domingo, 5 de fevereiro de 2012

Decisão de Micarla está tomada, mas anúncio será em maio

Politica - Eleições 2012 - Natal,RN

Anna Ruth Dantas - Repórter

Enquanto finaliza a reforma do secretariado, que deverá ser publicada amanhã no Diário Oficial, a prefeita de Natal, Micarla de Sousa já admite que decidiu sobre a eleição de 2012. No entanto, ela faz mistério e afirma que anunciará a decisão apenas no mês de maio. A justificativa? "Não quero, de forma alguma, que isso se misture com minha gestão", responde. Embora não diga se será ou não candidata à reeleição, Micarla de Sousa dá mostras de tentar uma recomposição político-partidária, prova disso é a acomodação do Partido Progressista, legenda do vice-prefeito Paulinho Freire, na Secretaria de Mobilidade Urbana.
Aldair DantasMicarla de Souza: Há alguns secretários para conversar. Mas agora, no final dessa semana e início da próxima, já estarão saindo para que outros possam estar nos seus lugares.Micarla de Souza: Há alguns secretários para conversar. Mas agora, no final dessa semana e início da próxima, já estarão saindo para que outros possam estar nos seus lugares.

Proximidade com o PP de um lado, críticas diretas a gestão Rosalba Ciarlini do outro. A prefeita Micarla confirma que esperava uma parceria com a gestão estadual, o que não está ocorrendo. Segundo ela, a administração estadual está acumulando um débito mensal de R$ 500 mil com a Prefeitura do Natal. O valor seria a contrapartida do Governo do Estado para a manutenção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), de Pajuçara, que está em funcionamento desde maio de 2010. Confira a entrevista que Micarla de Sousa concedeu:

A senhora pediu para seus auxiliares decidirem agora sobre a eleição de 2012 (ela afirmou que os secretários candidatos deverão deixar os cargos agora). E a senhora já decidiu se será candidata?

A prefeita Micarla já decidiu o que vai acontecer. Mas não quero, de forma alguma que isso se misture com minha gestão. O que o resultado da minha decisão, que depois já foi tomada, a minha família foi consultada, que é mais importante para mim, mas esse resultado só será divulgado no período que antecede as convenções.

A senhora então só anunciará sua decisão em junho?

Em maio. Eu não quero de forma alguma me desviar do foco que estou na nossa gestão. Foram três anos de muitas dificuldades. Não sei o que faria alguém que estivesse no meu lugar, sem R$ 1 do Governo do Estado, acho que isso nunca havia acontecido. Completo meu terceiro ano sem R$ 1 do Governo do Estado. É muito complicado, é muito difícil. Além disso, sem o apoio durante dois anos do Governo Federal.

O Governo Rosalba não lhe ajuda?

Na hora que eu apoiei a governadora Rosalba, fazendo até um gesto de retribuição do seu apoio a minha candidatura e também atendendo um pedido naquele momento do senador José Agripino, que foi uma pessoa por quem sempre tive um carinho muito grande, mas eu imaginava que pelo fato da governadora ter sido a mais votada da nossa cidade, ter recebido nosso apoio e ter sabido e estar consciente das dificuldades que enfrentávamos pelo fato de não ter apoio do Governo Wilma de Faria, imaginava que já tivéssemos tido um socorro mais rápido. O que a governadora me colocou foram as dificuldades que o Estado sofre que não são diferentes das dificuldades que os municípios sofrem. Imaginava que nós (Micarla e Rosalba Ciarlini) estivéssemos com uma parceria, especialmente na área da sáude, que foi o que mais pleiteei. São questões básicas, como a UPA; temos três autorizadas pelo Governo Federal para serem inauguradas, mas segundo a comissão bipartite (comissão integrada por órgãos e servidores da Saúde), toda contrapartida na construção e manutenção deve ser 50% governo (do Estado) e 50% prefeitura. Inauguramos a UPA (Pajuçara) em maio de 2010, vamos para dois anos e até agora o Governo do Estado não deu sua contrapartida. Não repassou nem o valor da UPA e nem o valor da manutenção. Dados concretos: a UPA custa R$ 1,2 milhão por mês. Recebemos do Governo Federal R$ 175 mil por mês, os outros R$ 1 milhão quem banca é a Prefeitura. Temos um déficit por mês que deveria ser do governo do Estado. A questão da saúde foi algo que bati muito, sei que o maior beneficiário das UPAs é o povo, mas o segundo maior beneficiário é o Governo do Estado, por desafogar os grandes hospitais.

