melhoria no diagnóstico do Alzheimer através do novo método é bastante significativa, de acordo com Sabri, que espera lançar sua descoberta no mercado ainda este ano. "Os novos procedimentos melhoramo atendimento ao paciente", disse ele, reconhecendo, porém, não haver ainda um tratamento adequado para combater o mal.

O novo procedimento permite reconhecer a doença de maneira bem mais precoce e ainda diferenciá-la de outras formas existentes de demência. Também é possível controlar o desenvolvimento da doença nos pacientes e comprovar se está sendo possível frear a degeneração cerebral promovida pelo Alzheimer.

Mas os estudos não param. A equipe do médico Osama Sabri realiza no momento estudos com uma segunda substância em vinte pacientes de Alzheimer em fase inicial. O objetivo é reconhecer alterações de determinados receptores no cérebro provocadas pelas mesmas proteínas citadas no início desta matéria.

Mas como novos procedimentos sempre suscitam aspectos negativos e positivos, a descoberta de novos procedimentos pelos cientistas de Brêmen não ficam de fora. Os organizadores do 40º Congresso da Sociedade Alemã de Medicina Nuclear afirmam que o novo método de diagnóstico é importante do ponto de vista científico, mas oferece pouco ao paciente, já que não muda o fato de não existir ainda um tratamento efetivo contra a doença.

Nova droga

O governo dos Estados Unidos divulgou, semana passada, que pela primeira vez será testada uma droga para controlar o Alzheimer, em pacientes propensos geneticamente à doença. Segundo o diretor dos Institutos Nacionais de Saúde, Francis Collins, trata-se se uma pesquisa sem precedentes. A maioria dos pacientes participantes são de uma família de 5 mil integrantes na Colômbia - provavelmente a que mais possui membros com Alzheimer em todo o mundo. Eles possuem uma mutação genética rara com os primeiros sinais surgidos precocemente aos 45 anos.

Porém, os 300 integrantes da família a serem testados na fase inicial da pesquisa estão longe de apresentar quaisquer sintomas, pois estão na faixa dos 30 anos em sua maioria.

Eles usarão a droga Crenezumab, que atava a formação de placas no cérebro ligadas ao mal de Alzheimer. Grande parte dos cientistas acredita que essas placas sejam responsáveis pela origem da doença. A nova substância causaria menos efeitos colaterais que outras usadas até hoje contra o problema.

Um terço dos participantes receberão o remédio e o outro terço vai receber um placebo. Os 100 participantes restantes são pessoas sem a mutação que leva à doença, e também tomarão o placebo. Todos, porém, passarão por testes de memória, cognição, além de exames de saúde e avaliações psicológicas, uma vez que depressão, ansiedade e irritabilidade costumam aparecer antes do Alzheimer.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Funcionários de cinco hospitais de Natal cruzam os braços

Saúde - RN


Os funcionários da empresa Safe, contratada pelo Governo do Estado, de forma terceirizada, para atuar nos cinco hospitais da rede estadual em Natal - Maria Alice Fernandes, Santa Catarina, Walfredo Gurgel, Giselda Trigueiro, João Machado - e no Hemonorte estão em greve desde o início da manhã. A paralisação acontece, por tempo indeterminado, até que os salários de setembro dos trabalhadores sejam pago. Nas seis unidades, a Safe mantém 829 contratados.

O pessoal da Safe atua nas áreas de nutrição, higienização e lavanderia. No Hospital Maria Alice, o setor mais crítico é o da nutrição, que está funcionando com seis pessoas a menos. Em dias normais, a nutrição funciona com quatro servidores estaduais - sendo dois nutricionistas e dois técnicos de nutrição, e mais 10 técnicos de nutrição contratados pela Safe. Hoje, apenas quatro contratados da Safe estavam trabalhando - 40% do total.




Isso levou o hospital a suspender 12 cirurgias eletivas marcadas para o dia de hoje e a reduzir o horário de expediente do setor administrativo. Até que a greve termine o setor fica funcionando, em horário corrido, das 7h às 13h. Nos hospitais Walfredo Gurgel, Giselda Trigueiro e Santa Catarina, a paralisação também atinge 70% dos empregados da Safe, mas o número de servidores estaduais nessas unidades é maior, o que ameniza o desfalque de pessoal e permite dar cobertura aos setores.

A Safe reclama atraso nos repasses de julho, agosto e setembro. Além disso, a empresa não recebeu repasses referentes a novembro e dezembro de 2010. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o secretário de Saúde Pública, Domício Arruda explicou que o atraso no pagamento à Safe deve-se à demora na finalização do processo de renovação contratual. "Na verdade houve um atraso no pagamento, porque a renovação não foi concluída. Está pendente na Controladoria Geral do Estado", afirmou Arruda.

O contrato com a Safe é o primeiro a ser renovado depois da Operação Hígia - uma das investigações de maior repercussão no Rio Grande do Norte. A hígia investiga um esquema fraudulento que, de acordo com a Polícia Federal, desviava R$ 2,4 milhões por mês da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), por meio de contratos de prestação de serviços superfaturados.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Asseio, Conservação e Limpeza Urbana do RN - Sindlim/RN, Fernando Lucena, a entidade tem audiência agendada para hoje às 17h no Minsitério Público do Trabalho. Representantes da empresa foram convocados a participar. "Esperamos a presença do titular da Sesap [secretário estadual de Saúde Pública, Domício Arruda] e da Procuradoria Geral do Estado, para que o Estado se pronuncie sobre esses atrasos e resolve tudo de uma vez", afirmou. Segundo ele, nas unidades hospitalares do interior do Estado a situação é ainda pior. "Em alguns hospitais, os empregados terceirizados estão há três meses sem receber salários". No interior, a Sesap tem contrato com a JNT Service, que mantém 633 empregados nas unidades hospitalares.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

ENTENDENDO MELHOR O ESTRESSE (STRESS)

Saúde - STRES


Estresse, tradução do inglês stress, é uma palavra que, definitivamente, se incorporou ao cotidiano das pessoas.


