domingo, 17 de abril de 2011

“A hora é de trabalho, de vencer desafios”

Politica - RN


Anna Ruth Dantas - repórter da Tribuna do Norte
Entrevista o Deputado Federal Henrique Eduardo Alves


Líder do PMDB na Câmara dos Deputados e presidente estadual do partido, o deputado federal Henrique Eduardo Alves enaltece os avanços recentes para dois dos projetos do Rio Grande do Norte - a Copa do Mundo de 2014 e o Aeroporto Internacional de São Gonçalo -, critica o debate “precipitado” sobre eleições de 2012 e 2014 e convoca a classe política potiguar para se unir em defesa dos interesses do RN. Para o parlamentar peemedebista, as discussões sobre eleições entravam a própria unidade da classe política por projetos administrativos. “A gente tem que se unir e esquecer eleição e não ficar preocupado se vai gerar ou não aliança política, isso aí a gente deixa para época própria da política eleitoral e cada um que avalie o que é melhor para o seu partido”, analisa.



 
Contundentes, as críticas do deputado federal Henrique Eduardo também são dirigidas aos gestores municipais e estadual. Para ele, é preciso integrar ações, programas conjuntos, como é caso do turismo, do trabalho de combate à dengue, do projeto de integração do transporte.
Em meio a declarações da política administrativa, o deputado federal Henrique Eduardo Alves foi questionado sobre a política partidária e eleitoral, tanto de 2012 como de 2014. Foi cauteloso, ponderado e sucinto: “Convoco o Rio Grande do Norte para deixar a eleição que passou, não pensar na eleição que virá daqui a dois anos.”
Sobre os projetos administrativos e política 2012, o deputado federal Henrique Eduardo Alves concedeu a seguinte entrevista:


Como o senhor avalia essa nova fase do projeto do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante?



A grande notícia para o nosso Estado foi a consolidação do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante. É um processo que se arrasta há 14 anos. Quero fazer justiça a todos que participaram dessa luta, a começar pelo presidente Fernando Henrique Cardoso porque foi no Governo Garibaldi Filho que ocorreu o primeiro passo. A partir dali todos tentaram viabilizar esse aeroporto com recursos da União, da Infraero. Ao longo do tempo foi se arrastando. E aí houve o grande gesto político da então ministra Dilma e do presidente Lula que tiveram coragem de quebrar o paradigma e tornar o aeroporto de São Gonçalo a primeira experiência, inovadora, única no Brasil, de aeroporto de carga e passageiro privado. Depois participei do enfrentamento com o pessoal do Rio de Janeiro e São Paulo que queriam essa modelagem para os aeroportos de lá. A ministra e o presidente foram de uma correção ímpar com nosso Estado, sensibilidade ímpar com o Nordeste brasileiro, quando disseram para os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro que a experiência inovadora, primeira, seria no Nordeste, no Rio Grande do Norte e em São Gonçalo. Se fosse abrir para o Brasil esse tipo de modelo, pela força de mercado esse investimento iria para São Paulo e para o Rio e no final da fila o Rio Grande do Norte. A tese prevaleceu, Graças a Deus e a eles (Dilma Rousseff e Lula), teremos um aeroporto com capacidade, no espaço de três anos, para 5 milhões de passageiros. É um investimento total de R$ 1 bilhão. R$ 250 milhões a R$ 300 milhões do Poder Público e o restante da iniciativa privada. Vai gerar mais de 20 mil empregos. Será um Rio Grande do Norte antes e depois do aeroporto.


Mas o senhor acha que concluirá antes da Copa? O estudo do Ipea afirma que não será finalizado antes do Mundial.


 
Não tenho dúvida que será concluído antes da Copa. Antes as pessoas diziam que o aeroporto não iria sair. Agora todos acreditam que o aeroporto vai sair. Agora um documento do IPEA, que eu vou tratar disso depois da Semana Santa, afirma que o aeroporto não vai ficar pronto. Vai ficar pronto sim. A empresa que for assumir, ganhadora do consórcio, terá que assumir o compromisso, será a exigência de entregar no prazo de início de 2014. E é possível sim com uma boa cobrança e boa vontade. Ainda há algumas etapas a serem feitas. O ministro Valmir Campelo (do Tribunal de Contas da União), a nosso pedido, dividiu o processo do Aeroporto de São Gonçalo em três estágios. O de concessão, que é o mais importante, que dá o ponto de partida, esse nós já vencemos. Tem ainda o ambiental, que está caminhando muito bem, e o edital da construção. Se ele fosse juntar os três numa base só demoraria mais tempo. Então o ministro disse que iria separar e faria o da concessão primeiro, porque este dá início a todo processo.


Há previsão para início das obras?


Antes do final deste mês teremos o edital nas ruas com o preço mínimo de R$ 51,8 milhões para quem vai ser o ganhador desse processo novo, de uma concessão onerosa por 28 anos. Será o aeroporto que se transformará na porta do mundo para entrar no Brasil. Vamos inverter esse processo, de entrar por São Paulo e depois chegar aqui o passageiro ou a carga. Primeiro entrarão por aqui e depois se deslocarão para o Sul do país. Vamos mudar a fisionomia do Rio Grande do Norte.


O aeroporto entra em uma nova fase, ao mesmo tempo em que a Copa do Mundo de 2014 em Natal teve a ordem e serviço assinada...


É bom esclarecer que aqui ou acolá ouço declarações de que o Estado esteve perto de perder a Copa do Mundo. Pois digo que nunca o Estado do Rio Grande do Norte correu esse risco. Atrasos aconteceram, mas outras (sedes da Copa) estão mais atrasadas que a nossa, mas tudo dentro do prazo previsível e suportável. Não houve, em momento algum, risco de Natal deixar de ser sede da Copa do Mundo. Quem estiver usando esse discurso trate de mudar porque eu terei de contestar. Foi o projeto mais bem avaliado, foi a cidade mais bem avaliada, foram o clima, a amabilidade do povo, a cidade plana, a rede hoteleira que nos credenciaram. As obras serão feitas, o aeroporto complementa, mas nunca Natal deixou de ser sede da Copa do Mundo. A assinatura do contrato é importante. No caso do Machadão acho que poderia ter sido feito um esforço para antecipar a demolição, poderia ter avançado nisso. Mas está tudo dentro do prazo e as coisas irão acontecer.


A sua influência junto ao Governo Federal parece trazer garantias de obras como o aeroporto.



Não é influência minha. Não é a força do deputado Henrique, tem muito aí a força do meu partido, do PMDB, é um partido que é forte na Câmara, forte no Senado, é o maior partido do Brasil e isso pesa na hora de decidir candidato junto ao Governo.


Mas o senhor é o líder do PMDB na Câmara dos Deputados?


Sim, mas isso é questão de interlocução. Mas essa é a força do partido e todos colaboraram. Essa luta foi do governador Garibaldi antes, da governadora Wilma, do governador Iberê, da governadora Rosalba agora. É um esforço de todos nós, coletivamente. Não há guerra, disputa de vaidade que seria algo muito primário e imaturo. Mas agora há outras etapas há vencer.


E no meio dessas etapas, eleições municipais. Isso atrapalha?



Acho que a questão de se colocar disputa para prefeito, pesquisa, isso está muito fora de época. O eleitor não quer saber disso, ele está pensando em outras coisas. O eleitor quer saber agora dos projetos, dos programas, como estão os resultados. Essa é a hora da união, independente da eleição daqui a dois anos. Nós temos desafios urgentes. As ZPEs (Zonas de Processamento Ambiental) são importantes que elas sejam consolidadas junto com o aeroporto. Tem também a questão do Porto de Natal. Nosso porto já está perdendo pela sua capacidade reduzida, perdendo para Pecém, Suape. Há um projeto muito bem feito pela Codern viabilizando um novo cais do outro lado do rio.


Mas um outro porto naquele local não traz uma discussão ambiental?


É verdade. Isso vai gerar uma polêmica de meio ambiente, mas precisamos discutir logo isso. Esse é um desafio urgente de toda bancada, governadora, é compromisso do Rio Grande do Norte com o seu futuro. Temos ainda a questão da BR 304, Natal-Mossoró. Nós já temos duplicado Fortaleza chegando a Aracati, se duplicarmos o braço Natal-Mossoró, faremos Natal-Fortaleza com muito mais proximidade. A produção será escoada mais rapidamente. Acho que é uma interligação importante para conseguirmos nessa luta comum, duplicar Natal-Mossoró. Temos outros desafios que é a qualificação da mão-de-obra. Esses eventos que irão ocorrer, os instrumentos que serão viabilizados temos que ter o aproveitamento da mão de obra daqui. Como será instalar essas empresas, esses equipamentos e virem trabalhadores da Bahia, do Rio de Janeiro, de São Paulo? Esse é o apelo que eu faço para o nosso jovem estar habilitado, preparado, para ocupar esse emprego. Só no nosso aeroporto de 25 mil empregos, 40% das empresas de aviação aérea irão se instalar no aeroporto aqui. Elas precisarão de funcionários que falem Inglês, Espanhol, Japonês, Francês, isso é um curso que leva dois ou três anos para fazer um curso de boa qualidade. Precisamos trabalhar essa garotada toda. Inclusive, promover curso de Informática, virão muitas empresas. Temos que gerar emprego, primeiro os nossos (trabalhadores locais), a qualificação precisa ser feita para que o cidadão possa ter o seu emprego, a sua renda e ajudar a gerar o desenvolvimento do Rio Grande do Norte.


Não é perigoso apostar o desenvolvimento do Estado apenas no aeroporto?


Tem também a questão da eólica. Estão investindo R$ 8 bilhões que pode ser muito mais e há um estudo ainda preliminar de poder fazer a eólica no mar. Temos um dos mais rasos (mares) do Nordeste. Então essa questão poderia ser viabilizada com um custo muito mais baixo porque não teria a compra do terreno e forçariam os terrenos a terem o preço mais. É uma opção que poderemos ter e favorecendo muito o Rio Grande do Norte. A eólica será um braço muito forte do nosso desenvolvimento.
Temos que aproveitar o bom momento do país"


Embora o senhor esteja evitando falar de política, o que se percebe é uma proximidade do senhor com a governadora Rosalba Ciarlini. Seria uma proximidade administrativa que poderá se converter em aliança política?


