sábado, 26 de novembro de 2011

Domingo Final

Futebol - Campeonato Brasileiro - Serié A


O Corinthians pode celebrar a conquista do título brasileiro com antecipação ainda neste domingo? Pode. Mas, diante da lei das probabilidades, tal desfecho passa para o plano do insondável, e essa afirmação transfiro para os engenhos dos matemáticos, embora o senso comum a avalize. Aliás, o que vem marcando este Brasileirão desde seu início.
São três resultados possíveis nos dois jogos decisivos – Figueira x Corinthians, em Floripa, e Fluminense x Vasco, no Engenhão, campo neutro para ambos.
Poupem-me e entrar nesse cipoal de números que envolvem esses dois jogos com os três pretendentes ao título para me deter apenas nos resultados mais claros que poderiam dar a faixa de campeão ao Timão: vitória do líder no Orlando Scarpelli e derrota do Vasco no Engenhão. Aí, cest fini la marmelade.
E, se há um time, neste momento capaz de vencer esse Vasco de campanha tão deslumbrante nesta temporada, depois daquele início horroroso no Cariocão, é justamente esse Fluminense de Deco e Fred.

Digo capaz, pela excelência de seu elenco e pela arrancada prodigiosa no segundo turno do Brasileirão. Mas, o Vasco responde com Juninho Pernambucano, Felipe, que parece ter se recuperado do incômodo que o tirou do jogo com La U, no meio de semana, Bernardo, Rômulo, Fagner etc. Sentirá a falta de Eder Luís, insubstituível, pelo estilo.
De qualquer jeito, deverá ser um jogo disputado sob a tensão natural de uma decisão, sim, mas com técnica esmerada e muita emoção, de lado a lado. Ouso dizer que será o jogo do Brasileirão, sem contar aquele hipnótico 5 a 4 do Flamengo no Santos, este, histórico.
Quanto a Figueira e Corinthians, desconfio que a coisa toda se definirá no plano da emoção. O Figueirense está a um passo de fazer história. É um time bem armado, joga em casa no impulso de sua torcida, mas vem de decepcionante derrota para o Flu, por goleada.
A ânsia pela reabilitação e a conquista de vaga na Libertadores bem que pode impulsionar o Figueira a voos inconcebíveis nesse jogo. Em contrapartida, pode fazê-lo perder o senso e desabar diante de um Corinthians que vem, ao longo de todo o campeonato, controlando os nervos e as ações como nenhum outro no certame.

Suponho uma partida truncada, nervosa e de desfecho imprevisível.
Pra meu gosto particular, vou assistir ao clássico carioca, gravando e bicando sempre o jogo de Floripa.
O fato é que qualquer um dos três – Corinthians, pela regularidade, Vasco, pela grande volta por cima, e Fluminense, pela espetacular reação no segundo turno – merece o título, seja neste domingo, seja no próximo.

FLA E INTER


São duas potências do futebol brasileiro, campeões do mundo e tal e cousa e lousa e maripousa., que se encontram em Macaé em busca de uma das duas vagas para a Libertadores.
O Flamengo teve seu momento de alta no campeonato, quando Ronaldinho Gaúcho, finalmente, desabrochou. E seu momento de baixa, como agora, quando Ronaldinho Gaúcho murchou.
Não sei o quanto esse impasse entre a Traffic e o Mengo, sobre o contrato com o craque, tenha influenciado no rendimento de Ronaldinho (já se fala até na sua ida para a Grécia, no próximo ano).
O fato é que Ronaldinho, se é um mágico com a bola nos pés, nunca foi um craque de alma de aço, capaz de dar a volta por cima em plena adversidade. Sem receber salários há dois ou três meses, é óbvio que isso se reflita, de um jeito ou de outro, em seu futebol.
É bem possível que, nessas circunstâncias, ele resolva acabar com o jogo diante do Inter e dar uma bofetada moral nos seus empregadores. É possível. E, nesse caso, o Inter se verá em maus lençóis.
Mas, de resto, o Mengão me parece meio sem rumo, com Luxemburgo acenando para a volta à formação de três zagueiros, essas coisas que só denotam falta de convicção do treinador que sempre abominou tal solução.

Já o Inter, que passou bom tempo frequentando o meio da tabela, um pouco acima, digamos, encetou uma arrancada nas últimas rodadas, e foi espanando outros pretensos candidatos à Libertadores pelo caminho.
E, se não tem em suas fileiras um Ronaldinho, tem Oscar e Leandro Damião, dois craques decisivos e em ótima forma.
Jogo pra mais de metro, creiam.

CLÁSSICO PAULISTA


Ao Palmeiras só resta encerrar o ano com certa dignidade, vencendo os dois rivais do Trio Ferro: o São Paulo, neste domingo, e o Corinthians, no próximo.
O que não é nada impossível, pelo simples fato de que o Verdão voltou a jogar bem, nas duas últimas rodadas, sobretudo em razão da volta de Valdívia, que imprime o mínimo de criatividade naquele meio de campo estéril de sempre. Valdíva, porém, mais uma vez, é dúvida.
Já o Tricolor luta para salvar o ano com uma vaga para a Libertadores.
Mais do que isso: técnico e jogadores lutam pela própria sobrevivência no Morumbi, depois de tantas ameaças de um rapa geral no fim de ano, feitas pelo presidente sem senso nem rumo.
O diabo, para o São Paulo, é que não terá Lucas, sua grande revelação no ano. Justamente, Lucas que vinha se recuperando depois de um período de baixa.
Contudo, a formação insinuada por Leão, é ofensiva o bastante para levar o Tricolor à vitória.
Vejamos, vejamos.

NOVO DIRETOR

A CBF acaba de anunciar que o atual presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, será o diretor remunerado de Seleções. Isto é: vai cuidar de todas as categorias, inclusive o time principal do Brasil.
Confesso que tinha minhas tantas ressalvas em relação ao cartola, sobretudo por sua íntima ligação com a MSI de Kia. Mas, no decorrer de sua gestão como presidente do Corinthians, as ressalvas foram substituídas por respeito ao seu profícuo trabalho.

Mudou os estatutos, democratizando-os, e está cumprindo sua palavras de não disputar novas eleições no clube, o que é um feito extraordinário nesse clube sempre submetido a pequenos ditadores de plantão., desde Trindade, passando por Matheus, Helou, Duailib e tantos outros.
Estabeleceu um período inédito de paz no Parque, e capitaneou o engenhoso plano para trazer Ronaldo Fenômeno, o que rendeu ao clube títulos e muita grana.
Enfim, realizou uma gestão digna de aplausos, em meio ao caos habitual de nossas agremiações. Além do que, conseguiu o prodígio de retirar do Morumbi o palco da abertura do Mundial em 2014, passando-o para o Itaquerão, que ainda está no chão.

Politicamente e administrativamente, foi exemplar para o seu clube.
Ah, mas é um cara que maltrata o idioma, tem rompantes patéticos e tal e cousa e lousa e maripousa. Mas, e daí? Ninguém é perfeito.
Claro que sempre defendi para essa função a figura de Carlos Alberto Parreira, um tipo com larga vivência em seleções brasileiras, técnico de futebol por excelência e dono de personalidade menos trepidante.
Mas, enfim, é o que temos. E espero que Andrés saiba bem administrar as questões do nosso time, como bem administrou as questões do Corinthians até agora. Mesmo porque esse será o pavimento certo para que ele substitua Ricardo Teixeira quando este alçar voo em direção à presidência, aspiração final de ambos, não tenho dúvidas.

Autor: Alberto Helena jr.

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