Saúde - Brasil
- Violência (11,4%) — Essa “doença” inclui assassinato,
tentativa de assassinato e outros tipos de agressão. Em outros termos,
todo tipo de agressão intencional que não tenha sido causado pela
própria vítima ou como parte de algum tipo de guerra. Estima-se que, no
Brasil e região, o álcool seja responsável por 45% da mortalidade por
assassinato em homens a partir dos 15 anos de idade, e 15% em crianças. O
consumo de drogas ilícitas também tem uma contribuição, mas parece que
trabalhar no tráfico é ainda pior. De acordo com o ex-secretário de segurança do Espírito Santo,
cerca de 70% dos assassinatos [no estado] são resultados de disputas territoriais envolvendo o tráfico de drogas
. - Acidentes de trânsito (4,9%) — Estima-se que o álcool seja responsável por 60% das mortes por acidentes de trânsito nos homens entre 30 e 44 anos de idade no Brasil e região. Essa proporção ainda é de 56% entre os 15 e os 29 anos de idade, e vai caindo nos extremos da vida sem deixar de ser relevante: 18% para os menores de 15 anos de idade, e 30% para os maiores de 70 anos de idade. (Isso sem contar com as pessoas que sobrevivem aos acidentes mas ficam incapacitadas.) Vale lembrar que pedestre, ciclista e motociclista que bebem também aumentam o risco de se envolverem num acidente, e que quem não bebe pode morrer ou ficar incapacitado por causa de alguém que bebeu.
- Transtornos relacionados ao uso do álcool (4,9%) — O alcoolismo é uma doença muito debilitante, e estimativas variam de 5% a 15% dos adultos no Brasil. Outro problema muito comum é o uso nocivo do álcool,
no qual a pessoa continua usando álcool em excesso (ou em ocasiões
inadequadas) mesmo percebendo que sua forma de beber está trazendo
consequências. O uso nocivo do álcool não é uma doença, mas é um
problema de saúde grave, e colabora com grande parte das doenças desta
lista. Para conhecer os limites do uso de baixo risco do álcool, confira
o artigo
Por que o homens morrem mais cedo?
. - Doença cardíaca isquêmica (4,3%) — A angina, o infarto e os outros problemas da família aparecem nos homens antes do que nas mulheres, algo como 5 anos mais cedo. Existem uma série de fatores de risco, como falta de atividade física, tabagismo, obesidade, pressão alta, colesterol alto, e glicose alta. O uso de álcool em baixas doses parece reduzir o risco de infarto, enquanto o uso excessivo aumenta o risco, até porque o álcool está ligado a outros fatores de risco como a pressão arterial.
- Depressão (4,1%) — Os transtornos depressivos
unipolares, como o episódio depressivo maior e a distimia, são problemas
mentais comuns e às vezes muito graves. As mulheres sofrem mais com a
depressão que os homens, mas isso não significa que o problema seja
negligenciável no sexo masculino. A maioria dos casos estão relacionados
a problemas sociais, financeiros etc., mas alguns são decorrentes de
fatores de risco preveníveis. Estima-se que o álcool seja responsável
por 7,0% dos casos de episódio depressivo maior, que é um tipo
importante de depressão; no caso das mulheres, essa proporção é de
apenas 1,4%. (O contrário também ocorre: os transtornos depressivos
aumentam o risco da pessoa desenvolver um transtorno relacionado ao uso
do álcool.) Outra causa importante de depressão é o abuso sexual na
infância. (Leia também:
Como saber se você está com depressão
.) - Pneumonia (3,8%) — Mesmo com a queda da mortalidade pela doença, a pneumonia pode trazer sequelas que prejudicam o funcionamento dos pulmões para o resto da vida. Não é novidade de que o uso de álcool e o tabagismo contribuem para as infecções respiratórias.
- Outros tipos de acidentes (3,3%) — Esses são os acidentes que não se enquadram em trânsito, afogamento, queda, envenenamento ou incêndio. No Brasil e região estima-se que 48% dos “outros tipos de acidentes” sejam causados pelo álcool, nos homens entre 15 e 44 anos de idade. Até os 14 anos de idade essa proporção é de 18%, e a partir dos 45 anos de idade, é de 42%. Os acidentes de trabalho também constituem uma parte importante da causa desses acidentes.
- AVC (3,3%) — A doença cerebrovascular, que inclui tanto o derrame (AVC) quanto outras formas menos drásticas, é a principal causa de morte no Brasil, mas essa é uma morte que costuma acontecer em idades bem mais avançadas que a das mortes por violência ou acidente de trânsito. 62% de todos os derrames no mundo são causados por pressão arterial arterial elevada. Como já disse antes, quanto menor a pressão arterial, melhor. Baixar a pressão de 12,5 por 8 para 11,5 por 7,5, por exemplo, diminui em 38% o risco de AVC. Além disso, a maioria dos principais fatores de risco para a saúde do brasileiro podem causar um derrame.
- Diarreia (2,9%) — Na verdade, o número de pessoas incapacitadas ou falecidas por diarreia é menor do que o de muitas doenças que não entraram nessa lista. Mas a diarreia afeta principalmente as crianças, de forma que o número de anos de vida perdidos acaba sendo ainda maior.
- Prematuridade e baixo peso ao nascer (2,1%) — Estima-se que nascer com o peso abaixo de 2500 gramas aumente em 6 vezes o risco do bebê morrer antes de completar um mês de vida. (O peso médio ao nascer é de 3300 gramas.) Existe uma série de complicações da gravidez que podem causar um nascimento prematuro (antes do feto alcançar as 37 semanas) ou com baixo peso. E o melhor é que a maioria dessas complicações pode ser prevenida ou diagnosticada precocemente se a mulher fizer o pré-natal adequadamente.
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