quarta-feira, 27 de abril de 2011

Cardiologia - Parte 3

Saúde - Especial Cardiologia


CHOCOLATE


Em medicina, como medicamento.

O chocolate foi levado do México para a Europa no século XVI. Os invasores espanhóis se encantaram com o chá desta planta, se surpreenderam menos com o seu gosto e mais agradavelmente com os seus outros efeitos. O gosto amargo foi contornado adocicando o cacau conforme o gosto de cada um.

Desde cedo, aconteceram surpresas com o chocolate, o que continua acontecendo até os nossos dias. A primeira indicação terapêutica do chocolate veio quando descobriram que ele ajudava aos asmáticos nas suas crises, e a última surpresa agradável vem agora da Alemanha, onde um estudo muito bem conduzido chegou à conclusão que o chocolate é útil no combate à hipertensão arterial e na prevenção de doenças isquêmicas decorrentes da elevação da pressão arterial.

Um dos primeiros componentes estudados do cacau foi a teobromina. Esta palavra vem do grego e significa “alimento dos deuses”. A teobromina é um alcalóide do grupo das metilxantinas, assim como a cafeína e a teofilina. No chocolate o alcalóide de maior concentração é a teobromina.

Por outro lado, o chocolate teria a capacidade de liberar endorfinas, substâncias que provocam bem estar e facilitam o sono. É por esta razão que as camareiras dos hotéis costumam colocar à disposição um bombom ou um pequeno chocolate sob o travesseiro para que os hóspedes durmam bem.

O cacau contém outras substâncias, como os poilifenóis e os flavonóides. Os flavonóides têm a propriedade de diminuirem a pressão arterial, se administrados em doses maiores correspondendo a mais de 100 gramas de cacau ao dia. A novidade que é importante: os médicos pesquisadores (D.Taubert, R. Roesen, C. Lehmann, N. Jung e E. Schöemig) da Universidade de Colônia, na Alemanha, estudaram o efeito do cacau sobre a pressão arterial, administrando 6,3 g/dia de chocolate amargo ou 5,6 g/dia de chocolate branco e observaram o efeitos sobre a pressão arterial de pessoas voluntárias, da terceira idade, hipertensas leves e sãs sob demais aspectos. O estudo foi publicado na revista JAMA, 4 de Julho de 2007,. Vol. 298.

Foi constatado que depois de ingerir chocolate, 5,6 gramas por dia, havia uma diminuição da pressão arterial, já observável após 6 dias , e que depois de 18 dias baixava mais ainda, tanto em homens como em mulheres. A redução na pressão sistólica (a máxima), depois de 18 dias ingerindo 5,6 g de chocolate amargo/dia, era em média de 2,9 mm de Hg nas mulheres e 3,0 mm de Hg nos homens. Já na pressão diastólica (a mínima) a redução foi de 1,9 mm de Hg nas mulheres e 1,8 mm de Hg nos homens. Isto aconteceu somente com o chocolate amargo. Com o branco não houve influência sobre a pressão arterial.

A substância responsável por esta diminuição da pressão arterial seria do grupo S-nitrosoglution, encontrada somente no chocolate negro. A quantidade de chocolate administrada de 5,6 gramas ao dia, não alterou os níveis de açúcar no sangue e de colesterol, triglicerídeos ou creatinina. Os pacientes também não engordaram.

O cacau puro é bastante amargo, mas no chocolate o cacau é associado ao açúcar, o que pode tornar o seu consumo prejudicial nas dietas de emagrecimento ou para diabéticos. Já existem no mercado chocolates dietéticos, sem açúcar.

Podemos concluir que, além das dietas ricas em fibras, frutas e verduras, pobres em gorduras saturadas ou trans, o chocolate é recomendável para ajudar a controlar a pressão arterial. Aos pacientes se recomenda que não se fiem somente nestes dados, devem continuar controlando a sua pressão arterial com o seu médico.


CIANOSE


O que é?



É uma coloração azulada da pele ou das mucosas.

Como se desenvolve?

O sangue que circula no nosso corpo está sob duas formas, o venoso e o arterial.

O primeiro tem uma cor mais escura, é o que corre pelas veias até o pulmão. No pulmão a hemoglobina do sangue perde o gás carbônico e recebe oxigênio. Com essa troca ele se transforma de sangue venoso em sangue arterial, que é um sangue de cor mais viva, rutilante e que tem a função de levar oxigênio dos pulmões para todo o corpo.

Em média o sangue de uma pessoa normal, adulta, contém de 12,5 até 15 gramas de hemoglobina. Quando 5 gramas ou mais da hemoglobina do sangue arterial estão sem oxigênio, costuma surgir na pele ou nas mucosas uma cor azulada, denominada de cianose. Existem três tipos de cianose, a central, a periférica e a diferencial.

A cianose central acontece quando o sangue que vem dos pulmões para a periferia do corpo já chega com pouco oxigênio, o que ocorre em algumas doenças do pulmão ou do coração. A cianose periférica geralmente é provocada quando o coração não tem a capacidade de enviar uma quantidade adequada de sangue para a periferia ou é causada por uma lentificação local da circulação.

Ela aparece quando a circulação do sangue nas veias periféricas, por exemplo, nas veias das mãos ou do rosto, se torna muito lenta. O oxigênio que o sangue contém é transferido para as células e o sangue se torna pobre em oxigênio, azulado e com isso - onde a pele for mais delgada, nas mucosas ou nos lábios, por exemplo - aparece uma cor azulada.

A cianose periférica em 50% dos casos desaparece colocando a parte cianótica em água morna.

A diferencial é a cianose que aparece em alguma parte do corpo, ou só nas pernas, ou só nos braços e geralmente é indicativa de doença congênita do coração.

Como se faz o diagnóstico?


O diagnóstico de cianose e da causa dela deve ser feito pelo médico ao observar o paciente. O diagnóstico pode ser confirmado pelo exame de sangue medindo o teor de oxigênio e de hemoglobina.

Quais são as causas?


Existem diversas causas para cianose que vão desde a falta de oxigênio no ar inspirado até a incapacidade da hemoglobina fixar o oxigênio. Por exemplo, nas intoxicações por sulfas ou outros medicamentos pode surgir a cor azulada da pele.

As causas mais freqüentes de cianose são:
Doenças cardíacas

Doenças pulmonares

Doenças circulatórias

Doenças circulatórias

Intoxicações


Falta de oxigênio no ar inspirado


Exemplo de baixos teores de oxigênio no ar inspirado é a cianose que surge nas alturas. Aos 5400 metros de altura a oferta de oxigênio para o sangue é somente a metade da que é oferecida ao nível do mar. Portanto, quanto mais no alto estivermos, menor a saturação da hemoglobina e quanto mais nos aproximarmos do nível do mar, maior será a oferta de oxigênio. Essa é a razão pela qual os alpinistas de grandes alturas só conseguem fazer esforço recebendo um suplemento de oxigênio.

Existem mecanismos naturais pelos quais o organismo tenta compensar a falta de oxigênio do ar ambiente. O primeiro é a hiperventilação quando as pessoas respiram mais vezes por minuto e mais profundamente.

No segundo, o organismo começa a produzir mais glóbulos vermelhos, onde está a hemoglobina, e assim permite transportar mais oxigênio para todas as células do corpo. É por esse motivo que as pessoas que vivem em grandes altitudes, como nas cidades de La Paz ou do México, têm normalmente taxas de hemoglobina bem maiores no sangue circulante.


Fonte; Site ABC da Saúde


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