terça-feira, 18 de outubro de 2011

Lentidão no transporte de lixo provoca acúmulo de resíduos nas ruas de Natal

Urbana - Natal - RN


A grande quantidade de lixo acumulado nas calçadas das casas do bairro Neópolis, zona Sul da capital, é um exemplo que evidencia a existência de problemas na coleta domiciliar realizada nas ruas da localidade. No entanto, o problema não é pontual no bairro. Limitações impostas pela Justiça e falta de condições estruturais para o transporte ágil do lixo para o aterro sanitário fazem com que o acúmulo de resíduos sólidos nas ruas de Natal estejam, momentaneamente, sem solução.
Com capacidade para abrigar 800 toneladas de lixo, a estação de transbordo de Cidade Nova não pode receber quantidade superior ao pré-estabelecido, sob pena de multa diária à Urbana e até ao presidente da autarquia. Em Natal, a quantidade de lixo produzida diariamente é de 700 toneladas, enquanto Parnamirim, que também utiliza a estação de transbordo de Natal, produz aproximadamente 190 toneladas. Desse modo, para que o limite da estação não seja superado diariamente, é necessário que ocorra o transporte constante do lixo do local para o aterro sanitário, o que vem sendo difícil de se conseguir.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Asseio, Conservação e Limpeza Pública do estado (Sindlimp), Fernando Lucena, não há carretas suficientes para fazer o transporte. O sindicalista, atualmente vereador de Natal, explica que é comum os caminhões fazerem a pesagem e o depósito do lixo diretamente no aterro sanitário, em Ceará-Mirim, e isso seria a causa para o atraso e irregularidade na coleta de lixo em Natal.


"Não se pode ultrapassar o limite do transbordo, e não pode recusar receber o lixo de Parnamirim. Por isso, muitos caminhões vão direto para o aterro, que é longe, e quando ele (caminhão) deveria passar três vezes, passa uma, quando muito, duas vezes nas ruas", explicou Lucena.

O vereador também argumenta que o horário de funcionamento do aterro é insuficiente para receber os caminhões, que muitas vezes passam a noite carregados esperando que o aterro seja reaberto. Além disso, o sindicalista também avalia que faltam carretas para o transporte do lixo.
"A quantidade de carretas para retirar o lixo do transbordo é insuficiente e por isso que os caminhões precisam ir direto para o aterro", concluiu o sindicalista, atribuindo a suposta baixa circulação de carretas a atrasos no pagamento da Urbana à empresa responsável pela coleta.

O presidente da Urbana, João Bastos, confirma que há atrasos no pagamento às empresas terceirizadas que realizam a coleta do lixo. Porém, ele acredita que o problema não está relacionado à quantidade de carretas que fazem o transporte do lixo da estação de transbordo para o aterro. Segundo o presidente, o problema no acúmulo de lixo na estação de transbordo está relacionado à estrutura do local, que só permite o carregamento de duas carretas de lixo simultaneamente. "

Fomos no fim de semana à estação de transbordo e vamos fazer algumas intervenções de obras que vão melhorar a agilidade na saída das carretas. Vamos possibilitar que quatro carretas sejam carregadas ao mesmo tempo", garantiu o presidente da Urbana, que também afasta a possibilidade de extrapolar o limite de 800 toneladas por dia na estação de transbordo. "Vamos respeitar a Justiça e isso já é também uma decisão administrativa", disse, atribuindo o acúmulo de lixo em alguns bairros de Natal à suspensão da coleta durante o feriado de 12 de outubro. 

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