quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Posto de saúde não tem material nem para curativos

Saúde - Natal - RN


Ricardo Araújo - Reporte da Tribuna do Norte




"Por falta de material não estamos realizando curativo ou retirada de pontos". O aviso fixado em um dos consultórios da Policlínica Oeste, na Cidade da Esperança, resume a situação na qual se encontra a unidade atualmente. Sem medicamentos, a população se vê sem saída para curar doenças que, em princípio são consideradas simples mas, sem procedimento adequado, podem evoluir para um quadro mais grave. Além disso, manter um tratamento psiquiátrico é quase impossível, pois faltam remédios controlados em quase todas as unidades do Município, incluindo os Centros de Apoio Psicossocial.
 
 
A crise no abastecimento, vai além da Policlínica Oeste. No Pronto-Socorro Infantil Sandra Celeste, na manhã de ontem, a farmácia não dispunha de paracetamol, dipirona nem nistatina. Este último utilizado para tratamento de candidíase oral. Todos os medicamentos listados, foram receitados a Alysson Matheus, de um ano e sete meses. "Meu filho está com inflamação na gargante e com sapinho na língua. Eu levei ele no Sandra Celeste. Ele foi atendido pela pediatra mas os remédios que ela passou não tem nenhum lá", lamentava Jeane Dantas da Silva, mãe da criança. Ela foi à Policlínica Oeste na esperança de que receberia os medicamentos na farmácia da unidade, mas foi surpreendida quando informada da falta dos remédios.

Além de Jeane, somente durante quinze minutos, mais quatro pacientes que foram em busca de medicamentos saíram de mãos vazias. Uma delas foi a dona de casa Maria de Lourdes Lima Silva. Ela e mais três irmãos são dependentes de remédios controlados. "Faz quatro meses que a gente não recebe o diazepan. Faz muito tempo que eu procuro e nunca tem nessa farmácia".


A crise na Policlínica Oeste não se resume, entretanto, somente à falta de medicamentos. Segundo informações de funcionários que pediram sigilo de identidade, faltam produtos para realização de curativos e retirada de pontos. O diretor da unidade, Eleázaro Damião de Carvalho, reconhece o desabastecimento. "Eu procurei o Departamento de Logística e Suporte e disseram que aguarde".


Através da assessoria, a secretária municipal de Saúde, Maria do Perpétuo Socorro Nogueira, esclareceu: "Na verdade, existem alguns itens em falta. Mas não é uma falta generalizada". Segundo a assessoria, os produtos de uso médico-hospitalar foram adquiridos e estão sendo aguardados para distribuição.


Contrato de terceirizados se encerra hoje


Os profissionais da área de saúde (enfermeiros e auxiliares) que foram contratados pelo Instituto de Tecnologia, Capacitação e Integração Social (ITCI) para trabalharem no Centro de Hidratação montado ao lado da Policlínica Oeste, na Cidade da Esperança, terão seus contratos vencidos hoje. Com a suspensão do contrato com o Instituto, a Prefeitura de Natal assumiu a responsabilidade pelos profissionais, seguindo recomendação do Ministério Público.


Ontem, somente uma das enfermeiras que realizavam atendimento no local falou com a equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE. Sem se identificar, ela afirmou que tudo permanece sem esclarecimento. Segundo ela, a Secretaria Municipal de Saúde não tinha enviado nenhum comunicado à equipe médica até o início da tarde de ontem. "Está todo mundo preocupado. Ninguém sabe o que vai acontecer", disse a enfermeira.


Explicações


A Secretaria Municipal de Saúde foi procurada para esclarecer como ficará a situação dos terceirizados, mas a secretária e o responsável pelas finanças da Secretaria, estavam em reunião e não retornaram às tentativas de contato telefônico.


Os médicos que atendem no antigo Centro de Hidratação, são contratados através da Cooperativa do Médicos (Coopmed) num contrato global que a Coopmed tem com a Prefeitura de Natal e não se encaixam na situação dos demais profissionais.


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