Não votei na governadora Rosalba, votei em Iberê, não me arrependo. Conheço Iberê e ele mereceu meu voto, mas a eleição passou. Só queria que os políticos entendessem que a eleição passou. Quem ganhou, ganhou, quem perdeu que respeite. Desde primeiro de janeiro a governadora é Rosalba. Mesmo não tendo votado nela, quem teve a iniciativa de levá-la à presidenta Dilma para abrir as portas - e elas foram abertas - foi o deputado Henrique em uma audiência que foi importante pela postura da presidenta Dilma e pela postura da governadora Rosalba. Elas se afinaram, são mulheres administradoras com desafios, a partir dali (ele, Henrique Eduardo) quis mostrar à classe política e ao Rio Grande do Norte que nós temos que nos unir. O Ceará é conhecido pela sua briga com outros Estados, mas dentro se une como ninguém. Pernambuco mostrou como cresceu pelo que construiu. A Bahia está aí e nem Nordeste mais é por tanto crescimento que teve. Agora é a vez do Rio Grande do Norte. Com esse aeroporto, com as ZPEs, com o novo porto, com a energia eólica. A gente tem que se unir e esquecer eleição e não ficar preocupado se vai gerar ou não aliança política, isso aí a gente deixa para época própria da política eleitoral e cada um que avalie o que é melhor para o seu partido. Agora convoco a classe política para a gente dar as mãos e fazer a luta da unidade do Rio Grande do Norte. O Brasil está hoje em um bom momento, bons investimentos, recursos na infraestrutura, mas vão ter as prioridades. E no Nordeste a briga é terrível no bom sentido. Quem tiver maior força, e isso passa pela unidade, vai priorizar os seus projetos. Convoco o Rio Grande do Norte para deixar a eleição que passou, não pensar na eleição que virá daqui a dois anos. Se não acontece isso: você não se une com fulano porque ele pode ser prefeito daqui a dois anos, não dar as mãos porque pode se reeleger, se pensar nisso como fica cidadão que mora aqui e quer melhorias na educação, saúde, segurança, geração de renda? Não adianta pensar agora quem será prefeito, governador. Já vejo especulação de quem será o senador. Acho isso tão fora de propósito porque isso termina nos dividindo. Podem dizer que não, mas divide sim porque (pensando na política eleitoral) os encontros são rarefeitos, reuniões desmotivadas, cada um pensando se vai ajudar um adversário ou não. Isso é um grave erro que aqui eu quero evitar que ocorra. É hora de deixar a eleição que passou e a eleição que vem e fazer o presente do Rio Grande do Norte.


Embora o sr. diga isso, o PMDB já disse que vai lançar candidato próprio a prefeito de Natal.



Isso é um conceito partidário. Não é definição de candidatura e nem dizer quem será o candidato. É um conceito que vai prevalecer em todos os partidos. Há muitos anos não temos candidato a prefeito de Natal. Como conceituação o partido decidiu que onde há eleição em cidades maiores é obrigatório ter candidato a prefeito.


O deputado Hermano Morais é o nome do PMDB para disputar a Prefeitura do Natal?



Se estou condenando a antecipação de candidatura não vou cometer esse erro (de falar sobre candidatura). O deputado Hermano é qualificado, mas vamos deixar para depois a questão eleitoral. Agora estou preocupado com o projeto para desenvolver, para libertar o Rio Grande do Norte.


Mas ainda insistindo um pouco sobre política, o seu nome é citado como provável candidato a senador. Seria o seu caminho em 2014?


Esse assunto é fora de pauta. Se eu pensar nisso, é da pessoa humana quem é que será meu concorrente daqui a quatro anos aí já começa a ver a pessoa diferente. Isso não é bom para o Estado. O cidadão se você perguntar na próxima eleição ele até se irrita. A obrigação de quem se elegeu é cumprir agora o seu projeto.


Então o senhor reprova candidato que já está defendendo candidatura?


Acho equivocado. Respeito as diferentes visões, é hora de organizar partido sim, é permanente, atualizar. Agora colocar como principal ponto a questão da eleição daqui a dois anos não. É hora de dar as mãos. Como vou dar as mãos com sinceridade pensando em eleição? Temos que ser todos iguais na luta igual pelo Rio Grande do Norte. Dou um exemplo claro e faço até um apelo à governadora e à prefeita de Natal e aos prefeitos da Grande Natal, não entendo como a questão do turismo que é básico para a cidade, não entendo como os Governos não se sentam para isso, não conversam. É prefeitura para um lado e Governo para outro, quando é coisa vital para o Rio Grande do Norte.


Falta amadurecimento desses gestores?


Não. Acho que falta decisão política. Veja a questão da dengue. Por que o Estado não se une a Prefeitura para combater juntos? Não é só Natal. Não é só São Gonçalo, Parnamirim. Haveria um momento de problema comum, estratégia comum, dividir parcela de recursos e se unir. O trânsito em Natal avança, em Parnamirim também, avança em São Gonçalo e não vejo ação conjunta, vejo ação isolada. A questão de qualificação de mão de obra poderia ser feita conjuntamente. Por que as pessoas não se sentam? E eu sei da boa vontade da governadora Rosalba. Ela teria a maior disponibilidade para isso. A prefeita Micarla está aí, lutando com muitas dificuldades.

ESCLEROSE MÚLTIPLA

Saúde - Brasil


O que é?


É uma doença do Sistema Nervoso Central, lentamente progressiva, que se caracteriza por placas disseminadas de desmielinização (perda da substância - mielina - que envolve os nervos) no crânio e medula espinhal , dando lugar a sintomas e sinais neurológicos sumamente variados e múltiplos, às vezes com remissões, outras com exacerbações, tornando o diagnóstico, o prognóstico e a eficiência dos medicamentos discutíveis.

O que causa?

Não existem causas conhecidas para a esclerose múltipla, entretanto estudam-se causas do tipo anomalias imunológicas, infecção produzida por um vírus latente ou lento e mielinólise por enzimas.

Observações de casos familiares sugerem suscetibilidade genética e as mulheres são um pouco mais afetadas do que os homens.

Podemos dizer que atualmente há maior número de casos do que nos anos 50, e que as manifestações surgem entre os 20 e os 40 anos de idade, sendo que essa enfermidade teria menor prevalência e incidência na América Latina, principalmente no Brasil, pois é mais comum em climas temperados do que em climas tropicais.

O que se sente?

Os pacientes referem problemas visuais, distúrbios da linguagem, da marcha, do equilíbrio, da força, fraqueza transitória no início da doença, em uma ou mais extremidades, dormências, com períodos às vezes de melhoras e pioras, sendo que quando predomina na medula, as manifestações motoras, sensitivas e esfincterianas se encontram geralmente presentes, existindo raramente dor.

A evolução é imprevisível e muito variada. No início podem haver períodos longos de meses ou anos entre um episódio ou outro, mas os intervalos tendem a diminuir e eventualmente ocorre a incapacitação progressiva e permanente. Alguns pacientes se tornam rapidamente incapacitados. Quando a doença se apresenta na meia-idade a progressão é rápida e sem melhoras e às vezes fatal em apenas um ano.

Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico possível e provável dependerá da experiência do neurologista que, auxiliado por exames para-clínicos pertinentes, tais como: Ressonância Magnética, líquido cefalorraquidiano, potenciais evocados e outros, chegará ao diagnóstico definitivo, sem praticamente precisar do exame anátomo-patológico.

Qual é o tratamento?

Quanto ao tratamento, além dos cuidados gerais, recomenda-se fisioterapia e psicoterapia. Usam-se antivirais como Amantadina, Aciclovir, Interferon, Imunossupressores, ACTH, Corticóides que, se não curam, poderão melhorar às vezes sensivelmente a sintomatologia, sobretudo Pulsoterapia corticóide, acompanhado ocasionalmente por plasmaferese, são algumas armas utilizadas com o intuito de combater a doença, porém devemos reconhecer que são sumamente dispendiosos e com resultados discutíveis. Inobstante poder combater os sintomas como a espasticidade (droga antiespástica), toxinas botulínica, betabloqueadores e as dores raras do Trigêmeo (carbamazepina e clonazepam), inequívocamente auxiliam a vida dos pacientes, que apresentam sempre um sinal de interrogação no seu prognóstico.


Veja abaixo um exemplo de superação


Claudia Rodrigues: "Saí do consultório e me acabei de chorar"

A atriz descreve o drama da esclerose múltipla e fala de sua expectativa de voltar à TV


O sorriso com que a atriz e humorista Claudia Rodrigues recebeu a reportagem de ÉPOCA sumiu quando ela notou a presença do fotógrafo. “Vai ter fotografia? Não gosto de foto, prefiro vídeo”, disse, na sala de seu apartamento na Gávea, no Rio de Janeiro, uma cobertura com vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas, o mar e o Cristo Redentor. Claudia estava vestida à vontade e sem maquiagem. Para ficar arrumada, limitou-se a pôr brincos e um vestido. “Nem um batonzinho?”, disse Lucia Colucci, sua agente. Não. Após a foto, desfez a produção. “Voltei a ser eu”, afirma, satisfeita. Em vários sentidos, Claudia quer voltar a ser ela mesma.


Claudia é portadora de esclerose múltipla, doença que atinge cerca de 35 mil brasileiros e provoca sintomas como perda de memória, dificuldades motoras e na fala. A doença foi diagnosticada há cerca de dez anos. Os sintomas se agravaram em 2009, levando ao cancelamento das gravações da série A diarista, em que interpretava a protagonista Marinete. Ela se afastou para fazer tratamento. Quase dois anos depois, melhor, ensaia a volta ao trabalho. Na semana passada, aguardava resposta sobre a volta da personagem Ofélia em Zorra total. Acompanhada de sua agente (“ela sou eu”, diz sobre a proximidade das duas), Claudia falou do período em que a doença atingiu seu estágio mais severo e de sua recuperação.

ENTREVISTA - CLAUDIA RODRIGUES
 
 
QUEM É


Formada em educação física pela Universidade Gama Filho, seguiu carreira como atriz e comediante. Estudou artes cênicas no Teatro Escola da Rosane Gofman. É mãe de Iza, de 8 anos

O QUE FEZ

Fez filmes como Xuxa popstar e programas humorísticos de televisão como Escolinha do Professor Raimundo, Sai de baixo, Zorra total e A diarista
 
 
 
 
ÉPOCA – Como você descobriu que sofria de esclerose múltipla?


Claudia Rodrigues – Estava na peça Monólogos da vagina, em São Paulo, quando senti uma dormência no braço esquerdo. Achei que fosse cansaço ou algum problema de coluna. O pessoal da produção disse que eu poderia estar infartando, então fui ao hospital. Segunda-feira eu vim a uma clínica no Rio. Fiz exames, não deu nada. A médica pediu ressonância do cérebro. Eu respondi: “Minha cabeça é vazia, mas se você quiser ver...”. Uma médica entrou e disse: “Chamei outro médico para falar com você”. Perguntei o que eu tinha. Ela disse: “Ah, o neurologista vai te explicar”. Ele entrou e foi bem direto: “Esclerose múltipla”. O nome não me dizia muita coisa, mas assustou. O médico disse que eu poderia ter uma vida normal e mais para frente poderia sentir alguma coisa. Saí do quarto e me acabei de chorar. Voltei e perguntei: “Doutor, tenho uma pergunta só: vou poder ser mãe?”. Ele disse que sim. Fiquei um pouco mais tranquila.

ÉPOCA – Quando a doença passou a incomodar?

Claudia – Foi por volta de junho de 2009. Passei a sofrer problemas de memória durante as gravações de A diarista. Eu nunca tinha problemas para decorar textos. Me passavam em cima da hora, eu ia lá e fazia. Nunca tinha pedido texto no meio da gravação. O esquecimento me abateu. As gravações foram interrompidas. Fiquei chateada.

ÉPOCA – Como a doença a afetava?

Claudia – Não conseguia nem falar, né? Eu falava era um “blã, blã, blã”. Eu tinha dificuldades para andar. Agora estou andando melhor. E a memória, né?

ÉPOCA – Como foi interromper a carreira?