Expressões idiomáticas e gírias, como “sem estresse” ou “não se estresse”, tornaram-se comuns. Até mesmo as mais corriqueiras situações do dia-a-dia estão associadas a estresse. Pressões no ambiente de trabalho (chefe cobrador, competição entre colegas, prazos para resultados), problemas de relacionamento em casa (conjugal, pais/filhos), avaliações a que a pessoa deve ser submetida (provas escolares, concursos, exames médicos que, potencialmente, podem detectar alguma doença), insegurança e violência urbana e, até mesmo, o trânsito, dentre inúmeras outras, podem levar a pessoa a sentir-se “estressada”.

Mas, o que realmente o estresse significa do ponto de vista biológico, e o que representa para a saúde?

Origem e significado da palavra estresse - o termo é originário da física e significa a força aplicada a um determinado material capaz de superar a resistência oferecida por este material a fim de preservar sua estrutura.

O estresse na biologia – Indivíduos das mais diferentes espécies estão sob constante ameaça, produzida por pressões do meio em que vivem. Estas pressões são representadas por uma ampla gama de situações que podem por em risco a sobrevivência do indivíduo. Podem ser bem específicas para cada espécie, e mesmo para indivíduos da mesma espécie (o que pode ser perigoso para um pode não ser para outro). Variações de temperatura e outras condições climáticas, disponibilidade de alimentos, ameaça por predadores de outras espécies ou mesmo membros agressivos da mesma espécie, etc. Estas e tantas outras situações fazem parte das pressões do dia-a-dia sobre os indivíduos de todas as espécies.

Os organismos nascem, se desenvolvem, e se reproduzem em um estado de equilíbrio fisiológico. Este equilíbrio nada mais é do que um conjunto de condições ideais para o funcionamento das células, representado por uma série de fatores, como composição química, temperatura, quantidade de nutrientes, ausência de substâncias tóxicas, etc., no meio em que estas células vivem (meio interno), fatores estes continuamente monitorados por sensores específicos que informam o sistema nervoso das condições. Tecnicamente, a manutenção deste equilíbrio recebe o nome de homeostasia. Constantemente, este equilíbrio é desafiado por forças externas e internas do organismo (mecânicas, térmicas, químicas, agentes externos como vírus e bactérias, crescimento desordenado de células provocando tumores). As alterações das condições idéias são imediatamente percebidas e corrigidas por uma série de ações do organismo.

Estresse seria a situação que desafia o equilíbrio do meio interno (homeostasia). A aplicação deste termo da física na biologia começou na década de 1940, e logo se difundiu. Porém, até hoje, o termo gera confusões pois é empregado tanto para designar a situação que ameaça o equilíbrio (estressor), quanto a resposta do organismo para restabelecer o equilíbrio ameaçado (resposta ao estresse). O indivíduo “estressado” seria aquele que está na vigência de uma resposta ao estresse produzida por um estressor.

Nos organismos, em geral, os estressores podem ser de natureza física, química ou vegetativa (frio, calor, radiação, trauma, exercício físico, perda de sangue, variações abruptas de açúcar no sangue, etc) e constituem uma ameaça concreta à sobrevivência do organismo. Os estressores de natureza social adquirem diferentes formas específicas das espécies (em humanos são representadas por pressões no trabalho ou relacionamento, crises vitais como a perda de um ente querido, casamento /separação, etc.). Os estressores podem também ser de natureza psicológica, onde não há, necessariamente, a presença de uma ameaça real (receio, frustração, medo ou apreensão produzidos por pensamentos, memórias ou fantasias).

Estes estressores podem ser agudos (exposição por tempos limitados) ou crônicos (exposição prolongada ou contínua). As respostas fisiológicas e comportamentais ao estresse nos permitem, também, lidar com situações de crise como desastres, competição em diferentes níveis (trabalho, esporte, escola, etc.), prestar exame ou concurso, falar em público, dentre tantas outras. Por outro lado, uma resposta inadequada a um estressor pode levar à doença, com ameaça à vida. O estímulo estressor mobiliza processos funcionais e comportamentais para manter o equilíbrio. É fundamental para a adequação desta resposta que estes processos sejam desativados quando cessa o estímulo estressor.

A doença pode surgir devido a uma ausência de resposta ao estímulo estressor, ou, quando a resposta ocorre sem a posterior desativação, após a cessação do estímulo estressor. As manifestações de uma resposta inadequada ao estímulo estressor se compõem de um conjunto de percepções variadas, e podem ser referidas como ansiedade, irritabilidade, inabilidade de concentração em tarefas corriqueiras, distúrbios de sono, disfunções sexuais, sensação de cansaço exacerbado, etc.

Considerando estes aspectos da biologia do estresse, em humanos o estresse é modernamente definido como uma ameaça – real ou imaginária – que desafia o equilíbrio do organismo.

Componentes da resposta ao estresse – o aviso do estímulo estressor é processado no cérebro que ativa a resposta para combater o estressor. Nos primórdios dos estudos sobre a reação de estresse, esta resposta foi chamada de luta-ou-fuga. Ou seja, o organismo identifica uma ameaça (estressor) e avalia qual a resposta mais adequada para o momento: enfrentar (luta) ou se afastar (fuga) da ameaça. Para realizar qualquer uma das escolhas é fundamental o organismo ter energia disponível para consumo imediato. Para isso, serão mobilizados no cérebro componentes neurais (parte do sistema nervoso autônomo, tecnicamente chamado de sistema nervoso simpático) e hormonais (hormônio liberador de corticotrofina-CRH).

