Eleições 2014/2016
SERRINHA EM FOCO: 19/03/2014
Atendendo ao pedido de alguns amigos e interessados na gestão pública
local, resolvi tentar resumir em um pequeno artigo, minha impressão
sobre a situação político-partidária do Município de Serrinha, e o que
se espera para os dias que se segue, com os arranjos e negociações, com o
objetivo ao pleito eleitoral ao governo do Estado, deputado federal e estadual, senador e presidência da república.
Na verdade, os arranjos feitos neste momento, determinaram os possíveis
financiamentos e apoios às candidaturas a prefeitura e câmara de
vereadores, na próxima campanha, o que realmente interessa aos políticos
locais.
O município de Serrinha passa por um momento impar em sua
História político-partidária. Quando chegar o fim da atual gestão, o
Prefeito Fabiano de Souza terá que apresentar seu apoio a uma
candidatura, que ao que parece, será encabeçada por alguém pertencente à
família Souza, mesmo que indiretamente. A esposa de algum deles,
talvez, mais com certeza, prevalecerão os interesses de Genilson,
Gilmar, Junior de Souza e Fabiano, atuais herdeiros políticos da gestão
Souza no Município.
Como campanha bem feita, é campanha
planejada, os lideres desta frente familiar, que aqui representam o
PMDB, já estão indo a campo, ouvindo lideranças locais e sugerindo nomes
que terão ou não a adesão popular.
Outra frente é encampada por
Manoel Docarmo, que parece apostar todas as cartas em seu neto Rodrigo,
que atualmente é Vereador no Município.
As duas frentes estão se
articulando no cenário estadual, buscando articulações com candidatos a
deputados estadual e federal, com o propósito de firmar apoio político
para o pleito próximo e em troca buscam apoio político e econômico para a
próxima eleição local.
Agora vamos aos fatos inesperados. Em
Serrinha a única definição partidária tradicional é a da Família Souza,
que ao longo da história do município sempre esteve com o PMDB. Com base
neste fato e verificando uma constante articulação, mais na esfera
familiar que na esfera partidária, tomarei como referencia as
articulações familiares na observação que farei a seguir.
Na ultima
eleição para prefeito, a cidade de Santo Antônio, cidade vizinha a
Serrinha e polo de influencia econômico, religioso e político local,
passou por um fator muito importante politicamente, e que torna
necessário observar para melhor compreender a situação política de
Serrinha hoje. Quebrando um Histórico de domínio da Família Barbosa e
Barbalho, famílias de tradição e peso político e econômico em santo
Antônio, Lula Ribeiro foi eleito com votação expressiva, trazendo
consigo um estilo simples e objetivo de governar, que parece está
correspondendo aos anseios dos munícipes de Santo Antônio.
Num
estilo de gestão centralizada, o prefeito vem administrado o município,
sem deixar de morar na cidade, sua residência fica ao lado da
prefeitura. Cito este fato, por ser costume, ao longo de anos, de os
prefeitos e vereadores da Região Agreste, que está próximo a capital, de
ao serem eleitos, logo vão morar em Natal, e alguns montam até gabinete
da prefeitura por lá, evitando com isso, o contato direto com o
eleitorado, que só parece interessante no período da campanha
partidária.
Como Serrinha está muito próximo de Santo Antônio, e o
fluxo de pessoas entre os dois municípios são constante, Serrinha tem
sido bastante influenciada pela situação política de Santo Antonio e a
população já se questiona, da possibilidade do surgimento de novas
lideranças políticas que possibilite uma terceira via, que corresponda
mais objetivamente aos anseios e necessidades da população de Serrinha.
No contesto atual dois nomes prometem agitar a política local e dar
direcionamento as frentes de negociações, Deda Terto e Flavio Docarmo,
são dois possíveis candidatos a uma terceira via que rompe com as duas
alas já existentes.
É claro para todos que, devido ao investimento
financeiro e a votação expressiva que Deda Terto teve na ultima eleição,
sendo eleito vereador, Ele será alvo de investidas de ambos os lados,
mais existe um porem, Deda parece não querer aceitar a cadeira de vice, e
ao que se espera nem Manoel nem Souza lhes dará oportunidade de
encabeçar uma chapa.
