sexta-feira, 22 de abril de 2011

Prefeitura atrasa repasses e compromete cirurgias

Saúde - Natal,RN


Pacientes de todo estado podem ficar sem cirurgias com ortopedista


O convênio entre a Prefeitura do Natal e os hospitais Memorial e Médico-cirúrgico está com dois meses de atraso. Segundo o diretor do Memorial, Francisco Gomes, a Prefeitura não faz o repasse do convênio referente à cirurgias eletivas ortopédicas desde janeiro. Por conta do atraso, os hospitais, após publicar ontem uma nota de esclarecimento à população, deram um prazo de 72 horas para o pagamento por parte da Secretaria Municipal de Saúde. Caso contrário, o serviço será interrompido.



O convênio com os dois hospitais particulares é custeado com verbas municipais e estaduais. Trata-se de uma parceria para a realização de cirurgias eletivas na área de ortopedia. Dessa forma, o primeiro atendimento é realizado pelo Hospital Walfredo Gurgel, para estabilizar o paciente vítima de trauma, e após essa estabilização a cirurgia de correção, quando necessária, é de responsabilidade da rede conveniada. Sem esse atendimento, espera-se que a fila de pacientes nos corredores do Hospital Walfredo Gurgel aumente.



Desde ontem, os dois hospitais adotaram a postura de só atender crianças, idosos e pacientes do interior, além de casos mais graves e “urgentes”. “Os pacientes do interior também não serão recusados. Iremos atender a todos, é uma prioridade. Os demais só terão atendimento se forem pessoas mais fragilizadas, como crianças e idosos”, detalha Francisco Gomes. A frequência de pessoas do interior é intensa, por conta da participação do Governo do Estado no convênio.


Segundo o secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, os 60% relativos ao Estado têm sido repassados normalmente à Prefeitura. O atraso, de acordo com Domício, é municipal. “SESAP entra com 60% da complementação. Estamos “em dias” com a alcaidaria, inclusive março”, declarou Domício Arruda na manhã de ontem através de sua conta pessoal no Twitter. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE tentou contato com o secretário municipal de Saúde, Thiago Trindade, mas ele não atendeu o celular. Segundo informações publicadas anteriormente na TRIBUNA DO NORTE, Thiago Trindade viajou por ocasião da Semana Santa para a Europa.


O valor total do atraso não foi revelado pelos dois hospitais afetados. O Hospital Médico-cirúrgico só irá se pronunciar na próxima segunda-feira, após o feriadão. Já o Hospital Memorial, através do diretor Francisco Gomes, informou que a média mensal do contrato é de R$ 700 mil. Como os hospitais recebem de acordo com a quantidade de cirurgias realizadas, o diretor disse não conseguir precisar o valor do faturamento dos dois últimos meses. “Não tenho esse número exato aqui, mas normalmente gira em torno de R$ 700 mil”, estimou.


O Hospital Memorial, sozinho, realiza cerca de 20 cirurgias por dia e mantém 60 pacientes internados. “A maior parte dessa demanda é do setor público”, complementa. “Não tenho como manter essa estrutura sem pagar fornecedores e funcionários, por isso iremos parar na próxima segunda, caso não haja o pagamento”, encerra.




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