quinta-feira, 21 de abril de 2011

Cardiologia - Parte 2

Saúde - Especial Cardiologia


CÂNCER E CORAÇÃO

Tumores não originados no coração mas que o atingem


 
A maioria dos tumores do coração não tem origem no próprio coração, pois são mais freqüentemente oriundos de tumores à distância (metastáticos). Podem atingir o coração por via hemática (a maioria) ou por via contígua, quando se originam em tecidos vizinhos do coração e o invadem.

Qualquer tumor pode atingir estruturas do coração. Os mais freqüentes são o câncer de pulmão, de mamas, melanomas, leucemia e linfomas. Nas autópsias encontram-se desde 1 até 20% de comprometimento do coração pelo câncer. Nos melanomas, essa freqüência chega a 60%.

Os sinais e sintomas produzidos por tumores metastáticos no coração são semelhantes aos dos tumores benignos, mas essas manifestações muitas vezes não são registradas, tanto pelo paciente como pelo médico, porque as produzidas pela doença primária geralmente predominam o quadro clínico.

A hipercoagulabilidade do sangue, uma tendência aumentada do sangue de coagular e formar êmbolos, está aumentada em pessoas portadores de tumores. Isso pode obstruir vasos em qualquer parte do organismo, dependendo os sintomas dos vasos obstruídos.

Existe ainda uma tendência aumentada nos portadores de câncer, principalmente os cânceres originados no sistema digestivo, para a instalação de endocardite trombótica não bacteriana. Uma outra maneira do câncer comprometer o coração são as conseqüências do tratamento.

A radioterapia pode comprometer as coronárias por promover a arteriosclerose. Pode também causar dano ao músculo cardíaco, provocando a miocardite actínica. Ao atingir o pericárdio pode provocar pericardite. A radiação atinge tanto as células doentes como as sadias.

A quimioterapia, principalmente daqueles cânceres que melhor respondem a esse tratamento, pode provocar dano considerável ao coração. As conseqüências da quimioterapia costumam se manifestar no coração tardiamente, quando a doença básica está curada ou em estágio paliativo prolongado. Quem deverá pesar os prós e os contras na escolha de qualquer tratamento e seus eventuais riscos e benefícios, é o médico responsável pelo paciente.

Para tomar as decisões são levados em conta:
a idade do paciente,

a existência ou não de cardiopatia prévia,

a sensibilidade do paciente a certos medicamentos,

as chances de resposta a esse ou aquele medicamento.
Todos esses dados fazem o médico decidir o que é melhor para cada caso.

Decisões sobre:
a indicação do tipo de tratamento,

as doses,

as associações de terapêuticas,

o tempo de tratamento,

quais as drogas mais indicadas,
São questões que uma equipe de especialistas deve assumir. O objetivo é conseguir a cura, ou um grau maior de eficácia e sobrevida com uma melhor qualidade de vida, sem causar danos maiores aos diversos sistemas do paciente, inclusive o cardiovascular.

É uma questão multidisciplinar.


CÂNCER E CORAÇÃO

Tumores primitivos do coração

 
Os tumores primários, ou primitivos do coração, isto é os que se originam no coração, são muito raros. As necrópsias revelam de 0,002 a 0,3 % de tumores primários de coração. Já o envolvimento metastático de tumores originados em outras partes do organismo é mais freqüente.

As manifestações do comprometimento cardíaco nos pacientes portadores de câncer dependem da localização do tumor e do grau de envolvimento. Podemos também ter manifestações cardíacas conseqüentes ao tratamento dos tumores. Tanto a quimioterapia como a radioterapia podem comprometer o funcionamento do coração.

Dos tumores primários do coração, 75% são benignos, sendo que 46% desses são mixomas e 21% são lipomas. Dos malignos (os 25% restantes) 33% são angiosarcomas e 21% rabdomiosarcomas. Com o advento da ecocardiografia, da tomografia, da ressonância magnética e da cirurgia cardíaca, os casos de tumores cardíacos estão sendo cada vez mais diagnosticados. Mesmo assim são considerados uma raridade.

O seu diagnóstico depende muito de um alto índice de suspeita do médico assistente que é quem deve orientar os exames para fazer esse diagnóstico.

Os sintomas decorrentes dos tumores cardíacos dependem principalmente de que sua localização seja no pericárdio, no miocárdio ou no endocárdio. Por outro lado,as manifestações também dependem de qual a cavidade cardíaca comprometida.

Os tumores originados no endocárdio costumam provocar acidentes embólicos, principalmente no pulmão.

Os tumores que envolvem o miocárdio, o músculo cardíaco, além de comprometerem a função muscular do coração, costumam envolver a parte dita elétrica do coração, provocando arritmias cardíacas as mais variadas, desde as menos até as mais graves.

O envolvimento do pericárdio pode provocar derrames em torno do coração, muitas vezes hemorrágicos, que podem levar ao tamponamento cardíaco.

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