A resposta nervosa se inicia, imediatamente, com o sistema simpático estimulando a glândula adrenal (também chamada de supra-renal) a secretar adrenalina na circulação sanguínea, o que irá aumentar a liberação de noradrenalina dos nervos simpáticos que inervam diversos órgãos. Estas duas substâncias exercerão uma série de efeitos sobre vários sistemas, como aumento dos batimentos cardíacos e da força de contração do coração (o que fará o sangue que transporta nutrientes e oxigênio chegar mais rápido aos músculos, disponibilizando energia mais rapidamente), maior liberação de energia dos estoques (glicogênio e tecido adiposo), etc.

A resposta hormonal é iniciada com a ação do hormônio liberador de corticotrofina (CRH) sobre uma pequena glândula que está junto ao cérebro (hipófise) ativando a liberação de outro hormônio chamado de corticotrofina (ACTH) na circulação. A corticotrofina, por sua vez, irá atuar na glândula adrenal para que esta aumente a liberação de outro hormônio na circulação, o cortisol (também chamado de glicocorticóide ou corticóide). O cortisol vai atuar, principalmente, na mobilização dos estoques de energia para enfrentar a luta-ou-fuga. Vocês já perceberam que a resposta hormonal é mais complexa, com um número maior de passos e hormônios intermediários; isto torna esta resposta mais lenta que a resposta dos nervos (simpático).

A essência da resposta ao estresse é a maior disponibilização de energia para a luta-ou-fuga e qualquer uma das duas consome a energia disponibilizada. Todos os organismos, de unicelulares a humanos, apresentam algum tipo de resposta ao estresse e, quanto mais complexo o animal (e, consequentemente, seu sistema nervoso), mais complexa será a resposta ao estresse. O desenvolvimento evolutivo desta resposta é fruto de um ambiente heterogêneo, com predadores, competição por recursos naturais, como água e alimentos, condições de abrigo e clima desfavoráveis – a capacidade de resposta ao estresse facilitou a adaptação a estas condições adversas, permitindo a evolução das espécies. O individuo ficava exposto às ameaças do meio em que vivia, e gastava a energia disponibilizada pela resposta ao estresse para fazer frente a estas ameaças. Para os humanos, este cenário se modificou, de forma relativamente rápida, com a revolução industrial e a modernização pós-industrial. O homem domina seu meio com alta tecnologia, porém, estímulos estressores de outras naturezas assumiram o lugar das antigas ameaças.

Condições de abrigo desfavoráveis e competição por recursos naturais deram lugar a uma nova e extensa lista de possíveis estressores: insegurança e violência urbana, instabilidade no trabalho, crises nos relacionamentos devido a novos valores sócio-culturais, problemas cotidianos de grandes aglomerados urbanos, como trânsito, poluição e moradia, pressões para consumo de bens sem condições de serem adquiridos, menor tempo de sono devido à demandas de atenção por hábitos tecnológicos, como internet e televisão.

A resposta do organismo continuou sendo a mesma, disponibilizar energia para a luta-ou-fuga. As adaptações evolutivas dos hominídios às pressões do meio, quando aconteceram, demandaram centenas de milhares de anos. Os organismos biológicos complexos não têm condições de produzir adaptações tão rápidas quanto o surgimento das novas pressões. A consequência disso é que, com a mesma resposta ao estímulo estressor de disponibilização de energia, e não sendo mais necessária a luta-ou-fuga, esta energia, sob a forma de glicose e gordura, não é consumida e fica na circulação sanguínea, contribuindo para o desenvolvimento das chamadas doenças modernas, como doenças cardiovasculares (aterosclerose, hipertensão, derrame, infarto), diabete tipo II e diferentes tipos de cânceres.

Ao analisarmos a evolução, percebemos que a capacidade do organismo responder a desafios potencialmente ameaçadores foi fundamental para a preservação e evolução das espécies, inclusive humanos. Isso nos remete a outro ponto a ser considerado. A idéia geral de estresse, hoje, é de algo intrinsicamente ruim. Porém, não é bem assim. Assim como a dor, a febre, o vômito, a tosse e a inflamação, a resposta ao estresse agudo também é um importante mecanismo de defesa do organismo, e, como as outras defesas, frequentemente identificado como um problema.

Ameaças agudas produzem respostas do organismo que restabelecem o equilíbrio e, ao mesmo tempo, ativam processos que em pouco tempo irão encerrar esta resposta para que ela não se mantenha depois de cessada a ameaça. Ou seja, a resposta ao estresse agudo é benéfica ao organismo, auxiliando na sua sobrevivência, e vem sendo burilada pela seleção natural para aumentar as habilidades dos organismos lidarem com situações que requerem defesa ou ação.

Novo problema surge quando o estímulo estressor não cessa, ou é intermitente. Sob esta ativação contínua, o sistema de resposta não é desmobilizado e níveis mais altos das substâncias que compõem o sistema de resposta - adrenalina, noradrenalina e cortisol – ficam mais tempo no sangue e/ou atuando nos tecidos, causando efeitos colaterais indesejáveis, como aumento da resistência ao fluxo sanguíneo (que leva à hipertensão), inibição do sistema imunológico (que propicia a instalação de infecções por vírus, fungos ou bactérias e o desenvolvimento de alguns tipos de cânceres) depressão e outras desordens neuropsiquiátricas, inibição do crescimento, danos ao DNA causando envelhecimento, interrupção da gravidez, dentre outros. Se associarmos o aumento da energia sob a forma de glicose e gordura, mencionados anteriormente, teremos o quadro do estresse crônico, este sim prejudicial à saúde e típico das sociedades modernas que vivem em grandes centros urbanos. Os efeitos colaterais de um sistema continuamente ativado, e com seus produtos não utilizados, pode levar, como vimos, a diversas doenças associadas ao estresse.