Flavio Docarmo é um nome que surge e que
embora seja sobrinho de Manoel Docarmo, nunca teve oportunidade na
sucessão familiar. Opositor ao tio surge como possibilidade de junção
com Deda Terto na composição de uma terceira via.
Ao que parece a
população anseia por novos ares, e isto é tão provado que as frentes
tradicionais de gestão de nosso município já estão articulando formas de
montarem composições mais flexíveis, preferencialmente com nomes de
famílias que até então não fazem parte da administração pública local. O
entrave ainda é a guerra pelo poder que barra no nome que ira encabeçar
as chapas futuras. No meio do povo existe uma frase que diz: “vice não
manda em nada”. Parece que este é o medo que ronda a cabeça dos
políticos que desejam serem prefeitos em Serrinha.
Ao longo da
História do município a Gestão Docarmo tem tomado um rumo tradicional de
gestão centralizada e populista, embora no último governo, tenha se
direcionado para um modelo gerencial, que comprovadamente, não deu
certo, culminando com a derrota de Manoel Docarmo para Fabiano de Souza.
Na atual gestão que teve em seu primeiro mandato um modelo que oscilava
entre o centralizado e o gerencial. Agora no segundo mandato parece que
definitivamente assumiu o modelo de gestão gerencial, que mais uma vez
oferece um risco ao gestor, por não ser este o modelo administrativo
desejado pela população local. Um mérito da gestão atual é o rompimento
com o modelo paternalista de gestão, alimentado pelas duas frentes ao
longo dos anos e que agora parece não interessar nem ao Souza nem ao
Docarmo.
Muitas águas ainda iram passar por baixo da ponte das
negociações políticas de Serrinha, mais uma coisa é certo. O próximo
prefeito do Município terá que traçar um plano administrativo que supere
as expectativas da população Serrinhense, que pelo visto tem dado novos
direcionamentos a sua visão político social.
O próximo gestor
deverá administrar focado num Plano de Desenvolvimento do Município, que
comporte a multiplicidade de interesses e necessidades da cidade e do
campo em nosso município.
AS 10 METAS DE GRANDE RELEVANCIA PARA A PRÓXIMA GESTÃO:
1. Aumentar a arrecadação do Município;
2. Resolver o problema do Lixão (gerenciamento do lixo urbano e rural);
3. Promover concurso público;
4. Promover geração de emprego e renda no campo e na cidade;
5. Combater a migração campo-cidade;
6. Promover a gestão hospitalar;
7. Promover a segurança pública na cidade e no campo;
8. Promover o lazer e recreação pública na cidade e no campo;
9. Promover a educação descentralizada, campo e cidade;
10. Promover técnicas de convivência com as estiagens e meios de reforma agrária no campo.
Outro ponto relevante é a capacidade dos gestores públicos para saírem a
campo em busca de ajuda para nosso município. O prefeito e os
vereadores não são obrigados a ter formação superior, nem precisão saber
de tudo, mais eles precisam de uma boa acessória que possibilite uma
excelente administração.
É preciso verificar as escolhas que
estamos fazendo para a câmara de vereadores. Se escolhermos vereadores
que pouco sabe o que fazem, e só estão visando lucratividade e emprego,
estaremos colocando o próximo prefeito muna saia justa, de ter que ficar
pagando mensalão para vereador fazer o que já é sua obrigação.
Uma
boa gestão pública se faz na prefeitura e na câmara, não se esqueçam
disso. O candidato que sai escondido véspera da eleição dando dinheiro é
tão indigno quanto o eleitor que vota nele. Ambos são ladrões e
estupradores da consciência da população que acredita na possibilidade
de melhores dias e numa gestão honrada e inclusiva.
Espero que a
situação no cenário local esteja bem melhor que no âmbito estadual, que
ao que parece em nada contribuirá para novos rumos na política do RN.
Prof. Josenildo Lemos.
Sociólogo e Filosofo