Politica - Natal - RN
O deputado estadual Hermano Morais tem sido o nome mais lembrado dentro do PMDB como possível candidato à Prefeitura do Natal, em 2012. Nesta entrevista, ele garante que o partido terá candidatura própria, já prepara um projeto de governo para a capital, mas não definiu o nome do representante que encampará as ideias durante o pleito do próximo ano. "Não há pré-candidatos", assegura. Vereador por quatro mandatos e recém-eleito parlamentar da Assembleia Legislativa, Hermano Morais destacou que considera um sinal de confiança da população natalense as votações sempre crescentes que têm somado, inclusive durante a campanha estadual de 2010, quando foi o deputado mais votado do PMDB na capital. Nesta entrevista à TRIBUNA DO NORTE ele relata sobre as conversas com DEM e PDT, a [estrita] aliança no campo administrativo com a Prefeitura do Natal e sobre afinidades partidárias.
Como é que o PMDB está se preparando para 2012?
Primeiro a definição, tanto do diretório nacional como também a disposição do estadual e municipal, é de que o PMDB desta feita apresente uma candidatura própria à Prefeitura de Natal. O que em 2012 significará 20 anos de ausência na disputa, então todo o trabalho está sendo feito neste sentido, desde a aquisição de novos quadros, que se propõem a disputar as eleições proporcionais para vereador de Natal como também, com o auxílio da Fundação Ulysses Guimarães, que é um braço intelectual do PMDB, já está sendo feita a discussão preliminar de um programa de governo para ser discutido assim que concluído nos diversos bairros de Natal para que nós possamos dar a devida legitimidade e acrescentar aquilo que é prioridade para a população. Então esse trabalho vem sendo realizado pelo diretório municipal que tem a frente hoje o vereador Luiz Carlos. Eu inclusive ainda ocupo a presidência, mas legalmente estou licenciado desde que me elegi deputado estadual e entendendo que o vereador Luis Carlos está militando no âmbito municipal e teria mais condições de conduzir esse trabalho. Então esse trabalho está sendo feito com muita dedicação, nós já temos uma boa nominata, nós estamos realizando cursos também de preparação desses candidatos, cursos de formação, além de outros cursos para a militância do partido relacionada à gestão pública. A intenção é que nossos quadros e nossos militantes possam desenvolver melhor o seu trabalho nos diversos bairros e assim dar uma contribuição maior na elaboração desse programa de governo.
A discussão no âmbito dos projetos também já se estendeu às definições sobre nomes de possíveis candidatos?
O PMDB sempre diz que tem candidato próprio, mas como o senhor mesmo falou, está desde 1992 sem encabeçar uma chapa majoritária na capital. O que garante que isso não acontecerá novamente?
Não há definição de nomes, mas sim de candidatura própria...
PMDB terá candidatura própria, está elaborando um programa e deverá oportunamente definir o nome que vai exatamente ser o porta-voz desse sentimento partidário.
O senhor é pré-candidato ou ainda não chegou nesse estágio de entendimento?
O PMDB faz parte da gestão Micarla de Sousa, inclusive com indicações em Secretarias. Essa parceira se limita ao campo administrativo ou se estende à seara política?
O PMDB pela sua envergadura, sua influência no plano nacional, tem uma responsabilidade muito grande no plano estadual e local de ajudar os governos. Nós sabemos que Natal passa por um momento de muita dificuldade e ao ser procurado, no caso o deputado Henrique Alves, que é presidente do partido, ele juntamente com o ministro Garibaldi Filho, eles foram solicitados a ajudar também na busca de recursos que possam atender os anseios da população de Natal. Nós temos vários projetos em curso, nós tínhamos aí esse evento da Copa do Mundo de 2014, cujos recursos começam a ser liberados, confirmando Natal como uma das cidades que sediarão o evento. Mas temos outros projetos também em curso onde a participação do PMDB se torna muito importante para que eles sejam realmente consolidados e liberados para o município que tem uma limitação muito grande de ordem orçamentária. A capacidade de investimento hoje do município de Natal é quase zero, é muito pouca, então precisa estabelecer essas parcerias com o governo federal, parceiros privados ou então nós estaremos fadados a adiar projetos que já estão, eu diria, muito atrasados. A área de educação, saúde pública, saneamento, obras estruturantes da área de mobilidade urbana, Natal é uma cidade que cresce muito e por isso precisa desses investimentos. Então a ajuda do PMDB tem sido administrativa.
Só de ordem administrativa?
O senhor, que foi eleito deputado pela oposição, concorda com a unificação do PMDB no apoio ao governo Rosalba?
Como estão as conversas preliminares do PMDB já iniciadas, por exemplo, com DEM e PDT?
Essas conversas têm acontecido e têm sido divulgadas pela imprensa. Nossos líderes maiores, nós tomamos conhecimento, mantiveram conversas com lideranças do DEM, acredito até pela afinidade que ficou desde a última eleição, já que parte do PMDB é liderado pelo ministro Garibaldi Filho, que legitimamente hoje inclusive participa do governo porque participou também na eleição. Então tem essa conversa em curso, iniciada, mas sem que tenha uma discussão interna, que poderá acontecer no momento certo a critério, acredito, de quem está mantendo essas conversas. São dois líderes partidários. Quanto à conversa com o ex-prefeito nós tomamos conhecimento também. Acredito que tenha sido uma conversa até de conteúdo político mas no âmbito familiar. Nós tomamos conhecimento pela imprensa que as pessoas que participaram de uma conversa preliminar são todos de uma mesma família, reconhecidamente de tradição política, parte integrante do PMDB, liderando o PMDB há muito tempo, que teve a conversa com integrantes de outro partido. Não conheço o conteúdo da conversa, não me foi dada a informação, mas espero não só eu, na condição de militante do partido, e com hoje a responsabilidade de deixar a Assembleia mais com inserção política na capital, minha principal base, ser informado. Eu acredito que o diretório municipal do PMDB hoje capitaneado pelo vereador Luiz Carlos, também seja convocado e informado sobre o conteúdo dessas conversas. Então eu não tenho elementos até para comentar a respeito porque o que sei foi apenas o que foi colocado de forma muito resumida na imprensa local. Mas eu julgo importante que o PMDB converse com todos os partidos até porque logo mais nós teremos que estabelecer de forma até mais clara e profunda esses entendimentos porque já estaremos discutindo a possibilidade de alianças políticas para as eleições de 2012. Então acredito que fatalmente essas conversas serão inclusive estendidas a outros partidos políticos.
Já se pode falar em alguma afinidade em especial?
A cautela com que o senhor trata uma possível candidatura é por temer o mesmo desfecho de 2008?
E como o senhor encarará esse desafio, caso venha a ser o escolhido pelo PMDB?
Seria uma honra para mim se for o escolhido do partido para esta eleição, embora hoje esteja muito dedicado ao mandato de deputado estadual para o qual fui eleito recentemente. Mas se esse chamado me couber por delegação do partido, se percebermos que realmente o meu nome unifica o partido em torno desse grande projeto, não me negarei à disputa porque me sinto preparado para esta missão. Pelo fato de conhecer bem a nossa cidade, termos exercido quatro mandatos como vereador e termos como todo cidadão, e especialmente um agente político, o desejo, o sonho de um dia poder governar a minha cidade e ajudá-la a crescer com qualidade, garantindo uma melhor condição de vida para o nosso povo.
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