A senhora já recebeu a comunicação dos secretários que disputarão o pleito 2012 e deverão deixar o Executivo?

Estou conversando um por um. Há alguns secretários para conversar, alguns já me colocaram. Mas agora, no final dessa semana e início da próxima, já estarão saindo para que outros possam estar nos seus lugares.

A senhora confirma que o PP indicará o novo titular da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob)?

O vice-prefeito Paulinho Freire e a bancada de vereadores, junto com todo partido, o diretório municipal da cidade de Natal, ficou responsável pela indicação da Secretaria de Mobilidade Urbana.

Quem virá mais com essa reforma do secretariado?
Sábado vocês verão no Diário Oficial.

Mas quais serão as pastas a terem mudanças de titularidade: Educação, Saúde, Esporte?

Eu também sou jornalista, ponto. (risos)

Qual o perfil do secretariado que virá?

O perfil é de gente que arregace as mangas, que possa fazer acontecer. A gente passou dois anos, os dois primeiros anos a pão e água tanto com o Governo Federal como com o Governo do Estado. O terceiro ano foi um ano em que devido ao apoio, a parceria com a presidente Dilma Rousseff, as coisas começaram a serem esboçadas. Só no final do ano passado, a partir de dezembro, o que estava esboçado de parceria, como os R$ 338 milhões das obras da Copa, que começaremos dia 23 de fevereiro, como o Minha Casa Minha Vida, a recuperação da nossa malha viária, passaram dos planos da promessa para realidade. Agora temos toda capacidade e oportunidade, ímpar que não tivemos em três anos, de termos recursos para fazermos as obras que Natal precisa. No primeiro ano o investimento foi na saúde, UPA, Sandra Celeste (hospital maternidade), reforma do Hospital de Pescadores, o segundo ano foi da educação, passamos de 2 mil para 15 mil crianças nas escolas. O terceiro ano foi especial para o funcionalismo, o plano de cargos entrou e tivemos um investimentos de quase R$ 100 milhões a mais do que já pagávamos. Tanto é que estamos acima do limite prudencial (da Lei de Responsabilidade Fiscal). O investimento (em 2012) é em infraestrutura. E para ele se concretizar preciso de uma equipe que arregace as mangas. Precisamos de um momento novo para nossa cidade.

Qual a estratégia do município para sair do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal?

Se você for pensar que hoje temos uma folha bruta que chega a R$ 40 milhões e dentro dessa folha os cargos comissionados não chegam a R$ 1,5 milhão. Não penso de forma alguma em voltar atrás em nenhuma ação que fizemos com relação ao incremento que ganha o servidor público. Qual a nossa saída? É aumentar a receita. Hoje nós felizmente estamos com uma receita que teve recorde em janeiro. Foi a maior receita de todos meses de janeiro. Isso se deve ao pagamento do IPTU. Ano passado o IPTU chegou a ter uma inadimplência de 56%, na zona Norte, em regiões como Lagoa Azul era 82% de inadimplência. Hoje nós batemos o recorde, com R$ 30 milhões (apenas em IPTU) no mês de janeiro. Com esses recursos já podemos deixar uma reserva desse valor para o início das obras da Copa, para as primeiras desapropriações e primeiras contrapartidas. Foi fundamental o apoio da presidenta Dilma Rousseff. O Governo Federal está nos ajudando com obras de revitalização da nossa malha viária. ossa malha viária precisa de um "up" e isso nós vamos fazer esse ano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário