quarta-feira, 6 de abril de 2011

Médicos paralisam atendimento aos planos

Saúde - RN

Planos de Saúde paralizam atendimento no RN


Os médicos do Rio Grande do Norte credenciados na rede de saúde suplementar vão aderir nesta quinta-feira, 7, ao “Dia Nacional de Paralisação”, como forma de alertar as operadoras dos planos de saúde quanto a necessidade de melhorias contratuais e na prestação de serviços aos usuários. “Nós temos quatro anos que não conseguimos avançar em absolutamente nada”, diz o presidente da Associação Médica do Rio Grande do Norte (AMRN), Álvaro Barros.


Presidente da Associação Médica, Álvaro Barros, diz que negociações com planos não avançam


O foco da paralisação no Estado e no país, segundo Barros, tem dois aspectos que considera importantes, primeiro o poder econômico das operadores, “que se organizam como um cartel”, pois os médicos “não podem reivindicar e colocam pra fora os profissionais na hora que eles querem e quando bem entendem”.



Em segundo lugar, denuncia Barros, as operadores realizam “glosas injustificada do faturamento” dos serviços prestados pelos médicos: “Os planos de saúde não pagam com justificativas na maioria das vezes irreais, fazem caixa com o dinheiro de todo mundo”.


Álvaro Barros disse que não tinha como precisar uma comparação entre o que é pago pelas operadores aos médicos no RN em relação a outros estados, mas garantiu que na região Norte e Nordeste “a defasagem é grande comparada a estados mais desenvolvidos”.


Para o presidente da AMRN, é preciso se fazer uma redistribuição econômica e reavaliar o poder econômico das operadoras, tendo em vista que a diferença entre os percentuais de reajustas do que é pago às operadoras pelos usuários e o que é repassado de honorários e procedimentos médicos é bem inferior. Por isso, explicou Barros, diversas entidades médicas estiveram ontem de manhã, no Ministério Público, pedindo apoio ao promotor de Defesa do Consumidor, José Augusto Peres Filhom, para intermediar uma futura negociação de contratos com os planos de saúde. “O promotor considerou legitima a paralisação e nós deveremos ter uma pauta de negociação mediadas com a presença do Ministerio Publico até do Poder Judiciario”, acrescentou ele, para alertar que outra característica das operadoras “é fazerem acordos que não cumprem”.


Barros explicou que da parte dos médicos, os consumidores não tem tido prejuízo nenhum, mas lembra que as operadoras estão comercializando planos, por exemplo, com mensalidades variáveis a partir de R$ 38,00 e R$ 40,00: “Como é que vão poder cobrir uma assistência em medicina com os avanços dos tratamentos que temos hoje, é preciso que se repense isso”.


“Não estou generalizando, tem exceções, mas essa é a prática dos planos de saúde, botam os pacientes para andar e restringem absolutamente tudo”, conclui Barros.


Programação


Durante a paralisação de advertência de amanhã, os médicos não realizarão consultas e outros procedimentos eletivos objeto de contratos com todos os convênios de seguro saúde. No entanto, o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed-RN), Geraldo Ferreira, disse que para os usuários não terem prejuízo, os pacientes previamente agendados terão seus compromissos remarcados e os casos de urgência e emergência serão devidamente tratados.


A paralisaçã começa às 8 horas de amanhã, com panfletagem me carros de som na Praça 7 de Setembro, em frente a Assembléia Legislativa, onde, às 10 horas, ocorrerá uma audiência pública. À tarde, os médicos visitarão hospitais e clínicas, para verificar o andamento da paralisação. Às 19 horas, na Associação Médica, avaliam os próximos passos do movimento.


Ministério Público vai intermediar


O promotor de Defesa do Consumidor, José Augusto Peres Filho, disse não ser papel de sua promotoria intermediar negociação profissional - “mas como temos feito isso outras vezes” -, ele terminou afirmando que vai trabalhar na perspectiva de um eventual acordo entre os médicos e os planos de saúde, porque no meio disse tudo está o consumidor, “que poderá ser o mais prejudicado”.


Peres Filho informou que os médicos ficaram de enviar até a próxima segunda-feira, dia 11, a documentação necessária sobra as questões levantadas pela categoria, que estima em R$ 60,00 o valor mínimo a ser pago por cada consulta.


O movimento dos médicos aponta como meta o honorário de R$ 80,00 por consulta, além do reajuste dos demais procedimentos.


Consultas


Atualmente, a maioria dos planos de saúde paga entre R$ 25,00 e R$ 40,00 por consulta. Esses valores mudam de região para região e simbolizam a indiferença dos planos para com os profissionais que respondem pela saúde da população.


O promotor disse que, “pelo preço da fatura que foi passada” pelos médicos, paga-se de R$ 7,0 a R$ 8,00 a um médico que põe um gesso no braço fraturado de uma pessoa.


“Nós vamos instaurar um plano de negociação para evitar a paralisação total ou o desligamento dos médicos dos planos de saúde”, disse Peres Filho, a fim de que o usuário dos planos de saúde não termine sendo o principal prejudicado com o problema.


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