Claudia – Foi muito complicado. Eu sou formada em educação física, dei aulas por três anos. Não sinto muitas saudades. Me descobri atriz. Não sei fazer outra coisa. Minha mãe até perguntava se eu iria ficar parada em casa. “Mãe, eu só quero atuar.” (Silêncio.) Fico chateada. Não tinha costume de ficar em casa. Agora fico muito tempo aqui.

ÉPOCA – Como era sua rotina nos primeiros meses?

Claudia – Não era nada. Ficava o tempo todo em casa, montando quebra-cabeça e cuidando da minha filha (Iza, de 8 anos).

ÉPOCA – O que mais você fazia?

Claudia – Quando era criança, eu tinha mania de passar trotes. E voltei a passar. Eu digo que hoje é dia do Mc Lanche Feliz e pergunto à pessoa qual a loja mais próxima. Aí eu falo, falo, falo, falo... Liguei para algumas amigas que diziam com um “não posso” ou eram grosseiras. Eu chamava de sem coração. Alguns desligavam na minha cara. Era minha onda passar trote. Eu esculachava geral quem não comprava.
"Eu vejo televisão e penso: ‘Por que não estou lá?
Não quero tomar o papel de ninguém. Só quero atuar"

ÉPOCA – Você não sentia vontade de sair de casa?

Claudia – Não. As pessoas me chamavam, mas eu não saía. Minha mãe me mandava para a rua. Eu dizia “não quero, para quê?”. Todo mundo vira para você e pergunta “quando você volta?”. “Já, já”, eu respondia. “Mas quando?” “Meu amor, não sei quando, mas já já, eu estou em tratamento e...” “Ah, minha tia também sofre desse problema, sabia?” “Ah, manda um beijo para sua tia.” É chato. Como eu não quero ser grossa, prefiro não sair.
Sempre tem alguém para te botar para baixo. Eu entrei no Facebook, mas quero sair. Vem alguém e escreve “conheço uma igreja, queria muito que você fosse...”. Outro me pergunta se eu conheço Jesus... sim, conheço Jesus. Minha mãe é católica e eu estudei em colégio batista.

ÉPOCA – Como é ficar sem atuar?

Claudia – Eu vejo televisão e penso: “Por que eu não estou lá?”. Não quero tomar o papel de ninguém. Só quero atuar. Depois que você sai do foco, as pessoas te esquecem.

ÉPOCA – E o tratamento?

Claudia – Eu fiz em São Paulo. Logo eu, que sempre fiz piada de São Paulo, uma cidade com muita gente, prédio pra caramba, com pessoas que falam mal de carioca... (a agente, paulistana, faz cara feia). Não adianta fazer essa cara, não (risos). Me consultei com o doutor Charles Tibery, do (Hospital Albert) Einstein. Eu falei: “Meu cérebro não está bom, né?”. Ele disse que não. “Então tchau”, respondi. Ele disse: “Tchau, não. Você vai ficar aqui uns dias”. Comecei a tomar o natalizumabe (medicamento) e melhorei muito.

ÉPOCA – E hoje, você acha que está boa?

Claudia – Minha memória está bacana. Coisas de que eu não lembrava, como números de telefone, agora eu me lembro. Outro dia lembrei da minha matrícula da faculdade. Eu me sinto bem.

ÉPOCA – O que pretende fazer agora?

Claudia – Se Deus quiser, sexta-feira vou ao Projac e gravo uma Ofélia. Tomara que seja a primeira de muitas.

ÉPOCA – Ansiosa?

Claudia – Mais ou menos. Quero voltar a interpretar e fazer bem o papel.

ÉPOCA – Alguma insegurança?

Claudia – Não.

ÉPOCA – Você ensaia em casa?

Claudia – Não.

ÉPOCA – Alguma personagem que você viveu lhe serve de inspiração?

Claudia – A Thalía (da Escolinha do Professor Raimundo, que tinha o bordão “vou beijar muuitoo”). Ela é uma mulher que eu queria ser. É péssima, mas se acha “a” mulher. Ela tem uma autoestima muito forte. A Marinete (protagonista de A diarista) é muito correta, muito honesta. Não que eu não seja honesta! (Risos.)

História dos Mártires - Parte 2

Religião - RN


Eliminando a resistência


Em Uruaçu, massacre eliminou os líderes locais para evitar que levante chegasse ao Rio Grande do Norte



A notícia do massacre em Cunhaú espalhou-se rápido entre os colonos luso-brasileiros do Rio Grande. Em Natal, mesmo suspeitando da conivência do governo holandês com o crime, alguns moradores influentes, liderados pelo padre Ambrósio Francisco Ferro, pediram abrigo no Castelo de Keulen. A princípio foram recebidos como hóspedes.


Outros, que não foram ao castelo, ergueram um paliçada para forticar a localidade conhecida como Potengi, distante cerca de três léguas (18 km) do Castelo de Keulen, às margens do rio Jundiái. O número de moradores refugiados na paliçada passava é incerto. Cronistas portugueses falam em "70 homens". Documentos holandeses citam 232 pessoas.


O terror aumentava a medida que chegavam notícias da marcha dos tapuias e potiguares, junto com o grupo de Jacob Rabbí, por vários localidades entre o Rio Grande e Paraíba. Os colonos juntaram armas e mantimentos para resistirem a um possível ataque e cerco dos índios e holandeses.


Alguns cronistas atribuem à vontade pessoal de Jacob Rabbí a ordem de ataque ao arraiá do Potengi. A lógica da guerra mostra que foi o próprio conselho holandês quem deve ter determinado o ataque que acabou no segundo massacre de colonos luso-brasileiros no Rio Grande. Uma paliçada, com homens em armas e prontos para a resistência, não deve ter parecido nada amistoso aos holandeses que já começavam a perder terreno para revoltosos, com táticas semelhantes, em Pernambuco.


Pesquisando nos arquivos de Haia para a causa da postulação dos martíres, monsenhor Francisco de Assis, encontrou documentos que provam a conivência do governo holandês. A reconstituição dos fatos, com base em documentos portugueses e flamengos, mostram que o cerco a paliçada do Potengi durou 16 dias. Foi iniciada em setembro pelo grupo de Jacob Rabbí e, depois, contou com reforços enviados pelo Castelo de Keulen, incluindo duas peças de artilharia. O bombardeio forçou a rendição dos luso-brasileiros.


Ocupada a paliçada do Potengi, os holandeses levaram cinco reféns para o Castelo de Keulen. Os demais colonos ficaram confinados a paliçada, mas já não tinham muitas esperanças sobre o que poderia acontecer. Diogo Lopes Santiago (Historia da Guera de Pernambuco) e Manuel Calado do Salvador (O Valeroso Lucideno e Triunfo da Liberdade) contam que o clima entre os refugiados era de "intensa religiosidade", fazendo-se penitências e procissões.


No Castelo de Keulen, aguardava-se a visita de um emissário do Alto e Secreto Conselho do Recife, Adriaen van Bullestrate, que deveria inspecionar o que acontecia no Rio Grande. No dia 2 de outubro chegou uma lancha ao castelo, com uma mensagem do conselho. Os historiadores consideram que era a ordem para executar os principais líderes dos colonos, desestimulando a revolta em terras do Rio Grande.


Não há comprovação dessa ordem, em outros registros históricos, mas o fato é que no dia seguinte - 03 de outubro - os 12 colonos que estavam no castelo são levados em botes para o porto de Uruaçu e executados. À morte deles, segue-se a chacina dos que estavam refugiados em Potengi, depois de terem sido retirados da paliçada e levados para o mesmo porto.


Perfis da fé e do ódio



Dados biográficos são imprecisos pela falta de registros sobre a população do século XVII nas colônias



Os nomes das vítimas de Cunhaú e Uruaçu constam de várias crônicas portuguesas do século XVII sobre a guerra contra os holandeses em Pernambuco. As três principais, nas quais o monsenhor Francisco de Assis Pereira baseou-se para elaborar a lista dos 30 mártires propostos para a beatificação, são as crônicas de Frei Manuel Calado do Salvador (in O Valeroso Lucideno e Triunfo da Liberdade, de 1648), Diogo Lopes Santiago (in História da Guerra de Pernambuco) e Frei Rafael de Jesus (in Castrioto Lusitano, de 1679).


Abaixo, relação completa dos mártires, com detalhes biográficos de alguns.



Biografias


Padre André de Soveral


O sacerdote é um dos dois brasileiros incluídos na lista para a beatificação. Nasceu em São Vicente, litoral paulsita, em 1572. Como missionário jesuíta catequizou os índios no Nordeste do Brasil. Depois, já no Clero diocesano, foi pároco de Cunhaú, onde foi morto durante a missa com mais 69 fiéis.


Domingos de Carvalho


Além do padre André de Soveral, é o único dos fiéis mortos em Cunháu, identificado com segurança. Não há informações sobre seus afazeres, mas no corpo foram encontradas moedas de ouro, sinal de que devia ser algum mercado próspero. Há dúvidas se foi morto na capela ou na casa do engenho.


Padre Ambrósio Francisco Ferro


Português dos Açores, foi nomeado vigário do Rio Grande em 1636. Refugiou-se na Fortaleza dos Reis Magos (Castelo de Keulen), após o massacre de Cunháu, junto com mais cinco principais da cidade. Foi levado para a morte em Uruaçu.


Antônio Vilela Cid


Fidalgo, nascido em Castela, Espanha, veio para o Rio Grande em 1613 para assumir por ordens do rei Felipe II o cargo de capitão-mor. Nâo se sabe porque não exerceu a função, mas em 1620 era juiz ordinário em Natal. Casou com Dona Inês Duarte, irmão do padre Ambrósio Francisco Ferro. Acusado pelo chefe Janduí de ter sido cúmplice na morte de um holandês, na capitania do Ceará, foi preso no Castelo de Keulen por suspeita de conspiração.


Estêvão Machado de Miranda


Um dos principais da capitania do Rio Grande, casado com dona Bárbara, filha de Antonio Vilela Cid. Em 1643 fazia parte da Câmara dos Escabinos, espécie de câmara municipal junto ao governo holandês. Esteve na paliçada do Potengi e foi um dos cinco refêns presos na fortaleza. Junto com ele foram sacrificadas, em Uruaçu, duas filhas pequenas.


Antonio Vilela, o Moço


Filho de Antonio Vilela Cid. Retirado da paliçada do Potengi e morto juntamente com uma filha pequena.


Mateus Moreira


Estava na paliçada do Potengi. Teve o coração arrancado pelas costas e morreu exclamando "Louvado seja o Santíssimo Sacramento".


Antônio Baracho


Também retirado da paliçada do Potengi. Teve o corpo amarrado a uma árvore. Arrancaram-lhe a língua e o castraram, colocando na boca os orgãos genitais. Foi açoitado e queimado com ferros em brasa.


Manuel Rodrigues de Moura


Resistente da paliçada do Potengi. Foi levado para o sacrifício com a mulher, que os cronistas não identificam o nome. Relatam apenas que, depois de morto o marido, ela teve os pés e as mãos amputados, sobrevivendo ainda por três dias.


João Lostau Navarro


Nascido em Navarra, a época incorporado à França de Henrique IV. Um dos mais antigos moradores da capitania do Rio Grande. Tinha uma "casa forte" na praia de Tabatinga, invadida por Jacob Rabbi após o ataque em Cunhaú. João Lostau resistiu e foi preso no Castelo de Keulen. Era sogro do tenente-coronel Joris Garstman, comandante holandês que governou o Rio Grande de 1633 a 1637.