Cabe salientar, por outro lado, que estímulos estressores crônicos não produzem doença, sempre, e em todas as pessoas. Haja vista que, apesar da alta incidência e prevalência destas doenças associadas ao estresse crônico, a maior parte da população submetida a este estresse não apresenta estas doenças (pelo menos por enquanto). Isto ocorre devido a um processo chamado de adaptação ao estresse em que o organismo estabelece um novo padrão de equilíbrio, mesmo com a manutenção do estressor e com a resposta contínua ao estresse. Dentro da própria espécie existem características que diferenciam os indivíduos entre si, em relação ao estímulo estressor - estas diferenças podem ser qualitativas, ou seja, o que é um estressor para mim pode não ser para outra pessoa; ou quantitativas, o que significa que um determinado estímulo, para que seja estressor para determinadas pessoas, deve ser muito intenso. Para outras pessoas, entretanto, um estímulo de pequena intensidade, pode deflagrar uma resposta completa ao estresse.

Modernamente, várias estratégias estão sendo desenvolvidas para evitar o estresse crônico ou mesmo reduzir os seus efeitos. A pessoa pode identificar no seu dia-a-dia os principais fatores que lhe causam desconforto ou irritação e tentar evitá-los. Atividade física, tempo adequado de sono, alimentação saudável, interação social, são fatores que contribuem na redução do impacto do estresse crônico sobre o organismo. Resultados de estudos recentes sugerem que práticas regulares de yoga e meditação diminuem os efeitos do estresse.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

OBESIDADE

Saúde - Obesidade


Excesso de peso corporal, aumento do peso corporal; aumento de gordura, gordura.



O que é?
 


Denomina-se obesidade uma enfermidade caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, associada a problemas de saúde, ou seja, que traz prejuízos à saúde do indivíduo.


Como se desenvolve ou se adquire?


Nas diversas etapas do seu desenvolvimento, o organismo humano é o resultado de diferentes interações entre o seu patrimônio genético (herdado de seus pais e familiares), o ambiente sócioeconômico, cultural e educativo e o seu ambiente individual e familiar. Assim, uma determinada pessoa apresenta diversas características peculiares que a distinguem, especialmente em sua saúde e nutrição.


A obesidade é o resultado de diversas dessas interações, nas quais chamam a atenção os aspectos genéticos, ambientais e comportamentais. Assim, filhos com ambos os pais obesos apresentam alto risco de obesidade, bem como determinadas mudanças sociais estimulam o aumento de peso em todo um grupo de pessoas. Recentemente, vem se acrescentando uma série de conhecimentos científicos referentes aos diversos mecanismos pelos quais se ganha peso, demonstrando cada vez mais que essa situação se associa, na maioria das vezes, com diversos fatores.


Independente da importância dessas diversas causas, o ganho de peso está sempre associado a um aumento da ingesta alimentar e a uma redução do gasto energético correspondente a essa ingesta. O aumento da ingesta pode ser decorrente da quantidade de alimentos ingeridos ou de modificações de sua qualidade, resultando numa ingesta calórica total aumentada. O gasto energético, por sua vez, pode estar associado a características genéticas ou ser dependente de uma série de fatores clínicos e endócrinos, incluindo doenças nas quais a obesidade é decorrente de distúrbios hormonais.


O que se sente?


O excesso de gordura corporal não provoca sinais e sintomas diretos, salvo quando atinge valores extremos. Independente da severidade, o paciente apresenta importantes limitações estéticas, acentuadas pelo padrão atual de beleza, que exige um peso corporal até menor do que o aceitável como normal.


Pacientes obesos apresentam limitações de movimento, tendem a ser contaminados com fungos e outras infecções de pele em suas dobras de gordura, com diversas complicações, podendo ser algumas vezes graves. Além disso, sobrecarregam sua coluna e membros inferiores, apresentando a longo prazo degenerações (artroses) de articulações da coluna, quadril, joelhos e tornozelos, além de doença varicosa superficial e profunda (varizes) com úlceras de repetição e erisipela.


A obesidade é fator de risco para uma série de doenças ou distúrbios que podem ser:

 
Doenças                                                                     Distúrbios

Hipertensão arterial                                                 Distúrbios lipídicos

Doenças cardiovasculares                                      Hipercolesterolemia

Doenças cérebro-vasculares                          Diminuição de HDL ("colesterol bom")

Diabetes Mellitus tipo II                                             Aumento da insulina

Câncer                                                                      Intolerância à glicose

Osteoartrite                                                    Distúrbios menstruais/Infertilidade

Coledocolitíase                                                              Apnéia do sono


Assim, pacientes obesos apresentam severo risco para uma série de doenças e distúrbios, o que faz com que tenham uma diminuição muito importante da sua expectativa de vida, principalmente quando são portadores de obesidade mórbida (ver a seguir).


Como o médico faz o diagnóstico?


A forma mais amplamente recomendada para avaliação do peso corporal em adultos é o IMC (índice de massa corporal), recomendado inclusive pela Organização Mundial da Saúde. Esse índice é calculado dividindo-se o peso do paciente em kilogramas (Kg) pela sua altura em metros elevada ao quadrado (quadrado de sua altura) (ver ítem Avaliação Corporal, nesse site). O valor assim obtido estabelece o diagnóstico da obesidade e caracteriza também os riscos associados conforme apresentado a seguir:


IMC ( kg/m2)                      Grau de Risco                        Tipo de obesidade  



18 a 24,9                              Peso saudável                               Ausente

25 a 29,9                          Moderado Sobrepeso                  ( Pré-Obesidade )


30 a 34,9                                      Alto                                  Obesidade Grau I


35 a 39,9                                  Muito Alto                           Obesidade Grau II


40 ou mais                   Extremo Obesidade Grau III              ("Mórbida")


Conforme pode ser observado, o peso normal, no indivíduo adulto, com mais de 20 anos de idade, varia conforme sua altura, o que faz com que possamos também estabelecer os limites inferiores e superiores de peso corporal para as diversas alturas conforme a seguinte tabela :





Altura (cm)                      Peso Inferior (kg)                           Peso Superior (kg)



145                                             38                                                       52


150                                            41                                                        56


155                                            44                                                        60


160                                            47                                                        64


165                                            50                                                        68


170                                            53                                                        72


175                                            56                                                        77


180                                            59                                                        81


185                                            62                                                        85


190                                            65                                                        91


A obesidade apresenta ainda algumas características que são importantes para a repercussão de seus riscos, dependendo do segmento corporal no qual há predominância da deposição gordurosa, sendo classificada em:



Obesidade Difusa ou Generalizada


Obesidade Andróide ou Troncular (ou Centrípeta), na qual o paciente apresenta uma forma corporal tendendo a maçã. Está associada com maior deposição de gordura visceral e se relaciona intensamente com alto risco de doenças metabólicas e cardiovasculares (Síndrome Plurimetabólica)


Obesidade Ginecóide, na qual a deposição de gordura predomina ao nível do quadril, fazendo com que o paciente apresente uma forma corporal semelhante a uma pêra. Está associada a um risco maior de artrose e varizes.


Essa classificação, por definir alguns riscos, é muito importante e por esse motivo fez com que se criasse um índice denominado Relação Cintura-Quadril, que é obtido pela divisão da circunferência da cintura abdominal pela circunferência do quadril do paciente. De uma forma geral se aceita que existem riscos metabólicos quando a Relação Cintura-Quadril seja maior do que 0,9 no homem e 0,8 na mulher. A simples medida da circunferência abdominal também já é considerado um indicador do risco de complicações da obesidade, sendo definida de acordo com o sexo do paciente:



Risco Aumentado                                    Risco Muito Aumentado



Homem 94 cm                                                        102 cm

Mulher 80 cm                                                          88 cm


A gordura corporal pode ser estimada também a partir da medida de pregas cutâneas, principalmente ao nível do cotovelo, ou a partir de equipamentos como a Bioimpedância, a Tomografia Computadorizada, o Ultrassom e a Ressonância Magnética. Essas técnicas são úteis apenas em alguns casos, nos quais se pretende determinar com mais detalhe a constituição corporal.



Na criança e no adolescente, os critérios diagnósticos dependem da comparação do peso do paciente com curvas padronizadas, em que estão expressos os valores normais de peso e altura para a idade exata do paciente.


De acordo com suas causas, a obesidade pode ainda ser classificada conforme a tabela a seguir.


Classificação da Obesidade de Acordo com suas Causas:


Obesidade por Distúrbio Nutricional


Dietas ricas em gorduras


Dietas de lancherias


Obesidade por Inatividade Física
Sedentarismo
Incapacidade obrigatória
Idade avançada


Obesidade Secundária a Alterações Endócrinas


Síndromes hipotalâmicas
Síndrome de Cushing
Hipotireoidismo
Ovários Policísticos
Pseudohipaparatireoidismo
Hipogonadismo


Déficit de hormônio de crescimento


Aumento de insulina e tumores pancreáticos produtores de insulina
Obesidades Secundárias
Sedentarismo
Drogas: psicotrópicos, corticóides, antidepressivos tricíclicos, lítio, fenotiazinas, ciproheptadina, medroxiprogesterona
Cirurgia hipotalâmica
Obesidades de Causa Genética
Autossômica recessiva
Ligada ao cromossomo X
Cromossômicas (Prader-Willi)
Síndrome de Lawrence-Moon-Biedl


Cabe salientar ainda que a avaliação médica do paciente obeso deve incluir uma história e um exame clínico detalhados e, de acordo com essa avaliação, o médico irá investigar ou não as diversas causas do distúrbio. Assim, serão necessários exames específicos para cada uma das situações. Se o paciente apresentar "apenas" obesidade, o médico deverá proceder a uma avaliação laboratorial mínima, incluindo hemograma, creatinina, glicemia de jejum, ácido úrico, colesterol total e HDL, triglicerídeos e exame comum de urina.



Na eventual presença de hipertensão arterial ou suspeita de doença cardiovascular associada, poderão ser realizados também exames específicos (Rx de tórax, eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico) que serão úteis principalmente pela perspectiva futura de recomendação de exercício para o paciente.



A partir dessa abordagem inicial, poderá ser identificada também uma situação na qual o excesso de peso apresenta importante componente comportamental, podendo ser necessária a avaliação e o tratamento psiquiátrico.



A partir das diversas considerações acima apresentadas, julgamos importante salientar que um paciente obeso, antes de iniciar qualquer medida de tratamento, deve realizar uma consulta médica no sentido de esclarecer todos os detalhes referentes ao seu diagnóstico e as diversas repercussões do seu distúrbio.



Como se trata?



O tratamento da obesidade envolve necessariamente a reeducação alimentar, o aumento da atividade física e, eventualmente, o uso de algumas medicações auxiliares. Dependendo da situação de cada paciente, pode estar indicado o tratamento comportamental envolvendo o psiquiatra. Nos casos de obesidade secundária a outras doenças, o tratamento deve inicialmente ser dirigido para a causa do distúrbio.



Reeducação Alimentar

 
Independente do tratamento proposto, a reeducação alimentar é fundamental, uma vez que, através dela, reduziremos a ingesta calórica total e o ganho calórico decorrente. Esse procedimento pode necessitar de suporte emocional ou social, através de tratamentos específicos (psicoterapia individual, em grupo ou familiar). Nessa situação, são amplamente conhecidos grupos de reforço emocional que auxiliam as pessoas na perda de peso.



Independente desse suporte, porém, a orientação dietética é fundamental.



Dentre as diversas formas de orientação dietética, a mais aceita cientificamente é a dieta hipocalórica balanceada, na qual o paciente receberá uma dieta calculada com quantidades calóricas dependentes de sua atividade física, sendo os alimentos distribuídos em 5 a 6 refeições por dia, com aproximadamente 50 a 60% de carboidratos, 25 a 30% de gorduras e 15 a 20% de proteínas.



Não são recomendadas dietas muito restritas (com menos de 800 calorias, por exemplo), uma vez que essas apresentam riscos metabólicos graves, como alterações metabólicas, acidose e arritmias cardíacas.


Dietas somente com alguns alimentos (dieta do abacaxi, por exemplo) ou somente com líquidos (dieta da água) também não são recomendadas, por apresentarem vários problemas. Dietas com excesso de gordura e proteína também são bastante discutíveis, uma vez que pioram as alterações de gordura do paciente além de aumentarem a deposição de gordura no fígado e outros órgãos.




Exercício


É importante considerar que atividade física é qualquer movimento corporal produzido por músculos esqueléticos que resulta em gasto energético e que exercício é uma atividade física planejada e estruturada com o propósito de melhorar ou manter o condicionamento físico.



O exercício apresenta uma série de benefícios para o paciente obeso, melhorando o rendimento do tratamento com dieta. Entre os diversos efeitos se incluem:

 
a diminuição do apetite,


o aumento da ação da insulina,


a melhora do perfil de gorduras,


a melhora da sensação de bem-estar e auto-estima.


O paciente deve ser orientado a realizar exercícios regulares, pelo menos de 30 a 40 minutos, ao menos 4 vezes por semana, inicialmente leves e a seguir moderados. Esta atividade, em algumas situações, pode requerer profissional e ambiente especializado, sendo que, na maioria das vezes, a simples recomendação de caminhadas rotineiras já provoca grandes benefícios, estando incluída no que se denomina "mudança do estilo de vida" do paciente.


Drogas


A utilização de medicamentos como auxiliares no tratamento do paciente obeso deve ser realizada com cuidado, não sendo em geral o aspecto mais importante das medidas empregadas. Devem ser preferidos também medicamentos de marca comercial conhecida. Cada medicamento específico, dependendo de sua composição farmacológica, apresenta diversos efeitos colaterais, alguns deles bastante graves como arritmias cardíacas, surtos psicóticos e dependência química. Por essa razão devem ser utilizados apenas em situações especiais de acordo com o julgamento criterioso do médico assistente.



No que se refere ao tratamento medicamentoso da obesidade, é importante salientar que o uso de uma série de substâncias não apresenta respaldo científico. Entre elas se incluem os diuréticos, os laxantes, os estimulantes, os sedativos e uma série de outros produtos freqüentemente recomendados como "fórmulas para emagrecimento". Essa estratégia, além de perigosa, não traz benefícios a longo prazo, fazendo com que o paciente retorne ao peso anterior ou até ganhe mais peso do que o seu inicial.




Como se previne?



Uma dieta saudável deve ser sempre incentivada já na infância, evitando-se que crianças apresentem peso acima do normal. A dieta deve estar incluída em princípios gerais de vida saudável, na qual se incluem a atividade física, o lazer, os relacionamentos afetivos adequados e uma estrutura familiar organizada. No paciente que apresentava obesidade e obteve sucesso na perda de peso, o tratamento de manutenção deve incluir a permanência da atividade física e de uma alimentação saudável a longo prazo. Esses aspectos somente serão alcançados se estiverem acompanhados de uma mudança geral no estilo de vida do paciente.



TRANSTORNO DO COMER COMPULSIVO

Saúde - Comer compulsivo, ataques de comilança


O que é?
 
Anteriormente conhecido como binge, o transtorno do comer compulsivo vem sendo reconhecido, como uma síndrome caracterizada por episódios de ingestão exagerada e compulsiva de alimentos, porém, diferentemente da bulimia nervosa, essas pessoas não tentam evitar ganho de peso com os métodos compensatórios. Os episódios vêm acompanhados de uma sensação de falta de controle sobre o ato de comer, sentimentos de culpa e de vergonha.


Muitas pessoas com essa síndrome são obesas, apresentando uma história de variação de peso, pois a comida é usada para lidar com problemas psicológicos. O transtorno do comer compulsivo é encontrado em cerca de 2% da população em geral, mais freqüentemente acometendo mulheres entre 20 e 30 anos de idade. Pesquisas demonstram que 30% das pessoas que procuram tratamento para obesidade ou para perda de peso são portadoras de transtorno do comer compulsivo.


O que se sente?


Episódios de ingestão exagerada de alimentos.

Comer mesmo sem ter fome.

Dietas freqüentes.

Flutuação do peso.

Humor deprimido.

Comer em segredo por sentimento de vergonha e culpa.

Obesidade.


As complicações médicas estão relacionadas diretamente com o aumento da ingesta calórica e suas repercussões. As principais são:


Obesidade

Infarto

Pressão alta.

Aumento do colesterol.

Diabete.

Complicações cardíacas.

Problemas osteomusculares e articulares


Causas


As causas desse transtorno são desconhecidas. Em torno de 50% das pessoas têm uma história de depressão. Se a depressão é causa ou efeito do transtorno, ainda não está bem claro. Muitas pessoas relatam que a raiva, a tristeza, o tédio, a ansiedade e outros sentimentos negativos podem desencadear os episódios de comilança. Embora não esteja claro o papel das dietas nesses quadros, sabe-se que, em muitos casos, os regimes excessivamente restritivos podem piorar o transtorno.


Como se trata?


O transtorno do comer compulsivo desenvolve-se a partir da interação de diversos fatores predisponentes biológicos, familiares, socioculturais e individuais. O seu tratamento exige uma abordagem multidisciplinar que inclui um psiquiatra, um endocrinologista, uma nutricionista e um psicólogo. O objetivo do tratamento é o controle dos episódios de comer compulsivo através de técnicas cognitivo-comportamentais e de um acompanhamento nutricional para restabelecer um hábito alimentar mais saudável. A psicoterapia dinâmica ou a interpessoal podem ajudar o paciente a lidar com questões emocionais subjacentes. O acompanhamento clínico faz-se necessário pelos riscos clínicos da obesidade. As medicações antidepressivas têm se mostrado eficazes para diminuir os episódios de compulsão alimentar e os sintomas depressivos.

sábado, 27 de agosto de 2011

Doenças da Pele - Herpes (herpes simples, herpes labial)

Saúde - Herpes


Nome popular: "Herpes, beijo de aranha, mijada de aranha.".



O que é?


 
O herpes é uma infecção causada pelo Herpes simplex virus. O contato com o vírus ocorre geralmente na infância, mas muitas vezes a doença não se manifesta nesta época. O vírus atravessa a pele e, percorrendo um nervo, se instala no organismo de forma latente, até que venha a ser reativado.

 
A reativação do vírus pode ocorrer devido a diversos fatores desencadeantes, tais como: exposição à luz solar intensa, fadiga física e mental, estresse emocional, febre ou outras infecções que diminuam a resistência orgânica.

 
Algumas pessoas tem maior possibilidade de apresentar os sintomas do herpes. Outras, mesmo em contato com o vírus, nunca apresentam a doença, pois sua imunidade não permite o seu desenvolvimento.


Manifestações clínicas

 
As localizações mais frequentes são os lábios e a região genital, mas o herpes pode aparecer em qualquer lugar da pele. Uma vez reativado, o herpes se apresenta da seguinte forma:

 
•inicialmente pode haver coceira e ardência no local onde surgirão as lesões.

•a seguir, formam-se pequenas bolhas agrupadas como num buquê sobre área avermelhada e inchada.

•as bolhas rompem-se liberando líquido rico em vírus e formando uma ferida. É a fase de maior perigo de transmissão da doença.

•a ferida começa a secar formando uma crosta que dará início à cicatrização.

•a duração da doença é de cerca de 5 a 10 dias.



Tratamento


 
Os seguintes cuidados devem ser tomados durante um surto de herpes:

 
•o tratamento deve ser iniciado tão logo comecem os primeiros sintomas, assim o surto deverá ser de menor intensidade e duração;

•evite furar as vesículas;

•evite beijar ou falar muito próximo de outras pessoas, principalmente de crianças se a localização for labial;

•evite relações sexuais se for de localização genital;

•lave sempre bem as mãos após manipular as feridas pois a virose pode ser transmitida para outros locais de seu próprio corpo, especialmente as mucosas oculares, bucal e genital.


O tratamento deve ser orientado pelo seu médico dermatologista. É ele quem pode determinar os medicamentos mais indicados para o seu caso que, dependendo da intensidade, podem ser de uso local (na forma de cremes ou soluções) ou de uso via oral, na forma de comprimidos.

 
Quando as recidivas do herpes forem muito frequentes, a imunidade deve ser estimulada para combater o vírus. Os fenômenos desencadeantes devem ser evitados, procurando-se levar uma vida o mais saudável possível.

 
A eficácia das vacinas contra o herpes são muito discutidas, mostrando bons resultados em alguns pacientes mas nenhum resultado em outros.

 
Colaboração: Dr. Roberto Barbosa Lima - Dermatologista

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Há 18 anos na fila do SUS

Saúde - SUS - RN


Esse é o tempo que Maria de Lourdes Araújo espera para realizar uma cirurgia vascular no Hospital Onofre Lopes




O caso de Maria de Lourdes Araújo completou a maioridade prevista na Constituição. Há 18 anos ela espera por uma cirurgia que vai corrigir seu problema de flebite - nome dado às acentuadas varizes que tem nas pernas - no Hospital Universitário Onofre Lopes. Exercendo sua condição de cidadã, Denise Araújo Correia, 28 anos, filha de Maria de Lourdes, escreveu uma carta para o Diário de Natal relatando o sofrimento da mãe de 59 anos, que passou por várias tromboses, internações, e vai recorrer à Justiça para poder ter seu direito à saúde garantido após quase duas décadas de espera. O caso de Lourdes é um no universo da enorme fila do hospital, que segundo informações não oficiais, chega a mil pacientes. A diretoria do Onofre diz que existe espera desde 2001, mas não confirma quantas pessoas aguardam pelo procedimento cirúrgico.

"Ela é paciente do Hospital Universitário Onofre Lopes há quase vinte anos, estando na fila para operar suas varizes desde então. Ou seja, há quase duas décadas ela está desassistida do único tratamento necessário para seu caso, que é a cirurgia", escreveu Denise. Em contato com a reportagem, a filha falou um pouco sobre o que sente desde os 10 anos, quando sua mãe entrou na fila de espera pela primeira vez.


A família mora no bairro das Quintas. Denise, que cresceu vendo as humilhações que a mãe passou por precisar do Sistema Único de Saúde (SUS), conseguiu se formar em Letras, e esperava um dia poder pagar a cirurgia. Foi a entrada no curso superior que acendeu nela a vontade de reivindicar seus direitos. De acordo com Denise, Lourdes entrou na fila em 1993 e chegou até a ser avisada da cirurgia. "Eles disseram que ela precisa de dois doadores de sangue. Nós conseguimos, mas ela não foi chamada", lembrou.


Sete anos depois e após muitos problemas de saúde causados pela demora na convocação do procedimento, a paciente resolveu procurar o hospital e saber o que estava acontecendo. A unidade informou que não tinha dados de Lourdes no hospital. SegundoDenise, a mãe voltou para o final da fila. No decorrer destes 11 anos, a única mudança que ocorreu no caso foram as sucessivas tromboses da paciente, internada por diversas vezes no Hospital dos Pescadores e no Walfredo Gurgel.


A flebite, em estágio avançado, pode causar danos e problemas ao sistema cardíaco, por possuir ligação com veias relacionadas ao coração. "Agora ela também sofre de pressão alta e tem tido batimentos cardíacos muito elevados, mesmo estando medicada para o controle disto", relatou Denise.


Até para conseguir entrar na Justiça e cobrar os direitos que lhe assistem, Lourdes tem enfrentado problemas. Ela precisa do prontuário do hospital, que está aguardando há uma semana, e de um laudo médico, que só pode ser feito quando os exames pré-operatórios forem concluídos. Do pré-operatório, Lourdes precisa somente de um exame, o ecodopler de membros inferiores, solicitado de forma urgente através do Ministério Público à Secretaria Municipal de Saúde. A requisição do exame está no órgão desde o último dia 25.


Ao telefonar para saber sobre o ecodopler da mãe, Denise foi informada por uma servidora que Lourdes teria que obedecer a enorme fila como os demais pacientes. "A luta é grande, já tem durado muitos anos, e intensificou-se nos últimos dias, em virtude de um agravamento da flebite e a necessidade do imbróglio judicial. As humilhações sofridas no meio do caminho entristecem. A desumanidade por parte de muitos é grande, chegando a assustar. Só não esmoreci ainda porque trata-se de minha mãe", declarou Denise que vai continuar lutando por um direito básico previsto em Constituição.
 
 
 
Hospital não prevê prazo
 
 
A diretora administrativa do Onofre Lopes, Vilmar de Oliveira Fernandes, explicou que a fila é bem grande para fazer o tipo de cirurgia que Lourdes necessita. Apesar de não ter condições de contabilizar quantas pessoas esperam pelo procedimento, Vilmar afirmou que tem conhecimento de pacientes aguardando desde 2001. "[O Onofre Lopes] é o único que faz essa cirurgia pelo SUS em todo estado e não consegue atender a demanda", justificou. Um médico do hospital, afirmou de maneira não oficial, que eram cerca de mil pacientes na fila da cirurgia.



Vilmar disse que a Defensoria Pública solicitou o prontuário de Lourdes, mas que o documento só pode ser entregue a mesma. Baseada no prontuário, a diretora confirma que existem informações desde 1993 e mostra que existe a solicitação de um exame que não chegou, o ecodopler. "De fato é um exame bem difícil", salientou. O Onofre faz o exame, porém, o gerenciamento destas vagas é do SUS. A direção não disse qual o lugar da paciente na fila, mas no próximo dia 22, em consultapara fazer uma reavaliação devido à defasagem dos dados, Lourdes vai poder saber sua posição. Contudo, ainda não foi apontada uma solução para conseguir realizar a cirurgia antes que complete 20 anos de espera.
 
 
 
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sábado, 6 de agosto de 2011

Medicamentos são descartados próximo à estrada de Jenipabu

Saúde - Medicamentos - RN



Um terreno baldio próximo à estrada de Jenipabu se transformou em depósito de medicamentos vencidos. Frascos de substâncias controladas e perigosas - como morfina, lidocaína e outros anestésicos, antidepressivos, entre outros - foram descartados de forma indevida há cerca de uma semana. Segundo moradores, um carro oficial despejou várias caixas, algumas lacradas, no local.





Hoje pela manhã já não havia nenhuma das caixas lacradas que, segundo os moradores, foram despejadas no terreno baldio. O motivo é preocupante. José Carlos Soares, 50 anos, disse que boa parte dos medicamentos foi levada por pessoas que passaram pelo local. "As pessoas saíam daqui com a caixas e caixas de remédio na cabeça. E todos vencidos, o que é um perigo", relata.



Uma moradora, que preferiu não ser identificada, mostrou uma das caixas de medicamentos coletadas por ela mesma no local, com pomadas femininas para uso íntimo e neomicina, antibiótico para tratamento de micoses e outras doenças de pele. De acordo com ela, os medicamentos seriam utilizados "nos bichos": dois filhotes de cachorro. "Não vou passar em mim porque sei que está vencido. Mas os bichos aqui estão cheio de feridas e vou passar neles. Muita gente levou pra casa e eu peguei uma pra mim também, não vou mentir", conta.


O prazo de validade dos remédios descartados venceu entre 2007 e 2009. Em alguns rótulos, há a marca do Ministério da Saúde, o que denota que eram de um hospital público. São substâncias produzidas em laboratórios em São Paulo e Pernambuco, de acordo com informações presentes nos rótulos. Algumas caixas tem a marca do laboratório da Marinha.


Esta é a segunda vez em dois dias que medicamentos são encontrados nas ruas da cidade. Ontem, garis encontraram 103 ampolas de insulina Insunorm R, utilizadas em pacientes com diabetes mellitus, além de 16 frascos do anestésico Provive 1%, cuja substância ativa é o propofol, ao lado de uma caçamba de lixo perto do Detran, na Zona Oeste.



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