João Martins


Jovem que liderava um grupo de sete companheiros. Pariciparam da resistência na paliçada do Potengi. Em Uruaçu foi convidado a passar-se para o lado dos holandeses. Como recusaram, foram mortos. João Martins foi o último a ser executado, após ter sido obrigado a presenciar a morte dos amigos.


Relação completa dos mártires


Mortos em Cunháu:


- Padre André de Soveral

- Domingos de Carvalho


Mortos em Uruaçu:


- Padre Ambrósio Francisco Ferro

- Antônio Vilela, o Moço

- José do Porto

- Francisco de Bastos

- Diogo Pereira

- João Lostau Navarro

- Antônio Vilela Cid

- Estêvão Machado de Miranda

- Vicente de Souza Pereira

- Francisco Mendes Pereira

- João da Silveira

- Simão Correia

- Antônio Barracho

- Mateus Moreira

- João Martins

- Uma filha deManuel Rodrigues de Moura

- A esposa de Manuel Rodrigues de Moura

-Antônio Vilela, o Moço

- Uma filha de Francisco Dias, o Moço

- Primeiro Jovem companheiro de João Martins

- Segundo Jovem companheiro de João Martins

- Terceiro Jovem companheiro de João Martins

- Quarto Jovem companheiro de João Martins

- Quinto Jovem companheiro de João Martins

- Sexto Jovem companheiro de João Martins

- Sétimo Jovem commpanheiro de João Martins

- Primeira filha de Estêvão Macado de Miranda

- Segunda filha de Estêvão Machado de Miranda

Jacob Rabbí teve carreira marcada pela crueldade


Na repressão desencadeada pelos holandeses na capitania do Rio Grande, após o início do levante em Pernambuco, o alvo mais frequente foi a população civil. Os agentes mais atuentes dessa repressão foram os índios - tapuias e potiguares - e o alemão Jacob Rabbí.


A figura de Jacob Rabbi inspirou diversas versões entre os cronistas e historiadores, a maioria delas demoníacas. Natural do condado de condado de Waldeck, emigrou para a Holanda e foi contratado pela Companhia das Índias Ocidentais. Os historiadores o consideravam judeu, mas essa é uma versão que vem sendo discutida e alguns autores já descartam essa possibilidade.


Rabbi chegou ao Brasil junto com o conde João Maurício de Nassau-Siegen, em 23 de janeiro de 1637, desembarcnado no Recife. Em território brasileiro, a missão do alemão era de intérprete junto aos indios aliados, no meio dos quais passou a viver, adotando alguns dos seus costumes. Casou com uma índica janduí, Domingas, e mostrou-se um observador culto. Seus estudos etnográfico sobre os índios não eram destituídos de valor e foi citado por autores posteriores, apesar dos manuscritos terem se perdido. Sintetizou suas informações sobre a vida indígena na obra " De Tapuryarum moribus et consuetubinibus, e Relatione Iacobbi Rabbi, Qui aliquot annos inter illos vixit".


No comando das tropas de janduís e potiguares, além de aventureiros que viam na guerra uma oportunidade de enriquecimento, Rabbí foi responsável por massacres e saques a engenhos entre nas capitanias do Rio Grande, Paraíba e Pernambuco. Entre o massacre de Cunhaú, em 16 de julho de 1645, e o de Uruaçu, em 3 de outubro do mesmo ano, o aventureiro desceu em direção a Goiana (Pernambuco), saqueando tudo pelo caminho. Em meados de agosto, as margens do rio Goiana, foi detido e rechaçado por tropas luso-brasileiras, tomando então a decisão de voltar ao Rio Grande, onde atacou, em setembro, a paliçada do Potengi.


Por conta da morte de João Lostau Navarro, em Uruaçu, Rabbi foi morto em emboscada na noite de 4 de abril de 1646 – menos de um ano depois do massacre - quando sai de um jantar na casa de um certo Dirck Maeller, as margens do Potengi. As investigações apontaram como mandante do crime o tenente-coronel Joris Garstman, genro de João Lostau. Garstman chegou a ser punido e enviado de volta à Holanda, mas acabou anistiado e voltou ao Brasil, permancendo até 1654.

GP da China - Hamilton bate Vettel e vence uma corrida emocionante

Formula 1


Mark Webber completou o pódio em terceiro, e Massa foi o sexto


O atual campeão do mundo, Sebastian Vettel, foi finalmente superado. Em uma emocionante corrida, Lewis Hamilton venceu neste domingo o GP da China, terceira etapa do mundial de F-1 em 2011. O piloto alemão da Red Bull ficou em segundo lugar.



Vettel conquistou a pole position nas três corridas do ano e havia vencido com tranquilidade na Austrália e na Malásia. Desta vez, porém, o alemão teve muitas dificuldades desde o início. Foi ultrapassado logo na largada e caiu para terceiro lugar. Só recuperou a ponta na estratégia da equipe, ao fazer uma parada a menos que os carros da McLaren. No entanto, perto do fim, foi superado por Hamilton.


Mark Webber completou o pódio de forma espetacular. O australiano foi mal na classificação para o grid de largada e começou a corrida apenas na 18ª posição. Jenson Button foi o quarto, e Nico Rosberg terminou em quinto.
Felipe Massa também fez uma boa corrida, com uma estratégia de duas paradas, e chegou a estar na briga por um lugar no pódio. No entanto, com muito desgaste de seus pneus, terminou em sexto, uma posição à frente de seu companheiro de Ferrari, o espanhol Fernando Alonso. Rubens Barrichello, que largou em 15º, fechou a corrida na 13ª posição.
Vettel ainda lidera o campeonato com folga, agora com 68 pontos. Hamilton pulou para o segundo lugar e soma 47, contra 38 de Button e 37 de Webber. Fernando Alonso continua uma posição à frente de Massa, em quinto, com 26, contra 24 do brasileiro.


A quarta etapa do Mundial de F-1 será o GP da Turquia, no dia 8 de maio.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Reajuste do Bolsa Família começa a ser pago amanhã

Bolsa Familia - Brasil



O benefício do Programa Bolsa Família com reajuste médio de 19,4% começa a ser pago amanhã (14). Os valores variam de R$ 32 a R$ 242 mensais. O programa vai beneficiar famílias com renda de até R$ 140 por mês para cada integrante.



 
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social que coordena o programa, todas as famílias beneficiadas terão o crédito reajustado. A intenção do ministério é tornar o programa mais efetivo no combate à extrema pobreza.
A escala de pagamento será iniciada com os usuários que possuem cartão terminado em 1 e encerrará dia 29, com os usuários cujo cartão termine 0. O saque pode ser efetuado em toda a rede da Caixa Econômica Federal.
Para que a família possa receber o benefício é necessário manter o calendário de vacinas em dia, pelo menos até as crianças completarem 7 anos, fazer acompanhamento do crescimento infantil e vigilância nutricional, além de exames pré-natal em gestantes. Também é preciso manter os filhos entre os 6 e os 17 anos na escola com percentuais mínimos de presença.
Outro cuidado necessário é manter o cadastro atualizado. A família que estiver com cadastro desatualizado há mais dois anos, e não buscar atualização, corre o risco de perder o benefício.



Fonte: Agência Brasil



Sesap registra 7.701 notificações de casos de dengue no RN em 2011

Saúde - RN


Dengue se espalha por todo Rio Grande do Norte


A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) divulgou nesta quarta-feira (13) o novo boletim epidemiológico com os números da dengue. Os dados são referentes até o dia 9 de abril de 2011.


O número total de casos notificados em todo o Rio Grande do Norte é 7.701, com 69 casos de febre hemorrágica e 1 óbito confirmado.



O município de Natal registrou 1.652 casos e ainda é considerado com incidência média da doença. Os dez municípios que apresentam o maior número de notificações no RN são: Mossoró (1.000 casos notificados), Pau dos Ferros (349), João Câmara (341), Parnamirim (338), Macaíba (248), Nova Cruz (215), São Gonçalo do Amarante (206), Equador (188), Guamaré (153) e Santo Antônio (149).


De acordo com Kristiane Fialho, coordenadora do Programa Estadual de Combate a Dengue, a Sesap dará início, nesta quinta-feira (14) a operação com os carros-fumacê (Ultra Baixo Volume – UBV) nas zonas Leste e Oeste de Natal. A operação será feita em 10 bairros: Petrópolis, Cidade Alta, Alecrim, Quintas, Bairro Nordeste, Bom Pastor, Dix Sept Rosado, Barro Vermelho, Lagoa Seca e Mãe Luiza.


Também está programado o início da operação no município de Parnamirim, que ainda irá definir os bairros para utilização dos carros-fumacê. O Estado possui 20 carros-fumacê, sendo 19 em funcionamento e 1 em manutenção. Desde o mês de janeiro deste ano estes veículos já vem sendo utilizados em alguns municípios do RN para conter o avanço da doença no estado.


* Fonte: Sesap.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Flávio pede demissão em Ielmo Marinho - RN

Saúde - RN


Flávio entrega Gerência de Regulação de Ielmo Marinho



sem concordar com a falta de profissionalismo do Secretário de Saúde e alguns de seus assessores que fazem parte da panelinha que hoje existe na SMS de Ielmo Marinho,Flávio pediu demissão na manhã de hoje do cargo de Gerente de Regulação.







leia na integra a carta entregue ao Secretário de Saúde



Ielmo Marinho-RN, 12 de abril de 2011.

Secretaria Municipal de Saúde

Renuncia ao Cargo de Gerente de Regulação (Assessor e Consultor da SMS)


Senhor Secretário


Comunico a minha renuncia ao cargo de gerente de regulação (assessor e consultor da SMS) cargo que ocupo desde fevereiro do corrente ano. Na oportunidade, informo que às razoes que me levaram a esta decisão são de cunho pessoal e também por condições temporais.

Neste curto período que fiquei a frente deste setor tivemos varias vitorias em pró da população mais carente do município de Ielmo Marinho

• Foi criada a Gerência de Regulação

• Resolvemos 70% da demanda reprimida de exames de alta complexidade

• Humanização no atendimento. Tratei sempre o usuário SUS com atenção e carinho, dando sempre resposta imediata a seu problema de saúde sem olhar para sua cor, raça, religião ou partido político.

• Acabamos com a demanda reprimida de algumas especialidades, foram elas: ortopedia, psiquiatria, urologia, cardiologia, cirurgia pediátrica, gastroenterologista, endocrinologista, entre outras.


Foram tantas conquistas para a população em tão pouco tempo, mais nada das conquistas citadas, foram suficientes para obter a confiança e o respeito do senhor secretário. E assim sendo ratifico minha renuncia ao cargo de gerente de regulação e ao ansejo,apresento meus agradecimentos e desculpas.


Atenciosamente,


Flávio José dos Santos



Ielmo marinho – RN, 12 de abril de 2011
Aos Enfermeiros e Agentes de Saúde



Agradecimento e Despedida




A minha passagem por Ielmo Marinho termina e a vida continua, caminhemos na esperança e na amizade. Hoje e um dia especial, em que tenho a oportunidade de agradecer a todos os que de qualquer maneira contribuíram para o bom desempenho de minhas atividades junto à regulação da SMS deste município de Ielmo Marinho, em especial Enfermeiros e Agentes de Saúde, extensiva a toda Secretaria de Saúde.

Com orgulho de saber que fiz de tudo o que estava a minha disposição para ajudar a todos aqueles que de uma maneira ou de outra, necessitaram dos serviços do setor acima referido, deixo minhas atribuições junto à saúde deste município.

Firmo meu desejo de que todos possam contribuir cada dia mais, para o bem e a possibilidade de maior dignidade daqueles que utilizam o serviço público.


Atenciosamente,



Flávio José dos Santos


sábado, 9 de abril de 2011

Cardiologia

Saúde - Especial Cardiologia


ARRITMIAS


O que é?


As arritmias são alterações do ritmo cardíaco normal.



Nas arritmias, podemos perceber e registrar alterações do ritmo cardíaco ou da freqüência. A freqüência normal dos batimentos cardíacos é de 60 até 100 ciclos, ou batidas, por minuto. Em crianças, esses números costumam ser um pouco mais elevados. Nas alterações de ritmo cardíaco, os batimentos apresentam alterações do tempo que decorre entre um batimento e o outro. Pequenas alterações nesses intervalos podem ser consideradas normais. As alterações do ritmo cardíaco ou das conduções dos estímulos podem ser letais (morte súbita), podem ser sintomáticas (síncopes, tonturas, palpitações) ou podem ser assintomáticas.

 
As arritmias podem ser assintomáticas ou sintomáticas, dependendo da sua intensidade e da situação clínica do portador. Corações enfermos podem tolerar menos bem uma arritmia que seria, provavelmente, assintomática para um coração sadio.


A avaliação de algumas arritmias pode ser feita pelo médico ao realizar um exame clínico. A maneira mais exata de comprovar e registrar uma arritmia é por meios eletrônicos, que vão desde o eletrocardiograma, monitores portáteis, até os equipamentos das Unidades de Tratamento Intensivo. Existem ainda os monitores de telemetria, em que o paciente usa um pequeno registrador unido ao seu corpo que transmite os sinais, via rádio, a monitores centrais. Classificação das arritmias quanto a freqüência cardíaca:


Taquicardia:


É quando o coração de um adulto bate mais de 100 vezes por minuto. Quando isso acontece ao fazer esforços é normal e, decorridos alguns minutos, esse número deve voltar a uma freqüência normal. Quando a taquicardia persiste ou está presente em repouso, pode significar alguma alteração patológica. Convém consultar ao seu médico. Note-se que taquicardia não é sinônimo de ataque cardíaco.


Bradicardia:


É quando o coração bate menos de 60 vezes por minuto. Isso em pessoas em boa forma física até pode ser normal. Com freqüências cardíacas abaixo de 60 por minuto, mesmo que seja uma manifestação transitória, é conveniente que um cardiologista seja consultado.


Classificação das Arritmias quanto às alterações de ritmo



Os batimentos cardíacos são normalmente originados em um foco localizado na aurícula direita, denominado nódulo sinusal. Os estímulos elétricos lá gerados descem até um nódulo localizado na junção das aurículas com os ventrículos. Lá a condução do estímulo sofre um pequeno retardo (para dar tempo que as aurículas se contraiam antes dos ventrículos). De lá o estímulo segue para os ventrículos, através de um sistema condutor que tem dois feixes, um para cada ventrículo, provocando a sua contração, que é denominada sístole. O período de tempo em que o coração não está em contração denomina-se diástole e é o período de repouso do músculo cardíaco.

Os estímulos cardíacos normais são produzidos no nódulo sinusal localizado na aurícula direita e desencadeiam as contrações, batidas, do coração, denominadas de sístoles. Quando esse nódulo não está ativo, por doença, por exemplo, muitas outras células do coração, localizadas em diferentes partes do coração, podem originar estímulos elétricos capazes de desencadear as batidas cardíacas. Esses batimentos originados nessas outras células são denominados de extra-sístoles, que podem ocorrer mesmo estando o nódulo sinusal ativo. As extra-sístoles produzem arritmias que nem sempre são percebidas pelos acometidos.

Podemos ter extra-sístoles originadas nas aurículas, nos ventrículos, bem como nos nódulos sinusal e atrio-ventricular, que podem superar e dominar os estímulos normalmente lá gerados. As extra-sístoles costumam ser seguidas de um período de repouso (diástole) mais prolongado. As extra-sístoles podem ser unifocais ou multifocais, dependendo dos diferentes lugares em que são geradas.

As extra-sístoles nem sempre são indicadoras de doença do coração, porém, se forem percebidas, é conveniente que um cardiologista seja consultado. As extrassistoles costumam acontecer aleatoriamente em relação às sístoles normais. Se mantiverem uma regularidade, se acontecer uma extra-sístole após cada sístole normal chama-se isto de bigeminismo, se elas acontecerem sempre depois de duas sístoles normais, falamos em trigeminismo. Extra-sistoles podem acontecer esporadicamente, considera-se que até dez por minuto nem sempre seja uma manifestação de doença cardíaca.


Fibrilação


Existe a auricular e a ventricular, dependendo de onde se originam os batimentos. A fibrilação auricular é a arritmia crônica mais encontrada. Na auricular os estímulos podem ter uma freqüência de até 600 batimentos por minuto. Desses estímulos somente alguns chegam a provocar contrações dos ventrículos, uma freqüência tão elevada não seria compatível com a sobrevida das pessoas acometidas. Já a fibrilação ventricular é mais grave por só ser tolerada se for de curta duração. O coração não é capaz de manter a circulação eficaz se a freqüência cardíaca for muito elevada. O tratamento é medicamentoso ou por cardioversão.


Flutter auricular


É uma arritmia em que em um foco ectópico das aurículas se origina de 250 a 350 estímulos por minuto, e em que de cada dois ou três, ou quatro estímulos um passa aos ventrículos. O tratamento é medicamentoso ou por cardioversão.


Parada cardíaca


É quando o coração pára de se contrair. Se a parada for de curta duração pode não ser percebida; se for de maior duração pode provocar tonturas, sincope e até morte súbita. Quando o coração pára de bater por alguns minutos, desencadeiam-se alterações nos órgãos mais sensíveis à falta de oxigênio. Desses o mais sensível é o sistema nervoso. Assim pode o coração voltar à atividade, espontaneamente ou por medidas médicas. Contudo, as alterações neurológicas já estabelecidas provavelmente serão irreversíveis.


Palpitações


O sentir dos batimentos cardíacos denomina-se de palpitações. Normalmente o bater do coração não é percebido ou sentido pelas pessoas. Em certas situações de tensão ou de esforço, podemos perceber que o coração “está “batendo” no peito ou no pescoço, o que não significa necessariamente a existência de uma doença.


Do mesmo modo, as extra-sístoles também podem ser notadas ou não pelas pessoas que as apresentam.

A melhor maneira de registrar uma arritmia é através do eletrocardiograma.



ARTERIOESCLEROSE (ou Ateroesclerose)


A ateroesclerose é o depósito no interior das artérias de substâncias gordurosas junto com colesterol, cálcio, produtos de degradação celular e fibrina (material envolvido na coagulação do sangue e formador de coágulos). O local onde esse depósito ocorre chama-se placa.


Arteriosclerose é um termo geral usado para denominar o espessamento e endurecimento das artérias. Parte desse endurecimento é normal e é decorrente do envelhecimento das pessoas.

As placas podem obstruir total ou parcialmente uma artéria, impedindo ou diminuindo a passagem de sangue. Sobre as placas podem se formar coágulos de sangue, denominados de trombos que, ao se soltarem, provocam embolias arteriais. Quando isso acontece no coração, temos o ataque cardíaco ou o infarto do miocárdio; quando no cérebro, provoca a embolia ou a trombose cerebral. Como a doença ocorre em artérias de médio ou grosso calibre, a gravidade, bem como as conseqüências, dependerão do local, mais ou menos nobre do organismo, onde o acidente vascular ocorrer.

A ateroesclerose é uma doença de progressão lenta e que pode se iniciar desde a infância. Em algumas pessoas atinge a maior intensidade de progressão na terceira década e noutras somente depois da quinta ou sexta década.

Sobre as causas do início da ateroesclerose pouco sabemos. Existem quatro teorias que tentam explicar porque a camada mais interna (endotélio) dos vasos é atingida.


A elevação da pressão arterial

A elevação dos níveis de gordura no sangue (Colesterol e triglicerídios)

O fumo. A fumaça do cigarro particularmente agride o endotélio das artérias das pernas, das coronárias e da aorta.

Ação de toxinas de origem infeciosa no endotélio das artérias.


Por só um desses fatores ou pela conjunção de mais de um deles, a camada interna das artérias fica espessada, o que diminui a luz dos vasos atingidos e a oferta de sangue nos territórios irrigados por esses vasos fica reduzida..

Passando pouco sangue, menos do que o necessário para manter a função do órgão irrigado por ele naquele momento, ocorre a isquemia, o que no coração provoca a angina do peito.

Se o bloqueio é total, quando nada de sangue passa, ocorre:


No coração, o infarto do miocárdio,

No cérebro, a trombose cerebral e

Na perna, a claudicação, se for parcial,e até a necrose com gangrena, se for total.


Os fatores desencadeantes da ateroesclerose são os mesmo citados como fatores de risco de doenças cardiovasculares.


Acidente mata motociclista no conjunto Santarém

Acidente de Moto - Natal,RN


A imprudência no trânsito fez mais uma vítima em Natal. Por volta das 9h deste sábado (9), o motociclista José Wilton Rocha, de 32 anos, morreu ao tentar ultrapassar um carro na avenida Pompeia, no conjunto Santarém, Zona Norte da capital potiguar. A violência do acidente provocou a morte instantânea do motociclista.


De acordo com familiares que estavam no local do acidente, José Wilton estaria voltando de uma festa e o destino seria a casa de sua mãe, que fica no fim da avenida Pompeia. No entanto, o motociclista, que supostamente estava sob efeito de álcool, desviou de uma bicicleta que trafegava na via e tentou uma ultrapassagem forçada. Um carro tipo Celta, de cor vermelha e placa MZL-8629, seguia no sentido contrário e colidiu de frente com a motocicleta CG de cor preta de José Wilton.




Antes mesmo que o socorro fosse chamado, José Wilton já havia morrido. Familiares foram ao local para acompanhar o Itep nos procedimentos legais, enquanto o motorista do Celta, sem ferimentos, permaneceu no ponto do acidente até o fim do trabalho dos peritos.



Papa se diz 'desolado' com massacre em escola do Rio

Atentado no Rio - Brasil


..O Papa Bento XVI se disse "desolado" nesta sexta-feira, em uma mensagem de solidariedade às famílias dos doze estudantes mortos a tiros em uma escola por um jovem de 23 anos e a toda a população do Rio de Janeiro, informou o arcebispo do Rio.


"Profundamente desolado por esse dramático atentado contra crianças indefesas (...), o Santo Padre deseja exprimir sua solidariedade e levar seu conforto espiritual às famílias que perderam seus filhos e a toda comunidade escolar", disse o papa nesta mensagem do Vaticano dirigida ao arcebispo do Rio, Monsenhor Orani Joao Tempesta.



 
Nesta sexta-feira, onze alunos ainda estão hospitalizados, entre eles quatro em estado grave. As vítimas mortas ontem em Realengo foram enterradas em três cemitérios da cidade.


O papa fez "votos pela rápida recuperação dos feridos" e "convidou todos os cariocas (...) a dizer não à violência que constitui um caminho sem futuro e a procurar construir uma sociedade fundamentada na justiça e no respeito ao próximo, sobretudo, aos mais fracos e indefesos.




quarta-feira, 6 de abril de 2011

Médicos paralisam atendimento aos planos

Saúde - RN

Planos de Saúde paralizam atendimento no RN


Os médicos do Rio Grande do Norte credenciados na rede de saúde suplementar vão aderir nesta quinta-feira, 7, ao “Dia Nacional de Paralisação”, como forma de alertar as operadoras dos planos de saúde quanto a necessidade de melhorias contratuais e na prestação de serviços aos usuários. “Nós temos quatro anos que não conseguimos avançar em absolutamente nada”, diz o presidente da Associação Médica do Rio Grande do Norte (AMRN), Álvaro Barros.


Presidente da Associação Médica, Álvaro Barros, diz que negociações com planos não avançam


O foco da paralisação no Estado e no país, segundo Barros, tem dois aspectos que considera importantes, primeiro o poder econômico das operadores, “que se organizam como um cartel”, pois os médicos “não podem reivindicar e colocam pra fora os profissionais na hora que eles querem e quando bem entendem”.



Em segundo lugar, denuncia Barros, as operadores realizam “glosas injustificada do faturamento” dos serviços prestados pelos médicos: “Os planos de saúde não pagam com justificativas na maioria das vezes irreais, fazem caixa com o dinheiro de todo mundo”.


Álvaro Barros disse que não tinha como precisar uma comparação entre o que é pago pelas operadores aos médicos no RN em relação a outros estados, mas garantiu que na região Norte e Nordeste “a defasagem é grande comparada a estados mais desenvolvidos”.


Para o presidente da AMRN, é preciso se fazer uma redistribuição econômica e reavaliar o poder econômico das operadoras, tendo em vista que a diferença entre os percentuais de reajustas do que é pago às operadoras pelos usuários e o que é repassado de honorários e procedimentos médicos é bem inferior. Por isso, explicou Barros, diversas entidades médicas estiveram ontem de manhã, no Ministério Público, pedindo apoio ao promotor de Defesa do Consumidor, José Augusto Peres Filhom, para intermediar uma futura negociação de contratos com os planos de saúde. “O promotor considerou legitima a paralisação e nós deveremos ter uma pauta de negociação mediadas com a presença do Ministerio Publico até do Poder Judiciario”, acrescentou ele, para alertar que outra característica das operadoras “é fazerem acordos que não cumprem”.


Barros explicou que da parte dos médicos, os consumidores não tem tido prejuízo nenhum, mas lembra que as operadoras estão comercializando planos, por exemplo, com mensalidades variáveis a partir de R$ 38,00 e R$ 40,00: “Como é que vão poder cobrir uma assistência em medicina com os avanços dos tratamentos que temos hoje, é preciso que se repense isso”.


“Não estou generalizando, tem exceções, mas essa é a prática dos planos de saúde, botam os pacientes para andar e restringem absolutamente tudo”, conclui Barros.


Programação


Durante a paralisação de advertência de amanhã, os médicos não realizarão consultas e outros procedimentos eletivos objeto de contratos com todos os convênios de seguro saúde. No entanto, o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed-RN), Geraldo Ferreira, disse que para os usuários não terem prejuízo, os pacientes previamente agendados terão seus compromissos remarcados e os casos de urgência e emergência serão devidamente tratados.


A paralisaçã começa às 8 horas de amanhã, com panfletagem me carros de som na Praça 7 de Setembro, em frente a Assembléia Legislativa, onde, às 10 horas, ocorrerá uma audiência pública. À tarde, os médicos visitarão hospitais e clínicas, para verificar o andamento da paralisação. Às 19 horas, na Associação Médica, avaliam os próximos passos do movimento.


Ministério Público vai intermediar


O promotor de Defesa do Consumidor, José Augusto Peres Filho, disse não ser papel de sua promotoria intermediar negociação profissional - “mas como temos feito isso outras vezes” -, ele terminou afirmando que vai trabalhar na perspectiva de um eventual acordo entre os médicos e os planos de saúde, porque no meio disse tudo está o consumidor, “que poderá ser o mais prejudicado”.


Peres Filho informou que os médicos ficaram de enviar até a próxima segunda-feira, dia 11, a documentação necessária sobra as questões levantadas pela categoria, que estima em R$ 60,00 o valor mínimo a ser pago por cada consulta.


O movimento dos médicos aponta como meta o honorário de R$ 80,00 por consulta, além do reajuste dos demais procedimentos.


Consultas


Atualmente, a maioria dos planos de saúde paga entre R$ 25,00 e R$ 40,00 por consulta. Esses valores mudam de região para região e simbolizam a indiferença dos planos para com os profissionais que respondem pela saúde da população.


O promotor disse que, “pelo preço da fatura que foi passada” pelos médicos, paga-se de R$ 7,0 a R$ 8,00 a um médico que põe um gesso no braço fraturado de uma pessoa.


“Nós vamos instaurar um plano de negociação para evitar a paralisação total ou o desligamento dos médicos dos planos de saúde”, disse Peres Filho, a fim de que o usuário dos planos de saúde não termine sendo o principal prejudicado com o problema.


Exames de Alta Complexidade 2

Saúde - RN

Pagamento Efetuado

Depois de 06 dias fora do ar por falta de pagamento,o programa SIGUS que cadastra os pedidos (apac´s)de exames de alta complexidade de todas as cidades do Rio Grande do Norte voltou ao seu funcionamento normal nesta terça feira.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Exames de Alta Complexidade

Saúde - RN


SISTEMA EM MANUTENÇÃO ADMINISTRATIVA

Esta e a mensagem que aparece na tela do computador de todas as Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Rio Grande do Norte quanto tentam requisitar um exame de alta complexidade
Senhora Governadora pague aos operadores do sistema para que a população volte a ter acesso aos exames de que tanto precisam.

Centro Clínico da Ribeira acumula problemas de infraestrutura

Saúde - RN

Sara Vasconcelos - Repórter




Problemas de infraestrutura e falta de medicamentos comprometem o atendimento no Centro Clínico José Carlos Passos, na Ribeira. Mofo e infiltração é visto em boa parte dos consultórios, sobretudo nos odontológicos.

Além dos problenmas estruturais, Centro Clínico também sofre com falta de medicamentos

O prédio abriga os serviços do Centro Odontológico Morton Mariz, desde que a unidade foi interditada há dois anos. Nos consultórios, além da escassez de alguns materiais como máscara e luvas, o mofo e a fiação exposta é um ponto questionável no atendimento.

“Se fosse um consultório particular a Covisa já tinha interditado por falta de condições sanitárias, mas como é da Prefeitura a gente tem que trabalhar aqui”, denuncia um dentista que preferiu não se identificar.



A parte anterior do prédio, onde funcionava diversos serviços está há cerca de quatro meses interditada pela Covisa, devido ao risco de desabamento. O madeiramento está corroído pelo cupim. Com o fechamento, a sede do Distrito Leste, setor de acolhimento da Policlínica, Programa de Saúde mental, farmácia e arquivo foram improvisados em outras salas.


Pacientes do serviço de saúde mental e de outras unidades padecem há quase dois meses em busca de medicamentos, isto porque a farmácia está desabastecida de medicamentos psicotrópicos. Da lista colada na parede da farmácia mais de 50% ostentam um "F" de falta.


“Venho aqui há dois meses e não consigo receber remédios para depressão”, disse a dona de casa Francisca Pereira de Oliveira. “É o mesmo tempo que não recebo os de osteoporose”, acrescenta a aposentada Expedita Maria da Costa.

domingo, 3 de abril de 2011

Crianças em UTIs, mães sofridas

Saúde - RN


Margareth Grilo - repórter


Joana Darc não esquece o dia em que levou o filho Artur, com seis meses de vida, às pressas para o hospital. Ele tinha dificuldades de respirar. Ficou oito dias internado. Três meses depois veio uma segunda crise respiratória. Estava de volta ao hospital. Desta vez, da emergência ele passou à Unidade de Terapia Intensiva. Foi entubado. Meses depois foi submetido a uma traqueostomia. No dia 20 de dezembro de 2010 completou 3 anos. Como toda criança, teve direito a bolo, presentes e parabéns pra você. Entre os convidados, além dos familiares, estavam enfermeiros e médicos - todos da equipe do Hospital Infantil Varela Santiago, onde ele chegou ainda bebê e não saiu mais.


Vítima de atrofia espinhal, está há dois anos e seis meses preso ao leito de número 03 da UTI. Artur se comunica com o olhar e com os dedinhos da mão direita. Joana D’arc Alves da Silva – a mãe de Artur - compreende ao menor gesto ou olhar o que o filho deseja. “Ele interage muito bem. Entende o que se passa a sua volta. Fica feliz quando estou por perto. À noite quando vai dormir pede pra eu ficar segurando o pé dele”. Aos 26 anos, ela vive em função de Artur.


Na UTI de um dos hospitais da rede pública João (nome fictício) acompanha tudo com o olhar. Nada lhe passa despercebido

A vida mudou. Os planos foram interrompidos. Há um ano separou-se do pai de Artur. Foi preciso reorganizar a dinâmica familiar, até porque tem um outro filho – Kauan, de cinco anos - que cobra sua presença, carinho e atenção. “Tenho que conciliar o tempo entre Artur, que precisa muito de mim, e Kauan que sofre com a ausência, se sente só e reclama. Essa cobrança é muito ruim”, relata. Joana D’arc pertence a um universo invisível para quem está só de passagem por um hospital. As mães de UTI, como ela, são mulheres que saem pela porta da maternidade sem seus filhos nos braços ou se veem obrigadas a devolvê-los aos cuidados da medicina, como no seu caso.


Emocionada (por vários momentos, chorou durante a entrevista) ela conta que, todos os dias, pede a Deus que lhe dê força para continuar presente na vida dos dois. “Sou uma pessoa extrovertida, mas por dentro só Deus sabe o que passa. É muito difícil saber que meu filho não vai sair daqui, a não ser quando Deus o levar. Mas não posso me entregar. Minha vida continua, por eles. E a responsabilidade é só minha”, diz, enquanto para para se acalmar.


O aniversário de Artur é sempre um misto de choro e a alegria. “Faço questão de no aniversário dele e nessas datas comemorativas estar com ele. Não sei se ano que vem ele vai estar entre nós”, diz ela, dando uma pausa pra se recompor. Minutos depois, continua: “Meu maior desejo era que existisse uma cura para doença do meu filho”.


Além do drama de ter um filho na UTI há mais de dois anos, sofre com as dificuldades da rede pública de saúde. Há dias, Artur aguarda para fazer uma ultrassonografia. Como não pode sair do hospital, o equipamento precisa ser deslocado até o hospital, mas não há previsão pra que isso aconteça. “O médico já disse que se ele não fizer o exame pode morrer porque não tem como diagnosticar o problema e fazer o tratamento adequado”.


A angústia de conviver com a dúvida


Aos 19 anos, Carla Santana dos Santos teve a vida suspensa pela ameaça permanente que paira sobre seu filho. Não tem vida fora da UTI do Hospital Maria Alice. Lá está o que tem de mais precioso: Kayke Kelvin, um bebezinho de 6 meses. Preso ao leito 06, há três meses, fora o tempo de internação em outros hospitais, Kayke teve um cisto pulmonar. Antes, o garoto teve internado um mês no Hospital Walfredo Gurgel.


“Estou dentro de hospital com ele desde o dia que ele nasceu”, conta Carla. Segundo ela, logo no primeiro mês de vida Kayke apresentou uma dermatite, seguida de problema respiratório. Inicialmente, o diagnóstico era de uma pneumonia. Ele fez vários tratamentos e nebulizações, sem melhoras. Veio a internação e um raio-x identificou um cisto broncogênico. Em quatro meses, o garoto passou por duas cirurgias – para a retirada do cisto e do lóbulo superior e médio do pulmão direito, em decorrência de uma fístula pulmonar. Hoje, Kayke está na UTI, com dreno torácico e suporte de oxigênio.


Apenas o pulmão esquerdo funciona bem. Kayke aguarda nova cirurgia para retirada do lóbulo inferior do pulmão direito, que já apresenta fístula pulmonar, e limpeza da cavidade pulmonar. É um quadro estável, mas com prognóstico delicado, que exige muitos cuidados, dizem os especialistas.“


No começo Carla Santana ficou desesperada. Com o passar dos dias e meses a dor deu lugar a angústia. “Hoje o que mais me deixa angustiada é que os médicos não explicam direito o quadro de saúde dele, o que vão fazer. Tenho medo que ele morra de uma hora pra outra”, diz a jovem, que não sai do lado do filho. Ele sente e cobra a presença da mãe. “Eu converso com ele, faço carinho, evito chorar perto dele. Quero que ele veja e sinta que estou perto dele”.


As enfermeiras comentam – conta a jovem – que sempre que ela sai, por alguma razão (para almoçar, tomar banho ou mesmo dormir um pouco) Kayke chora bastante. Hoje, Carla vive na Casa do Aconchego – uma área modesta montada pelo hospital Maria Alice para apoio às mães que tem filhos em UTI. Divide o único quarto, com outras mulheres na mesma condição. Tem noite que sai do lado do filho às 22h.


“Minha vida era tranquila, eu trabalhava como babá. De repente mudou tudo, quase não vou pra casa. Vivo pra ele e não tem como ser de outra forma. Prefiro ficar aqui, perto dele, do que em casa, pensando o tempo todo se ele está melhor, se piorou. Sei que minha força ajuda ele a ficar bem”, conta a paraibana, que mora em Natal desde o nascimento de Kayke. É evidente a calma do garoto quando ela está por perto. Carla diz que se angustia com a gravidade do quadro de saúde do bebê e, às vezes, se desespera. “Sei que não posso me desesperar. Isso não é um sonho que vou acordar e vai estar tudo bem. Tenho que viver essa realidade, mesmo que seja difícil”, constata ela, entre lágrimas. A angústia aumenta quando vê outras mães saindo com seus bebês, já sadios. “Nós continuamos aqui. É doloroso, mas se tiver que ficar por aqui seis, sete meses ou mesmo o tempo que for, eu fico. Só quero que ele saia daqui com saúde”.


bate papo - Luciana Carla Barbosa de Oliveira » psicóloga do Hosped da UFRN


O que produz o contato da mãe com o bebê?


É essencial a presença da mãe ou de alguém que tenha uma relação significativa de vínculo com a criança porque a criança se sente segura. A hospitalização já é um processo traumático, com uma quebra do desenvolvimento então se a criança não tem esse apoio fica mais difícil pra ela.


Quando a hospitalização é superior a dois meses como amenizar as angústias, o sofrimento da mãe?


Nós procuramos, através da psicologia, diminuir esse sofrimento e trazer para o ambiente hospitalar propostas de intervenção, para a mãe e para a criança, que ajudem a tornar esse ciclo minimamente traumático. Muitas das mães não tem suporte emocional para aquele momento. Na verdade, a mãe adoece junto com a criança.


Como trabalhar a criança e a mãe?


Nós procuramos trabalhar com o lúdico, utilizando instrumentos da rotina da hospitalização no brincar. Nesse momento, observamos como a criança está lidando e compreendendo essa nova realidade.Elas estão num ambiente estranho, ligado a dor, com pessoas que não conhece, então tudo que fizermos para nos aproximarmos delas e das mães, vai ajudá-las a entender esse universo e se adaptar mais facilmente.


Como ficam o desejo e os sonhos dessa mulher?


Essa mãe tem uma vida de renúncia, a partir do momento que o filho entra numa internação prolongada, seja ela em UTI e enfermaria. Naquele momento, o filho é o que importa. Ela deixa de ter uma vida lá fora. Muitas vezes, dependendo do tempo e da patologia, ela se sente culpada, fica fragilizada e deprimida. O importante é fazer um bom acolhimento dessa mulher; procurar ajudá-la a se reorganizar; e fazer um trabalho para reduzir a depressão, que existe em muitos casos.


Nessa situação de enfrentamento da morte e de muitos conflitos internos e externos, como essas mulheres podem reencontrar o equilíbrio?


Primeiro de tudo, é imprescindível que ela tenha um suporte familiar. Se a relação não está fragilizada, ela consegue passar por essa fase de hospitalização do filho, de forma mais tranquila. Mas, em muitos casos, o divórcio acontece, ela se desestrutura e ai precisa ter orientação psicológica e emocional. O apoio da família, o fato de ter pessoas que possa ajudar revezando no hospital, isso pode ajudar muito.


Que consequências pode ter o abandono de bebês por suas famílias?


Acontece o que chamamos de sensação de abandono. A criança em longa internação que perde o contato com a família, principalmente com a mãe, fica extremamente insegura e é comprovado que ele demora mais a aceitar o tratamento. Na maioria das vezes, se os pais não estão por perto a criança não adere ao tratamento. Os pais precisam ter consciência de são co-responsáveis.


Mulheres com alma marcada pelo sofrimento


Qualquer um que venha a conhecer uma UTI, e não só de passagem, sabe do que Joana D’arc e Carla estão falando. Criança em UTI é sinônimo de mães angustiadas, ávidas por felicidade ao lado dos filhos. É uma experiência única, que marca indelevelmente a alma humana. Foi assim com Aline Medeiros.


“É muito difícil ter um filho internado na UTI. São momentos solitários, que a gente precisa aprender a lidar com os próprios limites”, diz a enfermeira Aline Medeiros 28 anos. Há exatos oito anos, ela precisou largar tudo, para cuidar do filho, um recém-nascido prematuro, na UTI da Maternidade Januário Cicco.


“Imagine eu mãe de primeira viagem, com 20 anos, e um filho prematuro. Fiquei apavorada, a cabeça ficou a mil, mas tinha que me ligar, ficar atenta somente a ele. E tive que dar conta de tudo sozinha porque naquele tempo não tinha acompanhante”, relembra. O drama levou Aline a seguir carreira na enfermagem. Hoje está do lado oposto, orientando mães de UTI.


Oito anos depois, sadio e bem esperto, Renan sempre pede para conhecer o lugar onde ficou por três meses. “Levo foto das crianças e ele fica curioso, quer vir. Um dia vou trazer”, diz ela. Aline se especializou na assistência Neonatal e hoje é voluntária na maternidade onde o filho nasceu.


Equilíbrio


Para Joana D’arc, outra dificuldade é saber equilibrar a atenção que dá a Artur, o pequeno internado, e os cuidados que precisa ter com Kauan. Em casa, ele cobra a presença da mãe, carinho e atenção. E sempre faz planos para quando o irmão voltar. “Ele fica fazendo planos, diz que vai ensinar Artur a correr de bicicleta. Eu fico sem saber como agir, o que dizer. É muito difícil”. Nos primeiros meses da internação, Joana ficou direto no hospital, mas há meses resolveu se dividir entre a casa e o hospital.


Na quarta-feira, 30, ela passaria a tarde e a noite ao lado de Artur. “Aqui ou em casa, sempre vai estar faltando alguma coisa. Ninguém sabe como é essa dor”. Artur respira com suporte de ventilação mecânica e dreno. No dia da entrevista Artur já estava há 26 dias sem se alimentar e, por isso, está submetido à um dieta parenteral, o que aumenta a preocupação da mãe e da equipe médica.


Nessas horas, Joana D’arc não sai de perto. “Ele só tem a mim para defendê-lo, para cobrar uma boa assistência pra ele. Em nenhum momento penso em sair do lado dele. Tem três dias que estou direto”, conta. Sem ter como trabalhar, Joana tem ajuda da mãe e do atual companheiro – o pai de seu primeiro filho. “Tem dias que a ficha cai e choro tanto, mas não deixo que ele veja. Sei que ficaria triste. E ai me recomponho pra seguir em frente”.


Dicas - Questione sempre.


- Você pode e deve questionar bastante, mas confie na equipe.


- A informação sobre seu bebê deve ser pesquisada sempre com o médico dele. Cada caso é um caso. Cada criança (até com o mesmo caso clínico) é de um jeito e responde aos remédios de maneiras diferentes.


Ame seu bebê.


- Cante para seu bebê. Repita as frases e músicas que você cantava durante a gestação, assim ele se sentirá mais seguro.


- Converse com ele, isso faz com que ambos fiquem tranquilos e unidos.


- Algumas UTIs permitem a entrada de livros. Se puder, leia coisas otimistas, conte histórias. Isso ajudará a distraí-la e a acalmar o bebê.


- Quando for ver seu bebê, procure não chorar perto dele, assim ele não perceberá seu desespero e insegurança, naturais e esperados nessa situação, e se sentirá mais confortável.


Tenha atitude positiva.


[Fé + esperança = atitude positiva]. A fé é um dos mais preciosos. Ajuda a nutrir a esperança e é graças a ela você levantará cada dia com forças renovadas e vai pode agir melhor.


Não esqueça de você.


Por mais difícil que pareça e por mais culpada que você possa se sentir, não esqueça de que se cuidar é fundamental. A criança precisa da mãe saudável, bem alimentada, forte e com a cabeça o mais tranquila possível.


Estimule o pai a participar.
- É importante para o pai saber que a mãe valoriza sua presença na UTI.
- Por mais difícil que seja, visite seu filho, mostre interesse, demonstre amor, carinho e confiança na recuperação da criança.


UTI: lugar que testa os limites de mães, pais e médicos


Na UTI de um dos hospitais da rede pública João (nome fictício) acompanha tudo com o olhar. Nada lhe passa despercebido. Enquanto a reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve nessa UTI ele acompanhou os movimentos de quem passava a sua frente, observando as pessoas estranhas à equipe a qual está acostumado há seis anos. João tem atrofia espinhal, doença que atinge 1 em cada 10 mil nascidos vivos, e está preso a um leito de UTI desde o nascimento. Respira com ajuda de suporte de ventilação mecânica. Nos últimos anos, pouco vê a família, segundo relato da equipe médica, assistentes sociais e de enfermagem do hospital. A última visita da mãe foi no dia 03 de janeiro data de seu aniversário.


Essa não é a única situação. Existe, pelo menos, mais um caso semelhante. Um garoto que está há 3 anos e 9 meses no Varela Santiago, portador de anoxia. “Muitas vezes, sem esperança de que cura, a família deixa a criança aos cuidados dos médicos. Ela confia”, diz uma das diretoras do Hospital Infantil Varela Santiago, Águeda Maria Trindade Germano.


Em 30 anos de pediatria ela já viu muita coisa. “o ambiente de UTI é um lugar que testa os limites humanos. Todos - mães, pais e médicos, mesmo os mais experientes, somos testados, minuto a minuto”, diz a médica. A mulher explica, se sente dividida em relação aos outros filhos e conciliar isso é o mais difícil. Muitas não conseguem e se afastam do filho doente.


A técnica de enfermagem, também formada em Ciências da Religião, Juna Maria Fernandes Pinheiro, diz que já viu grandes desabafos. “Nessa jornada difícil, é preciso dizer a essa mulher que ela não está sozinha. É preciso que toda a equipe ajude a socializar essa mãe no espaço hospitalar”, orienta. Juna diz que o acolhimento deve acontecer em todos os aspectos da vida humana, principalmente o espiritual, “promovendo um diálogo da esperança para essa mulher tão fragilizada”. Segundo pesquisa da USP, o índice de depressão e divorcio é alto. No caso da depressão, 44% das mães sofrem de depressão e ansiedade; e 70% enfrentam a separação, quando a internação do filho é superior a um ano.


Joana D’arc sabe bem o que é isso. Há um ano se separou do pai de Artur. “Se a mulher não tiver uma base forte na relação, tudo acaba, porque no meio desse clima pesado, tenso e quando volta pra casa no dia seguinte vai meio deprimida, chorava muito. Meu marido não entendia isso e o casamento terminou”, relata.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Cosern vai reajustar tarifa de energia em 11,6% este mês

Energia - RN


A Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern) irá atualizar a tarifa de energia no próximo dia 22 de abril, de acordo com o calendário da de reajustes anuais da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). O reajuste implicará em um impacto médio para o consumidor de 11,60%. As empresas encaminham à Aneel uma solicitação de reajuste, que é analisada pela Companhia que define os percentuais a serem atualizados.




Além da Cosern, outras dez distribuidoras farão atualizações das tarifas, segundoo calendário. São elas: Companhia Energética de Minas Gerais S/A (Cemig), Centrais Elétricas Matogrossenses (Cemat), Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL -SP), Empresa Energética de Mato Grosso do Sul S/A (Enersul), AES Sul Distribuidora Gaúcha de Energia S/A, Usina Hidro Elétrica Nova Palma Ltda (Uhenpal), Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), Energisa Sergipe - Distribuidora de Energia S/A (ESE) e Companhia Energética de Pernambuco (Celpe).


O reajuste das tarifas é um dos três mecanismos de modificação das tarifas previstos nos contratos acordados entre as concessionárias e a União. Segundo a Aneel, a medida tem o objetivo de equilibrar econômica e financeiramente as concessões.


Os outros mecanismos são a Revisão Tarifária Periódica (RTP) e a Revisão Extraordinária. A Aneel alega que as três ferramentas são utilizadas para fazer com que a tarifa de energia seja justa aos consumidores e suficiente para cobrir custos do serviço com nível o de qualidade estabelecido pela Companhia.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Pediatria do Deoclécio Marques será fechada

Saúde - RN

Hospital Regional Deoclecio Marques em Parnamirim fecharar pediatria


Sete crianças aguardavam ontem pela manhã, em uma sala de observação, no Hospital Regional Deoclécio Marques por um leito de internação pediátrica em algum hospital público. Uma delas, José Vinícius, 10 anos, está lá há três dias. O quadro não envolve risco de morte, mas o garoto precisa receber antibiótico injetável, por isso a necessidade de internação.



Até o início da tarde, não havia nem perspectiva de transferência. “Ele fica aqui em condições que são precárias, mas não tem jeito tem que esperar”, constata a tia de Vinícius, Maria Lúcia Padre. Na sala da Observação são 12 leitos (berços para crianças de até seis anos), mas alguns são ocupados por crianças maiores como Vinícius. Nos outros leitos, a maioria das crianças apresentava doenças respiratórias.



O pequeno Laedson é uma das sete crianças que esperam, em Parnamirim, uma vaga pediátrica

A constatação da falta de leitos pediátricos, seja em enfermaria (leito clínico) ou em UTI, não é nova. Ilustra uma rotina, principalmente, na rede pública. Em Parnamirim, região sul da Grande Natal, a espera por leito de internação existe desde que o governo desativou em meados de 2010 a internação pediátrica no Deoclécio Marques.


O hospital possuía uma enfermaria com 12 leitos, que foi desativada para dar lugar a leitos da traumato-ortopedia. Agora, a situação pode se agravar, caso o atendimento de urgência pediátrica seja suspenso, para dar um lugar a mais leitos de traumato-ortopedia, denunciou o presidente do Sindicato dos Médicos do RN, Geraldo Ferreira.

Reunidos ontem pela manhã, em ato público, em frente ao hospital, servidores, médicos pediatras e representantes do Sinmed-RN, Sindsaúde-RN e da Sociedade de Pediatria do RN denunciaram o que consideram “um absurdo”. Em toda essa região sul da Grande Natal não há, segundo os sindicalistas, leito de internação em pediatria.


“Essas sete crianças que estão ai (na observação do Deoclécio) dependem de uma vaga na rede hospitalar da capital”, afirmou Geraldo Ferreira. Nos últimos dias, o serviço de urgência pediátrica do Deoclécio Marques tem feito contato com outros hospitais, como Walfredo Gurgel, Maria Alice, Santa Catarina, Hospital de Pediatria da UFRN (Hosped) e Varela Santiago, sem êxito. Nenhum deles acenou com a possibilidade de vaga, segundo a pediatra Hermínia Rodrigues.

Há cinco anos no hospital, a médica informou que além de Parnamirim, o serviço de pediatra recebe crianças de Santo Antônio, Nova Cruz, Canguaretama e Macaíba. “Bem ou mal, esse serviço é o único de pediatria que a população tem. Até porque a UPA só tem quatro pediatras, insuficiente para ter médico todos os dias e em todos os horários”, afirmou a pediatra.


Segundo ela, tem dias na semana que a UPA de Parnamirim não tem pediatra, no atendimento. A pediatra denunciou que a estrutura da UPA ainda é precária, não há equipamentos de raio-x, nem sala de coleta de exames.

O Deoclécio Marques tem, atualmente, 800 funcionários – dos quais 10- terceirizados. São 15 pediatras para o atendimento médio de 150 crianças, por dia, oriundas de diversos municípios. “O que ainda salva é esse atendimento de urgência pediátrica do Deoclécio”, afirma o presidente do Sinmed. Aguardando atendimento para o filho Laedson, Maria Lúcia dos Santos reforçou as palavras da pediatra. “. A única alternativa de consulta é essa aqui mesmo. O atendimento é desorganizado, mas pelo menos existe”, declarou Maria Lúcia.


Maria Alice Já está lotado para internação


Na Enfermaria do hospital Maria Alice Fernandes os 55 leitos estavam lotados. As quatro vagas abertas na manhã de ontem, segundo o diretor geral da unidade, Wilson Cleto de Medeiros Filho, foram ocupadas por crianças que estavam “internadas” na observação. A unidade não pode atender a nenhuma demanda externa.


Na Unidade de Terapia Intensiva, recentemente ampliada (passou de quatro para dez leitos), a situação é a mesma. Ontem, a UTI recebeu de Natal, Extremoz e São Gonçalo quatro solicitações de leito intensivos. Não pode atender a nenhuma delas. Com dez leitos, a UTI do hospital Maria Alice já está saturada. “Não há condições de atuar como retaguarda para outros hospitais. Se tivéssemos pelo menos mais um pediatra poderíamos abrir mais dez leitos clínicos (enfermaria)”, afirma o diretor geral do hospital. Na capital, existem 151 leitos clínicos e 93 de UTI, em hospitais públicos nas diversas especialidades.


Com a ampliação da UTI, a direção pensou que poderia desafogar o pronto-atendimento, dando suporte aos pacientes críticos, mas a UTI continua deficitária. A UTI já abriu lotada.


O diretor do Maria Alice credita a alta demanda em pediatra pela falta de assistência básica nos municípios. Só no hospital, a demanda do Pronto-atendimento cresceu 100% entre março de 2010 e março de 2011, passando de 5.616 para 6.874 crianças atendidas, oriundos de Natal, Extremoz, Ceará-Mirim e São Gonçalo, principalmente.


No hospital o gargalo está no pronto-atendimento. Para ter a escala completa no mês, o hospital precisa fechar 186 plantões. Até ontem, só tinha pediatras, num total de 17, para fechar 150. O déficit é de cinco pediatras.


O hospital, explicou o médico, faz a classificação de risco e dá prioridade aos casos de extrema gravidade (0,5%), que precisam de UTI; e aos de urgência (32%). De todos os casos, 67,5% poderiam e deveriam, segundo o médico, ter atendimento na rede básica de saúde. São casos como coceira, troca de curativos, queixas de que a criança não se alimenta. Por dia, a média de atendimento passou de 150 para mais de 300 atendimentos.


Sesap quer que município assuma o serviço


Em Mossoró, o secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, confirmou que o hospital regional Deoclécio Marques será referência em traumato-ortopedia, e que deixará de fazer urgência pediátrica. Não é uma medida imediata, mas vai acontecer.


Por enquanto, adiantou o secretário, Sesap e secretária de Saúde de Parnamirim estudam uma forma de o município assumir o serviço. “é um serviço que pode ser implantado em qualquer lugar, inclusive na UPA de Parnamirim”, disse o secretário. Ele mencionou a possibilidade de cessão dos médicos pediatras. “Os médicos poderão optar entre ir para a UPA ou para o hospital Maria Alice”, adiantou. Segundo ele, como existe uma recomendação do Ministério Público de retirar a pediatria do hospital, a Sesap aguarda uma decisão da Justiça. “Não vai haver uma suspensão do serviço sem antes acertamos uma alternativa”.


O governo – disse ele - quer fortalecer o atendimento nos hospitais Maria Alice e de São José de Mipibu – este terá mais seis leitos de internação. Arruda não falou em prazos para as ampliações previstas. No próximo dia 10 de abril, a direção do hospital Deoclécio Marques tem audiência na Promotoria de Parnamirim para tratar do funcionamento do hospital. Já o secretário municipal de Saúde de Parnamirim deve remeter à promotoria informações a respeito da assistência básica.


Opinião de Flávio Do Carmo

Se a saúde de nossas crianças já andava de mal a pior, imaginem agora com  mais uma porta que se fecha,como vai ficar a situação destas crianças que moram nas cidades visinhas a parnamirim sem o atendimento pediatrico do Hospital Deoclecio Marques.
Governadora a senhora prometeu muito em cima dos palanques quando queria conquistar os nossos votos.
Governadora a senhora é médica pediatra,não abandone nossas criancinhas.